a grelha excluidora de rainhas: um equipamento que ajuda na prevenção e/ou controlo da enxameação?

Na publicação do passado dia 19 de abril mencionei a utilização de uma mescla de técnicas para, entre outros objectivos, levar a cabo o controlo da enxameação numa das colónias do apiário. Nesta colónia, a da foto em baixo, tirada a 19 de abril, passam hoje 23 dias — tempo para se ter cumprido um ciclo completo da criação de obreiras.

Colónia do modelo Langstroth submetida a uma mescla de técnicas: rainha foi confinada ao ninho e este submetido parcialmente à técnica “cura radical da enxameação”.

Hoje na inspecção às colónias do apiário, iniciada por volta das 7h30 e terminada por volta das 11h30, voltei a esta colónia, uma das sete ali estacionadas que apresentam a configuração ninho+sobreninho com a excluidora de rainhas a confinar a rainha no ninho desde o passado dia 19 de abril.

Vista parcial do apiário.
Os principais eventos: a 3 de março coloquei o sobreninho; a 19 de abril terei visto alguns cálices reais com ovos e procedi a uma versão mais leve da “cura radical da enxameação”; sacudi as abelhas para o ninho; a rainha terá também caído para o ninho? sim caiu, confirmado a 24 de de abril.

O passado recente deste colónia está relatado. Vamos agora ao seu presente. Como referi em cima, hoje inspeccionei todas as colónias deste apiário, coloquei mais 7 meias-alças e dois sobreninhos. Das 21 colónias em produção neste apiário estimo vir a colher um mínimo de 400 kgs de mel e um máximo de 600 kgs, tudo dependendo da meteorologia nas próximas 4 semanas. Sobre esta colónia em particular, que representa muito bem 6 das 7 colónias nesta configuração, as fotos ajudam a fazer a descrição.

Nesta foto estão as peças constituintes daquilo em que esta colmeia se tornou desde o dia 3 de março até ao dia de hoje. O ninho, a excluidora, o sobreninho e a meia-alça.
Ninho desbloqueado. Foto do quadro 9. Os restantes são semelhantes.
Foto do quadro 10. Esta colónia hoje tinha criação nos 10 quadros Langstroth.
Coloquei uma cera laminada no ninho, não porque este estivesse bloqueado, mas porque precisei de tirar um quadro com criação para uma das várias colónias onde introduzi rainha em gaiola e para acelerar o seu desenvolvimento (ver aqui).

Inspeccionado o ninho, sem ter observado sinais de qualquer impulso enxameatório, poderei concluir que a utilização da técnica “cura radical da enxameação” surtiu efeito nesta colónia? Em duas outras colónias, noutro apiário, o resultado da utilização desta técnica não foi o pretendido (ver aqui no primeiro parágrafo). Neste caso, foi a técnica a causar o efeito desejado? Para mim é impossível concluir definitivamente por um sim ou por um não relativamente à técnica e a uma eventual relação de causa-efeito. Como convivo bem com a ausência de conclusões definitivas, convivo bem com questões em aberto, vou continuar a experimentar e a observar.

No sobreninho por cima da excluidora, o “desastre” era este:

Quadros com as dimensões do ninho praticamente cheios de néctar/mel novo. Ano após ano, é este o resultado final na grande maioria das colónias com esta configuração. Nada de novo debaixo do céu, portanto.

Nas restantes 6 colónias com a configuração igual à desta (relembro, ninho+excluidora+sobreninho) em 5 encontrei praticamente o mesmo: ninho bastante desbloqueado; ausência de sinais de impulso para enxamearem; rainha a dominar o ninho, reclamando aquele espaço para si, não se deixando bloquear por mel e pão-de-abelha; sobreninhos com os 10 quadros praticamente cheios de néctar a uma semana de se iniciar a sua operculação, comunidades produtivas e estabilizadas aos meus olhos.

Sobre este sobreninho adicionei hoje uma meia-alça. A ver se a enchem! Estou optimista, o rosmaninho ainda está a dar alguma coisa, vem a silva e os cardos mais adiante e ainda algum castanheiro lá para a terceira semana de junho.

Voltando ao título e para concluir: uma vez mais nas minhas colónias, no meu território, com as minhas abelhas e com o meu maneio habitual 6 em 7 colónias cheias de abelhas que nem um ovo cheio, não apresentaram indícios de “febre” de enxameação. Na sétima, vi alguns mestreiros, 4 ou 5. Enxameação ou substituição? Vi a rainha, já delgada, e inclino-me para enxameação. Vou deixar seguir em frente para tirar a limpo.

Assim sendo, e porque esta observação de hoje se correlaciona positivamente com as observações deste ano efectuadas noutros apiários e com as observações realizadas em anos anteriores, a questão para mim deve ser formulada nesta forma: a grelha excluidora de rainhas: um equipamento que ajuda na prevenção e/ou controlo da enxameação? e não na forma habitual: a grelha excluidora promove a enxameação?

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