equipamentos apícolas: algumas soluções engenhosas

O meu amigo Luís Pereira, apicultor profissional no norte de Portugal, teve a generosidade de me mostrar, há uns dias atrás, 4 peças do seu equipamento concebidas por ele para levar a cabo um maneio mais eficiente, rápido e menos esforçado. Permitiu-me fotográ-las e divulgá-las neste blog para que possam inspirar outros. Bem-hajas Luís e muitos anos de saúde e boas crestas!

Começando pelo carrinho de transporte de meias-alças, que carrega com até 5 meias-alças Langstroth cheias de mel.

De notar 3 detalhes: os garfos desenhados para se ajustarem ao tabuleiro onde vão ser colocadas as meias-alças; o reforço exterior às rodas e a utilização de dois pneus em cada roda.
Nestes tabuleiros, com duas ripas inferiores que dão a altura necessária para os garfos do carrinho poderem entrar, vão ser colocadas pilhas de 5 meias alças cheias de mel, que depois transportará até ao seu veículo, estacionado a uns metros de distância no apiário, subindo-as com este carrinho por uma rampa.

Antes de fazer o transporte destas meias alças, coloca-as sobre o tabuleiro durante algumas horas para desabelharem com recurso a um escapa abelhas com uma concepção genial.

Escapa-abelhas colocado no topo da pilha com a respectiva saia. O Luís Pereira faz várias pilhas com 5 meias alças no apiário, durante as horas frescas da manhã. Terminado esta tarefa deixa as pilhas algumas horas a desabelhar, antes de as levar para a sua sala de extracção.
Estes escapa-abelhas são muito eficazes porque são de topo e aproveitam uma característica comportamental das abelhas: a procura da luz. Desde que não haja criação nos quadros de meia-alça, as abelhas saem sem dificuldade pelos cones e não voltam a entrar. Para evitar a criação nas meias-alças o Luís Pereira utiliza as grelhas excluidoras de rainha em todas as suas colónias em produção. Um cuidado crítico a ter com a utilização deste procedimento é garantir que as abelhas não entram por lado nenhum nesta pilha de meias-alças durante as horas que ficam a desabelhar no apiário.

Com o recurso a estes três equipamentos o Luís consegue crestar dezenas de colmeias por dia sozinho e transportar as respectivas meia-alças para a sua sala de extracção com muito poucas abelhas.

Um outro equipamento que começou a ser modificado e desenvolvido desde 2012 pelo Luís é a prancheta assimétrica.

Numa das faces é uma prancheta convencional.
Na outra face é uma prancheta profunda que permita a colocação de alimento sobre esta face quando está voltada para o topo. Com esta face profunda virada para baixo permite a colocação dos sacos de alimento logo por cima dos quadros. Nas transumâncias, que o Luís Pereira faz frequentemente, coloca esta face profunda virada para baixo, para dar espaço para as abelhas ali se aglomerarem e diminuir o perigo de esmagamento durante o transporte.

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