o que faz a qualidade da rainha: o ponto de vista de Randy Oliver

Recentemente foi iniciada no fórum apícola Bee-L uma conversa sobre a qualidade das rainhas, quando um apicultor interveniente trouxe para a mesa os resultados obtidos por Tarpy, já apresentados neste blog em 2020 nesta publicação. Os resultados publicados por Tarpy estão sintetizados nestas duas afirmações: “Observámos que os padrões de criação de rainhas originárias de colónias com padrão de postura fraco melhoraram significativamente após a colocação em colónias com padrão de postura bom após 21 dias, sugerindo outros fatores que não a rainha contribuíram para a alteração do padrão de postura. Nosso estudo desafia a noção de que o padrão de postura é suficiente para julgar a qualidade da rainha.” Ontem, no Bee-L, Randy Oliver fez uma publicação que traduzo em baixo e que, como habitualmente, é uma excelente sinopse do seu pensamento acerca do que faz a qualidade das rainhas.

“Se você montar um apiário com vários núcleos idênticos, todos contendo
rainhas irmãs e, em seguida, acompanhar o desempenho destas colónias à medida que vão crescendo (ou não), você normalmente verá que alguns terão um desempenho melhor do que outros. Um histograma de seus desempenhos normalmente mostrará um curva “normal” em forma de sino. O quanto das diferenças no desempenho foi devido às suas rainhas, não sei.

Muitos de nós notamos que uma colónia atrasada pode repentinamente “virar” e sem mudar sua rainha tornar-se uma grande colónia. Então, obviamente, nem sempre podemos culpar a rainha.

Para colocar a importância da rainha em perspectiva, tenha em mente
que a rainha desempenha vários papéis na fábrica chamada colónia de abelhas.

Papel 1: Ela é a mãe da equipe de filhas descendentes de inúmeras linhas paternas que compõem a força de trabalho. Toda rainha, mesmo filha de mesma mãe, e acasalada no mesmo território, em virtude de sua genética individual, junta com a genética muito diversa de suas filhas por ter acasalado com diferentes zângãos [dados recentes apontam acasalamentos com até 50 zângãos], produz uma equipe de trabalhadores geneticamente variada. E tantos de nós observamos, dependendo da aleatoriedade com que os espermatozoides são misturados sua espermateca* e utilizados ao acaso na fertilização dos óvulos, a mesmo a colónia muito gentil pode de repente mudar para uma colónia hiper-defensiva. A lição a tirar — a genética da equipa das trabalhadoras não é uma “constante”, e a genética de suas filhas abelhas pode mudar subitamente (sem contar que uma parte substancial da força de trabalho de qualquer colónia num apiário lotado pode se feita de abelhas que derivam de outras colmeias).

Papel 2: Ela pode transmitir viriões** ou outros patógenos através de seus ovos. Mas ela também pode transmitir algum grau de herança imunitária transgeracional para seu filhos. Patógenos e morbidade causada por patógenos (doença) vêm e vão em qualquer colónia. O desempenho e a recuperação da colónia pode estar mais associado aos patógenos com os quais a colónia está lutando atualmente, e pouco a haver diretamente com a rainha.

Papel 3: Ela é o coração e a alma feromonal de uma colónia, suprimindo o
desenvolvimento dos ovários de suas filhas, e produzindo uma série de feromonas que são tomados como sinais pela força de trabalho. Suas feromonas afetam a coesão e o moral da colónia, o que pode influenciar o desempenho geral.

Papel 4: Mais importante ainda, a rainha funciona como o ovário da colónia.
Ela atua como a máquina de produção de ovos para a fábrica que chamamos de
“colónia.” E isso não é necessariamente uma função de sua aparência, de como ela “parece” – muitos de nós observamos que uma colónia surpreendente pode ser liderada por uma rainha de aparência esquelética, ou uma colónia fraca pode ser liderada por uma rainha digna de aparecer na capa de uma revista de abelhas.

Meu ponto é que são as abelhas-ama que condicionam o desempenho da rainha. Sua capacidade de colocar todo o seu potencial depende quão bem as abelhas -ama a alimentam hora a hora (já que uma rainha em plena produção — postura de 1-2 ovos por minuto, 24 horas por dia — pode colocar o equivalente ao seu peso corporal em ovos num dia). Sabendo que o estado nutricional das amas é totalmente dependente da quantidade e qualidade do pólen e néctar que chegam, que por sua vez é um função do sucesso das operárias forrageiras, o “campo” é um determinante crítico a considerar na avaliação de uma rainha.

Uma rainha bem desenvolvida tem o potencial de preencher cerca de 10 quadros com criação, mas raramente vemos uma colónia ter suficientes alvéolos vazios para ela fazer isso, ou em que as amas decidem permitir que ela ponha ovos em todos os quadros do ninho, e não canibalizem ovos ou larvas quando percebem que as pistas ambientais são desfavoráveis .

A substituição ou não de uma rainha avaliada com baixo desempenho depende do apicultor. Substituo rainhas mais velhas antes de serem substituídas quando não há zângãos por perto, ou aquelas cujas colónias não estão à altura. Se, por outro lado, as abelhas sentem que ela não está à altura do trabalho, elas a substituirão rapidamente. Eu não removo as células substituição e deixo para suas filhas decidir o que querem.”

Por estas e por outras gosto tanto do que o Randy escreve. Vemos e interpretamos de forma semelhante o que se passa com as nossa abelhas. Sem marketing falacioso, sem romantismo desajustado, sem antropomorfismo enviesante, sem simplismo simplório e empobrecedor. Enquanto assim for, e acredito que seja, continuarei a ser um dos seus aprendizes.

Em baixo repito as fotos e o que escrevi em junho de 2020.

Núcleo que em 24.03 não apresentava postura e que em 02.04 classifico a rainha como fraca de acordo com o padrão de postura que observo. Nestas situações costumo dar mais 15 a 20 dias para ver se o padrão de postura da rainha evolui e me faz alterar a ideia que se trata de uma rainha a eliminar. E muitas das vezes altero! Este foi mais um desses casos.
De lá para cá este núcleo já doou vários quadros com criação e hoje voltou a fazê-lo, este quadro que vemos na foto. O que provocou a reviravolta na qualidade da postura? Há muito me convenci que são as abelhas, isto é, a qualidade e a quantidade de abelhas que compõem a colónia, que fazem, na grande maioria dos casos que observo nos meus apiários, a qualidade das rainhas.

* logo após o acasalamento os espermatozoides são armazenados em lotes de acordo com a sequência dos acasalamentos ocorridos, isto é, o primeiro lote de espermatozoides é do primeiro zângão com qua a rainha acasalou, o segundo lote é do segundo zângão, o terceiro lote é do terceiro zângão, … E assim ficam armazenados, em lotes, durante algumas semanas. Passadas essas semanas os epermatozoides dos diversos lotes são misturados de forma aleatória na espermateca. Por exemplo, em 1000 ovos colocados uns a seguir aos outros pela rainha durante um dia, as abelhas que daí emergirão provavelmente terão pais diferentes. No caso do translarve como facilmente se depreende, as larvas transferidas pelo apicultor, mesmo as escolhidas no mesmo quadro, têm uma forte probabilidade de serem geneticamente bastante diferentes entre si.

** partícula viral completa, ou seja, infecciosa.

a introdução de rainhas de translarve: alguns detalhes

Na minha apicultura não recorro apenas a rainhas de emergência, muito longe disso. Utilizo variadas vezes rainhas criadas por translarve para iniciar novas colónias. Por exemplo, o ano passado utilizei 146 rainhas criadas por translarve.

Gosto da minha apicultura assim, uma apicultura com diversas opções no cinturão, opções que procuro utilizar de forma selectiva e pertinente de acordo com as condições de partida, condições estas determinadas sobremaneira pela imbrincagem entre a evolução mais lenta ou mais rápida das colónias, a maior ou menor disponibilidade para acompanhar de perto essa evolução, os equipamentos que tenho ou não disponíveis para fazer esse acompanhamento, e tudo isto temperado e envolto pela meteorologia que ora ajuda ora é um empecilho.

Conhecer os limites e utilizar as virtudes existentes tanto numa como noutra opção, rainhas de emergência ou rainhas de translarve, qualifica-me na minha profissão. Esta publicação aborda alguns detalhes em torno dos procedimentos a que dou preferência quando introduzo rainhas virgens.

Como referi nesta publicação, anteontem, a 19 de abril, preparei 5 colónias, confinando a rainha no ninho, deixando-as preparadas para serem desdobradas pela técnica Doolittle. Ontem entro no apiário com 10 rainhas virgens nos bolsos e 1o caixas-núcleo e pus mãos à obra. Deixo o foto-filme.

Comecei por colocar 2 núcleos junto de cada uma das cinco colónias a serem desdobradas.
Fui abrindo estas colónias para retirar estes quadros para os núcleos.
Fui retirando um ou dois quadros desta colónia, dois de outra, e um ou dois de outra ainda, até encher os núcleos com 5 quadros com abelhas provenientes de pelo menos três colónias distintas.
Depois de todos os 10 núcleos estarem preenchidos e no local, foi altura de os deixar repousar e ir ver as minhas pobres rainhas de emergência. E passados cerca de 10-15 minutos foi altura de iniciar a introdução destas ricas rainhas de translarve.
Estas rainhas vão ficar confinadas à gaiola cerca de 2 a 3 dias, a libertarem as suas sedutoras feromonas reais, para que as abelhas que lhe couberam em sorte as aceitem mais facilmente quando finalmente forem libertadas da sua gaiola.
Os núcleos foram estrategicamente colocados nas extremidade dos assentos e com o alvado virado no sentido contrário ao das colónias de produção, que ainda lá não estavam porque só hoje as coloquei no espaço entre os núcleos. Com estes cuidados pretendo diminuir o mais possível a deriva das rainhas no regresso do(s) seu(s) voo(s) de fecundação.

Para estas 10 rainhas foi assim. Para as outras 9 que introduzi ontem segui outro percurso, porque as condições de partida foram diferentes.

Ontem, as colónias doadoras submetidas à técnica ficaram com o sobreninho vazio.

Aspecto de um sobreninho ontem no final da generosa doação.

Hoje, entre várias outras tarefas, voltei a estas colónias para lhes terminar este vazio.

Todos estes sobreninhos foram fornecidos de quadros com cera clara puxada. A excluidora mantém-se para evitar o desastre que seria deixar as rainhas subirem ao sobreninho, aí assentarem acampamento, abandonarem o ninho às abelhas, que depressa o encheriam de pão de abelha em quantidades absurdas.

Hoje, a terminar o dia, foi altura de dizer adeus a várias colónias, que foram apanhar os ares de Lamego.

Uma das colónias que ganhou um novo dono.

pobres rainhas de emergência: à frente dos meus olhos

Quem me lê assiduamente já conhece a minha posição sobre as rainhas de emergência: criadas num ambiente com muitas abelhas e boas fontes de nutrição nada ficam a dever a rainhas de translarve.

Hoje decidi fotografar alguns detalhes numa das minhas colónias que ilustram alguns aspectos do processo de criação de rainhas de emergência, e que aparentam refutar a tese de que as rainhas de emergência são de qualidade inferior porque provêem de larvas demasiado velhas e deficientemente nutridas. A linha do tempo dos acontecimentos descrevo-a agora e as fotos ilustram os aspectos que me importa realçar.

No passado dia 2 de abril decidi orfanar algumas colónias como descrevi aqui.

Ontem, numa destas colónias vi duas rainhas virgens em vigorosas correrias sobre os quadros. Desde o dia da sua orfanação e até ao dia de ontem esta colónia não tinha sido inspeccionada. E até ao dia de hoje não foi sujeita a qualquer tipo de maneio. É inquestionável que o último ovo fertilizado foi posto no dia 2 de abril. E hoje, para satisfazer uma curiosidade, voltei a abrir esta colónia. A razão esteve no facto de ontem ter visto 4 mestreiros fechados. Como sabemos a literatura é consensual acerca do período de tempo médio que medeia desde o primeiro dia do ovo e a emergência da rainha: 16 dias.

Como já haviam passado 19 dias desde que o último ovo foi posto fiz questão de, com ajuda de um x-acto, abrir cuidadosamente os 4 mestreiros para verificar o seu conteúdo à frente dos meus olhos. Um deles estava vazio, num outro estava uma rainha atrofiada e morta. Nos outros dois, depois da pequena incisão que fiz na ponta dos mestreiros, emergiram duas rainhas vigorosas e com muito bom aspecto.

Um dos dois mestreiros do qual ajudei a emergir uma rainha viva e com muito bom aspecto. Este mestreiro foi criado numa condição de emergência.
Fiz uma pequena incisão para confirmar a presença de uma rainha viva. Entre a incisão, pegar no telemóvel e tirar a foto já a rainha andava em correria pela quadro…
… e focá-la melhor foi impossível.
O segundo mestreiro de onde ajudei a emergir uma rainha viva e com muito bom aspecto. Neste consegui fotografar a rainha prestes a sair do mestreiro. Também este mestreiro foi criado numa condição de emergência.

Com esta publicação reconfirmo o seguinte:

  • uma vez mais a primeira rainha a nascer não eliminou as irmãs ainda nos mestreiros — lembro que ontem vi duas rainhas virgens nesta mesma colónia (ver aqui);
  • aparentemente alguns mestreiros são defendidos e protegidos pelas abelhas das investidas das rainhas já emergidas;
  • as rainhas criadas numa condição de emergência não são necessariamente criadas a partir de larvas demasiado velhas — ver estudo aqui;
  • neste caso, que descrevi e ilustrei, o mais provável é que estas duas rainhas tenham tido origem em larvas que à data da orfanação ainda eram ovos;
  • sendo assim, acredito que desde o primeiro minuto estas larvas tiverem acesso à melhor alimentação que as abelhas podem dar a uma futura rainha;
  • aparentemente a emergência das rainhas não é um processo automático e independente da vontade e acção das abelhas;
  • parece que abelhas conseguem atrasar a emergência de rainhas por horas ou até por dias.
Isto tudo com as moitas de rosmaninho com as suas habituais inflorescências nesta época do ano.

dos 900m aos 600m: a mescla de técnicas para atingir objectivos vários

Ontem, após 150 km feitos e 100 € deixados na bomba de combustível, entrei no apiário a 900 m de altitude com três objectivos principais: (i) identificar colónias com boa população e rainha com bom padrão de postura para entregar a um cliente; (ii) identificar e preparar colónias para uma pequena transumância de 10 Km, descendo dos 900m para uma altitude de 600m onde um significativo fluxo de néctar se iniciou nos últimos dias; (iii) palmerizar alguns núcleos.

Uma das tarefas de ontem: palmerizar núcleos muito/excessivamente povoados, antes de os transferir para colmeia nos próximos dias.

Hoje, num dos apiários de 600m e depois de colocadas nos assentos as colónias transumadas, apliquei uma mescla de técnicas para atingir diversos objectivos: (i) prevenir a enxameação; (ii) controlar a enxameação; (iii) preparar núcleos para introduzir rainhas virgens em gaiola. Para optimizar da melhor forma o material que tinha disponível, caixas-núcleo e excluidoras de rainhas, e o tempo de que dispunha, tive de utilizar alguma capacidade inventiva e sair da minha zona de conforto.

Uma das colónias muito povoada onde decidi confinar a rainha ao ninho com recurso a excluidora de rainhas e submetê-la parcialmente à “cura radical da enxameação”. Uma mescla de técnicas com resultados a avaliar em inspecções futuras.

No segundo apiário a 600m de altitude, os objectivos eram sobretudo dois: (i) espreitar algumas colónias orfanadas faz hoje 17 dias; (ii) preparar 5 colónias para serem desdobradas pela técnica Doolittle.

Neste pedaço de quadro andam pelo menos duas rainhas virgens.
A cronologia dos principais eventos desta colónia. Não manipulei esta colónia desde a sua orfanação para verificar a minha tese: ainda que não tendo ocorrido a enxameação primária esta colónia irá formar enxames secundários/garfos — espero enganar-me!
Colónia muito povoada, com ninho e sobreninho desde 17 de março.
Quadro onde andava a rainha. Colocado no ninho, separei o ninho do sobreninho com grade excluidora.
A cronologia dos principais eventos desta colónia. Sempre que possível, só depois de um período de uma a duas semanas após a verificação de postura no sobreninho (05-04) tenho por hábito confinar a rainha no ninho por meio de exluidora (19-04). Os quadros que coloco/deixo no ninho devem ter pelo menos cerca de 80% da sua área desbloqueada de pólen e/ou néctar.
Este quadro em cima, como não cumpre os critérios foi retirado do ninho e colocado no sobreninho, sobre a grelha excluidora.
Primeiros sinais de armazenamento do excesso de néctar.

notas sobre a resistência a acaricidas: o caso dos piretroides

Nesta publicação faço referência à provável reversão dos mecanismos de resistência ao taufluvalianto nas minhas colónias. No decurso da mesma decidi pesquisar mais focadamente literatura acerca da resistência a piretroides, a família de sintéticos onde se inclui o taufluvalinato, veiculado pelas conhecidas tiras com a marca Apistan.

Aspectos gerais sobre o fenómeno de resistência a pesticidas

Como definem os especialistas da área um fenómeno de resistência a um determinado pesticida? A resistência a pesticidas é um fenómeno pelo qual os organismos podem sobreviver a doses ou concentrações mais altas de uma substância tóxica que anteriormente resultava em altos níveis de mortalidade. A resistência a muitas classes e tipos de pesticidas ocorre em muitas espécies de artrópodes. A resistência pode desenvolver-se muito rapidamente, ocorrer numa ampla área geográfica, evoluir em instâncias múltiplas e independentes, e os níveis de resistência podem ser extremamente altos. Os principais mecanismos de resistência incluem desintoxicação melhorada, insensibilidade no local-alvo do tóxico e penetração cuticular reduzida (ver esquema em baixo).

Os três principais mecanismos de resistência aos piretróides e seu local de ação geral.

O caso da resistência ao taufluvalinato e flumetrina

A capacidade de desenvolver resistência a uma ampla gama de pesticidas é um fenómeno generalizado entre os ácaros, por isso era quase inevitável que a varroa se tornasse resistente aos acaricidas comumente usados, como os piretroides, taufluvalinato (Apistan®) e flumetrina ( Bayvarol®). Estudos descobriram que, comparando a concentração de um composto que causa 50% de mortalidade na população de ácaros de teste (CL50), os ácaros resistentes aumentaram os valores de CL50 de 2 vezes em Israel, 11 vezes no Reino Unido e de 36 a 440 vezes em Itália.

Propagação de ácaros resistentes na Europa
Os ácaros resistentes aos piretroides foram detectados pela primeira vez na região de Lombardia, no noroeste da Itália, por volta de 1991. […] Os ácaros resistentes espalharam-se rapidamente através do movimento das abelhas para as regiões vizinhas do sul da Suíça, Eslovénia e sul da França. A partir daí, continuou a sua propagação por toda a Europa seguindo as rotas comerciais estabelecidas em França, finalmente chegando à Alemanha em 1997, através da via possível do movimento de abelhas da Itália em 1998 e Reino Unido em agosto de 2001. No Reino Unido, o primeiro surto descoberto limitou-se a apenas 25 apiários mas em Junho de 2004 já tinha alastrado a cerca de 140 apiários, alguns dos quais estão a muitas centenas de quilómetros da fonte original. O padrão de propagação de ácaros resistentes em toda a Europa continental e no Reino Unido foi muito semelhante ao padrão de propagação exibido pelos ácaros varroa “originais”. Esta é uma propagação local lenta por abelhas que derivam que transferem ácaros entre colónias, com saltos irregulares de longa distância causados por apicultores que efectuam transumância de colónias infestadas com ácaros resistentes. […] No entanto, nos casos em que nenhum movimento óbvio de abelhas é conhecido, muitas vezes assume-se que a resistência surgiu de forma independente.

Propagação de ácaros resistentes fora da Europa
Em 1997, ácaros resistentes a piretróides foram detectados nos EUA. Embora os primeiros relatos de resistência fossem do Dakota do Sul, foi rapidamente estabelecido que estava relacionado com colónias e abelhas vindas da Flórida, onde os testes confirmaram que ácaros resistentes a piretroides também estavam presentes. Aliás, a Flórida também foi o local onde os ácaros varroa originais entraram os EUA em 1987. A Flórida é um importante centro de criação e distribuição de abelhas por via dos pacotes de abelhas enviados para todos os EUA. Este comércio ajudou na disseminação a longa distância tanto da varroa original quanto agora de suas irmãs resistentes a piretroides. Em apenas sete anos, os ácaros resistentes espalharam-se por todo o país nos EUA, com quase todos os estados relatando problemas devido a ácaros resistentes. Como a varroa foi originalmente introduzida na Flórida permanece um enigma, mas permanece a possibilidade de que os ácaros resistentes a piretróides tenham usado a mesma rota ou uma rota semelhante. Fora dos EUA e da Europa, ácaros resistentes a piretroides também foram relatados em Israel e Argentina.

Mecanismos de resistência aos piretróides em ácaros varroa
Os três principais mecanismos não comportamentais pelos quais os animais se tornaram resistentes a uma ampla gama de pesticidas (esquema em cima) são modificar a dose reduzindo a sua penetração, melhorando sua desintoxicação por enzimas (resistência metabólica) ou alterando a forma do próprio local-alvo, ou seja, o canal de sódio, tornando-se menos sensível ao pesticida.

Atualmente não existe confirmação se populações de ácaros resistentes são capazes de reduzir ou impedir a penetração de piretroides por alterações nas propriedades físicas da cutícula. Na Europa e em Israel, a resistência à varroa pode ser parcialmente explicada pela resistência metabólica, pois há uma maior desintoxicação (quebra) de piretroides por meio de enzimas, em particular monooxigenases, e possivelmente por um pequeno aumento na atividade da esterase. No entanto, dados dos EUA indicaram que essas vias metabólicas não surgiam na sua população de ácaros resistentes.

Nos EUA, a resistência aos piretroides (fluvalinato) na varroa foi associada a quatro novas mutações pontuais no gene do canal de sódio. Sabe-se que mutações pontuais semelhantes num gene do canal de sódio associada ao transporte de iões sódio, reduz a sensibilidade das células aos piretroides. Estas mutações do gene do canal de sódio encontradas na população de ácaros dos EUA necessitam investigação na população europeia de ácaros resistentes. Isto porque se diferentes mecanismos de resistência fossem evidenciados nas populações de ácaros da Europa e dos EUA, esta seria a melhor evidência para o aparecimento de duas estirpes independentes de ácaros resistentes.

Custo da resistência
Muitas vezes, a resistência em populações de artrópodes pode ser cara, por exemplo pela superexpressão de certas enzimas de desintoxicação. Isto, na ausência do pesticida, leva à redução da aptidão dos indivíduos resistentes devido à menor capacidade reprodutiva. Foi sugerido que a varroa resistente a piretroides tem uma aptidão menor em comparação com ácaros suscetíveis, mas nenhum dado foi apresentado. No entanto, um estudo detalhado da capacidade reprodutiva de populações de ácaros resistentes e suscetíveis nos EUA não revelou diferenças entre as duas populações.

Em Itália nenhuma desvantagem ou apenas uma pequena redução na aptidão associado à resistência ao fluvalinato foi encontrado em varroas, o que é consistente com observações em insetos quando a resistência é devido a monooxigenases. Além disso, se o mecanismo de resistência é devido a mutações pontuais, a carga metabólica em ácaros resistentes pode novamente ser muito pequena e, portanto, não seriam esperadas diferenças na reprodução dos ácaros.

Conclusão
Todas as evidências atuais (ou seja, não temos nenhuma evidência em contrário) sugerem que a resistência dos ácaros aos piretroides surgiu apenas uma ou duas vezes e que a principal causa da rápida disseminação de ácaros resistentes é o movimento de colónias de abelhas feito pelos apicultores. Enquanto a seleção positiva ocorre apenas como consequência do uso de um acaricida (removendo os ácaros não resistentes da população, permitindo que os ácaros resistentes se desenvolvam), as mutações que dão origem à resistência ocorrem independentemente da exposição, pois são eventos casuais. Não há evidências de que o mau uso dos tratamentos selecione mais rapidamente os ácaros resistentes do que os tratamentos aplicados corretamente. Portanto, a ocorrência de ácaros resistentes não está associada ao uso indevido de tratamentos como muitas vezes tem sido alegado, pois o mesmo resultado final ocorrerá independentemente de o tratamento ter sido utilizado corretamente ou não.”

fonte: “Acaricide (pyrethroid) resistance in Varroa destructor”, Stephen J Martin (2015).

Nota: as conclusões retiradas, em especial as duas últimas afirmações produzidas pelo autor do artigo, não são consensuais na comunidade científica, na comunidade dos apicultores e mesmo entre os fabricantes de acaricidas, como sabemos. Neste documento — https://www.ema.europa.eu/en/documents/scientific-guideline/reflection-paper-resistance-ectoparasites_en.pdf — uma publicação de revisão sobre este assunto publicado pela EMA (European Medicines Agency), fica evidente como este é um assunto complexo e cuja solução está a ser abordada com recurso e avaliação de estratégias múltiplas.

criação de abelhas resistentes: os progressos difíceis e lentos de Randy Oliver

Ontem o Randy publicava no Bee-L este testemunho, acerca dos progressos difíceis e lentos no seu programa de selecção de abelhas resistentes ao ácaro varroa.

Randy avaliando a eficácia de várias soluções para lavagem de ácaros.

Eu tenho criado rainhas seleccionadas há muitos anos. A selecção da cor, mansidão ou resistência à loque americana foi fácil. Idem para a resistência aos ácaros da traqueia, além de não ver mais colapsos devido a Nosema ceranae.

A selecção para a resistência à varroa provou ser muito mais difícil, apesar de estarmos e executar um programa sério de reprodução seletiva em que controlamos a vasta maioria dos acasalamentos.

Após cinco anos substituindo cada uma das rainhas de nossas 1500 colónias
anualmente e exclusivamente com filhas de rainhas totalmente resistentes aos ácaros, até agora apenas 15-20% de nossas colónias exibem forte
resistência à varroa.

Temos um programa de “população reprodutora”, inundando nossas zonas de acasalamento com nossos próprios zângãos quando as nossas colónias retornam repletas de cria de zângão a seguir à polinização das amendoeiras. Cada zângão é um neto de uma rainha selecionada.

Passei centenas de horas nos últimos meses executando uma enorme número de cálculos para descobrir a genética envolvida para corresponder ao nosso progresso real. Eu executei simulações com alelos únicos, alelos duplos, alelos dominantes ou recessivos, epistáticos dominantes ou efeitos recessivos, etc. Mas cada simulação sugere que mesmo se o traço vem originalmente de um zângão raro, ao reproduzir-se apenas com filhas de mães cujas colónias demonstram total resistência, deveríamos ver um progresso mais rápido [nota: as leis de Mendel só raramente têm expressão no mundo real, no mundo das abelhas também assim é] .

É frustrante não entender a genética na base do comportamento resistente, mas é encorajador ter alcançado mais de 150 colónias (de 1000 levadas para as amendoeiras) nesta temporada que não requerem um único tratamento de ácaros durante um ano inteiro. Todas as nossas 30 rainhas matriarcas este ano tiveram contagens por lavagem de ácaros de zero ou 1 após um ano sem tratamentos.

Não investiguei todos os mecanismos reais usados ​​para resistência, mas o
comportamento de desoperculação-reoperculação (REC) é
predominante.

As mensagens para levar para casa são:

  1. Pode haver colónias (não rainhas) que são à prova de bala para
    varroa, fortes, dóceis e produtivas.
  2. Não é fácil fixar essa característica numa população reprodutora inteira,
    mesmo com a seleção meticulosa e extrema dos reprodutoress em cada estação.

Este verão eu pretendo tentar acasalamentos por endogamia em populações absolutamente isoladas em alguns locais de alta altitude que não têm nenhum outro enxame selvagem ou colónias de abelhas maneadas ou zângãos presentes.

Randy Oliver
Grass Valley, CA
530 277 4450
ScientificBeekeeping.com

Saiu recentemente um estudo sobre uma linha de abelhas resistente (a Pol-line). Nestas colónias, com um tratamento anual à base de amitraz em setembro, no mês de fevereiro do ano seguinte cerca de 40% das colónias estavam mortas . Com um regime de dois tratamentos baseados no amitraz, um em setembro e outro em dezembro, estavam mortas 27% das colónias no mês de fevereiro do ano seguinte. Ainda que estas linhas de abelhas resistentes tenham revelado uma mortalidade significativamente menor que as linhas não resistentes, acho que os resultados continuam a ser muito insatisfatórios, considerando que nos meus apiários desde há 8 anos que não assisto a uma mortalidade por varroa acima dos 10%, e na grande maioria destes a mortalidade tem estado abaixo dos 2% — este ano a mortalidade por varroose foi de de 1,2 %.

fonte do estudo: https://www.nature.com/articles/s41598-022-08643-w

estudo mencionado num artigo de divulgação científica com qualidade duvidosa: https://phys.org/news/2022-04-sustainably-honey-bees-varroa-mite.html?fbclid=IwAR3M-2JHyCF0ma6cfZtAoxPZUa6ndQHaSd_RdkaqZZfo2u1tj6EOIhxcsgY

apistan: avaliação da sua eficácia

Na altura em que perfaz 8 semanas sobre o início do primeiro tratamento da temporada, chega a altura de ir retirando as tiras de Apistan, o medicamento que escolhi para esta época do ano.

Altura de retirar do ninho as tiras de Apistan…
… e colocar as primeiras meias alças.

Passados 7 ou 8 anos desde a última vez que utilizei este medicamento o optimismo relativamente à sua eficácia era elevado. Este longo período em que o não utilizei é, em principio, suficiente para reverter alguma resistência que tenha surgido ao princípio activo.

E o meu optimismo foi confirmado. Em cerca de 170 colónias não encontrei sintomas de varroose. Alguns testes na criação de zângãos confirmam o observado nas muitas inspecções realizadas ao longo destes dois meses. Em baixo deixo fotos de um destes testes realizado recentemente.

Quadro de criação intensiva de zângãos.
As tiras e a sua eficácia.
Esta foto foi tirada acidentalmente… e achei-lhe graça.

o trabalho num apiário e a sua dimensão investigatória

Há cerca de um ano atrás fiz esta publicação que intitulei “o trabalho num apiário e a sua dimensão lúdica”. Ontem, no mesmo apiário, o meu trabalho teve uma orientação predominantemente investigatória — não deixando de ter a dimensão lúdica.

Dado que o trabalho previsto para um dos meus apiários a 900m foi adiado para o dia seguinte considerando as baixas temperaturas, voltei ao apiário onde no passado sábado utilizei uma solução de antecipação para prevenir e para controlar a enxameação em seis colónias como relatei aqui. Nesse sábado, das seis colónias orfanadas, uma apresentava mestreiros de enxameação. As outras cinco tinham 8 ou mais quadros com criação e não lhes vi mestreiros de enxameação.

Tendo este pequeno grupo de seis colónias orfanadas aproveitei para iniciar um teste muito informal sem cariz científico — sei o suficiente das exigências método científico para o reconhecer —, e me permitirá confirmar a título meramente indicativo e pessoal se algumas das minhas crenças e cepticismos têm ou não algum chão para se sustentarem. Entre outras:

  • uma colónia orfanada, desde que com muitas abelhas jovens e bem nutrida, tem todas as condições para criar rainhas de emergência com grande qualidade;
  • com boas condições iniciais, muitas abelhas e nutrição suficiente, os mestreiros de emergência são seleccionados pelas abelhas, isto é, aqueles iniciados com larvas mais velhas acabam por ser eliminados pelas abelhas (ver aqui);
  • uma colónia, ainda que artificialmente orfanada, se tiver muitas abelhas pode ainda assim enxamear com uma ou mais das rainhas virgens que emergirem;
  • uma colónia orfanada, com uma grande população e que crie várias rainhas virgens pode tardar em ficar resolvida, até ter uma só rainha fecundada e em postura;
  • uma colónia orfanada, com uma grande população, numa época de fluxo de néctar pode ficar parcialmente bloqueada no ninho no período que medeia a orfandade e o momento em que consegue que uma rainha inicie a postura.

Para testar informalmente estes aspectos decidi fazer o quer relato e ilustro em baixo. A questão do bloqueio não me interessa testar porque tem uma solução expedita e simples.

Caso de uma das colónias orfanadas, excepcionalmente povoada.
Decidi dividi-la por dois núcleos que ficaram a partilhar o local original…
… com as abelhas a encherem as duas caixas. Cada um deles tem as condições que considero necessárias, muitas abelhas, para criar excelentes rainhas de emergência.
Neste outro caso dividi esta colónia verticalmente com recurso ao velhinho tabuleiro divisor. Deixei mestreiros nas duas caixas, a de cima como ficou com a entrado orientada para o lado oposto ao da entrada original irá ficar muito menos povoada que a caixa inferior. Os mestreiros que ficaram nas duas caixas já estavam fechados. Viso verificar em qual deles se iniciárá primeiro a postura, se será no de cima que tem menos população como é minha hipótese.
Nesta colónia fiz a minha selecção de mestreiros. Esta selecção terá algum impacto na qualidade das rainhas? A minha hipótese é que pouco ou nada adianta esta selecção pelo apicultor. As abelhas quando em bom número criam as condições para construírem mestreiros de qualidade assim como seleccionarão os melhores. Ver um aspecto particular desta hipótese na foto em baixo.
Na minha opinião, uma condição inicial para que os mestreiros de emergência sejam de qualidade é serem construídos o mais possível na vertical. Esta condição permite que a larva se alimente facilmente da geleia real logo por cima no topo do mestreiro. O que tenho visto recorrentemente é que uma colónia órfã bem povoada rebaixa a cera no local de construção de alguns dos mestreiros por forma a permitir essa verticalidade.
Nesta colónia assim como numa outra não fiz qualquer manipulação. Assim seguirão sem qualquer manipulação até terem passado cerca e 30-35 dias. Irão criar rainhas de qualidade? Irão enxamear com as rainhas virgens que nascerão? Lançarão garfos sucessivos e a sua população ficará muito reduzida? Esta é a minha maior dúvida, tenho algum receio que sim, que lancem garfos. Assim acontece nos processos naturais de enxameação, a seguir ao enxame primário seguem-se os enxames secundários. Neste caso, o enxame primário foi artificialmente provocado com a orfanação e os mestreiros são de emergência, não de de enxameação. Estou muito curioso para verificar se estes enxames orfanados artificialmente irão mimetizar o processo de enxameação natural e lançar garfos.

sobre o ritmo de crescimento das colónias: uma realidade reconfirmada

Nesta época, no meu território, em condições regulares, as minhas colónias com 5 quadros de abelhas crescem a um ritmo de um a dois quadros por semana — reconfirmo uma vez mais o que li descrito pelo enorme apicultor Randy Oliver, como referi nesta publicação, publicação que foi um marco pessoal, quando há 5 anos atrás me permiti sumariar, estruturar e tornar inteligível num texto feliz um conjunto de observações que tinha vindo a fazer nos anos anteriores).

No passado dia 19 de março, nesta publicação, descrevi a transferência de alguns enxames para caixas-colmeia (modelo Langstroth).

O enxame no núcleo e a caixa-colmeia para onde foi transferido.
Como escrevi na publicação original “Devido às temperaturas relativamente baixas previstas para os próximos dias não me atrevi a desfazer este bloco denso intercalando quadros vazios.

Passados 16 dias e sem qualquer outro maneio neste intervalo de tempo, anteontem, dia 3 de abril, os enxames tinham passado dos iniciais 5 quadros com abelhas para os 9 quadros com abelhas e 7 quadros com criação. Deixo em baixo as fotos de uma destas colónias.

Anotação da data de transferência.
Os quadros levantados indicam a periferia da zona de criação: 7 quadros com criação.
Padrão de postura da rainha desta colónia, representativa da realidade da grande maioria das minhas colónias.
Como os adolescentes, estas colónias precisam de muito alimento para medrarem bem.

Nota: São enxames como estes que tenho a coragem de vender aos meus clientes. Nem menos nem mais, simplesmente e transparentemente como estes.

cura radical da enxameação: o ensaio

Em território de urgueiras, que começam a expressar-se também no interior das minhas colmeias por via do magnífico cheiro do seu néctar que começou a ser armazenado nos ninhos, dei início a uma nova etapa no meu maneio. Utilizei pela primeira vez esta técnica: cura radical da enxameação.

Em duas colónias encontrei sinais inequívocos de preparação de uma das últimas etapas do processo de enxameação: o surgimento de mestreiros de enxameação.

Um dos vários quadros com mestreiros de enxameação.
Confirmei a presença da rainha em cada uma destas duas colónias.

Apliquei a técnica como prescrito pelo seu autor com recurso a um garfo de desopercular, tipo “rasca la cria”.

Apliquei esta técnica como “último recurso”, uma vez que já tinha doado os quadros com criação às poucas colónias um pouco mais atrasadas do apiário e, aqui chegado, ou criava duas novas colónias, ou aplicava a técnica Demaree, ou avançava para esta cura radical. Nenhuma das duas primeiras me são oportunas por constrangimentos que nada têm a ver com a apicultura. A eficácia desta solução será avaliada na próxima visita e caso se confirmem as garantias que o autor deu há mais de 100 anos, esta passará a ser uma técnica a juntar-se a outras que utilizo nesta época de prevenção e de controlo da enxameação. Esta não será privilegiada em relação a outras e muito menos as excluirá. Haverá um tempo e um momento próprio para cada uma delas.