as colónias mais fortes do apiário: projecções de maneio

Anteontem e ontem, tenho andado focado na suplementação das colónias com hidratos de carbono, na forma de pasta alimentar e, em alguns casos, coloco também um quadro ou dois com mel. Ontem esta tarefa permitiu-me, nos apiários a 600 m de altitude e com as temperaturas entre os 16-18ºC, ver um pouco mais profundamente algumas colónias, em particular as mais fortes. A publicação de hoje vai focar-se nestas colónias mais fortes e nas projecções de seu maneio neste período de final de inverno e início de primavera.

As colónias fortes e muito fortes, uma forma rápida de designar colónias com 8 ou mais quadros de abelhas e com 4 a 5 quadros com áreas expressivas de criação de novas abelhas, representam cerca de 20-25% do total de colónias neste momento — momento este em que, habitualmente, se inicia um forte fluxo de pólen neste território.

Foto de ontem de uma colónia muito forte, na configuração de duplo ninho do modelo Lusitana. Passou o outono/inverno nesta configuração.
Foto de ontem de uma colónia muito forte, na configuração de duplo ninho do modelo Langstroth. Passou o outono/inverno nesta configuração.
Foto de ontem de uma colónia forte, na configuração de ninho simples do modelo Langstroth.

Com alguns anitos de apicultura a tempo inteiro “no meu cinturão” mal seria se não tivesse aprendido uma coisa ou meia! Por exemplo, aprendi que deixando estas colónias evoluírem “naturalmente”, ao seu gosto, sem freios, pouco ou nenhum mel irão produzir em abril/maio. Isto porque, ainda antes da entrada do principal fluxo de néctar, uma boa parte delas já terão enxameado. Ainda assim, estas colónias são-me muito úteis nestes próximos 30-45 dias, em particular para efectuar os maneios de equalização (entre outras publicações sobre a equalização, esta é a mais recentemente publicada) e criação de novos núcleos populacionais. Cada coisa é para o que nasce, costuma dizer-se, e estas colónias que cresceram de forma temporã, serão preciosas para estes maneios que tanto aprecio realizar. Para produzir mel estão as outras, as que agora estão médias ou fracas e que estarão em “ponto de rebuçado” para daqui a 60 dias se afincarem na colecta do primeiro fluxo importante por cá.

Foto de ontem de um quadro de uma colónia forte do modelo Lusitana onde, para além da bonita mancha de criação de obreira, observo criação fechada de zângão. Desconfio que 30 a 40 dias após o inicio da criação de zângãos, a “mentalidade” desta colónia é a de que reuniu boa parte das condições para se cindir/reproduzir.
Foto de ontem de um quadro de um núcleo do modelo Langstroth, onde se pode ver pão-de-abelha recentemente ensilado.

Dado o acentuado e rápido crescimento que noto nas colónias, típico desta altura do ano, estou em crer que a proporção dos diversos aminoácidos presentes no pólen deste território deve estar próximo do perfil ideal e surge com a devida antecipação. Dado que nada mais faço para as estimular nutricionalmente — há vários anos que não utilizo alimentação líquida 1:1, nunca utilizei suplementação proteica, promotor L que tipo de eletrodoméstico é ? — que melhor explicação que a da qualidade do pólen que a Natureza tão generosa e atempadamente fornece?

No topo da fotografia vemos o segredo da estimulação das minhas colónias nas patitas da abelha. Mais ao centro… a mãe – já agora refiro que quando tiro uma foto de um quadro com criação tenho que ter a certeza que a mãe anda noutro quadro, e só tenho essa certeza vendo que ela anda nesse outro quadro, ou em alternativa vou ter que sacudir todas as abelhas do quadro que pretendo fotografar.

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