em território multifloral: acompanhamento técnico

Ontem, desloquei-me até próximo de Marco de Canaveses, mais especificamente Vila Boa do Bispo, para fazer acompanhamento técnico nos apiários do Adriano.

Um apicultor que assume que nos fins de semana a sua profissão é a apicultura.

Paisagem magníficamente verde, de carvalhos, castanheiros e eucaliptos, um território tipicamente multifloral, ali entre os rios Tâmega e Douro.

Apiários muito bem organizados, limpos e quase todos atrás de portões são a marca geral que observei .

O Adriano tem mais de duas centenas de colmeias distribuídas por mais de uma dezena de apiários, mas não tem na apicultura a sua actividade principal. Contudo como me disse, nos fins de semana a sua profissão é a apicultura.

Um dos apiários onde estive.

O Adriano esteve na segunda edição do workshop avançado “Controlo da Varroose”, realizado no passado dia 11 de maio em Coimbra, e no fim do mesmo solicitou a minha visita aos seus apiários para o ajudar/aconselhar.

Passados uns dias marcámos o dia da visita. Disse-me que tinha ficado muito preocupado com o que tinha ouvido no workshop sobre a dinâmica da população de varroas. Baseado nesta “boa” preocupação pretendia fazer testes em diversos apiários e receber orientações com base nos dados concretos que fossem recolhidos. E foi isso mesmo que fizemos.

Nos diversos apiários visitados, encontradas as rainhas num conjunto de colmeias, testámos.

Com o olhar do Adriano também muito treinado nesta tarefa de encontrar rainhas a tarefa ficou ainda mais fácil.

E voltámos a testar e a testar. O último tratamento, supostamente potente e eficaz, foi concluído no início de março. Ainda assim… os resultados das contagens de ontem foram relativamente surpreendentes. Como uma imagem vale muitas palavras…

É…!!! Há workshops que são um “abre olhos” e preocupações que acabam por se revelar muito úteis e pertinentes.

Eduardo Gomes: serviços de formação presencial e on-line, consultoria presencial e on-line e apoio técnico em apiário (contactos: 935 251 670; jejgomes@gmail.com)

em território de rosmaninho: acompanhamento técnico

Há uns dias iniciei o acompanhamento técnico de 4 apiários que se situam em territórios em que o rosmaninho tem uma presença significativa.

Durante dois dias inspeccionei cada uma das cerca de 120 colónias assentes nesses 4 apiários. O apicultor que contratou os meus serviços tem tido, no último ano, problemas de saúde que o têm impedido de efectuar o acompanhamento das suas colónias com a frequência e atenção que deseja.

Neste quadro, fui encontrar inúmeras colónias com pequenas populações, consequência da enxameação primária e secundária e com os ninhos bastante bloqueados com néctar. Com os recursos que tinha disponíveis iniciei o processo de desbloqueio destes ninhos, para que as novas rainhas tivessem álveolos disponíveis para iniciar a postura.

Exemplo de um cenário que se repetiu em dezenas de colmeias. Colmeias muito despovoadas pela drenagem intensa de abelhas nos enxames primários e secundários que ocorreram nos dias/semanas anteriores à minha visita. Quadros do ninho bloqueados com néctar recente nas zonas centrais e pão de abelha mais ou menos recente.

Em algumas colónias que encontrei prestes a enxamear realizei o controlo da enxameação, deixando o apicultor com mais alguns núcleos, visto que estando a superar os entraves de saúde que o apoquentaram, pretende aumentar o seu efectivo apícola.

Mas, como nem tudo é cinzento, também encontrei colónias muito boas e a fazerem um trabalho excepcional. No final dos dois dias teremos deixado mais cerca de 30 meias alças sobre as colmeias. O rosmaninho nas imediações de um apiário estava acabado, mas nos três outros apiários estava ainda em fluxo. E depois do rosmaninho ainda prevejo um fluxo muito interessante das meladas de azinho e carvalho ali muito presentes, em especial numa propriedade com 300 ha de uma riqueza de flora melífera rara e onde o meu cliente tem 2 apiários.

Exemplo de uma colónia que recebeu mais uma meia-alça, colocada uma semanita tarde demais, mas antes tarde que nunca.

Ficaram previstas futuras visitas técnicas, com uma periodicidade quinzenal, para ajudar este companheiro, apaixonado pelas suas abelhas, a erguer a sua operação apícola ao nível que almeja.

Um território com forte presença do rosmaninho.

Vai correr bem caro companheiro, tudo faremos para que sim!

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na terra das éricas: acompanhamento técnico

Há uns dias fiz o acompanhamento técnico a três apiários do Dr. Carlos Antunes, situados num território de grande diversidade de arbustos e árvores melíferas, com relevo para as éricas.

Durante as cerca de 10h deste acompanhamento técnico, abrimos e fizemos a inspecção e maneio necessário às cerca de 80 colónias do seu efectivo actual.

O Carlos comunicou-me que desejava fazer alguns desdobramentos como medida de prevenção para suprir as perdas que possam vir a ocorrer por varroose ou outros motivos.

O primeiro apiário que inspeccionei. Aqui estavam 3 colónias enxameadas e outras 2 prestes a enxamearem

No primeiro apiário encontrei 3 colmeias enxameadas, ainda com muitas abelhas e várias rainhas virgens em cada uma delas. Foi a oportunidade para materializar o ensejo de aumentar o efectivo, maximizando os recursos disponíveis, de forma extremamente económica. Fiz 3 novas colónias, aproveitando essas rainhas virgens e abelhas, que de outro modo teriam ido para as árvores e arbustos vizinhos num dos dias seguintes. Neste mesmo apiário encontrei ainda duas colónias prestes a enxamear. Sem problema! Foi encontrar as rainhas mãe e transferi-las juntamente com uma boa quantidade de abelhas para dois núcleos.

Deste primeiro apiário “produzi” 5 núcleos que de outra forma teriam ido para as árvores ou arbustos.

No segundo apiário fiz mais um núcleo com uma rainha virgem e abelhas de uma colónia que tinha enxameado.

No terceiro apiário, num local deslumbrante a 900m de altitude, estavam estacionadas cerca de 60 colónias. Depois de ingerida a bucha, foi meter mãos à obra, neste território de vastas encostas, vales abertos e coberto de éricas. Que cores, que aromas, que vistas!

Como suspeitava não encontrei colónias enxameadas ou com sinais de estarem para enxamear. As razões expliquei-as ao Carlos. O maneio foi sobretudo de reorganizar ninhos, colocar meias-alças e identificar as razões por que algumas, poucas, colónias não tinham arrancado devidamente.

Eduardo Gomes: serviços de formação presencial e on-line, consultoria presencial e on-line e apoio técnico em apiário (contactos: 935 251 670; jejgomes@gmail.com)

a tarde da segunda edição do workshop avançado Controlo da Varroose em Coimbra: 11 de maio

De manhã foi o tempo de apresentar os fundamentos e a proposta de intervenção. Foi tempo também de partilharmos questões, experiências, dilemas e pontos de vista. Estes workshops são feitos para tod@s e por tod@s os presentes.

E foi das práticas críticas e incontornáveis, integradas num processo mais vasto de controlo efectivo da população de varroas, dos detalhes de sua aplicação, das potencialidades e limitações de cada uma delas, da interpretação correcta dos resultados recolhidos, da tomada de decisão à luz desses dados, das propostas para ultrapassar dilemas, da distinção entre o que é relevante e o que não o é, do fazer com rigor e precisão, das conversas partilhadas sobre experiências diversas, que se preencheram as cerca de 3 horas de campo nesta tarde de 11 de maio.

A minha gratidão à atenção, questionamentos, empenhamento e simpatia de tod@s presentes.

O próximo workshop será em Coimbra a 25 de maio.

Em baixo fotos dos companheir@s desta tarde de 11 de maio… que também lembrarei com um carinho especial.

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os dados sujos estragam as teorias bonitas ou o pequeno monstro que se agiganta

No âmbito da minha pesquisa pessoal desloquei-me ontem ao apiário de um amigo e por ali andei durante 2h30 a medir a infestação por varroa em amostras de cerca de 300 abelhas de diversas colmeias.

E mais uma vez os dados sujos estragam as teorias bonitas, em particular a teoria de que a varroa pode ser controlada com recurso a dois tratamentos anuais, teoria implícita da DGAV e PAN, que com a obrigação e comparticipação de apenas dois medicamentos/ano enviam um sinal errado à comunidade apícola, e a teoria abelheira de que enquanto não se observar varroas a cavalo nas abelhas a colónia está bem e recomenda-se.

Mas os dados sujos que vou colectando em apiários de amigos contam uma história muito diferente. Por ex. os dados recolhidos ontem são elucidativos: uma colónia que na primeira quinzena de abril tinha uma taxa de infestação de 2% (6 varroas caídas de 300 abelhas lavadas com álcool) ontem, apenas um mês passado, está nos 5,6% (21 varroas caídas de 365 abelhas e 9 zângãos lavados com álcool). Este é um dos meses em que a taxa de infestação triplica num período de cerca de 30 dias.

Como fiquei um pouco admirado com a queda tão elevada de varroas, fiz questão de contar uma a uma as abelhas e zângãos da amostra. Os 9 zângãos na amostra não são demais, pelo contrário, deveriam ser mais, para aumentar a representatividade da mesma.
Nesta amostra caíram 13 pequenos monstros mais os 8 que ficaram agarrados às paredes do copo de testes.
E é neste ninho que a população de varroas se agiganta a passos muito largos e em períodos muito curtos. Bee careful!

3ª visita técnica: um apicultor satisfeito e orgulhoso com o que alcançámos

Em duas publicações anteriores, aqui e aqui, fiz uma descrição sumária das tarefas realizadas a 29 de março e 15 de abril no âmbito do acompanhamento técnico que tenho feito aos dois apiários de um companheiro apicultor de Coimbra.

No passado dia 3, aproveitando o dia com boas condições metereológicas, e durante 7 horas, inspeccionámos os ninhos das cerca de 50 colónias do seu efectivo. Entre outras tarefas que realizámos deixo a descrição das principais:

  • monitorizar a presença de mestreiros de enxameação. Em todas as colónias estabelecidas e em produção apenas uma apresentava estes mestreiros. Tudo me leva a crer que o período de enxameação reprodutiva terminou nestes apiários. Este período terá tido inicio na semana anterior ao dia 29 de março. O maneio que levei a cabo no dia 29 de março e no dia 15 de abril permitiu fazer 32 desdobramentos de controlo da enxameação. Com este controlo da enxameação, e até à data, apenas um enxame nos fugiu para as árvores. Daqui em diante e com as colónias já em modo de produção acredito que mais nenhum sairá;
  • a inspecção aos ninhos permitiu-nos reorganizá-los e continuar o desbloqueio de alguns ainda um pouco bloqueados;
  • continuámos a organização dos apiários com a introdução de mais uma colmeia-armazém, que muito útil nos será nas próximas semanas. As duas colmeias-armazém que tinhamos formado nas duas visitas anteriores estão a ser conduzidas gradualmente para a produção de mel.
Colmeias estabelecidas que não enxamearam, em parte pelo maneio de prevenção da enxameação levado a cabo nas duas últimas visitas, e que agora estão em modo de produção/armazenamento.
Um dos quadros do ninho de uma das colónias sujeitas ao maneio de prevenção da enxameação.
Colmeia armazém a ser conduzida para a produção de mel.

Outra das tarefas passou por monitorizar os 32 desdobramentos realizados nos dias 29 de março e 15 de abril. Estes últimos davam sinais de estar para breve o início de postura das novas rainhas. Quanto aos desdobramentos de dia 29 de março tinhamos rainhas fecundadas em todos, com postura já iniciada, à excepção de um. As caixas orfanadas a 29 de março e 15 de abril apresentavam 6 a 8 quadros cobertos com abelhas, sinal inequívoco que não produziram enxames secundários.

Colónia orfanada a 15 de abril, com cerca de 7 quadros do modelo lusitana cobertos de abelhas.

Por outro lado as rainhas-mãe retiradas das colónias como a da foto em cima, colónias que foram submetidas ao controlo de enxameação, transferidas e colocadas em caixas do apicultor nos dias 29 de março e 15 de abril, fazem o que melhor sabem fazer: metralham os quadros com postura de travessão a travessão.

Desdobramento com a rainha-mãe e seu padrão de postura.

Dos 8 desdobramentos orfanados no dia 29 de março, encontrámos 7 com postura.

Quadro de um desdobramento de 29 de março com rainha nova em postura.

O que não tinha postura apresentava sinais de estar zanganeiro. Como tinha muitas abelhas resolvi testar uma nova abordagem para o fazer sair dessa condição. Na próxima visita, que conto fazer dentro de 15 dias, avaliarei o resultado desta abordagem inovadora que nunca vi mencionada.

Em cima ficam as fotos de um apicultor satisfeito e orgulhoso com o que conseguimos nestas duas visitas técnicas.

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bem hajas, Francisco!

A comunidade de apicultores nacional é muito heterogénea. Desde apicultores hobistas a apicultores profissionais, apicultores veteranos com muitos anos de experiência apícola a apicultores que estão a iniciar a sua experiência, apicultores muito jovens a apicultores menos jovens, esta comunidade é feita de mil ramos com um tronco comum, o interesse e paixão pela abelha melífera.

Dentro desta comunidade tão diversa, temos alguns de nós que pela sua influência positiva ao longo de muitos anos se têm destacado no sector. Entre eles está o Francisco Rogão.

Conheço o Francisco praticamente desde o início da minha aventura apícola. Como poderia ser de outro modo? Desde esse início que tenho aprendido com ele aspectos práticos e efectivos de maneio e que me serviram bem quando os apliquei. Lembro-me que em 2015 ou 2016, depois de ter estado presente numa palestra que apresentou no Porto, uma das suas propostas de desdobramentos me serviu como uma luva no quadro da gestão de um apiário que tinha em Coimbra. Dos 40 desdobramentos que realizei em duas semanas consecutivas, 38 resultaram. E esse enriquecimento, quer do meu património apícola e sobretudo do meu nível de conhecimentos, teve origem na generosidade do Francisco na partilha dos seus conhecimentos e práticas dirigidas  ao grupo de apicultores presentes nesse fim de tarde no Porto. Este é um caso, entre outros, do meu maneio, onde a inspiração, o “saber fazer” e a motivação para agir foram determinados e orientados pelas “dicas” preciosas do Francisco. 

Nos últimos 3 anos tenho colaborado mais activamente com o Francisco nos cursos que disponibiliza on-line e nas duas últimas Jornadas da Macmel. Estes desafios/convites à colaboração de palestrantes de diversas áreas, mostram outra faceta do Francisco, associada à sua generosidade: um espírito aberto e agregador. Um espírito aberto que se expressa na sua atenção e foco nos avanços que vão acontecendo na apicultura nas mais variadas áreas, dos equipamentos às técnicas de maneio e dimensão estratégica de uma apicultura sustentável; um espírito agregador que se expressa nos eventos que promove e em que participa, quer em Macedo de Cavaleiros quer noutros territórios do nosso Portugal continental e insular, e que funciona como uma cola que une pessoas e experiências tão diversas.

Esta publicação e estas linhas simples e incompletas servem para dar um grande Bem-Haja ao Francisco que estendo à Manuela, ao Rúben e à Raquel.

Francisco e Manuela.
Macmel

vespa velutina: uma breve revisão do que tenho escrito e publicado

Foi em 2011, um pouco antes dos primeiros avistamentos em Portugal, que soube que uma vespa exótica estava a preocupar e muito os apicultores franceses. Quando recebi a notícia que tinha sido avistada em Viana do Castelo fiquei também bastante preocupado. Esta preocupação acabou por reflectir-se nas inúmeras publicações que tenho vindo a fazer desde 2016, data que fundei este blogue, até ao presente sobre este insecto predador.

Esta publicação tem como objectivo apresentar uma breve e parcelar revisão do que tenho publicado sobre a Vespa velutina nigrithorax.

Eduardo Gomes: serviços de formação presencial e on-line, consultoria presencial e on-line e apoio técnico em apiário (contactos: 935 251 670; jejgomes@gmail.com)

por Oliveira do Hospital: visita técnica a apiário

Ontem, por volta das 8.30, estava a entrar no apiário que se vê na foto em baixo, situado nas proximidades de Oliveira do Hospital, onde estavam instalados 28 enxames em colmeias e alguns núcleos do modelo reversível.

Este apiário tem como função principal prestar serviços de polinização às plantações de framboesas e mirtilos do Rúben, jovem e empreendedor agricultor, que contratou os meus serviços técnicos.

O apiário.

Das 7 colónias estabelecidas que sobreviveram à varroa o ano passado e superaram o desafio do inverno, 6 tinham enxameado nas semanas anteriores e apenas uma resistia ao impulso…

Colónia com ninho e sobreninho e que até ontem não tinha enxameado.

… e foi por essa que comecei. E como não há 6 sem 7, também esta apresentava sinais inequívocos de estar a preparar-se para enxamear nos próximos dias.

Com o acordo do Ruben procedi ao controlo efectivo da enxameação nesta colónia. Encontrada rapidamente a rainha mãe empreendi os procedimentos habituais.

Núcleo com rainha mãe.

À questão muito pertinente que o Rúben me colocou sobre como agir para controlar a enxameação sem dividir e aumentar o efectivo e manter intacto o potencial produtivo de mel, descrevi uma outra técnica a aplicar quando os objectivos são esses.

Aproveitámos a oportunidade para fazer nesta colónia o teste de medição da infestação por varroa. O Rúben tinha iniciado o único tratamento deste ano em janeiro, um tratamento de longa duração, e ontem, nesta colónia, caíram 12 varroas na amostra de abelhas recolhidas. Mesmo com esta taxa de infestação (4%), nesta época do ano o enxame parecia estar super limpo ao olhometro.

Varroas caídas no fundo do copo de testes.

As 12 varroas caídas no teste indicam que a colónia está a ser parasitada por cerca de 5 mil varroas e que, nada fazendo, irá colapsar à entrada de junho, momento que provavelmente coincidirá com o início da pressão das velutinas à frente dos alvados. Naturalmente o Rúben irá proceder com urgência ao segundo tratamento do ano e conseguirá manter debaixo de um controlo apertado a varroose no seu apiário.

Procedi à inspecção de todas as restantes colónias, a maior parte enxames adquiridos recentemente. Aproveitei a oportunidade para:

  • fazer a organização dos quadros nestes enxames e orientar o Ruben nos próximos passos a executar;
  • ajudar a distinguir rainhas novas de rainhas mais velhas;
  • identificar padrões de postura e sinais de rainhas decadentes (eliminámos uma);
  • aproveitar e suprir alguns enxames com mestreiros produzidos de forma natural;
  • orientar para utilizar no próximo ano um quadro de criação intensiva de zângãos;
  • equalizar as reservas com transferência de alguns quadros entre enxames;
  • instruir para a correcta preparação e colocação dos acaricidas nas colmeias;
  • dar algumas orientações na luta contra a velutina;
  • referir alguns procedimentos de prevenção da enxameação;

No final o Ruben pediu-me para o inscrever na 3ª edição do workshop avançado “Controlo da Varroose”, a realizar em Coimbra no próximo dia 25 de maio.

E brindámos estas 4 horas de trabalho e interacção com a excelente cerveja artesanal feita a partir das framboesas produzidas nesta bem tratada e produtiva exploração de frutos vermelhos que o Rúben está a conduzir.

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a tarde da primeira edição do workshop avançado Controlo da Varroose: 20 de abril

De manhã foi o tempo de apresentar os fundamentos e a proposta de intervenção. Esta componente técnico-teórica alicerça, consolida e justifica o “fazer” que aconteceu à tarde. A apicultura, como todas as outras artes e ofícios, não escapa a este processo. Não é possível a boa arte sem bons fundamentos técnico-teóricos!

E foi das práticas críticas e incontornáveis, integradas num processo mais vasto de controlo efectivo da população de varroas, dos detalhes de sua aplicação, das potencialidades e limitações de cada uma delas, da interpretação correcta dos resultados recolhidos, da tomada de decisão à luz desses dados, das propostas para ultrapassar dilemas, da distinção entre o que é relevante e o que não o é, do fazer com rigor e precisão, das conversas partilhadas sobre experiências diversas, que se preencheram as cerca de 3 horas de campo nesta tarde de 20 de abril.

A minha gratidão à atenção, questionamentos, empenhamento e simpatia de tod@s presentes, os participantes fundadores nesta nova etapa da minha vida profissional. Tendo sido formador e consultor a tempo inteiro em áreas não apícolas durante 15 anos, a que se seguiram 13 anos a tempo inteiro como apicultor, é muito interessante estar neste momento a fazer a síntese desses dois momentos da minha vida profissional, agora enquanto formador e consultor na área apícola.

Os próximos workshops serão em Macedo de Cavaleiros, a 28 de abril, em Coimbra a 11 de maio, este já esgotado, e 25 de maio com algumas vagas disponíveis.

Ao Marcelo Murta, Nuno Capela e Francisco Rogão, a minha gratidão pelo apoio precioso e decisivo na concretização deste e dos próximos workshops.

Em baixo fotos dos companheir@s desta tarde de 20 de abril… que lembrarei com um carinho especial.

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