Trabalhei o apiário das urgueiras ontem. Alimentei, coloquei dois sobreninhos sobre duas colónias fortes e procedi à palmerização de um núcleo com vista a dar apoio a uma colónia zanganeira.
Apesar da floração vistosa as abelhas ainda pouco ou nada tiram destas urgueiras que cobrem o território nas redondezas. Ainda não aqueceu o suficiente para estes arbustos iniciarem a exsudação de néctar.
Uma das duas colónias fortes onde coloquei sobreninho (modelo Langstroth).
Quadro que retirei deste sobreninho colocado uns momentos antes. Este quadro irá ser utilizado na palmerização de um núcleo.
Voltando a exemplificar esta técnica que denominei de palmerização, em homenagem e tributo ao apicultor que primeiro ouvi falar da sua utilização, Michael Palmer.
Núcleo muito bem povoado que palmerizei.
Quadro com criação nos três estádios que retirei do núcleo no âmbito da sua palmerização.
Quadro que retirei do sobreninho e que foi colocado na posição 4 deste núcleo alvo da palmerização.
Porque retirei o quadro com criação do núcleo? Por duas razões: (i) como medida de prevenção da enxameação; (ii) porque este quadro me foi necessário para iniciar a reversão do estado zanganeiro de uma colónia ali ao lado.
Colónia zanganeira bem povoada. Estas colónias por regra são alvo de um processo de reversão do seu estado. Resulta frequentemente.
Quadro com criação nos três estados que retirei do núcleo em cima é colocado no coração desta colónia. Em especial as larvas e suas feromonas vão inibir o surgimento de mais abelhas poedeiras.
No dia de ontem (19-03) coloquei o primeiro de três a quatro quadros que inserirei nesta colónia para reverter o seu estádio. Na próxima visita, dentro de 8-10 dias, colocarei o segundo quadro com criação e que muito provavelmente retirarei de um outro núcleo que será palmerizado.
Cerca de 10 dias depois retorno aos apiários para mais uma ronda de alimentação — é nesta época que mais se justifica este cuidado em diversas zonas do nosso país —, para colocar sobreninhos sobre as colónias mais fortes, para fazer a última inspecção a um conjunto de núcleos a entregar a um dos meus clientes e para transferir algumas colónias em núcleos de 5 quadros para colmeias de 10 quadros.
Acerca da inspecção de ontem a um conjunto de núcleos do modelo Lusitana que entreguei hoje a um cliente, as fotos em baixo ilustram o padrão que sigo: colónias saudáveis, com uma população a ocupar densamente os 5 quadros e com uma rainha com um padrão de postura compacto e extenso.
Quadro 1 de um núcleo Lusitana coberto de abelhas. Quando o quadro 1 está assim densamente ocupado fico tranquilo acerca da qualidade do que vendo.
Padrão de criação compacto e extenso. Uma vez mais tive a oportunidade de ver a satisfação do comprador com o material vivo que levou. Correndo tudo normalmente o cliente vai duplicar este ano ainda o valor do investimento feito.
Relativamente à transferência de colónias em 5 quadros para caixas de 10 quadros este maneio permitir-lhes-á continuar a crescer e, de forma concomitante, mitigar e atrasar o surgimentos do impulso enxameador.
Um dos núcleos Langstroth que transferi para colmeia.
Caixa de 10 quadros pronta para albergar este enxame.
Devido às temperaturas relativamente baixas previstas para os próximos dias não me atrevi a desfazer este bloco denso intercalando quadros vazios.
Colmeia estacionada no apiário com quadros puxados vazios. Esta e outras colmeias foram trazidas para o apiário há cerca de 10 dias atrás para servirem objectivos diversos. No caso este banco de quadros apoiou a transferência de enxames para caixas de 10 quadros.
Tratei de alimentar generosamente, porque em nenhuma outra época do ano se combina um tão grande consumo de hidratos de carbono com a sua relativa escassez no campo. Quando assim acontece a alternativa a alimentar é a morte do enxame por fome.
A anotação no telhado permite-me avaliar com mais rigor o ritmo de desenvolvimento do enxame e prognosticar a data em que terei de iniciar as medidas de prevenção da enxameação conformando-a à regra não mais de seis — correndo tudo normalmente iniciarei estas medidas lá para 20-25 de abril.
Nota: estou vendedor de enxames com 5 e 10 quadros nos modelos Langstroth e Lusitana. Os interessados podem contactar-me através da caixa de comentários com todo o sigilo, pois não serão tornados públicos.
Hoje, entre as 13h00 e as 16h30m, andei debaixo deste céu límpido em torno das minhas abelhas — esqueci-me por momentos das atrocidades que avançam à velocidade de um míssil de metal frio pelos campos e urbes da fértil e desgraçada Ucrânia, país onde se conjugam grandes planícies e grandes apicultores.
Os objectivos desta visita aos meus dois apiários a 600m de altitude foram:
acautelar a alimentação, considerando as condições metereológicas previstas para a próxima semana;
verificar a eficácia do primeiro tratamento anual da varroose, considerando que atingiu o final da primeira metade do período de 8 semanas que vai estar presente no coração do ninho destas colónias;
avaliar o estado de desenvolvimento dos enxames e o seu estado sanitário geral;
avaliar com atenção e cuidado o padrão de postura de rainhas e sanidade em vários enxames com a intenção de identificar os muito bons para os fornecer aos meus clientes durante as próximas 4 a 6 semanas.
Enxames fortes comem fortemente.
No geral, o padrão de postura é como o que se vê em cima e multiplicado por 5 a 6 quadros (modelo Langstroh).
Sabendo que é nesta época do ano que as varroas mostram uma acentuada preferência pela criação de zângãos, desopercular alguns pode dar-nos informação pertinente para avaliar a eficácia do primeiro tratamento anual. Neste caso em concreto, como se vê em cima, as tiras de Apistan aparentam estar a ser eficazes.
Nas colmeias que invernaram com ninho e sobreninho (modelo Langstroh) as rainhas já andam em postura no nível superior.
Nesta colónia com 6 quadros com criação, passei este quadro da posição 1 (lado esquerdo) para a posição 9. A intenção é dar espaço para o presumível avanço desta rainha para o lado quente da colmeia (lado direito). Nos próximos dias será colocada uma alça igual ao ninho com quadros puxados nesta colónia.
Padrão de postura num quadro do modelo Lusitano de um dos enxames que será entregue dentro de dois dias a um cliente amigo.
Aspecto de pormenor do quadro em cima. Confirmação da prolificidade da rainha: pouco após a emergência das abelhas os alvéolos são de novo utilizados para oviposição.
Nota: estou vendedor de enxames com 5 e 10 quadros nos modelos Langstroth e Lusitana. Os interessados podem contactar-me através da caixa de comentários com todo o sigilo, pois não serão tornados públicos.
Hoje entre as 11 e as 16 horas tratei e alimentei as colónias do apiário mais densamente povoado dos quatro que tenho à data.
Também neste apiário, a 900 m de altitude, as abelhas vinham do campo bem carregadas de pólen.
No entanto o que justifica esta publicação é a apresentação de um caso muito raro.
Seguindo a linha do tempo dos eventos, no dia 14 de novembro do ano passado ao fazer o maneio de um dos núcleos neste apiário, vejo a rainha marcada a levantar voo. Este evento é muito raro na minha experiência e anotei-o no telhado do núcleo para o acompanhar em visitas futuras: a rainha voltaria ou não ao núcleo? iria ficar órfão?.
O núcleo, na data em que a rainha levantou voo, estava muito bem povoado.
Nas visitas seguintes confirmei que a rainha marcada não voltou. Nestas circunstâncias, e como o núcleo continuava bem povoado, deixei-o ficar no local. Estando bem povoado em fevereiro/março tinha o plano de lhe ir colocando um quadro com criação emergente semanalmente ou quinzenalmente. Com este maneio recupero frequentemente estas colónias órfãs.
Hoje, neste núcleo verifico duas coisas espantosas:
pequena mancha com criação de obreira em vários estádios;
Desde o dia 14 de novembro que não via criação nova e ovos nesta colónia.
2. uma rainha não marcada.
A rainha que levantou voo estava marcada. Esta não está; é seguramente outra rainha. Como é possível? A colónia nas vistorias que lhe fui fazendo, desde que a rainha levantou voo e não regressou, nunca lhe vi mestreiros. Colocando possibilidade que tal me tivesse passado desapercebido, e que possa ter criado uma rainha, lembro que não há zângãos neste território desde setembro/outubro.
Durante alguns momentos fiquei perplexo… até que fiz as ligações entre este evento e um outro que me tinha dado conta uns momentos antes. Uns minutos antes tinha observado que um núcleo muito fraco nas visitas anteriores, hoje estava completamente despovoado. Não vi abelhas, rainha, criação, reservas, e não vi sinais de pilhagem a este núcleo. Os quadros estavam impecáveis, ainda que completamente vazios e limpos.
Vista de cima do núcleo vazio.
Na foto em baixo, mostro a localização destes dois núcleos um relativamente ao outro.
Em primeiro plano o núcleo que hoje encontrei completamente vazio; em cima o núcleo onde encontrei hoje a rainha em postura. Os dois estão relativamente próximos como se pode ver pela seta, mas não são os mais próximos. Logo ao lado do núcleo hoje vazio e no mesmo assento está um núcleo mais próximo, mas este está funcional com rainha e bem povoado.
A melhor explicação que encontro para este caso muito raro na minha experiência é a seguinte: a rainha e as pouca abelhas presentes no núcleo fraco (no primeiro plano) migraram e foram aceites pelo núcleo órfão e mais povoado (em segundo plano, no assento de cima).
Fica para a nossa imaginação os meandros acerca de como estas duas colónias perceberam que cada uma delas tinha exactamente os recursos críticos que faltavam à outra e como o conjunto de instintos, que todos nós conhecemos e levantam obstáculos à fusão de duas populações estranhas, foi desligado de forma aparentemente síncrona e consensual pelas duas colónias. Há dias em que a apicultura me traz perguntas que sinto que me puxam para cima e estes são dias que muito aprecio.
Com as urgueiras roxas a apresentarem as primeiras flores, isto cerca de um mês antes das datas mais habituais, entrei no apiário com dois objectivos principais: iniciar o primeiro tratamento do ano da varroose* e alimentar com fondant, cerca de trinta dias depois de as ter alimentado pela última vez.
Urgueira roxa (Erica australis) no território circundante ao apiário (a 850m de altitude).
Substituição dos sacos vazios colocados há cerca de 30 dias atrás.
Colocação das tiras de Apistan, o medicamento que escolhi para realizar o primeiro tratamento da varroose este ano. Como já passaram mais de 4 anos sobre a última utilização deste medicamento, o prazo mínimo necessário para acontecer a reversão a uma potencial resistência ao fluvalinato, estou optimista … mas atento relativamente à sua eficácia.
Das 22 colónias deste apiário todas sobreviveram ao outono e ao que já se passou deste inverno. Estão saudáveis e a expandir-se, muito graças às boas cargas de pólen que estão a trazer do campo.
As colónias estão bem povoadas em geral, com 7-8 quadros cobertos com abelhas.
A postura/criação ocupa entre 3 e 5 quadros, e preenche cerca de 50-60% da superfície dos quadros.
As rainhas a fazerem o que lhes está predestinado.
*Na semana passada iniciei o primeiro tratamento do ano nos dois apiários nas terras baixas; esta semana estou a colocar o primeiro tratamento nos dois apiários nas terras altas.
Há um mês atrás fiz esta publicação. Ontem, voltei a abrir esta colónia.
É uma colónia bem povoada para a altura do ano.
Tendo identificado este padrão de criação salpicado, duvidoso, a 9 de setembro, nem por um momento suspeitei de loque americana; desde essa altura não vi, em momento algum, sintomas específicos de loque americana.
Também não vejo sintomas de loque europeia, criação de giz ou criação ensacada. Reparo agora que nunca fiz uma publicação sobre a loque europeia. Tenho ideia que é uma doença que não tem sido identificada laboratorialmente em Portugal.
Abelhas novas e abelhas a emergir. Não fosse este padrão de criação, aparenta ser uma colónia saudável.
Sua majestade passeando tranquilamente deixando a feromona da pegada.
Pão de abelha recente e com cores vibrantes.
Benditas leiras de nabiças nas proximidades!
Questões: Poderão algumas populações da A. m. iberiensis apresentar a combinação genética e correspondentes comportamentos resistentes ao varroa? Não tenho qualquer dúvida que sim; algures haverá colónias resistentes na nossa sub-espécie nativa. Será o caso desta colónia? Não me parece. Não vejo sinais dos mecanismos que mais comumente conferem resistência. Posso sonhar que o mecanismo encontrado por esta colónia para resistir ao varroa seja de outra natureza? Com certeza que sim; vou sonhar. A natureza encontra sempre um caminho, por vezes caminhos vários. Em fevereiro/março começarei a ter as primeiras respostas.
Desde 2014 que os suplementos alimentares que forneço aos meus enxames são em pasta açucarada, em 99% dos casos. Nos três primeiros anos da minha apicultura, 2009 a 2011, alimentava no final do inverno/início da primavera com xarope líquido. Em 2012 e 2013 meteu-se-me na cabeça que o açúcar era prejudicial às abelhas e deixei de as alimentar. Nesses dois anos vi algumas das minhas colónias morrerem à fome. Mais que o eventual prejuízo de alimentar as minhas abelhas com açúcar, ficou-me claro o prejuízo irrecuperável que adveio da fome que algumas passaram. É caso para dizer que a realidade atropelou as minhas crenças!
Em 2014, e de lá para cá, ficou claríssimo para mim que a minha competência como apicultor se mediria também pela taxa de colmeias mortas, em particular durante a invernagem. De lá para cá, defini esta métrica para mim: considerar-me-ía um apicultor com razoável competência se conseguisse atingir, ano após ano, uma taxa de mortalidade, por fome e/ou varroa, abaixo dos 10% do meu efectivo. E de lá para cá, com muito trabalho, com algum conhecimento à mistura, com um pouco de sorte também, tenho atingido de forma consistente este objectivo. Como não tenho por feitio responsabilizar terceiros pela mortalidade das minhas colónias (farmacêuticas, doenças desconhecidas, os governantes, os insecticidas, as fases da lua,…), procurei melhorar o que dependia de mim. E assim, de 2014 para cá, conta-se pelos dedos de duas mãos o número de colónias que me morreram por fome.
E hoje, dia sem chuva e com algum sol e com uma temperatura mais amigável, pus-me a caminho para mais uma ronda de alimentação.
Algumas colónia já tinham comido o Kg de pasta que lhes coloquei há 4 semanas atrás.
Outras ainda não.
Duas colónias lado a lado, a debaixo tinha consumido tudo e esta mais próxima não.
Como vi as abelhas a trazerem boas cargas de pólen e como a temperatura a rondava os 15ºC, aproveitei para confirmar se havia criação em alguns núcleos. Nos que abri, sim tinham criação. Uma situação um pouco anormal neste território, nesta altura do calendário. A abelha esmagada mostra bem como o levantamento dos quadros nesta altura do ano pode correr muito mal se em lugar de uma abelha for uma rainha.
As colónias aparentavam boa saúde, com excepção de um núcleo (num apiário com 22 núcleos) com um cacho de cerca de 500 abelhas, resultados tardios do PMS, que muito provavelmente irá morrer nas próximas 2 a 3 semanas.
Pão de abelha e pólen recente.
Neste momento para além de as alimentar faço contas também. O meu fornecedor de alimento para as abelhas refere-me um aumento recente de cerca de 30% por kg de alimento. Obviamente não deixarei de alimentar as colónias que necessitarem — neste momento são cerca de 25% das colónias assentes neste apiário. No final do ano apícola (próximo outubro de 2022) aferirei do retorno do investimento.
Ontem, dia de S. Martinho, iniciei mais uma ronda pelos meus apiários.
Com a temperatura em torno dos 16ºC, dei-me ao luxo de abrir as colmeias e inspeccionar algumas colónias no final do tratamento de verão/outono para a varroose. Como da última vez pareceu-me tudo bem! Não vi abelhas com abdómenes pequenos/atrofiados, não vi abelhas com asas deformadas.
E chegou a altura de retirar as tiras, após as 12 semanas passadas.
As colónias estão cheias de abelhas, apesar de as manchas de criação serem reduzidas. Estas são abelhas de vida longa (diutinus). Que bom as rainhas terem reduzido substancialmente a postura! Menos rotação de abelhas, menos abelhas novas a provocarem o envelhecimento precoce das gerações de abelhas mais velhas, menos reprodução da varroa, temperatura mais baixa nos ninhos, logo menos consumo, menos alimento suplementar, menos despesa.
Contudo… algumas colónias mais leves estão a ser suplementadas. Tratar de forma igual desiguais é um erro que procuro o mais possível evitar.
Na envolvente, a folhagem dos castanheiros, ali pelo chão, alguns tiros dos caçadores, um pouco lá ao longe. Mais um verão índio.
O extenuante processo de equalização das reservas permite-me não apenas equalizar as reservas mas também avaliar o estado sanitário das colónias, assim como a população das mesmas. Nos dois apiários que tenho entre 800-900 m de altitude estão muito bem nestes dois aspectos: colmeias populosas como raramente as encontro nesta altura do ano, muito pouca criação em geral, o que é habitual, e assimtomáticas no que respeita à varroose, vírus das asas deformadas e vírus da paralisia aguda.
Vista geral de um dos dois apiários.
Colónia em que coloquei um mestreiro em meados de maio.
Colónia em que introduzi uma rainha virgem em gaiola nos finais de abril.
Colónia em que introduzi mestreiros de reprodução pelo método de enxertia.
Aspecto da dimensão da mancha de criação que vejo habitualmente nestes dois apiários nesta altura do ano.
Rainhas a responderem adequadamente ao meio envolvente, reduzindo substancialmente a postura. Este fenómeno não traz prejuízo nenhum à colónia. Nestas condições as abelhas não precisam de manter a temperatura do ninho nos 35ºC, consomem menos reservas, não envelhecem tão rapidamente e a varroa não se reproduz.
Mas se o pasto é escasso para umas, para outras é abundante e suculento!
Saio deste empreendimento de equalizar as reservas em todas as colónias completamente de rastos, contudo com a alma revigorada e o espírito tranquilo. Neste dois apiários posso dizer que, por agora, está tudo bem! Acredito que as cerca de 50 colónias que me encomendaram para o início de março estarão muito fortes para entregar chegada a altura, serão colónias populosas, saudáveis e com rainhas sobreviventes que provaram bem num dos territórios mais hostis de Portugal, no que se refere aos aspectos abióticos.
10 a 12 kgs de mel são as reservas necessárias e suficientes para as minhas colónias invernarem no território onde as tenho. Nem todos os anos tenho conseguido fazer a equalização das reservas em todas elas. Nesses anos tenho começado a suplementá-las em outubro/novembro com pasta açucarada. Este ano, graças a estes dias ainda quentes, estou a proceder de forma sistemática à equalização das reservas, por forma a que a maior parte das colónias tenham a quantidade de alimento suficiente para passarem o outono e parte do inverno. Só a partir de meados de janeiro planeio iniciar a alimentação com pasta açucarada nestas colónias.
Exemplar de um quadro que retirei de uma colónia com “excesso” de reservas. A bitola que utilizo é retirar quadros com mel em todas as colónias com mais que quatro quadros como este.
A colónia doadora recebeu este quadro que tinha saído de uma colmeia zanganeira. Como se pode ver este quadro foi alvo de pilhagem. As vespas que ajudaram na pilhagem terão também consumido as larvas da traça da cera e seus ovos.
Ao mesmo tempo este procedimento permite-me uma última inspecção aprofundada do ninho, antes de as deixar sossegadas até ao final de janeiro/meados de fevereiro. Notei que as colónias mais fortes têm manchas de criação inabituais para a época.
6 a 8 quadros como o de cima não é habitual neste território nesta altura do ano.
A explicação de tanta criação não está na alimentação estimulante. Como sei? Estas colónias não estavam a ser alimentadas. A explicação está na foto em baixo.
Pão de abelha recém ensilado. O melhor estimulante que as minhas abelhas conhecem.
3 destas colónias com 6 a 8 quadros de criação e 9 a 10 quadros de abelhas passaram à configuração ninho mais sobreninho.
Colónia que vai passar à configuração ninho+ sobreninho.
Colmeia forte a ser preparada para invernar na configuração ninho+sobreninho.
Alguns minutos depois!
Tudo isto num apiário visitado por vespas crabro e velutina. Mais uma prova que cada realidade tem um local, e que cada local conta a sua própria estória! As velutinas mato as que posso, as crabro não. Estas últimas não provocam, até à data, nenhum dano económico assinalável. Comem algumas abelhas, mas comem também borboletas da traça da cera durante a noite. Ocupam um nicho ecológico, que vazio será ocupado por outras vespas, muito provavelmente a velutina. Quando desejar que as minhas abelhas sofram predação zero levá-las-ei para a lua.