O comportamento das abelhas na colónia muda dramaticamente conforme a colónia atravessa as diferentes estações do ano. No final da primavera, verão e início do outono, as operárias têm vida curta (cerca de 30-35 dias) e apresentam uma divisão de trabalho baseada na idade (polietismo). As abelhas mais novas, geralmente com menos de 10 dias de idade, realizam tarefas de amas, as abelhas de meia idade entre 10 e 20 dias de idade envolvem-se em tarefas como construção de favos, armazenamento de alimentos, guarda, enquanto as abelhas mais velhas da colónia atuam como forrageadoras.
No outono, conforme a criação diminui, as abelhas de vida longa (até 8 meses) que sobreviverão ao inverno são produzidas (chamadas ‘abelhas de inverno’). Estas abelhas de inverno formam o aglomerado/cacho termorregulador quando as temperaturas caem. Logo que a criação é reiniciada de forma significativa no final do inverno/início da primavera, a divisão do trabalho é retomada entre as abelhas operárias que hibernaram.
Além destas profundas diferenças de comportamento, as abelhas atravessam mudanças fisiológicas notáveis ao longo das estações. Os níveis da hormona juvenil (JH), vitelogenina (Vg) e proteínas da hemolinfa, bem como o tamanho da glândula hipofaríngea (HPG), estão correlacionados e regulados entre si e variam significativamente entre as amas, forrageiras e as abelhas do inverno (ver infografia em baixo). Resumidamente, os níveis de JH são baixos em abelhas amas e de inverno, e mais altos nas forrageadoras. Em contraste, os níveis de Vg e proteínas hemolínicas são significativamente mais altos e o HPG é maior em amas e abelhas de inverno do que em forrageadoras.
Embora as diferenças fisiológicas em abelhas nutrizes, forrageiras e abelhas de inverno estejam bem documentadas, poucos estudos examinaram as mudanças na fisiologia das abelhas ao longo do inverno. Fluri, um colega de Imdorf no centro suíço de investigação Liebefeld, marcou as abelhas recém-emergidas no outono (início de setembro) e depois analisou-as em janeiro e fevereiro para comparar os níveis de JH, Vg, proteína total e peso da HPG. Curiosamente, não houve diferenças significativas entre as abelhas no outono e no meio do inverno ou no final do inverno. Estes resultados sugerem que as abelhas produzidas no outono já estão no estado fisiológico de “inverno”, e esse estado permanece estável durante todo o inverno. Huang e Robinson descobriram ainda que a taxa de biossíntese de JH diminui do início de outubro a meados de novembro, atinge seu nível mais baixo em meados de janeiro e, em seguida, aumenta acentuadamente em fevereiro e março. O aumento de JH no início da primavera está correlacionado com uma diminuição nos níveis de Vg, níveis de proteína hemo-linfática e o tamanho da HPG; assim, as abelhas que hibernaram retornam ao estado fisiológico de abelha forrageira na primavera.
Interação dos principais fatores fisiológicos em abelhas nutrizes, forrageadoras e de inverno. Os discos coloridos ao lado de cada fator representam a abundância relativa do fator em abelhas nutrizes (verde), abelhas forrageiras (vermelho) e abelhas de inverno (azul). À medida que as abelhas passam da função nutriz para a função forrageadora, os níveis de hormona juvenil (JH) na hemolinfa aumentam. Nas obreiras, a Vitelogenina (Vg) funciona como uma proteína de armazenamento de nutrientes e está envolvida num ciclo de feedback negativo com a JH, isto é, quando os níveis de JH aumentam, os níveis de Vg diminuem e a diminuição do Vg resulta no aumento de JH. Os níveis totais de proteínas da hemolinfa – que incluem Vg e todos os outros tipos de proteínas – são maiores nas abelhas nutrizes do que nas forrageiras. Por fim, as glândulas hipofaríngeas (HPG), que se localizam nas cabeças das abelhas operárias produzem as secreções que constituem a geleia real fornecidas aos demais membros da colónia; o tamanho das HPG é maior em abelhas nutrizes (de 2 até 15 dias de idade). * Projeto gráfico de Harland Patch, Penn State.
fonte: Overwintering honey bees: biology and management, Current Opinion in Insect Science · June 2015
Já escrevi algumas vezes sobre as abelhas de inverno, as abelhas que habitam as minhas colónias entre setembro e março. No meu território, estas abelhas dão-me despesa, trabalho e preocupações. Contudo são a peça crítica para tirar rendimento das minhas colónias durante a primavera e verão. Por esta razão procuro conhecer este tipo de abelhas o melhor possível, para lhes dar exactamente o que elas precisam e na quantidade que precisam. A questão fundamental a que procurarei dar resposta numa série de publicações que agora inicio é esta: no meu território, o que fazer para ter o número suficiente de abelhas longevas e saudáveis por enxame durante o outono-inverno e que permitam um bom arranque das colónias em março, que as coloquem na pista certa para atingir os objectivos anuais, com um satisfatório retorno do investimento? O primeiro passo a dar é conhecer o melhor possível estas abelhas de vida longa (diutinus) e os factores que determinam a sua longevidade. Para iniciar esta tarefa socorro-me de uma infografia (retirada do blog The Apiarist) que apresenta as diversas coortes* de abelhas presentes numa colmeia entre os meses de agosto e dezembro (esta infografia é uma razoável aproximação à realidade das minhas colónias tanto quanto fui capaz de observar até à data).
Estrutura de idade das abelhas nas colónias de agosto a dezembro.
Cada cor distinta representa as abelhas criadas numa “janela” de 12 dias. Todas as abelhas presentes antes de 31 de agosto são azuis. A coorte de abelhas dos 12 dias seguintes é amarela, etc. A área ocupada por cada cor indica o número de abelhas de uma coorte de idade específica.
Vemos que a postura de ovos (preto) é insignificante entre o início de outubro e o final de novembro, quando se reinicia.
O gráfico mostra que não há mudança abrupta da produção de abelhas de verão para a produção de abelhas de inverno.
Por exemplo, cerca de 95% das abelhas azuis desapareceram a 1 de dezembro. Das abelhas amarelas, que apareceram pela primeira vez em meados de setembro, cerca de 33% estão presentes em dezembro. Finalmente, a maioria das abelhas cor de limão, que apareceram pela primeira vez no início de outubro, estão presentes no final de dezembro.
A colónia não pára abruptamente de produzir abelhas de verão de vida curta numa data específica e muda para a geração de abelhas de inverno ‘diutinus’ de longa duração. Em vez disso, conforme o final do verão chega e com o início do outono, menos abelhas de vida curta e mais abelhas de vida longa são produzidas.
Observe-se que cada coorte emerge de ovos postos 21 dias antes. A coorte de laranja emergente de 24/09 a 05/10 foi colocada nas primeiras duas semanas de setembro. Isso enfatiza a necessidade de tratar precocemente para reduzir os níveis de ácaros o suficiente para proteger as abelhas de inverno.
Para levar para casa: para conseguir abelhas de inverno saudáveis e suficientemente longevas as minhas colónias devem apresentar um baixo número de varroas e uma carga viral igualmente muito baixa a partir de finais de julho/início de agosto, quando se inicia o primeiro ciclo de criação de abelhas de inverno no território onde as tenho.
*coorte: conjunto de indivíduos que têm em comum um evento que se deu no mesmo período; exemplo: coorte de pessoas que nasceram entre 1960 e 1970. No caso desta publicação, cada coorte é definida pelo grupo de abelhas nascidas em cada “janela” de 12 dias.
Nesta publicação apresentei alguns dos aspectos, actualmente consensuais na comunidade científica, acerca do ciclo de vida do responsável pelo maior número de baixas de colónias de abelhas melíferas: o ácaro Varroa destructor. Para se chegar aqui foram essenciais múltiplas contribuições de investigações parcelares desenvolvidas ao longo das últimas três décadas. O estudo da varroa resume muito bem algumas das principais características do processo científico: parcelar, gradual, integrativo. As conclusões mais gerais e mais consolidadas provêm de contributos parcelares e replicados que se integram posteriormente num quadro mais geral. Vem isto a propósito do excerto de um texto que traduzo em baixo, sobre as observações realizadas há cerca de 30 anos, que contribuíram para o conhecimento fundamentado dos processos e mecanismos de fecundação do ácaro Varroa destructor de que dispomos hoje.
“Como na prole de uma fêmea varroa apenas um macho é criado, pode-se esperar que este poupe suas forças e que, depois de fertilizar uma fêmea, reserve seu sémen para as fêmeas que surgirem posteriormente. Nossas observações mostraram que a estratégia da Varroa é diferente porque o macho e a jovem fêmea Varroa acasalam um grande número de vezes. Essas repetições podem comprometer a capacidade do macho de fertilizar todas as futuras fêmeas, pois causam um gasto de energia para a formação do esperma. No entanto esses acasalamentos repetidos podem ser benéficos aumentando a fertilidade das novas fêmeas.
Dois argumentos estão a favor desta hipótese. Em primeiro lugar, observamos que o macho aproveita a perfuração na pupa da abelha preparada pela varroa mãe. Graças a esta perfuração, e apesar de suas quelíceras terem se transformado em espermadáctilos, o macho alimenta-se com frequência, o que lhe permite acasalar frequentemente.
Uma ninfa Varroa destructor procura o local de alimentação (indicado pela seta) numa pupa de abelha. Uma vez o buraco na cutícula da pupa encontrado, ela começa a alimentar-se. Os movimentos peristálticos de seu sistema digestivo são visíveis através de sua cutícula.
Em segundo lugar, testamos a seguinte hipótese: o número de acasalamentos influencia a quantidade de espermatozóides armazenados na espermateca das fêmeas. Como as fêmeas se reproduzem em vários ciclos, era muito difícil determinar o número de ovos produzidos por cada fêmea. Por isso utilizámos o número de espermatozoides presentes na espermateca feminina como critério de fertilidade potencial. Conhecemos dois fatos: o número de espermatozóides armazenados na espermateca das fêmeas Varroa é muito baixo (menos de 40 segundo Alberti & Hänel, 1986) e está muito próximo do número máximo de óvulos produzidos pelas fêmeas, 30 (de Rujter 1987). Para testar essa hipótese, realizamos a seguinte experiência em alvéolos artificiais transparentes contendo pupas de operária: duas fêmeas jovens são juntas a 2 machos. Estes foram retirados de alvéolos naturais. Os acasalamentos são observados em incubadora a 34 ° C e 60% R.H .. Foram considerados acasalamentos os atos sexuais que duraram mais de 6 minutos. Foram determinados três grupos de teste: (A) fêmeas fecundadas por um único acasalamento, (B) fêmeas fecundadas por dois acasalamentos e (C) fêmeas permanecendo 48 horas na presença de machos. Fêmeas mães retiradas da criação operculada foram utilizadas como controles (grupo D). Três dias após o acasalamento, os espermatozoides migram para a espermateca e apresentam um formato fusiforme ou em pera, e posteriormente têm forma de faixa. As fêmeas são dissecadas em solução de Ringer e sua espermateca é extraída, depois dividida entre lâmina e lamela e os espermatozóides são contados ao microscópio.
Acasalamentos numerosos: garantia de fertilidade Nenhuma das cinco fêmeas acasaladas apenas uma vez tinha espermatozoides na espermateca, enquanto nas quatorze fêmeas que acasalaram duas vezes, a contagem de espermatozoides variou de 0 (5 indivíduos) a 26 espermatozoides. Com exceção de uma, as onze fêmeas que permaneceram 48 horas na presença dos machos possuíam mais de 24 espermatozoides. Estes resultados mostram que os acasalamentos repetidos observados aumenta o número de espermatozoides armazenados por uma fêmea. Eles também indicam a importância do fator tempo para o parasita.
Assim, as primeiras duas filhas são provavelmente melhor fertilizadas do que a terceira, uma vez que acasalaram mais de oito e quatro vezes, respectivamente. A terceira fêmea só pode ser acasalada duas vezes por falta de tempo, pois a abelha se metamorfoseou em adulta.
Para concluir Depreende-se de nossas observações que o parasita Varroa está com pressa e que, para garantir a fecundação de seus descendentes, os indivíduos utilizam um ponto de encontro que serve de local de acasalamento. Para que todas as fêmeas sejam fertilizadas, as fêmeas mais novas são preferidas em relação às mais velhas. As fêmeas mais velhas acasalam tão frequentemente quanto possível, o que aumenta sua fertilidade potencial. No seu hospedeiro original, a abelha indiana (Apis cerana), a Varroa procria quase exclusivamente em cria de zângãos, que é menos protegida por abelhas. Nas abelhas europeias a defesa das abelhas contra a Varroa é fraca e a eficiência deste parasita em se reproduzir é claramente visível.”
fonte: Donzé G., Fluri P, Imdorf A. (1998) Pourquoi les varroas s’accouplent-ils si souvent? La santé de l’abeille 165 (5-6) 141-146.
Anton Imdorf é o investigador europeu com os temas/linhas de investigação mais pertinentes que conheço. Por ex., fez investigação aprofundada sobre a longevidade das abelhas e sua dinâmica populacional ao longo das estações — ver aqui. Entre outros objectos de estudo debruçou-se sobre os efeitos da alimentação estimulante na população de abelhas. Sobre este tema traduzo em baixo excertos de uma brochura, com Imdorf como primeiro autor, que suspeito vá deixar alguns (muitos?) boqiabertos (muito possivelmente até “formadores do IEFP”!). Os meus leitores já se terão apercebido que deixei de utilizar alimentação estimulante há muito, por ter a impressão que o verdadeiro estimulante das minhas colónias é o bom fluxo de pólen que se inicia em meados de fevereiro no território, associado ao seu bom estado sanitário. Contudo uma coisa é confiarem nas minha impressões (eu também não confio nelas a toda a hora!), outra coisa, mais sólida acredito eu, é apresentar pela mão de um grande investigador apícola a trabalhar na Europa, Anton Imdorf, resultados devidamente controlados.
“Durante os períodos em que o néctar é escasso, muitos livros especializados recomendam, desde o início do século passado, alimentar as colónias de abelhas regularmente, mas não em abundância, de modo a simular a atividade de colheita durante o fluxo de néctar. Com esta alimentação estimulante, a rainha deve aumentar a postura. Este aumento da atividade de criação deve levar a um aumento na população de abelhas e, assim, permitir melhor produção de mel e uma melhor invernada. É questionável até que ponto a população de abelhas é influenciada por estas medidas, como a alimentação estimulante. Desde a década de 40 do século passado, esta tem sido estudado no contexto de vários trabalhos de investigação.
Nutrição estimulante da primavera com soluções açucaradas Foi Butler quem realizou os primeiros testes científicos sobre este assunto em 1946, alimentando grupos de colónias com xarope de açúcar concentrado, xarope de açúcar diluído ou uma mistura de substituto do pólen e xarope de açúcar. Colónias dos grupos alimentadas dessa maneira não mostraram aumento da criação ou desenvolvimento de colónias mais rápido em comparação com colónias de controle sem alimentação estimulante. As colónias alimentadas com xarope concentrado até se desenvolveram menos bem do que as colónias de controle. Butler considerou a alimentação estimulante da primavera um desperdício de comida.
Em estudos na Liebefeld no início dos anos 1980, os pesquisadores testaram xaropes de açúcar prontos para uso disponíveis comercialmente, xaropes de açúcar 1: 1 e xaropes de açúcar com proteína adicionada. Os xaropes comerciais e as soluções de água com açúcar foram todos bem tolerados pelas abelhas. A alimentação não levou a nenhum aumento na criação ou população de obreiras em comparação com as colónias de controle que não receberam este tipo de alimentação. As colónias alimentadas não foram estimuladas a coletar mais pólen ou aumentar a colheita de mel. As colónias alimentadas com água com açúcar suplementada com proteína tiveram um desempenho notavelmente pior do que os outros grupos, possivelmente atribuíveis à fermentação do alimento.”
fonte: ALP forum no 68 | février 2010
Notas: 1) outros conhecidos divulgadores do maneio apícola, como Roger Patterson e Michael Bush, desvalorizam também o pretenso efeito positivo da alimentação estimulante na postura da rainha; 2) numa próxima publicação abordarei os efeitos da alimentação estimulante no fim do verão.
Na publicação anterior escrevi: “Os níveis populacionais de V. velutina são bastante baixos na Ásia em comparação com a Europa, provavelmente devido à competição com muitas outras espécies de Vespa por recursos alimentares e locais de nidificação (Matsuura, 1984).” Apresento em baixo o sumário de um estudo sul coreano, publicado em 2020, sobre a agressividade interespecífica da exótica V. velutina nigrithorax (introduzida na Coreia do Sul em 2003) e cinco outras espécies de vespas nativas.
Comportamento agressivo entre uma vespa alienígena invasora, Vespa velutina, e cinco espécies de vespas nativas coreanas (Vespa simillima, Vespa mandarinia, Vespa analis, Vespa crabro e Vespa dybowskii). A: mordendo, V. velutina morde V. simillima usando suas mandíbulas, B: levantando antenas e sacudindo as asas, V. mandarinia ameaça V. velutina levantando sua antena e sacudindo suas asas quando V. velutina se aproxima, C: matando, V. mandarinia caça V. velutina, D: forçando para baixo e jogando, V. analis atira V. velutina, E: batendo ou empurrando com a cabeça, V. crabro empurra V. velutina com sua cabeça, F: abre a mandíbula, V. dybowskii ameaça V .velutina com suas mandíbulas. Códigos das espécies: vel: V. velutina, sim: V. simillima, homem: V. mandarinia, ana: V. analis, cra: V. crabro, dyb: V. dybowskii.
“Título: Hierarquias interespecíficas de agressividade e tamanho do corpo entre a vespa alienígena invasora, Vespa velutina nigrithorax e cinco vespas nativas na Coreia do Sul
Sumário: A vespa alienígena invasora, Vespa velutina nigrithorax, tem-se expandido continuamente desde sua invasão da Coreia em 2003. Aqui, comparamos os comportamentos agressivos e o tamanho do corpo da V. velutina nigrithorax com cinco espécies de vespas nativas para identificar as hierarquias interespecíficas que contribui para a propagação desta espécie. Os comportamentos agressivos foram classificados em 11 categorias e cada interação foi pontuada como vitória, derrota ou empate. Como resultado, V. velutina foi superior a V. simillima em 153 lutas em que V. velutina venceu 71% e apresentou uma alta incidência de comportamento ameaçador. V. mandarinia superou V. velutina em 104 lutas onde V. mandarinia ganhou 91% e o comportamento de agarrar foi frequente. V. analis foi superior a V. velutina em 67 lutas em que V. analis venceu 76% e mostrou uma alta quantidade de comportamento ameaçador. V. crabro foi superior a V. velutina em 93 lutas em que V. crabro venceu 73% e apresentou um alto índice de comportamento ameaçador. V. dybowskii foi superior a V. velutina em 132 lutas em que V. dybowskii venceu 91%, e apresentou um alto índice de comportamentos de ameaça e luta. O tamanho corporal de V. velutina era maior do que V. simillima (embora não estatisticamente significativo) e menor do que todas as outras espécies de Vespa. Portanto, de acordo com os resultados deste estudo, as baixas hierarquias interespecíficas de V. velutina parecem ser uma das principais causas de taxas de propagação mais lentas do que tem mostrado na Europa. No entanto, com o tempo, sua densidade foi aumentando gradualmente no interior da floresta, na qual parece estar superando suas desvantagens e expandindo seu alcance, possivelmente porque grandes colónias e boas habilidades de voo facilitam a obtenção de alimento.”
Um companheiro apicultor colocou-me algumas questões num grupo de apicultores do Facebook. Como me questionou sobre aspectos do ciclo de vida das V. velutinas e da biologia dos reprodutores (machos e fundadoras), frequentemente abordados por muitos de nós, decidi responder neste espaço para lhes dar outra visibilidade. As respostas obviamente não decorrem das minhas observações pessoais, sim das observações que investigadores fizeram no terreno ao longo dos últimos anos. Estas observações foram realizadas em território francês, contudo são confirmadas por observações realizadas noutras zonas do mundo. Em Portugal as coisas passar-se-ão da mesma forma? A minha ideia é que em alguns aspectos sim, noutros poderá haver diferenças. Por exemplo, tenho ouvido referências pontuais indicando que a hibernação das fundadoras no litoral terá um período muito mais curto ou será mesmo inexistente. Não me surpreende que assim seja. Sabemos que as velutinas despertam da sua hibernação com temperaturas diurnas acima dos 12-13ºC; sabemos que no litoral os recursos nectaríferos estão presentes e são relativamente abundantes no outono/inverno; na conjugação destes dois factores em regiões do litoral do nosso país pode estar a explicação para o curto período de hibernação ou mesmo a sua inexistência. Tendo em consideração que se trata de seres vivos, cujo ciclo de vida é condicionado por factores abióticos (temperatura e humidade) o estudo do seu ciclo de vida deve ser cada vez mais local. Enquanto não disponho de dados locais publicados vou-me socorrendo dos estudos existentes, que no pior dos casos serão uma aproximação à realidade local.
Ciclo de vida comumente divulgado e aceite pelas entidades oficiais, baseado em estudos internacionais (a imagem da vespa colocada no hexágono relativo ao mês de novembro não corresponde a uma V. Velutina, um pormenor!).
P: Neste momento existem ou não machos para fecundar as vespas? R: A esmagadora maioria dos machos de V. velutina é produzida no outono, juntamente com as fundadoras (fenómeno de sincronização do surgimento dos indivíduos reprodutores comum nas vespas desta e outras espécies). Contudo tem-se encontrado ninhos na primavera com muitos machos. Estes machos primaveris e precoces aparentam ter um potencial reprodutivo mais limitado. Por outro lado é invulgar encontrar futuras fundadoras para acasalar nessa altura precoce do ano. Julga-se que a longevidade média dos machos não deverá ultrapassar os 40 dias.
Dimorfismo sexual em Vespa velutina. A: cabeças masculinas (esquerda) e operárias (direita) de V. velutina. B: Visão ventral do abdómen de um macho de V. velutina. As setas indicam a localização dos dois pequenos pontos característicos deste sexo. C: Visão ventral do abdómen de uma operária de V. velutina. O abdómen é pontiagudo e aqui o ferrão é visível (seta). (Fotos J. Poidatz).
P: Se a rainha morrer alguma obreira passa a por ovos? R: Rainhas e operárias têm ovários com um número semelhante de ovaríolos, bem como uma espermateca. A morte das rainhas, permite que algumas operárias desenvolvam seus ovários (Spradbery 1973) e ponham óvulos não fertilizados (haplóides), que darão origem a machos (Foster & Ratnieks 2000).
P: Na literatura as vespas só fecundam em outubro/ novembro e depois hibernam. Sabe-me dizer se é assim? R: Para o sucesso da espécie é necessário que a emergência/”nascimento” de machos férteis e futuras fundadoras seja síncrona, isto é, aconteça na mesma altura do ano. Do que se observou até agora esta sincronia acontece nos meses de outono. As fundadoras fecundadas hibernam isoladamente ou em pequenos grupos de 2 ou 3 fundadoras. Saem da hibernação quando as temperaturas sobem acima de 12-13 ºC num período de vários dias seguidos. Só depois de hibernarem completam a maturação dos ovários e iniciam a postura.
P: O que come a rainha? R: líquidos açucarados que recebe das obreiras e líquidos açucarados ricos em aminoácidos que recebe das regurgitações das larvas.
Nota: Os níveis populacionais de V. velutina são bastante baixos na Ásia em comparação com a Europa, provavelmente devido à competição com muitas outras espécies de Vespa por recursos alimentares e locais de nidificação (Matsuura, 1984). Na França, densidades extremamente altas de ninhos foram relatadas: 8 ninhos por km2 em zonas rurais a 23 ninhos por km2 numa área urbana (Franklin et al., 2017).
Fonte principal: De la biologie des reproducteurs au comportement d’approvisionnement du nid, vers des pistes de biocontrôle du frelon asiatique Vespa velutina en France, Juliette Poidatz;
A propósito da última publicação, uma questão se levanta: a extracção do pão de abelha causa prejuízo a nível nutricional para o enxame, desde que esta extracção seja efectuada em quantidades razoáveis e permita que o enxame mantenha as reservas necessárias deste alimento? Os dados recolhidos do artigo agora citado e cujo sumário traduzo não apoiam essa hipótese: os dados obtidos indicam que pólen fresco tem as mesmas qualidades nutritivas para as abelhas que o pão de abelha.
“Sumário: As abelhas (Apis mellifera) coletam e armazenam tanto o mel quanto o pólen de forma a preservá-lo no tempo. O armazenamento de pólen envolve a adição de mel ou néctar e secreções orais aos grânulos de pólen. É controverso se a duração do armazenamento de pólen altera a sua palatabilidade ou o seu valor nutritivo. Examinámos de que forma as abelhas utilizam pólen armazenado com diferentes idades durante um fluxo de pólen. A deposição de pólen nos alvéolos e o consumo subsequente foram monitorados diariamente em 18 quadros de criação de 6 colónias durante um período de observação de 8 dias. Apesar de uma maior abundância de pólen mais antigo armazenado nos quadros criação, as abelhas mostraram uma preferência marcante pelo consumo de pólen recém-armazenado. O pólen/pão de abelha dois a quatro dias de idade era significativamente mais consumido, enquanto pão de abelha com mais de sete dias era consumido em taxas muito mais baixas. […] O pólen armazenado com um dia de idade foi consumido aproximadamente três vezes mais frequentemente do que o pólen armazenado com 10 dias de idade e duas vezes mais frequentemente do que o pólen armazenado com 5 dias de idade. Estas preferências de consumo de pólen recém-armazenado ocorreram apesar da falta de vantagens claras no desenvolvimento das abelhas. Operárias adultas jovens criados durante 7 dias com pólen armazenado com 1 dia, 5 dias ou 10 dias de idade não mostraram diferença na massa corporal, consumo de pólen armazenado, acúmulo de material fecal no intestino posterior ou na proteína da glândula hipofaríngea, sugerindo que armazenamento de pólen não faz variar o seu valor nutricional para as abelhas adultas. Estes dados são inconsistentes com a hipótese de promoção de um período de “maturação do pólen” mediado por micróbios, que resulta numa maior palatabilidade ou valor nutritivo para os lotes de pólen envelhecidos. Em vez disso, o pólen armazenado que não é comido nos primeiros dias acumula-se como excesso de armazenamento, é preservado num estado menos preferido, mas nutricionalmente semelhante.”
A actividade apícola permite a produção e comercialização de vários produtos da colmeia, do mel ao própolis passando pelo pólen, entre outros. O pão de abelha, um produto de grande valor nutricional, tem estado afastado do radar dos apicultores enquanto um produto mais que pode ser alvo de produção e comercialização. A propósito da produção e comercialização deste magnífico alimento traduzo o sumário de uma publicação científica recente (maio de 2021).
Legenda: (a) pedaço de favo com pão de abelha; (b) máquina de colheita de pão de abelha; (c) máquina de secar pólen de abelha; (d) pão de abelha limpo – pronto para venda.
“Resumo O pão de abelha, ou seja, o pólen floral coletado e parcialmente processado pelas abelhas, é uma fonte de muitos compostos benéficos para a saúde humana. Até agora, o nível de produção de pão de abelha em apiários tem sido baixo devido a vários fatores. No entanto, o desenvolvimento dessa produção pode ser uma nova fonte de rendimentos para os apicultores. Na primavera de 2015, foi iniciado um estudo de três anos para determinar a escala de produção de pão de abelha em colónias de abelhas e avaliar a eficiência económica dessa produção. A experiência incluiu 28 colónias de abelhas em cada ano; as colónias foram divididas em quatro grupos. Cada grupo testou diferentes configurações de ninhos e diferentes estruturas na entrada da colmeia e foi avaliada a quantidade de pão de abelha colhido. Foram calculados todos os custos, incluindo a mão-de-obra, relacionados com o processo de produção do pão de abelha. Dependendo do grupo, foi possível colher de 0,51 a 1,23 kg de pão de abelha por colónia. A produção média foi de 0,7 kg, e todo o apiário deu 20 kg de pão de abelha anualmente. Os custos anuais relacionados com a produção de pão de abelha ascenderam a 679,5 EUR, enquanto o rendimento estimado das vendas ascendeu a 1110 EUR. Assim, o lucro foi de 430,5 EUR, ou seja, 21,5 EUR por 1 kg de pão de abelha colhido. Os maiores custos estão ligados à mão de obra e podem constituir um fator limitante para o desenvolvimento da produção de pão de abelha em apiários.“
Na newsletter de março/abril de 2021 da New Jersey Beekeepers Association, John A. Gaut, Mestre Apicultor, deixa um conjunto de linhas orientadoras para o maneio de primavera que traduzo em baixo. Muitas, se não todas, das suas propostas coincidem com as minhas práticas, na grande maioria já descritas e explicadas em publicações anteriores. Decidi publicar este tema na entrada do outono para variar do tema “velutina” e a pensar em todos nós que lutamos contra a asiática com os poucos meios de que dispomos mas com a perseverança de guerreiros. Que o nosso combate nesta estação permita que muitas das nossas colónias entrem na próxima primavera.
John Gaut, Mestre Apicultor norte-americano.
“Foi um longo inverno! Estou realmente ansioso para trabalhar novamente nas colmeias nos dias ensolarados da primavera! Utilizei o tempo neste inverno para continuar a aprender sobre a apicultura, especialmente como manter as colónias saudáveis. Houve muitas apresentações online; muitas foram muito boas e algumas foram fantásticas!
Todos nós sabemos que precisamos manter os níveis de ácaros varroa baixos. A informação mais importante que aprendi no ano passado é que os níveis de ácaros devem ser mantidos muito baixos na primavera ou eles serão muito difíceis de controlar no final do ano. Vi isso nas minhas colónias, e esta crença é reforçada por outros apicultores com dados fidedignos (efectuam testes em abelhas adultas com lavagens de ácaros/abelhas antes e depois dos tratamentos). Idealmente, não deverá haver mais do que um ácaro numa lavagem de 300 abelhas com álcool (infestação inferior a 0,3%) em abril. Mesmo se não houver ácaros na lavagem, ainda há ácaros na criação, pois a maioria deles está a reproduzir-se na criação operculada! As populações de ácaros duplicam a cada mês durante abril, maio e junho, meses em que as colónias apresentam muita criação. Se a população de ácaros for alta em abril, a população de ácaros explodirá durante o verão e a colónia pode entrar em colapso no outono. [ver dinâmica populacional das colónias de abelhas e da população dos ácaros e timing dos tratamentos em várias publicações mais antigas]
[Uma pequena nota à parte do texto sobre um dos sinais precoces de uma taxa de infestação que já está alta e a exigir uma intervenção imediata por parte do apicultor: a criação calva.
[Criação calva (bald brood), um dos primeiros sinais que nos indica estarmos na presença de uma colónia com uma taxa já elevada de infestação por varroa. Ainda que alguns apicultores possam estar iludidos, acreditando que têm uma linha de abelhas com um comportamento resistente do tipo VSH, em 99,9% das vezes o que têm é uma alta, preocupante e prosaica taxa de infestação por varroa. Texto meu!]
Voltando novamente ao texto de John Gaut.]
Os vírus são transmitidos pelos ácaros varroa, que podem iniciar uma epidemia de vírus. Os vírus também são transmitidos de abelha para abelha, de operária para a rainha e da rainha para os ovos. Quando os ácaros infectam algumas das abelhas da colónia, os vírus espalham-se entre as abelhas, mesmo sem a ajuda dos ácaros. Portanto, o tratamento de ácaros depois dos vírus já estarem em grande circulação numa colónia costuma ser tarde demais. Os vírus podem conduzir ao colapso da colónia, mesmo que a maioria dos ácaros já tenha sido eliminada. [ver PMS e vírus das asas deformadas em várias publicações mais antigas]
Também passei algum tempo neste inverno a preparar o equipamento para a nova temporada.
A próxima tarefa no apiário é remover as tiras de Apivar. Em meados de janeiro, geralmente coloco duas tiras de Apivar no ninho, que normalmente é de 6 a 10 quadros de abelhas. Em meados de fevereiro, raspo as tiras recoloco-as, pois o aglomerado de abelhas deve estar em contato com as tiras para que o Apivar seja eficaz. Em meados de março, retiro as tiras. No início de abril, inspeciono as colónias, verifico os níveis de ácaros e coloco meias-alças com cera puxada para reduzir o impulso de enxameação, dando mais espaço à colónia em crescimento.
Em março e abril, avalio o mel presente na colmeia. A maioria das colónias normalmente tem muito mel e não precisa de ser alimentada com açúcar/fondant. À medida que a criação aumenta, a rainha precisa de mais espaço para fazer a oviposição. Descobri que as colónias que são superalimentadas com açúcar tendem a enxamear mais rapidamente porque a colónia não consumiu uma parte do mel presente nos alvéolos e, assim, não há espaço para a postura da rainha! Alguns apicultores colocam açúcar nas colónias como “segurança”, mas isso pode ter consequências indesejadas – especificamente a enxameação – se a colónia consumir a ração suplementar e não libertar o espaço suficiente no ninho para a postura da rainha. O impulso para enxamear da colónia aumenta porque o ninho está cheio de criação operculada e há muito mel na colmeia. Parte do maneio do enxame requer a monitorização das reservas de alimentos e favos vazios no ninho. Um bom apicultor antecipa a progressão natural da colónia. Apenas as colónias que precisam ser alimentadas devem ser alimentadas com açúcar ou fondant. Devemos equilibrar as necessidades de alimentos da colónia enquanto minimizamos o impulso de enxameação. [ver alimentação e nutrição de colónias e prevenção da enxameação em várias publicações mais antigas]
Este é um quadro típico de criação à entrada/saída do outono [foto minha tirada no início de Dezembro do ano passado]. Este quadro apresenta criação operculada neste lado e uma mistura de ovos, larvas e criação operculada no outro lado. Um bom quadro de criação nesta altura do ano terá ambos os lados cerca de 2/3 preenchidos com criação e o 1/3 restante com mel e pólen.
Minha meta até o final de abril é que todas as colónias tenham pelo menos quatro quadros com criação, mas não mais do que seis quadros com criação. Em maio, o alvo aumenta para 6-8 quadros de criação. Na maioria das vezes, preciso estimar os quadros equivalentes de criação. Por exemplo, dois quadros com apenas 1/3 coberto com criação será contabilizado como um quadro de criação. [ver regra não mais de 6 em várias publicações mais antigas]
Uma das minhas técnicas de gestão de enxames é equalizar as colónias em abril. Colónias fortes em abril terão 5-6 quadros de criação (conforme definido acima). As colónias que estão ficando para trás terão apenas 1-2 quadros de criação. Se a colónia mais atrasada for saudável, adicionarei um ou dois quadros de criação e abelhas de uma colónia forte e saudável. Certifico-me de que a rainha não está no quadro que estou transferindo! Adiciono um quadro com cera puxada para substituir o quadro de criação que tirei da colónia forte. Coloco o quadro com cera puxada adjacente ao último quadro com criação da colónia, não entre quadros com criação, porque a colónia precisa manter a câmara de criação compacta, contínua e aquecida. Colocar um quadro vazio entre os quadros de criação pode resultar em criação arrefecida, o que pode atrasar a colónia. Frequentemente, este impulso adicional de abelhas e criação é tudo que a colónia mais fraca precisa para alcançar as mais fortes; no entanto, ambas as colónias devem ser saudáveis. A transferência de criação, abelhas e favos vazios entre colónias que sofrem de doenças só criará mais colónias doentes. [ver equalização de colónias em várias publicações mais antigas]
Da mesma forma, combinar uma colónia fraca com uma colónia forte e saudável pode resultar na perda de ambas as colónias devido a doenças. Combinar colónias já foi uma prática comum, mas actualmente existem muitos mais vírus circulando, incluindo aqueles que não apresentam sintomas externos. Por exemplo, embora possa não haver sinais visíveis do vírus das asas deformadas numa colmeia, muitas das abelhas podem estar infectadas e enfraquecidas pelo vírus. Evito juntar colónias por esse motivo. Se eu não conseguir encontrar um motivo específico para a fraqueza da colónia, suspeito de vírus. Uma colónia às vezes pode superar um surto de vírus. Se a colónia for pequena, eu coloco-a em numa caixa de 5 quadros. Adicionar cria e abelhas de uma colónia forte pode ajudar. Eu não gosto de adicionar quaisquer abelhas ou quadros de colónias fracas a colónias fortes se houver suspeita de vírus.
Efeito fenotipico do Vírus das Asas Deformadas
Espero que as suas colónias sobrevivam ao inverno. Ainda melhor se estiverem prosperando! A primavera chegará em breve, então agora é a hora de se preparar. “
Muito obrigado John, por esta aula magistral de apicultura! É muito reconfortante saber que tenho a sua companhia em inúmeras opções de maneio.
Deixo em baixo o vídeo e a tradução de um texto informativo sobre o módulo protector de alvado ApiAvant, da empresa Serpa. A intenção é dar ideias a todos nós sobre certos pormenores e como todos eles poderão ser importantes para aumentar a eficácia deste tipo de protectores de alvado. O meu agradecimento ao José Sá que me chamou a tenção para ele.
“Este módulo de proteção foi testado por 3 anos pela empresa SERPA, empresa dedicada à erradicação da vespa velutina. É 100% compatível com colmeias Dadant e Langstroth (também transumância).
Impede a entrada da vespa asiática na colmeia, e também impede a entrada de vespas, bombus terrestres (potenciais portadores de varroa) e outros insetos e animais, gerando um ambiente de segurança e não de intimidação (o enxame funciona com fluidez normal mesmo que a vespa asiática esteja voando no exterior).
Permite uma grande aceleração da abelha ao sair e entrar na colmeia, enquanto a vespa asiática continua em voo flutuante estático do lado de fora. Nesta situação, é muito mais difícil para a vespa asiática caçar as abelhas. .
Mimetismo: as cores e a forma de pintar o filtro frontal evitam que a vespa asiática veja a tempo de onde as abelhas saem, aumentando grandemente as possibilidades de as abelhas escaparem com sucesso.
Efeito sónico: ao instalar o módulo, o efeito “caixa de ressonância” é criado, fazendo as vespas acreditarem que estão na frente de um grande enxame de abelhas e manter as vespas do lado de fora com um voo flutuante estático e ineficiente para a vespa (a vespa normalmente não se atreve a entrar no módulo por medo de ser atacada pelo que pensa ser um grande enxame de abelhas).
Efeito térmico: o módulo exerce um efeito regulador da temperatura muito positivo para a colmeia, especialmente no outono e no inverno. No verão, os dois painéis laterais ajudam a ventilar e aclimatar o módulo (além da vibração exercida pelas abelhas que vai ajudar a baixar a temperatura do módulo e o efeito sónico como uma caixa de ressonância que espantará as vespas).
Ajuda a prevenir a varroa: o módulo impede a entrada de bombus terrestre (considerado um potencial portador de varroa). Recomenda-se que o módulo seja deixado instalado até o início da primavera. No início da primavera, o módulo será desinstalado, pois é quando os zângãos devem sair para acasalar com a rainha (após o que ela será reinstalada em julho).
As abelhas entram e saem com o pólen com total fluidez.”
Nota: a intenção desta publicação é unicamente informativa, nomeadamente pretendo realçar como certos detalhes poderão ter um efeito importante na eficácia global deste tipo de dispositivos protectores de alvado. Não tenho experiência para poder fazer uma avaliação do mesmo.