a introdução de rainhas de translarve: alguns detalhes

Na minha apicultura não recorro apenas a rainhas de emergência, muito longe disso. Utilizo variadas vezes rainhas criadas por translarve para iniciar novas colónias. Por exemplo, o ano passado utilizei 146 rainhas criadas por translarve.

Gosto da minha apicultura assim, uma apicultura com diversas opções no cinturão, opções que procuro utilizar de forma selectiva e pertinente de acordo com as condições de partida, condições estas determinadas sobremaneira pela imbrincagem entre a evolução mais lenta ou mais rápida das colónias, a maior ou menor disponibilidade para acompanhar de perto essa evolução, os equipamentos que tenho ou não disponíveis para fazer esse acompanhamento, e tudo isto temperado e envolto pela meteorologia que ora ajuda ora é um empecilho.

Conhecer os limites e utilizar as virtudes existentes tanto numa como noutra opção, rainhas de emergência ou rainhas de translarve, qualifica-me na minha profissão. Esta publicação aborda alguns detalhes em torno dos procedimentos a que dou preferência quando introduzo rainhas virgens.

Como referi nesta publicação, anteontem, a 19 de abril, preparei 5 colónias, confinando a rainha no ninho, deixando-as preparadas para serem desdobradas pela técnica Doolittle. Ontem entro no apiário com 10 rainhas virgens nos bolsos e 1o caixas-núcleo e pus mãos à obra. Deixo o foto-filme.

Comecei por colocar 2 núcleos junto de cada uma das cinco colónias a serem desdobradas.
Fui abrindo estas colónias para retirar estes quadros para os núcleos.
Fui retirando um ou dois quadros desta colónia, dois de outra, e um ou dois de outra ainda, até encher os núcleos com 5 quadros com abelhas provenientes de pelo menos três colónias distintas.
Depois de todos os 10 núcleos estarem preenchidos e no local, foi altura de os deixar repousar e ir ver as minhas pobres rainhas de emergência. E passados cerca de 10-15 minutos foi altura de iniciar a introdução destas ricas rainhas de translarve.
Estas rainhas vão ficar confinadas à gaiola cerca de 2 a 3 dias, a libertarem as suas sedutoras feromonas reais, para que as abelhas que lhe couberam em sorte as aceitem mais facilmente quando finalmente forem libertadas da sua gaiola.
Os núcleos foram estrategicamente colocados nas extremidade dos assentos e com o alvado virado no sentido contrário ao das colónias de produção, que ainda lá não estavam porque só hoje as coloquei no espaço entre os núcleos. Com estes cuidados pretendo diminuir o mais possível a deriva das rainhas no regresso do(s) seu(s) voo(s) de fecundação.

Para estas 10 rainhas foi assim. Para as outras 9 que introduzi ontem segui outro percurso, porque as condições de partida foram diferentes.

Ontem, as colónias doadoras submetidas à técnica ficaram com o sobreninho vazio.

Aspecto de um sobreninho ontem no final da generosa doação.

Hoje, entre várias outras tarefas, voltei a estas colónias para lhes terminar este vazio.

Todos estes sobreninhos foram fornecidos de quadros com cera clara puxada. A excluidora mantém-se para evitar o desastre que seria deixar as rainhas subirem ao sobreninho, aí assentarem acampamento, abandonarem o ninho às abelhas, que depressa o encheriam de pão de abelha em quantidades absurdas.

Hoje, a terminar o dia, foi altura de dizer adeus a várias colónias, que foram apanhar os ares de Lamego.

Uma das colónias que ganhou um novo dono.

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