
Desde o início da minha actividade apícola fui confrontado com colónias desiguais nesta época do ano. Tendo aprendido que este é um fenómeno normal e incontornável, procurei aprender acerca de como o gerir e optimizar. Entre outras, a ferramenta de gestão que adoptei, utilizada desde há muitas décadas, foi cunhada com o termo equalização. No meu território, neste mês de janeiro é impraticável iniciar o maneio de equalização das colónias. Resta-me alimentá-las com pasta de açúcar, confinar uma ou outra mais fraca numa caixa de 5 quadros, e esperar mais cerca de um mês a mês e meio para iniciar a transferência de quadros com criação fechada, prestes a emergir, das mais fortes e trocá-los por quadros com criação aberta ou com reservas das colónias mais fracas. E assim apoiadas as colónias mais frágeis se fazem fortes e vigorosas à entrada do fluxo de néctar. Se a colónia é um indivíduo (super-organismo para alguns), o apiário é a a aldeia, que eu quero comunitária, onde a partilha de forças traz ganhos a todos. Para mim o cuidador, os ganhos são claros desde há uns anos, e estão aqui elencados. Este é um maneio que francamente me dá grande prazer fazer, que assenta como uma luva na minha idiossincrasia, colocando as colónias mais fortes ao dispor das mais fracas. Tenho para mim que a forma como fazemos a nossa apicultura também é terreno para a expressão da nossa ética e da nossa mundovisão.



