Na passada segunda-feira o Marcelo Murta, comigo a dar uma mãozinha, fez a cresta das colmeias que tem no seu apiário nas proximidades de Coimbra. Deixo em baixo algumas fotos que ilustram o trabalho que efectuámos.
Crestámos 10 colmeias do modelo Langstroth.
Há cerca de 45 dias atrás o Marcelo optou por colocar grelhas excluidoras em todas as colónias em produção. Confessa ter ficado muito satisfeito com esta opção.
Também neste apiário verificámos que a utilização da grelha excluidora permite alcançar um ninho mais organizado do ponto de vista do apicultor, com a criação mais compacta, sem o bloqueio do ninho com pão-de-abelha e meias-alças livre de criação, com pouco ou nenhum pólen.
Já na sala de extracção.
Mel de mil flores, muito aromático, com um bouquet floral notável que apreciei muito.
Das 20 meias-alças foram extraídos 180 kgs de mel, a melhor produção que alcançou nos anos que leva de apicultura. Uma das razões que encontra passa por ter utilizado este ano de forma mais sistemática e planeada as colmeias armazém que lhe permitiram desbloquear mais eficientemente os ninhos no período da enxameação reprodutiva (março e abril este ano e nesta zona). A utilização das grelhas excluidoras também deu o seu contributo, porque permitiu crestar todas as meia-alças, inclusivé as primeiras logo sobre o ninho, onde se encontravam muitos quadros com mel a encher os alvéolos, quando 45 dias antes se encontravam ocupados com criação.
Ontem, o Marcelo desafiou-me a ir ao seu apiário para o acompanhar e ajudar na realização de duas tarefas: colocar grelhas excluidoras em todas as colónias do apiário, com a óbvia excepção de alguns enxames novos que se mantêm no ninho, e aproveitar a oportunidade para marcar e remarcar algumas rainhas de 2023 e de 2022, respectivamente.
O Marcelo e as excluidoras novas a estrear.
E porque está o Marcelo a universalizar a utilização das excluidoras? Porque também neste litoral está a ver o que eu via na beira. As excluidoras são peças fundamentais para ter ninhos muito organizados, com quadros desbloqueados, com excelentes áreas para excelentes padrões de postura, quadros com o pólen/pão de abelha nas bordaduras e não espalhado um pouco por toda a superfície dos mesmos, meias alças preenchidas de néctar/mel sem a presença de indesejável criação e/ou pólen/pão de abelha.
Estou consciente que iniciei uma renovação/outra forma de fazer e pensar em vários aspectos do maneio de colónias de abelhas no nosso país, por ex. com as colmeias armazém, a regra não mais de 6, os desdobramentos com recurso à técnica Doolittle. No caso das excluidoras parece-me que os apicultores estão a acreditar e a experimentar cada vez mais as virtualidades da utilização adequada das mesmas, a ultrapassar preconceitos como este por exemplo: estou a criar turbo-rainhas que põem um mínimo de 4 mil ovos/dia e não as quero limitadas! WTF bro!!
Exemplo de um quadro langstroth de uma colónia com a rainha confinada ao ninho por uma excluidora.
Remarcação de uma rainha de 2022.
Rainha remarcada. Alguns criadores de rainhas defendem a tese que a limpeza desta marca do tórax das rainhas indica um bom comportamento higiénico das abelhas daquela colónia! What?? Seria tão confortável se assim fosse. Aqueles que utilizam os testes de refrigeração da criação, os testes de perfuração da criação para testar o comportamento higiénico, são ultrapassados pela direita e a grande velocidade por estes espertos que dizem n’import quoi! Para todos nós, o comportamento higiénico é bastante complexo, envolve várias operações por parte das abelhas, envolve uma combinação de genes relativamente rara e em nada se assemelha a este comportamento de (suposta) limpeza de tinta do tórax da rainha.
A foto da excluidora em baixo, é a testemunha silenciosa de um acontecimento inesperado. Uma rainha que passa através dela como água por areia fina. Defeito da excluidora? Não nos parece, nem ao Marcelo nem a mim. Esta já é a segunda excluidora que colocamos nesta colmeia, porque também com a excluidora anterior a rainha passava do ninho para as meias alças e novamente para o ninho. Na altura e apesar não vermos nenhum defeito nessa excluidora decidimos trocá-la e colocar esta da foto em baixo. Ontem decidimos trocar esta por uma nova. Para ver o resultado numa próxima oportunidade.
Até à próxima visita a um apiário, do Marcelo ou de outro companheiro que deseje que o acompanhe neste prazeroso trabalho, ficam-me na retina e na memória o muito que as abelhas me mostraram e ensinaram… juntamente com o que aprendi dos vários Mestres com quem tive a felicidade de me ir cruzando.
Ontem o Marcelo Murta teve a gentileza de me convidar a fazer com ele a inspecção pré-cresta das colónias de seu apiário, situado nas proximidades de Coimbra. Meti no carro o fato, as luvas, as botas e ala-que-se faz-tarde.
Deixo em baixo algumas fotos que fui tirando durante esta visita às abelhinhas. Obrigado Marcelo pelo convite e as cerca de 3 horas que trabalhámos lado a lado, abrindo colmeias, confirmando a madureza do mel, o padrão de postura das novas rainhas, o estado sanitário dos enxames.
Observando o padrão de postura de uma rainha nova…
… uma rainha criada em condições de emergência. Ah, pobres rainhas de emergência!
Algumas das colónias do apiário.
Abrindo as colónias para avaliar a madureza do mel e o estado sanitário das mesmas.
Hoje, por volta das 10h00, entrei no meu apiário a 600m de altitude onde estão estacionadas 29 colónias do modelo Langstroth.
Por volta das 14h00 estava de saída do apiário depois de uma análise aprofundada colónia a colónia, quadro a quadro. Terei levantado cerca de 250 quadros com a intenção de observar:
abelhas e suas asas;
criação e seu padrão;
reservas de mel e pólen;
número de quadros cobertos com abelhas;
número de quadros com criação;
localização do enxame no interior da caixa.
Antes de descrever o que consegui observar no interior das caixas, verifiquei a ausência de velutinas. Nestas 4 horas que permaneci no apiário não vi uma! O ano passado assisti a uma pressão baixa das velutinas neste apiário. Este ano não as vi sequer. Felizmente a progressão das colónias das velutinas não tem sido constante nem crescente neste local. Neste caso o problema maior da pressão das velutinas, a paralisia de voos de forrageamento, não se verifica.
Como coloquei hoje as réguas de entrada consegue ver-se melhor as cargas trazidas do campo enquanto as abelhas atinam com esta redução da entrada.
Sobre as observações no interior das colmeias, verifiquei que os enxames ocupavam em geral 6 a 7 quadros, com 4 a 5 quadros de criação, em geral centrado no lado nordeste colmeia (o lado mais fresco da colmeia).
Este outono muito primaveril, a presença de pólen no campo e a possibilidade do seu forrageamento, incentiva a postura da rainha. Este nível de criação, mais intensa que o normal para a época, permite a reprodução das varroas presentes e o crescimento da sua população. Tendo em conta estes considerandos decidi efectuar o quarto tratamento deste ano.
As reservas de pólen, pão de abelha recém ensilado estava em bons níveis, com um a dois quadros bem fornecido de pólen de cor predominantemente amarela (julgo que de tágueda). No caso do mel fiz a equalização das reservas entre colónias, tirando um ou dois quadros das que tinham mais para os dar às que tinham menos.
A criação era em geral compacta e ocupava áreas significativas de 4 a 5 quadros. Não vi larvas distorcidas e opérculos furados pelas abelhas — a este propósito dizer que as varroas não perfuram os opérculos para saírem dos alvéolos; os pequenos buracos que por vezes observamos são feitos pelas abelhas, no âmbito do seu comportamento de higienização do ninho, para sinalizarem e retirarem larvas/pupas doentes ou mortas.
Nos cerca de 250 quadros analisados não observei mais que 3 ou 4 abelhas com asas deformadas, um excelente indicador que os níveis de infestação pela varroa está abaixo do limiar em que provoca danos observáveis e importantes nas colónias.
Em alguns casos desoperculei algumas larvas para validar estas observações. O que observei nas larvas, de zângão sobretudo, confirmam as minhas impressões resultantes das observações anteriores. Estas observações são guiadas por um conhecimento aprofundado na minha prática e nas muitas leituras levadas a cabo acerca dos sintomas visíveis quando na presença de uma taxa de infestação mais ou menos elevada.
Em conclusão, o medicamento Amicel que escolhi para o tratamento deste verão foi o mais eficaz dos escolhidos nestes últimos três anos. Neste apiário eliminei apenas uma colónia, por problemas com a rainha e não observei colónias enfraquecidas por varroose ou pelo síndrome PMS. Umas colónias mais populosas do que outras, mas todas saudáveis do que me foi possível observar.
Nota: ver aqui o estado sanitário das minhas colónias a 900m de altitude.
Com os ouriços a balançar nos castanheiros, levei a cabo a primeira inspecção de outono no meu apiário a 900m de altitude.
O foco desta inspecção esteve na avaliação da eficácia do Amicel, o acaricida que utilizei para o tratamento de verão (ver aqui as razões desta opção; aqui os procedimentos principais para levar a cabo a sua preparação).
Neste apiário as colónias estão saudáveis, o que me diz que o Amicel cumpriu os objectivos pretendidos: diminuir a taxa de infestação de varroa abaixo do limiar em que não provoca dano à colónia ou não deixar crescer essa taxa acima do limiar em que provoca dano à colónia.
Em baixo deixo o foto-filme que ilustra as observações que fui fazendo hoje no apiário.
Criação compacta e saudável. Abelhas vivazes e que vendem saúde.
Pão de abelha recém ensilado. Alimento crítico para o bem-estar e longevidade desta coorte de abelhas que tem de viver 5 a 6 meses por estas paragens.
Larvas a nadarem em geleia real. Mais um aspecto que me importa focar nesta altura do ano.
Colónias bem povoadas. Pedaço de cartão, uma reminiscência da tira de Amicel.
Nota: Em breve conto dar conta da avaliação da eficácia do Amicel nos dois apiários que tenho instalados a 600m de altura, apiários por norma mais complicados no que concerne ao controlo da varroose no final de verão/início de outono.
Por volta das 6h00 estava a entrar no apiário de Lusitanas a 600m, território das 1000 flores, para iniciar a cresta dos méis claros deste ano. O plano era crestar as meias-alças lá presentes. Por volta das 7h15 estava de regresso a casa, com a carga que tinha planeado trazer. As imagens são do início da extracção deste néctar prístino, intocado, que fluiu de forma natural e primitiva entre as abelhas.
A todos nós que iniciámos a cresta, ou a vamos iniciar, desejo uma boa cresta e colheita. Que o semeado ao longo de meses tenha agora correspondência no que colhemos.
Hoje, entrei num dos meus apiários a 600 m de altitude mesmo em cima das 7h30, e tinha na agenda fazer 4 tarefas: 1) fazer a última inspecção a meia-dúzia de núcleos para entregar a um cliente; 2) colocar quadros com criação a emergir em núcleos com rainha em postura desde há uma semana para os “acelerar” e produzirem este ano no castanheiro; 3) avaliar a infestação por varroa através do corte da criação de zângãos em 10% das colónias do apiário — neste caso em três colónias; 4) transferir meia-dúzia de colónias para os 900 m de altitude. Por volta das 12h30 estava a chegar a casa para almoçar. Agora no período pós-almoço faço este descanso activo escrevendo estas linhas.
Sobre o a tarefa 1) acho que o meu cliente vai ficar satisfeito. O padrão de postura das rainhas é este que o quadro da foto em baixo ilustra.
Sobre as tarefas 2) e 4) não há fotos para as ilustrar. Mas garanto que foram realizadas ; )!
O que mais me importa nesta publicação é ilustrar a tarefa 3): avaliar a infestação por varroa através do corte da criação de zângãos em 10% das colónias do apiário — neste caso em três colónias. Relativamente a este tipo de avaliação devo deixar três notas: é menos fidedigno que o teste da lavagem de abelhas adultas segundo os especialistas; enquanto na lavagem de abelhas adultas o limiar de infestação a recomendar um tratamento imediato é de 3% em regra, já o limiar de infestação por varroa avaliado na criação de zângãos a partir do qual se recomenda um tratamento imediato é de 15%; a avaliação de apenas 10% das colónias nos apiários deve ser feita nas colónias mais fortes e em zonas do apiário susceptíveis de receberem mais abelhas da deriva, isto é nas extremidades dos assentos.
Tendo tudo isto em consideração deixo em baixo o foto-filme do procedimento numa das colónias que representa o realizado também nas outras duas.
Uma das colónias mais fortes do apiário: mais abelhas, mais altura, mais armazenamento, mais criação, … mais varroa!
E como fazer a desmontagem deste gigante sem partir as “molas”? Primeiro etapa, tecto voltado para cima e colocado em cima de uma das caixas ao lado para evitar/minimizar o esmagamento de abelhas. Há cerca de dois anos vi um especialista em apicultura colocar meias-alças de chapão em cima da superfície lisa do tecto da colmeia vizinha… fiquei arrepiado!
Tirar a meia-alça, ainda vazia. Vergonhosamente fácil!
Tirar os quadros necessários do sobreninho para este ficar com um peso razoável, antes de o mobilizar. Afinal é de apicultura mobilista que se trata meus amigos e amigas. Os quadros são móveis, não há necessidade de pegar em tudo de uma só vez. Não estou a treinar para o campeonato mundial de alterofilismo!
E depois da carga em cima ter sido tirada, no ninho e na posição 9 tenho estes quadros de criação intensiva de zângãos. É a este quadro que eu pretendo chegar…
… para cortar os opérculos da criação de zângão…
… e a sacudir em cima de uma superfície plana e contrastante — um tecto por exemplo. A olho parece-me que a taxa de infestação é inferior a 2-3%, muito aquém do limiar de 15% que recomenda um tratamento imediato. Ok, mais tranquilo… até daqui mais ou menos um mês.
O quadro voltou ao local original. Interessa-me ter estes zângãos das colónias mais fortes nas redondezas.
Na publicação do passado dia 19 de abril mencionei a utilização de uma mescla de técnicas para, entre outros objectivos, levar a cabo o controlo da enxameação numa das colónias do apiário. Nesta colónia, a da foto em baixo, tirada a 19 de abril, passam hoje 23 dias — tempo para se ter cumprido um ciclo completo da criação de obreiras.
Colónia do modelo Langstroth submetida a uma mescla de técnicas: rainha foi confinada ao ninho e este submetido parcialmente à técnica “cura radical da enxameação”.
Hoje na inspecção às colónias do apiário, iniciada por volta das 7h30 e terminada por volta das 11h30, voltei a esta colónia, uma das sete ali estacionadas que apresentam a configuração ninho+sobreninho com a excluidora de rainhas a confinar a rainha no ninho desde o passado dia 19 de abril.
Vista parcial do apiário.
Os principais eventos: a 3 de março coloquei o sobreninho; a 19 de abril terei visto alguns cálices reais com ovos e procedi a uma versão mais leve da “cura radical da enxameação”; sacudi as abelhas para o ninho; a rainha terá também caído para o ninho? sim caiu, confirmado a 24 de de abril.
O passado recente deste colónia está relatado. Vamos agora ao seu presente. Como referi em cima, hoje inspeccionei todas as colónias deste apiário, coloquei mais 7 meias-alças e dois sobreninhos. Das 21 colónias em produção neste apiário estimo vir a colher um mínimo de 400 kgs de mel e um máximo de 600 kgs, tudo dependendo da meteorologia nas próximas 4 semanas. Sobre esta colónia em particular, que representa muito bem 6 das 7 colónias nesta configuração, as fotos ajudam a fazer a descrição.
Nesta foto estão as peças constituintes daquilo em que esta colmeia se tornou desde o dia 3 de março até ao dia de hoje. O ninho, a excluidora, o sobreninho e a meia-alça.
Ninho desbloqueado. Foto do quadro 9. Os restantes são semelhantes.
Foto do quadro 10. Esta colónia hoje tinha criação nos 10 quadros Langstroth.
Coloquei uma cera laminada no ninho, não porque este estivesse bloqueado, mas porque precisei de tirar um quadro com criação para uma das várias colónias onde introduzi rainha em gaiola e para acelerar o seu desenvolvimento (ver aqui).
Inspeccionado o ninho, sem ter observado sinais de qualquer impulso enxameatório, poderei concluir que a utilização da técnica “cura radical da enxameação” surtiu efeito nesta colónia? Em duas outras colónias, noutro apiário, o resultado da utilização desta técnica não foi o pretendido (ver aqui no primeiro parágrafo). Neste caso, foi a técnica a causar o efeito desejado? Para mim é impossível concluir definitivamente por um sim ou por um não relativamente à técnica e a uma eventual relação de causa-efeito. Como convivo bem com a ausência de conclusões definitivas, convivo bem com questões em aberto, vou continuar a experimentar e a observar.
No sobreninho por cima da excluidora, o “desastre” era este:
Quadros com as dimensões do ninho praticamente cheios de néctar/mel novo. Ano após ano, é este o resultado final na grande maioria das colónias com esta configuração. Nada de novo debaixo do céu, portanto.
Nas restantes 6 colónias com a configuração igual à desta (relembro, ninho+excluidora+sobreninho) em 5 encontrei praticamente o mesmo: ninho bastante desbloqueado; ausência de sinais de impulso para enxamearem; rainha a dominar o ninho, reclamando aquele espaço para si, não se deixando bloquear por mel e pão-de-abelha; sobreninhos com os 10 quadros praticamente cheios de néctar a uma semana de se iniciar a sua operculação, comunidades produtivas e estabilizadas aos meus olhos.
Sobre este sobreninho adicionei hoje uma meia-alça. A ver se a enchem! Estou optimista, o rosmaninho ainda está a dar alguma coisa, vem a silva e os cardos mais adiante e ainda algum castanheiro lá para a terceira semana de junho.
Voltando ao título e para concluir: uma vez mais nas minhas colónias, no meu território, com as minhas abelhas e com o meu maneio habitual 6 em 7 colónias cheias de abelhas que nem um ovo cheio, não apresentaram indícios de “febre” de enxameação. Na sétima, vi alguns mestreiros, 4 ou 5. Enxameação ou substituição? Vi a rainha, já delgada, e inclino-me para enxameação. Vou deixar seguir em frente para tirar a limpo.
Assim sendo, e porque esta observação de hoje se correlaciona positivamente com as observações deste ano efectuadas noutros apiários e com as observações realizadas em anos anteriores, a questão para mim deve ser formulada nesta forma: a grelha excluidora de rainhas: um equipamento que ajuda na prevenção e/ou controlo da enxameação? e não na forma habitual: a grelha excluidora promove a enxameação?
Sobre Demaree e sua proposta para controlar a enxameação sem aumentar o efectivo escrevi várias vezes, por exemplo aqui e aqui.
Ontem voltei a utilizar a técnica na colónia da qual apresento as fotos.
Ontem, 10 de maio esta colónia foi sujeita à técnica Demaree.
Tendo encontrado mestreiros abertos decidi iniciar o controlo da enxameação com esta solução, por forma a não aumentar o meu efectivo.
Localizei a rainha no quadro que coloquei na posição 9. Todos os restantes espaços do ninho foram preenchidos com quadros com cera laminada.
Após os procedimentos tenho, no plano inferior, ninho com rainha confinada por grelha excluidora e, no plano superior, sobreninho com os restantes 9 quadros que transferi do ninho e mais um de cera laminada.
Hoje dia 11, passadas menos de 24 horas sobre este maneio, por volta das 12h30 — com 6 horas de trabalho já realizadas, porque cedo é que se anda melhor — decidi satisfazer uma curiosidade. Como estava o ninho? O que tinha ocorrido neste período de menos de 24 horas? As fotos que tirei falam por si.
O ninho hoje, passadas cerca de 22 horas sobre o procedimento.
O quadro 8, adjacente ao quadro onde encontrei a rainha ontem.
Os alvéolos foram puxados a cerca de 2/3 da altura e a rainha tinha lá iniciado a oviposição.
Nesta publicação descrevi o que observei nas duas colónias que submeti à técnica “cura radical da enxameação“. Hoje voltei a inspeccionar estas duas colónias e observo que apesar de terem sido submetidas duas vezes à técnica ainda assim enxamearam.
Num outro apiário, a 900 m de altitude, procedi hoje ao confinamento de rainhas no ninho de várias colónias estabelecidas em colmeias do modelo Lusitana e que desde há 3-4 semanas se encontram na configuração ninho+sobreninho. Em baixo fica o foto-filme com alguns detalhes deste procedimento.
Colmeia do modelo Lusitana na configuração ninho + sobreninho.
Vista do sobreninho hoje logo após a abertura da colmeia. No passado dia 18 de abril verifiquei que a rainha tinha iniciado postura no sobreninho.
Rainha completamente negra sobre o amarelo de cera nova.
Rainha é colocada no quadro em que andava na posição 7.
Transfiro mais 6 quadros do sobreninho para o ninho. Os 6 quadros que transfiro para o ninho estavam muito desbloqueados repletos de ovos e larvas…
… ou com criação operculada em mais de 80% da sua área e com abóbadas de mel reduzidas. Neste apiário o primeiro fluxo principal de néctar está para começar nos próximos 10 dias. Nesta altura não é necessário abóbadas de mel a ocuparem 30% ou mais da superfície dos quadros no ninho. Os quadros mais bloqueados com mel/néctar e pão de abelha foram transferidos para o sobreninho.
Vista do ninho depois da transferência de quadros.
Todos os passos anteriores foram executados para colocar este equipamento sobre o ninho.
Vista da colónia após o maneio.
Anotação do maneio hoje, 10 de maio: colocação da excluidora de rainhas com a rainha na caixa inferior.