os dados sujos estragam as teorias bonitas ou o pequeno monstro que se agiganta

No âmbito da minha pesquisa pessoal desloquei-me ontem ao apiário de um amigo e por ali andei durante 2h30 a medir a infestação por varroa em amostras de cerca de 300 abelhas de diversas colmeias.

E mais uma vez os dados sujos estragam as teorias bonitas, em particular a teoria de que a varroa pode ser controlada com recurso a dois tratamentos anuais, teoria implícita da DGAV e PAN, que com a obrigação e comparticipação de apenas dois medicamentos/ano enviam um sinal errado à comunidade apícola, e a teoria abelheira de que enquanto não se observar varroas a cavalo nas abelhas a colónia está bem e recomenda-se.

Mas os dados sujos que vou colectando em apiários de amigos contam uma história muito diferente. Por ex. os dados recolhidos ontem são elucidativos: uma colónia que na primeira quinzena de abril tinha uma taxa de infestação de 2% (6 varroas caídas de 300 abelhas lavadas com álcool) ontem, apenas um mês passado, está nos 5,6% (21 varroas caídas de 365 abelhas e 9 zângãos lavados com álcool). Este é um dos meses em que a taxa de infestação triplica num período de cerca de 30 dias.

Como fiquei um pouco admirado com a queda tão elevada de varroas, fiz questão de contar uma a uma as abelhas e zângãos da amostra. Os 9 zângãos na amostra não são demais, pelo contrário, deveriam ser mais, para aumentar a representatividade da mesma.
Nesta amostra caíram 13 pequenos monstros mais os 8 que ficaram agarrados às paredes do copo de testes.
E é neste ninho que a população de varroas se agiganta a passos muito largos e em períodos muito curtos. Bee careful!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.