Nestas duas últimas semanas fiz várias intervenções nos meus apiários que espero venham a ter um impacto assinalável nos resultados deste ano.
Mais adiante conto referir algumas delas. No entanto, por vezes, são as pequenas coisas que mais nos ficam na memória e que mais nos levam a reflectir nos caminhos que a natureza foi encontrando para a perpetuação das espécies. Vem esta conversa a propósito de um pequeno episódio que ocorreu no meu apiário da beira litoral.
No passado domingo insatisfeito com o padrão de postura de uma rainha decidi eliminá-la. Depois de lhe ter passado com o raspador/formão por cima, deitei-a ao chão logo ali. Passado cerca uma hora o meu empregado chamou-me a atenção para um aglomerado/cacho de abelhas no chão, no mesmo local onde tinha deitado a rainha morta.
No dia seguinte, logo pela manhã cedo, voltei ao apiário e lembrando-me deste episódio fiz questão de olhar para o local onde no dia anterior tinha deitado a rainha, e voltei a ver um aglomerado de abelhas por lá. Ainda hoje me pergunto se as abelhas por lá pernoitaram, no exterior da colmeia, ainda atraídas por uma força invisível à sua mãe? Estou em crer que sim.
Na terça feira, já num apiário da beira alta, pedi ao meu empregado que encontrasse e eliminasse duas rainhas que, de acordo com os registos das visitas anteriores, apresentavam um padrão de postura duvidoso. Junto com estas orientações ia uma outra: “depois de eliminar a rainha abra um pequeno buraco no chão e tape a rainha morta com terra”.
Seja nas pessoas, seja nas abelhas, seja noutra qualquer espécie os vínculos são feitos de uma matéria intangível tão ou mais forte que o aço. Nas abelhas o material vinculativo, os entendidos chamam-lhe feromonas.