10 a 12 kgs de mel são as reservas necessárias e suficientes para as minhas colónias invernarem no território onde as tenho. Nem todos os anos tenho conseguido fazer a equalização das reservas em todas elas. Nesses anos tenho começado a suplementá-las em outubro/novembro com pasta açucarada. Este ano, graças a estes dias ainda quentes, estou a proceder de forma sistemática à equalização das reservas, por forma a que a maior parte das colónias tenham a quantidade de alimento suficiente para passarem o outono e parte do inverno. Só a partir de meados de janeiro planeio iniciar a alimentação com pasta açucarada nestas colónias.
Ao mesmo tempo este procedimento permite-me uma última inspecção aprofundada do ninho, antes de as deixar sossegadas até ao final de janeiro/meados de fevereiro. Notei que as colónias mais fortes têm manchas de criação inabituais para a época.
A explicação de tanta criação não está na alimentação estimulante. Como sei? Estas colónias não estavam a ser alimentadas. A explicação está na foto em baixo.
3 destas colónias com 6 a 8 quadros de criação e 9 a 10 quadros de abelhas passaram à configuração ninho mais sobreninho.
Tudo isto num apiário visitado por vespas crabro e velutina. Mais uma prova que cada realidade tem um local, e que cada local conta a sua própria estória! As velutinas mato as que posso, as crabro não. Estas últimas não provocam, até à data, nenhum dano económico assinalável. Comem algumas abelhas, mas comem também borboletas da traça da cera durante a noite. Ocupam um nicho ecológico, que vazio será ocupado por outras vespas, muito provavelmente a velutina. Quando desejar que as minhas abelhas sofram predação zero levá-las-ei para a lua.
Bom dia Caro Amigo
Não é um comentário , na verdade é um pedido de esclarecimento .
Tanto quanto sei a Velutina ainda não chegou aos Concelhos de Almeida e Sabugal, isto a fazer fé nos gabinetes de proteção Civil e da minha observação das colmeias, vejo alguma Cabro 1 ou 2 se tanto, peço insistência
ao outros Apicultores para estarem atentos. A pergunta que gostaria de lhe fazer é se por conta do Clima e flora ali existente (seco , ventoso e com temperaturas durante o verão na ordem dos 38 a 40 Graus) influenciam a progressão mais lenta da Velutina ?
Abraço
Boa noite, Rui! Tanto quanto sabemos hoje os factores abióticos, como temperatura e humidade relativa, influenciam a expansão e disseminação da velutina. Numa publicação traduzi um excerto de um estudo galego relativamente recente onde se indica: “Altas temperaturas mínimas, orvalho, humidade relativa alta e baixas temperaturas máximas favorecem a ocorrência e disseminação de V. velutina. Essas condições são comuns nas áreas costeiras deste território e promoveram a rápida dispersão desta praga.” (ver mais aqui: https://abelhasabeira.com/expansao-da-vespa-velutina-no-noroeste-da-espanha-influencia-da-altitude-fatores-meteorologicos-e-efeito-da-armadilha-de-isca-em-organismos-vivos-alvo-e-nao-alvo/). Um abraço.