É da natureza das rainhas emergirem do seu casulo 16 dias, mais doze horas para trás mais doze horas para a frente, após a data da postura do ovo que lhes deu origem. É consensual. Para a maioria dos casos assim será, acredito eu!
Mas será assim em todos os casos? Da minha observação não. Ver aqui um caso em que não foi assim. Hoje apresento outro caso mais que se passou no mesmo apiário e noutra colónia também orfanada a dia 2 de abril.
No passado dia 24 de abril deparei-me com um novo caso ainda mais extremado e sublinhado. Numa colónia que orfanei como disse a 2 de abril, fiz a incisão com x-acto num mestreiro que vi ainda fechado e para minha grande surpresa saiu de lá não uma abelha — que às vezes as abelhas metem-se nos mestreiros depois da rainha ter emergido e fecham-nos novamente ficando no seu interior — mas uma rainha. Para mim este caso foi tão inesperado que me faltou o telemóvel à mão para tirar a respectiva foto deste acontecimento. Fica a foto do telhado onde vou registando os eventos que considero mais importantes.
Por que razão as abelhas atrasam/impedem a emergência de algumas rainhas? A explicação que encontro é que este comportamento permite salvaguardar melhor a colónia de uma orfandade irremediável com um plano B, caso o plano A não seja bem sucedido, isto é, têm uma ou outra rainha emergida mais tarde caso a(s) que tenha(m) emergido no tempo “regulamentar” não fecundem ou todas tenham partido com os enxames secundários. Do ponto de vista dos ganhos evolutivos para a espécie, resultante deste comportamento das abelhas atrasarem a emergência de algumas rainhas, de momento não encontro outra explicação.
Nunca tinha lido/ouvido da possibilidade de rainhas emergirem 22 dias após a postura do último ovo de onde poderiam ter tido origem. Os experientes amigos e companheiros de lides apícolas que informação têm sobre este tipo de casos? Que ganhos advêm para a colónia deste comportamento?
Boa tarde Eduardo, certamente não serei a pessoa mais indicada para esclarecer este assunto, mas no fim de semana passada numa formação presencial com o Francisco Rogão, sobre criação de rainhas, falamos sobre isso. Ou seja, não diretamente, mas penso que poderá ser uma factor que por vezes temos de ter em conta, que é o local do mestreiro em relação às zona mais aquecida da colmeia. Ou seja, o Rogão estava a dizer que na criação de rainhas, quando usamos a colmeia para manter os alvéolos reais, que as rainhas mais afastadas do meio, chegam a nascer 3, 4 e às vezes 5 dias mais tarde que as do meio, devido às temperatura ser diferente do meio para as pontas! E isso não acontecia nas incubadoras. Ou seja, se esses mestreiros, estiverem numa zona menos aquecida da colmeia, vai nascer mais tarde! A colónia saberá isso e poderá tirar algum partido deste factor? É bem possivel! Espero ter ajudado. Cumprimentos.
Claro que ajudou Filipe. Muito obrigado! Vou pesquisar acerca desse aspecto. Cumprimentos.
Olá boa tarde
O mais bonito do seu blogue, além do conteúdo que é de uma enorme valia, é o despertar da curiosidade, da análise e criar no apicultor a vontade de diversificar métodos de trabalho.
Já pensou em pegar em toda esta matéria e criar um livro, tem aqui estudos muito bons para serem postos em prática e serem tratados de forma muito séria na apicultura nacional
Muito obrigado pela simpatia das suas palavras António. Sim , é possível que venha a fazer um livro. Vamos ver se nos próximos dois ou três invernos me decido a organizar o material que já escrevi, publicado e não publicado, e ao mesmo tempo preencher algumas lacunas para conseguir formar um todo mais interligado.
O mais bonito do seu blogue, além do conteúdo que é de uma enorme valia, é o despertar da curiosidade, da análise e criar no apicultor a vontade de diversificar métodos de trabalho.
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