desdobramentos Doolittle: um pormenor de grande importância

Sei da minha experiência, assim como da experiência partilhada por outros companheiros de lides, que uma das principais causas do insucesso na introdução de rainhas em desdobramentos decorre da presença de mestreiros nos quadros do núcleo aquando da libertação da rainha da gaiola. Para evitar o mais possível que as abelhas puxem mestreiros a partir das larvas e ovos presentes nos quadros do desdobramento passei a proceder da forma que passo a descrever, isto sempre que os timings se ajustavam e o permitiam.

A partir de 2017/2018 passei a utilizar a técnica Doolittle sempre que necessitava produzir núcleos para introduzir rainhas virgens (a maioria) ou fecundadas (a minoria) em gaiola. Para tal elegia várias colónias muito fortes do apiário. A seleção destas colónias começava a ser feita em finais de fevereiro/início de março.

Colónia com população a ocupar todo o ninho e com mais de 6 quadros com criação. São os sinais que quero ver para saber que estou na presença de uma colónia de uma linhagem precoce. Uma das quatro que tenho neste momento neste apiário. (foto de 6 março de 2022)

O passo seguinte passa por colocar-lhes um sobreninho com quadros puxados vazios.

Colocação do sobreninho. Nas posições 4, 5 e 6 coloco os quadros com a maior quantidade possível de alvéolos vazios. Calculo que nos próximos 8-10 dias a rainha subirá ao sobreninho para encher de ovos dois ou três destes quadros (foto de 6 março de 2022.)

Em geral, passadas uma a duas semanas a rainha inicia a postura em vários destes quadros no sobreninho. Nessa altura confino a rainha ao ninho por via de uma excluidora de rainhas.

Coloco os quadros com abelhas e criação no sobreninho.

A colónia permanece nesta condição durante 5 a 9 dias antes de as utilizar para fazer os desdobramentos pela técnica Doolittle.

Ao tirar os quadros para os núcleos inspeccionava-os com cuidado com vista a eliminar todos os mestreiros que as abelhas pudessem ter puxado nessa condição de semi-orfanação. Nem sempre puxam mestreiros no estado de semi-orfanação, mas não é absolutamente certo que não os puxem. Por outro lado e como introduzia a rainha em gaiola fechada durante 48 a 72 h garantia sem qualquer dúvida que todas as larvas presentes nos quadros já teriam 7 ou mais dias. Nesta condição, as abelhas do núcleo não tinham matéria prima para puxarem mestreiros, isto é larvas com menos de três de dias de idade. Assim, a propensão para aceitarem aquela rainha estranha que vai emergir de uma gaiola de plástico, uma rainha que não criaram, aumenta. Neste contexto, a aceitação da rainha é a única alternativa de que dispõem para não ficarem irremediavelmente órfãs e condenadas enquanto enxame.

Ainda que confrontadas com este contexto artificial criados pelo homem nos últimos 100 anos, as abelhas apresentam uma plasticidade comportamental admirável para darem a volta a esta situação concreta e específica para a qual a evolução de milhões de anos as não preparou. Tiro o chapéu!

multiplicando os enxames: as opções de Bob Binnie

Neste recente vídeo de Bob Binnie é muito interessante verificar que tanto ele como eu chegámos às mesmas conclusões, isto nunca tendo falado um com o outro. Estou a referir-me aos seguintes aspectos:

  • equalizar colónias 30-45 dias antes do principal fluxo de néctar qualifica-as para a produção de mel e para a produção de núcleos — estas colmeias que vemos neste vídeo foram equalizadas com cerca de 5 quadros de criação há três semanas atrás e à data de 15 de março, com o ninho e sobreninho repletos de abelhas, estão a ser preparadas para produzirem núcleos ;
  • assim como eu, Bob Binnie aplica a técnica “não mais de 6”. Na minha opinião esta convergência no maneio resulta de um olhar para o que de facto os enxames nos dizem de semelhante aos dois, quando os olhamos atentamente… com um oceano a separar-nos;
  • assim como Bob Binnie, aplico a técnica Doolittle para multiplicar os enxames. Como ele, prefiro esta técnica porque respeita a integridade do enxame no ninho onde permanecem 6 ou mais quadros com criação com as abelhas e respectiva rainha, conjugada com a simplicidade dos procedimentos na altura da produção dos núcleos.

a performance de rainhas que estiveram a um milímetro de enxamear no ano passado

Começo por referir que na minha apicultura a prevenção da enxameação e o controlo da enxameação são duas “coisas” muito diferentes. Têm razões, momentos e técnicas de abordagem muito diferentes uma da outra. Este é um assunto que já abordei em publicações anteriores e dispenso a repetição.

Nesta publicação, entre outras, apresentei a abordagem que tenho utilizado mais frequentemente nos último três anos quando pretendo controlar a enxameação nas minhas colónias — antes disso utilizava mais frequentemente o desdobramento vertical com recurso ao tabuleiro divisor para o fazer.

Ontem no mesmo apiário, inspeccionei 5 núcleos com as velhas senhoras que o ano passado foram “controladas”, e foram passadas para núcleos nas condições que referi na publicação do ano passado. Três deles estão já muito bem compostos. Em baixo deixo as fotos de dois destes três núcleos.

Os três núcleos marcados com um ramo de giesta. As rainhas que o ano passado foram “controladas” quando estavam de malas aviadas para enxamearem com as suas filhas, estão provavelmente no seu terceiro ano de postura.

Núcleo A: o verde mais à direita, ao fundo.

Nos próximos 12 dias vão nascer abelhas que tornarão esta casa muito apertada.
Padrão de criação de uma rainha provavelmente no seu terceiro ano de postura.
A “velha” senhora.

Núcleo B: o mais à esquerda, na primeira foto.

Na próxima inspecção este núcleo e os outros dois serão intervencionados.
Neste quadro deverão estar cerca de 4 mil abelhas a nascer durante os próximos 12 dias. Tem mais dois quadros semelhantes.
A “velha” senhora a iniciar muito provavelmente a sua terceira época de postura. Tivesse eu deixado esta senhora enxamear provavelmente estaria morta assim como as suas filhas, em razão da varroose.

Na próxima inspecção, estes três núcleos serão passados para caixas-colmeia de 10 quadros ou, em alternativa, iniciarei a sua palmerização. Uma decisão que irei tomar até lá, a que me permita optimizar os ganhos marginais que quero continuar a retirar destas rainhas e colónias que não permiti que partissem no ano passado.

os primeiros desdobramentos: a minha opção quando introduzo rainhas

Na publicação do passado dia 9 escrevi: “Para a semana conto colocar mais cerca de cinco excluidoras num outro apiário, desta feita em colmeias muito fortes do modelo Langstroth. Numa publicação a surgir num futuro próximo pretendo explicitar a estratégia que persigo com a colocação destas excluidoras nas colónia mais fortes e tão cedo na época. Em 2018 e para atingir o fim que pretendo atingir este ano também assim fiz e correu muito bem. Se não tiver desaprendido, com trabalho e uma pitada de sorte, acho que irei alcançar os objectivos que pretendo, e uma parte dever-se-á a esta estratégia. Este pequeno passo hoje dado vai revelar-se fundamental.”

Com três dia de trabalho já cumpridos, esta semana observo que as colónias têm aproveitado muito bem o pólen disponível e estão a crescer um pouco mais rapidamente do que aquilo que previa. Assim, à data de ontem, tinha colocado mais 13 grelhas excluidoras sobre colónias muitos fortes. Conto no início da próxima semana ter atingido o número de 20-25 colónias com grelha excluidora, o que me permite perseguir a estratégia de desdobramentos para o início desta temporada. O objectivo é simples: pretendo que estas 20-25 colónias me permitam fazer 70 núcleos de forma gradual, para introduzir 5 rainhas fecundadas esta semana, 25 rainhas virgens na próxima, 20 na seguinte e as últimas 20 na semana que se iniciará a seguir à Páscoa. No final deste período conto ter estas 20-25 colónias-mãe prontas e disponíveis para produzir mel.

Os procedimentos são em tudo semelhantes aos que utilizei em 2018 para produzir cerca de 250 núcleos, com recurso a um número relativamente pequeno de colónias, cerca de 40, que utilizei recorrentemente ao longo de dois meses para fornecerem abelhas, quadros e criação, ao mesmo tempo que mantinha a integridade da colónia preservada, isto é, com rainha, abelhas, criação e reservas. Em simultâneo podia trabalhar à vontade no sobreninho dado que a rainha estava confinada ao ninho pela excluidora.

Este ano fiquei a saber que esta técnica é conhecida por “desdobramento Doolittle” (sim, o mesmo Doolittle da técnica de translarve).

Em baixo fica o foto-filme com a sequência dos principais procedimentos.

Esta colónia do modelo Lusitana, que passou o outono-inverno nesta configuração (ninho+sobreninho), apresentava 12 quadros com criação no dia 1 de março. No dia 6 confinei a rainha no ninho com recurso à excluidora de rainhas.
Anteontem, dia 16, era este o aspecto do sobreninho logo após a sua abertura.
Em primeiro plano o núcleo para onde transferi as abelhas e 3 quadros com criação e 2 com reservas retirados do sobreninho.
Vista do núcleo após a transferência dos 5 quadros. Como o núcleo ficou no mesmo apiário sacudi as abelhas de mais um quadro.
Nesta colónia-mãe ainda ficaram quadros com criação no sobreninho. A idade destas larvas não lhes irá permitir criar mestreiros. Preenchi os restantes espaços com quadros puxados vazios. Hoje, ou amanhã, vou colocar mais um ou dois quadros com criação, retirados da própria ou doutra colónia do apiário, para a preparar novamente para um novo desdobramento na próxima semana.
Nesta outra colónia onde realizei o mesmo procedimento, introduzi um quadro com alguma criação, visto que retirei todos os quadros com criação presentes no sobreninho para um segundo núcleo. Estes quadros com criação irão “chamar” abelhas nutrizes e aquecedoras à caixa superior.
O quadro com criação foi retirado desta terceira colónia só com ninho e com 7 quadros com criação. O quadro foi substituído por um quadro com cera puxada completamente disponível para a rainha fazer oviposição.
Um dos dois núcleos orfanados. Assim irão ficar até hoje ou amanhã, quando chegarem as rainhas fecundadas e as introduzir em gaiola.
O ninho da primeira colónia com 8 quadros com criação foi objecto de inspecção atenta. A rainha estava confinada há 10 dias no ninho pela excluidora. Como suspeitava, não vi o mais pequeno sinal de enxameação!

Nota: quando pretendo que os novos enxames desdobrados/orfanados criem as suas próprias rainhas não utilizo esta técnica.

introdução de rainhas fecundadas: as causas da sua substituição precoce

A minha experiência com a introdução em gaiola de rainhas fecundadas é relativamente pequena. Nestes mais de dez anos de actividade apícola terei introduzido perto de 40 rainhas fecundadas. A taxa de aceitação inicial rondou os 100%, dos dados que registei na memória — como fiquei satisfeito com o facto dos procedimentos que me ensinaram e apliquei com o melhor rigor que me foi possível terem dado tão bons resultados! Contudo, mais adiante, cerca de 30% destas rainhas vieram a ser substituídas. Sei muito bem que a minha experiência é pouco representativa, a amostra é muito pequena, mas foi expressiva o suficiente para me elucidar que por vezes as abelhas também mudam de ideias, e aquela relação que começa bem evolui e termina mal.

Introdução de rainhas em gaiola.

Na altura não me empenhei em perceber melhor as causas do sucedido, o trabalho era muito e tinha de seguir em frente. Intimamente achei que tal se deveria a uma deficiência qualquer presente nestas rainhas, difícil ou até impossível de corrigir, fruto de uma certa aleatoriedade natural inultrapassável. E fui andando com a minha vida sem investir muito tempo neste assunto. Afinal introduzir rainhas fecundadas não é a minha praia; há mais de 5 anos que não o faço, já passaram mais de dois anos desde que introduzi massivamente rainhas virgens, tirando duas excepções que resultaram da oferta generosa de dois amigos de umas poucas rainhas virgens. Este não era, e continua a não ser, um assunto do meu interesse imediato. Apesar disso tal não me impede de reconhecer a sua importância para o sector apícola nacional, dado que vários companheiros recorrem à introdução de rainhas fecundadas pelos mais diversos motivos. Estava eu a preparar esta publicação e, nem de propósito, um companheiro contactou-me a solicitar uma opinião para o ajudar a entender, entre outras coisas, a razão da elevada taxa de substituição precoce das rainhas fecundadas que tem introduzido. Mal irei, e este blog comigo, quando me auto-centrar exclusivamente nas minhas práticas. Ficarei mais pobre e limitado nos conhecimentos, o blog menos abrangente e diversificado, enfim correria o risco de o tornar um diário, desinteressante e auto-proclamatório.

Será então adequada e actual a hipótese de que a substituição precoce de rainhas, 2 a 4 meses após a sua introdução e aceitação inicial, é uma situação inultrapassável própria de uma situação natural, da qual conhecemos, dominamos e controlamos pouco as diversas variáveis envolvidas? Não, nem a hipótese é actual nem é adequada. Hoje sabemos mais que isso. Hoje estão identificadas as variáveis que condicionam a taxa de sucesso deste processo.

Neste pequeno vídeo Bob Binnie identifica as principais causas da não aceitação ou substituição precoce de rainhas fecundadas introduzidas em gaiola e afirma que os criadores de rainhas podem melhorar o processo a montante. Recorre às reflexões e observações do Irmão Adam (o enorme apicultor alemão da Abadia de Buckfast) e aos estudos controlados levados a cabo por Doug Summerville (o autor da obra fundamental Fat Bees, Skinnie Bees).

Hoje, tudo leva a crer que os factores de sucesso/insucesso se encontram a montante, e uma vez mais os timings são muito relevantes. Bob Binnie afirma e identifica as principais condicionantes e factores de insucesso do processo: “a maioria dos problemas com rainhas e com pacotes, como fraca aceitação e substituição precoce deve ser atribuída a:

  • rainhas colhidas demasiado novas;
  • rainhas criadas demasiado cedo;
  • rainhas armazenadas em banco por demasiado tempo.

Bob Binnie, apicultor norte-americano com cerca de 2000 colónias na Geórgia, e criador de rainhas.

Também nesta publicação da prestigiada revista apícola Bee Culture — https://www.beeculture.com/requeening/— referem os mesmos motivos subjacentes à elevada taxa de substituição precoce de rainhas fecundadas.

criando as condições para que as colónias produzam naturalmente mestreiros de boa qualidade

Sempre que não tenho a pressão de clientes para lhes fornecer um número gordo de colónias até determinada data ou não desejo introduzir “sangue novo”, razões para adquirir rainhas virgens ou fecundadas aos bons criadores que tenho no nosso país, prefiro utilizar os mestreiros que as colónias vão produzindo nesta época do ano para aumentar o meu efectivo. E actualmente é este o contexto da minha operação, sem a pressão que tive até recentemente, profissão que hoje é vivida mais como um hobby e me permite certos luxos de tempo, algumas delicadezas e um pouco de experimentalismo no maneio.

Colónia armazém que apresentava indícios de ter iniciado um processo de enxameação.
Indício inequívoco do processo de enxameação: vários mestreiros na sua fase inicial de desenvolvimento.
Rainha encontrada é colocada num núcleo com mais um ou dois quadros com alguma criação e reservas.

Depois de orfanada a colónia mãe (neste caso a colmeia armazém) é deixada intocada por 5 ou 6 dias. Nestas colónias super-povoadas os mestreiros embrionários, isto é, mestreiros com as larvas muito jovens das futuras rainhas vão continuar a ser alimentadas, aquecidas e atendidas por um grande número de abelhas ama, pré-requisito essencial para a qualidade das rainhas. Passada esta meia-dúzia de dias, volto ao apiário para dividir estas colónias em três colónias (2 no mínimo, 4 no máximo), fazendo o melhor aproveitamento/divisão possível dos mestreiros e abelhas presentes.

Aspecto interessante: aparentemente as abelhas roeram/rebaixaram um pouco os alvéolos nesta zona do quadro para poder construir mais verticalmente os mestreiros. A cera nova, mais maleável, ajuda as abelhas a fazê-lo.
Dois belos mestreiros, que ultrapassam o travessão inferior do quadro, parcialmente ocultos pelas abelhas.
A colónia mãe, orfanada e com 2 a 3 mestreiros com 6 a 9 dias.
E mais duas colónias filhas, também orfanadas e com os respectivos mestreiros a concluir a sua maturação durante a próxima semana.

Estas três colónias são colocadas muito próximas umas das outras para potenciar uma melhor distribuição das abelhas campeiras entre elas.

E alimentadas… caso não o estejam a ser.

Nestes últimos dias terei produzido entre 40 e 50 novas colónias e até à data tenho uma elevada convicção que nenhuma colónia enxameou. Dados os condicionalismos das condições edafo-climáticas nos últimos 15 a 20 dias, frio e chuva muito frequente e fluxo frouxo, as colónias não entram em modo de armazenamento e estão a “optar” pelo modo de enxameação. O trabalho de inspecção das colmeias tem sido feito com intervalos de tempo muito curtos em dois apiários a 600 m de altitude, ainda que limitado pelas condições climatéricas. O terceiro apiário, a 900 m de altitude, tem recebido menos atenção. É um apiário onde o período de enxameação começa 2 a 3 semanas mais tarde, e estou a contar com este desfasamento para me concentrar nas demoradas tarefas de inspecção e divisão das colónias dos apiários situados em cotas mais baixas.

a criação de rainhas e as propostas formativas: algumas questões

Nos livros de referência acerca de criação de rainhas, descobrimos rapidamente que há mais de uma maneira de criarmos as nossas próprias rainhas. Entre as mais conhecidas estão o Método Miller e o Método Doolittle ou translarve de larvas (grafting). Foco-me neste último, o método de criação de rainhas por translarve, porque me parece que é o mais ensinado pelos formadores nos cursos de curta duração sobre criação de rainhas.

Para que o método do translarve seja levado a cabo deparamo-nos com a necessidade de recorrer a uma parafernália de objectos e múltiplas etapas: desde cúpulas, agulhas de enxertia/translarve, barras de enxertia, enxertia simples, dupla enxertia… Temos ainda colónias iniciadoras com rainha, colónias iniciadoras sem rainha, colónias acabadoras, incubadoras de rainhas, gaiolas de rainhas,  recolha de amas, engaiolamento de rainhas e amas, preparar o candy para as gaiolas, núcleos de fecundação das mais diversas dimensões, e mais coisas ainda pelo meio.

Para o apicultor com apenas algumas colmeias, a informação a assimilar em pouco tempo pode ser avassaladora, assim como o investimento a fazer em material dedicado. Para o apicultor com centenas de colónias, torna-se incomportável do ponto de vista do equipamento e do trabalho envolvido. Isso não quer dizer que este método não funciona ou é ineficiente, porque funciona bem o suficiente para nele se basear uma indústria de criação de rainhas.

A primeira questão que me surge: será o método de criação de rainhas por translarve o mais indicado para se ensinar, e sobretudo praticar, em cursos de curta duração, onde a população-alvo maioritariamente se constitui de pequenos apicultores e/ou jovens que se estão a iniciar na apicultura? Responderia que sim se todos eles estivessem a dar os primeiros passos para no futuro serem criadores de rainhas. Mas será realisticamente esse o caso?

O método Doolittle é o método mais utilizado pelos criadores profissionais de rainhas. Para ter certeza de que as rainhas produzidas a partir deste método são as melhores possível estes criadores experimentados fazem enxertos com larvas o mais jovens possível (12 a 24 h de idade). Estas larvas são do tamanho desta virgula “,” e podem ser facilmente danificadas no processo de enxertia.  É uma operação delicada que exige excelente visão e mãos treinadas.

Segunda questão: em cursos de curta duração há tempo e oportunidade para que todos os formandos façam enxertos, treinem a mão, errem e voltem a repetir o processo até que o gesto técnico esteja minimamente apreendido e dominado? Se sim voltarão ao seu apiário e realizarão os primeiros translarves com algum sucesso e continuarão motivados. Caso contrário muitos deixarão de utilizar a técnica por desmotivação. Neste caso todo o tempo e dinheiro despendido por eles e/ou estado pouco ou nenhum retorno terá.

Para se alcançar a excelência na produção de rainhas pelo método de translarve as cúpulas devem estar preparadas com geléia real ou mesmo ser efectuado o duplo enxerto de larvas. Procura-se que a larva esteja constantemente em contato com a alimento vital que torna a larva numa rainha de qualidade. A alimentação adequada das jovens abelhas amas com grandes quantidades de néctar e pólen assegurará que as larvas da rainha em desenvolvimento serão alimentadas copiosamente e que as rainhas virgens estarão em excelentes condições na altura da eclosão. Se a cúpula da rainha não estiver devidamente preparada com geléia real, todo o esforço colocado na criação de rainhas de qualidade será desperdiçado. O Dr. C. L. Farrar declarou no seu artigo Production Management of Honey Bee Colonies que “qualquer interrupção na nutrição larvar é prejudicial quando se sabe que a larva de uma rainha deve aumentar cerca de 1.500 vezes o seu peso entre incubação e conclusão da alimentação 5 dias depois. Não basta que uma rainha ponha ovos férteis; ela deve estar completamente desenvolvida se for uma boa rainha, uma rainha capaz de construir e manter uma colónia na sua força total“.

Terceira questão: quantos formandos depois de um curso de curta duração poderão enxertar sem interromper por mais tempo que o desejável a nutrição larvar? Se poucos ou nenhum, sugiro que sejam informados pelos formadores no final do curso para as lacunas críticas que a sua aprendizagem ainda apresenta.

O método de criação de rainhas por translarve é na opinião de Gilles Fert, conceituado criador de rainhas, um método adequado aos apicultores que se focam na criação de rainhas na ordem das várias centenas ou milhares. Ele avança inclusivamente com um número bastante preciso: para os apicultores que desejem criar mais de 200 rainhas/ano justifica-se a utilização deste método. Para os que não pretendem atingir esse número aconselha a utilização de outros métodos.

A última questão: estes cursos de curta duração, maioritariamente frequentados por apicultores que não irão necessitar de criar rainhas em grande número têm em devida conta o perfil de saída dos formandos, as suas reais necessidades actuais e futuras?

Fig. 1: Capa do livro de Gilles Fert L’élevage des reines, com tradução portuguesa. 

Apêndice: No contexto actual de desenvolvimento da apicultura nacional já temos vários criadores profissionais de rainhas que procuram responder às necessidades do mercado. Se, ainda assim, as necessidades de rainhas ultrapassam a sua capacidade de resposta então justifica-se a montagem de cursos de média-longa duração para futuros criadores de rainhas. Destes cursos sairão criadores de rainhas devidamente qualificados e motivados para satisfazer as lacunas no lado da oferta. Nestes casos, e só nestes casos, justifica-se a aprendizagem e o treino de criação de rainhas pelo método aqui abordado.

um método para criar rainhas sem ter de encontrar a rainha

Este método (conhecido por método Bentley) é usada principalmente pelos apicultores que não conseguem ou não desejam ter de encontrar a rainha, especialmente numa colmeia densamente povoada ou quando a câmara de criação se encontra espalhada por duas ou mais caixas, ou ainda no caso de uma colmeia muito agressiva, ou quando as condições meteorológicas são adversas.

De preferência na época de enxameação, insira num corpo vazio (A) pelo menos cinco quadros de criação de todas as idades, sem abelhas, podendo ser de diferentes colmeias. Coloque um quadro de mel e pólen em cada lado desta câmara de criação e preencha o espaço restante com quadros de cera puxada ou laminada.

Coloque este corpo (A) debaixo de uma colónia muito forte (B) mantendo a mesma localização. Coloque entre estes dois corpos uma prancheta que impeça a passagem das abelhas entre as caixas e com um buraco com uma malha que impeça a passagem de abelhas mas que permita a mistura de odores entre as caixas. Crie uma saída nesta zona superior da colónia inserindo um pequeno bloco de madeira entre os quadros desta caixa (B) e a prancheta que a cobre de modo a que as abelhas consigam sair por lá. As abelhas forrageiras regressarão através da entrada original ao corpo (A). Pretende-se que as abelhas amas, responsáveis pela difusão da feromona mandibular da rainha, não passem para o corpo (A). Com esta manipulação visa-se diminuir a inibição para a criação de realeiras neste corpo inferior da colmeia.

Nove dias depois, o corpo inferior (A) deverá apresentar várias realeiras operculadas. Removemos o corpo (A) ou apenas as realeiras, as quais podem ser  distribuídas por outras colmeias ou núcleos, orfanizados 24h a 72h antes. É muito importante efetuar estas operações com o máximo cuidado e remover estas realeiras com uma faca bem afiada ou x-acto e colocá-los o mais cedo possível nas colmeias ou núcleos previamente orfanizados.

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Fig. 1 — 5 realeiras operculadas

Actualização (09/01/2017): este procedimento pode ser realizado utilizando um tabuleiro divisor simples a separar a caixa A da caixa B.

um método muito simples para criar rainhas: a semi-orfanação

Um pequeno número de rainhas com qualidade pode ser criado numa câmara de criação orfanada, criada pelo apicultor no topo de uma colónia forte. No final dos procedimentos descritos mais abaixo a disposição da colónia deve respeitar esta ordem vista debaixo para cima:

  1. Câmara de criação inferior com a rainha
  2. Grelha excluidora de rainhas
  3. Meia-alça
  4. Grelha excluidora de rainhas
  5. Câmara de criação superior orfanizada.

Neste arranjo da colmeia, a câmara de criação superior é utilizada para a criação de mestreiros e as meia-alças para o armazenamento do néctar. A presença da rainha, no ninho inferior, irá manter a força da colónia no decorrer do processo.

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Fig. 1 — Grelha/grade excluidora de rainhas

Procedimentos:

  • Retiramos os quadros com criação não operculada juntamente com as abelhas amas aderentes do ninho original que colocamos num corpo de colmeia vazio. A rainha deve ser encontrada e mantida no ninho original.
  • Substituímos os quadros retirados ao ninho por quadros de cera puxada ou laminada.
  • Colocamos uma grelha excluidora de rainhas no topo deste ninho por forma a confinar a rainha.
  • Colocamos uma meia-alça com quadros puxados ou laminados em cima da grelha excluidora de rainhas.
  • Uma segunda grelha excluidora de rainhas é colocada por cima da meia-alça.
  • O segundo corpo com os quadros e abelhas resultante da etapa 1 é colocado no topo desta colmeia, com dois quadros com mel e pólen. Coloca-se a prancheta, um alimentador com alimento e o telhado da colmeia.
  • Depois de 3 – 12 horas subsequentes aos procedimentos anteriores, colocamos um quadro com ovos e larvas muito jovens retirados de uma colónia que nos agrade e inserimo-lo no meio da câmara de criação situada no corpo superior. Devemos colocar uma marca neste quadro para o reconhecermos mais tarde.

O objectivo é que as abelhas amas produzam algumas realeiras nesta condição de semi-orfanação. Passados 8 a 9 dias inspecionamos os quadros deste ninho superior. Destruímos as realeiras que encontramos nos quadros não assinalados e/ou não nos agradem.

As etapas seguintes podem ser as mais variadas dependendo dos objectivos do apicultor. Esta técnica contribui ainda para a prevenção da enxameação e renovação de ceras no ninho. Utilizo frequentemente esta técnica, a partir do momento em que as temperaturas nocturnas rondem ou ultrapassem os 10-12º C, para produzir novos enxames.

desdobramento vertical de uma colónia de abelhas

Vou descrever um método simples e orgânico de desdobramento de colmeias que me parece estar ao alcance de todos nós. Nunca o utilizei mas conto passar a utilizá-lo este ano, entre outros métodos, para aumentar o meu efectivo. Fica em baixo a sua descrição para quem desejar experimentá-lo. Se alguém já o experimentou agradeço que nos dê o seu feedback. No final da época dos desdobramentos conto voltar a este tema, com uma avaliação acerca dos seus prós e contras.

O desdobramento vertical descreve a divisão de uma colónia de abelhas em duas — uma fica com a rainha mãe, a outra fica sem rainha, isto é, fica orfã — na mesma colmeia e sob o mesmo teto, com as condições e intenção de permitir que a parte orfã crie uma nova rainha . Se o processo for bem sucedido, acabaremos com duas colónias: a colónia original com a rainha mãe e a nova colónia com a rainha filha. Esta abordagem pode ser utilizada como um meio de prevenção da enxameação, como uma forma de renovar a rainha de uma colónia, ou como um modo fazer duas colónias a partir de uma.

Prancheta modificada

Para efectuar este tipo de desdobramento o apicultor necessita apenas de um equipamento novo, que vou designar “prancheta modificada”.

Para levar a cabo este método, relativamente simples, precisamos de ter uma maneira de dividir a colónia em duas e, ao mesmo tempo, fornecer uma entrada superior à colónia. Há muitas maneiras de fazer isso, como por exemplo através da prancheta multi-entrada de Snelgrove. Neste caso vamos utilizar uma prancheta mais simples, com  uma só entrada, como ilustra a imagem em baixo.

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Fig. 1 — Prancheta modificada

Esta prancheta modificada pode ser feita a partir de uma outra normal, desde que apresente uma moldura dos dois lados com 9-12mm de altura que respeite o “espaço abelha” em ambas as faces. De um lado (o lado “superior “, quando em uso) fazemos uma entrada articulada simples como mostra a imagem . No meio da prancheta vamos abrir um buraco quadrado com 10 cm de lado, tapado de cada um dos lado com uma rede de malha estreita para que as abelhas, e sobretudo a rainha, não a consigam ultrapassar (malha inferior a 3mm). Esta abertura permite que o odor das colónias se funda e, simultaneamente, que o calor se espalhe a partir da caixa inferior para a caixa superior.

Princípio da divisão vertical

A ideia geral é dividir uma colónia forte, saudável e de boa genética em duas e, em simultâneo, manter a sua capacidade produtiva. A colmeia é organizada de modo que a parte superior da divisão, com a rainha mãe, fique relativamente despovoado de abelhas. A maior parte da população deve ficar na parte inferior da colmeia, sem rainha, proporcionando assim as condições ideais para a uma construção de realeiras de emergência de qualidade. Chegado o dia em que as realeiras são seladas/operculadas a colónia é manipulada, uma segunda vez, para transferir as abelhas da parte inferior da colmeia sem rainha,  para a parte superior da colmeia onde se encontra a rainha mãe. Esta manipulação diminui o impulso para a enxameação e não afecta a recolha de néctar que continua sem interrupção se houver um bom fluxo. Tudo isto é conseguido através da manipulação da colónia no sétimo dia após a orfanização. Cerca de 3 semanas mais tarde, e correndo tudo bem, devemos ter uma rainha fecundada no lado orfanizado da colmeia.

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Fig. 2 — Esquema global das duas manipulações a realizar para levar a cabo este desdobramento vertical (dia zero, dia um e dia sete, da esquerda para a direita). 

Legenda do diagrama:

  • A preto: estrado da colmeia
  • A verde: prancheta modificada
  • Listas diagonais a preto: teto ou telhado da colmeia
  • Circulo vermelho: câmara de criação
  • Q: rainha
  • QC: realeiras
  • Seta negra: indica as entradas da colmeia e sua orientação
  • Seta quadrada azul claro: indica o local onde deverão ser colocadas as alças ou meia-alças meleiras
  • Dia zero (à esquerda): podemos efectuar este desdobramento numa colónia só com o ninho, mas também numa colónia com ninho e sobreninho.

A divisão vertical na prática

Só nos interessa criar rainhas a partir de colónias que exibem qualidades desejáveis para nós ​​— bom comportamento higiénico, bom arranque primaveril, boa produção, bom ajustamento da postura às condições locais, bom padrão de postura, baixa propensão para a enxameação, mansidão, entre outros critérios. Destas, eu diria que a higiene, a produção e o ajustamento da postura às condições locais, são características que muito me interessam. A avaliação destas características deve ser feita durante um período prolongado. A elaboração de registos e sua manutenção ao longo de um período alargado de tempo são uma ferramenta crucial para fazer uma melhor seleção das colmeias-mãe, as que mais nos interessam do ponto de vista genético. Como na computação se entra lixo o que sai é lixo. Se a colónia a desdobrar não tem as características desejáveis ​​necessárias existem maneiras de modificar o método descrito abaixo para criar rainhas de melhor genética… mas, neste momento, vamos pressupor que a colmeia a desdobrar apresenta uma genética que nos interessa.

 

Dia 1)

Abrir a colmeia suavemente e, se tiver que fumigar, faça-o com pouco fumo e na horizontal sobre os quadros, não para o interior da colmeia. Como precisa de encontrar a rainha, este maneio aumentará a probabilidade de encontrar a rainha no quadro com ovos do dia.

Encontrada a rainha coloque o quadro onde ela se encontra numa colmeia ou núcleo vazio com a entrada fechada e no centro da caixa, para evitar que ela se perca ou passe para as paredes interiores da mesma.

Se a colónia está instalada numa só caixa (não tem sobreninho) vai precisar de uma segunda caixa e 11 quadros com cera puxada (situação ideal) ou, caso não tenha cera puxada ao seu dispor, utilize quadros com cera moldada.

De seguida reorganiza os quadros nas duas caixas de modo que os quadros com larvas mais velhas e boa parte da criação operculada fiquem na caixa a colocar superiormente, onde colocaremos o quadro com a rainha mãe no centro dos mesmos no espaço que lhe fica reservado, juntamente com um quadro ou dois de provisões, a colocar nas laterais da câmara de criação.

Os quadros com ovos e larvas jovens devem ficar predominantemente na caixa inferior. Esta não é uma ciência exata, mas o princípio que nos orienta é a necessidade de colocarmos criação suficiente na caixa com a rainha mãe para que ela tenha as condições para construir uma nova colónia, e aos mesmo tempo, colocamos ovos em bom número e larvas muito jovens na caixa inferior, a zona orfanizada, para que as abelhas tenham uma boa provisão de ovos e larvas jovens que lhes permitam escolher as melhores à luz dos seus próprios critérios.

A terminar, colocar os quadros com criação no centro da caixa, ladeados por quadros com reservas de pólen e mel e completar a caixa inferior e superior com os novos quadros.

A ideia é criar dois ninhos com criação, um em cima do outro, aproximadamente centrados em relação ao buraco da prancheta modificada, tapado com rede de malha estreita. Coloque a caixa sem rainha sobre o estrado da colmeia original (piso inferior). Coloque a prancheta modificada em cima com a entrada aberta, virada para a direcção oposta ao da entrada original (a entrada da prancheta modificada deve ficar orientada para as costas da colmeia). Coloque a caixa com a rainha mãe em cima da prancheta modificada, em seguida, coloque a prancheta original e o telhado da colmeia.

Deixe a colónia tranquila durante uma semana.

 

O que acontece durante esta semana…

Durante esta semana as abelhas forrageiras saem da caixa do topo e vão entrar através da entrada que lhes é familiar na frente da colônia, e assim aumentam significativamente o número de abelhas na caixa inferior. As abelhas nesta caixa inferior vão perceber rapidamente que estão orfãs e iniciarão a construção das realeiras. A concentração de abelhas na caixa de fundo irá garantir que as larvas nestas realeiras serão bem alimentados e aquecidas. Na caixa superior a rainha mãe, continuará a sua postura de forma ininterrupta.

 

No dia 7

Retira a caixa superior juntamente  com a prancheta modificada para que a rainha não se perca, coloca a caixa superior à parte, roda 180º a caixa inferior de modo a que a entrada no estrado fique agora voltado para as costas da colmeia, em seguida, coloca a caixa superior com a entrada da prancheta modificada agora voltada para a frente da colmeia.

Se desejar inspecionar a colónia, nesta fase deverá encontrar uma rainha feliz em boa postura na caixa superior. Não deverá haver realeiras nesta caixa, a menos que haja alguma coisa errada com a rainha. Encontrará um número relativamente menor de abelhas nesta caixa do topo. Por contraste, a caixa no fundo estará muito mais cheia de abelhas e haverá várias realeiras presentes, umas fechadas outras ainda abertas. Poderá deixá-las a todas… as abelhas vão escolher as melhores oportunamente. Caso não confie na escolha das abelhas poderá destruir as que lhe parecem ter menor qualidade.

 

O que irá acontecer depois do dia 7…

Durante os próximos dias, a caixa inferior vai ficar com menos abelhas que saem pela entrada inferior e regressam para a “frente” da colmeia, onde acabarão por encontrar a entrada superior e reforçarão a caixa superior contendo a rainha em postura. Inicialmente, haverá uma considerável confusão, com centenas de abelhas em torno da entrada inferior original. Por esta razão, deve fazer a manipulação do dia 7 ao início do dia para dar tempo suficiente às abelhas para se reorientarem para a entrada superior. Esta reorientação vai occorer durante um par de dias — não se preocupe por ver muito mais atividade das abelhas em torno das entradas durante este período de tempo.

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Fig. 3 — Abelhas a reorientarem-se para a entrada superior da colmeia após a manipulação do dia 7 (reparar que o apicultor colocou agora a meia-alça meleira no topo da colmeia)

Um determinado número de rainhas virgens deve nascer cerca de 16 dias após a manipulação inicial mas o reduzido números de abelhas actualmente na caixa do fundo irá garantir que a colónia não irá produzir garfos/enxames. Se várias virgens emergirem, ao mesmo tempo, provavelmente vão lutar e ficará apenas uma ou duas, as mais vigorosas e saudáveis. Passados cerca de 5-6 dias , a virgem irá efectuar um ou mais voos de acasalamento, será fecundada e retornará para a caixa inferior onde iniciará a sua postura.

Nesta altura poderá dividir as duas colónias, caso o seu objectivo seja aumentar o efectivo ou, caso não deseje aumentar o efectivo, elimina a velha rainha na caixa superior e reúne as abelhas das duas caixas pacificamente retirando a prancheta modificada.

 

Principais vantagens (em nenhuma ordem particular):

  • não necessitamos de mais espaço horizontal nos nossos assentos;
  • quase nenhum equipamento adicional necessário;
  • a manutenção do odor na colónia permite fazer a reunião das abelhas se for necessário ou o desejarmos;
  • prevenção da enxameação;
  • aumento controlado do nosso efectivo com pouca intervenção;
  • combina a produção de mel com a produção de novas colónias;
  • produção mais natural de rainhas.

As desvantagens:

  • a elevação vertical de caixas é necessário (e podem ser pesadas);
  • se for necessário efectuar alguma inspeção à caixa inferior esta é mais trabalhosa;
  • algumas colónias não criam realeiras na caixa orfanizada.

Inspiração e fonte consultada: http://theapiarist.org/