… estado de guerra

Ontem fiz entre a Guarda e Coimbra 150 Km com o sol sempre por detrás de nuvens de fumo.

Chego a Coimbra e as imagens e notícias da televisão confirmam e expandem esta vivência: Portugal arde de norte-a-sul, de este-a-oeste.

Tenho 50 anos e não me lembro de uma ano tão negro, tão quente, tão mortal. Estamos em terra queimada, estamos feridos, estamos em estado de guerra.

Fig: Uma parede de fumo negro em Vieira de Leiria, com o pinhal real de Leiria a arder 

Um soco no estômago que tem como causas remotas aquilo que alguns ainda negam: alterações climáticas!

Um soco no estômago que tem como causas próximas aquilo que alguns deveriam investigar: como é que os “tolinhos” e “alcoólicos” se conjugam tão perfeitamente entre si para incendiar o país de lés-a-lés num período de tempo tão curto?

Até parece uma acção perfeitamente planeada, organizada, com uma capacidade operacional regional ou até nacional e por gente que de tolo e de bêbado nada têm. E às vezes o que parece é!

conhecer o país de origem do mel: missão impossível?

Neste pequeno período de algum descanso, tenho aproveitado para viajar pela net apícola. Para além dos habituais textos de pouca qualidade, naturalmente encontro também textos com conteúdos de qualidade, pertinentes e esclarecedores.

Por exemplo aqui encontrei um excelente texto sobre a actual situação em Espanha acerca da rotulagem do mel. Como o texto está escrito em espanhol/castelhano não vou proceder à sua tradução.

Destaco no entanto estes dois pontos:

  • apesar das lutas recentes dos nossos companheiros espanhóis para que a lei obrigasse à identificação clara dos países de origem nos rótulos do mel enfrascado, as pequenas alterações introduzidas no decreto real mantêm a possibilidade de se continuar a rotular por ex. com os dizeres “mezcla de mieles procedentes de la CE y de mieles no procedentes de la CE”; 
  • contudo há três países da UE que melhoraram/não aplicaram a directiva europeia a este respeito, e obrigam à indicação dos países de origem nos rótulos de mel enfrascado… e nenhum deles é Portugal.

Vamos a ver o que decide o nosso governo, depois de um oportuno e justo protesto dos apicultores portugueses, no sentido da obrigação de dar uma informação clara dos países de origem nos rótulos do mel colocado ao dispor dos consumidores.

Fig. 1: Exemplo de uma marca branca que dentro da lei rotula “mistura de méis UE e não UE“. Para quando a mudança da lei?

perdas de colmeias em três regiões francesas no inverno de 2015-2016: dados, análise e discussão

Encontramos aqui  uma vez mais um excelente relatório produzido pela Chambre d’Agriculture d’Alsace com a análise e discussão dos dados recolhidos através das 248 respostas ao inquérito apresentado, e que descrevem 8 686 colmeias repartidas por 604 apiários. Uma amostra que merece o nosso respeito, julgo eu, e um relatório que recomendo fortemente a sua leitura por quem tem alguma facilidade no francês.

Para os companheiros que da bela língua francesa nada pescam deixo aqui um apanhado, na nossa bem-amada língua, de alguns aspectos que me parecem muito relevantes no actual contexto de assuntos debatidos no blog “abelhas à beira”:

  1. a média de perdas invernais é mais baixa quando os tratamentos anti-varroa são colocados em Julho (12, 7%). Quando os tratamentos são colocados em Agosto, Setembro ou Outubro, as perdas invernais são de 19,5%, 20% e 26,3%, respectivamente;
  2. a média de perdas invernais é mais baixa quando o tratamento anti-varroa utilizado é o Apivar (13,5%). Seguem-se o ácido fórmico e o MAQS (17,9%), os tratamentos caseiros com amitraz (21,7%), o Apistan (22,6%). Os menos eficazes são os produtos com base no timol, Apiguard, ApilifeVar e Thymovar associados a perdas invernais de 31,9%;
  3. a média de perdas invernais é mais baixa na categoria de apicultores com mais de 100 colmeias (18% de perdas) e mais alta na categoria de apicultores com menos de 10 colmeias (26,7% de perdas).

Estes dados apresentados em cima resultam dos dados recolhidos por inquérito ao longo dos últimos 7 anos pela Chambre d’Agriculture d’Alsace. Não acredito no Pai Natal, mas quem sabe se a FNAP orientará mais os fundos que dispõe para uma linha de investigação deste tipo, do que para certos tipos de investigação que nem ao Menino Jesus interessam. Se estes inquéritos fossem realizados em Portugal e os seus resultados devolvidos/publicados junto dos apicultores portugueses, conheceríamos muito melhor a nossa realidade, orientaríamos as nossas acções de acordo com as análises e discussões deles resultantes e alguns de nós, os mais inexperientes porventura, estariam menos vulneráveis a certos conteúdos mal-amanhados ou amanhados à pressa e que vão sendo publicados por aí na rede.

Não quero terminar sem deixar de enfatizar um dado apresentado no relatório acerca do efeito da eliminação de zângãos/corte de zângãos nas perdas invernais de 2016-2017:

  • as perdas invernais de colmeias onde o apicultor aplicou a técnica de eliminação de zângãos/corte de zângãos foi de 19,7%;
  • as perdas invernais de colmeias onde o apicultor não aplicou a técnica de eliminação de zângãos/corte de zângãos foi de 13,6%.

É com relativa surpresa que constato que a eliminação de zângãos não melhora a taxa de sobrevivência invernal, confiando nos dados deste relatório. Vamos ver se os dados de futuros relatórios confirmarão que o corte de zângãos tem um efeito nulo, ou até negativo, na sobrevivência invernal das colónias de abelhas. Serão as alegadas virtudes do corte de zângão para o controle/redução da taxa de infestação pela varroa mais uma “inverdade”, como muitas outras em apicultura, que resulta de opiniões mal-fundamentadas mas que repetidas até à náusea se tornaram “verdades” de que ninguém duvida?

Fig. 1: Quadro preparado para criação intensiva de zângãos no âmbito da utilização da técnica eliminação de zângãos/corte de zângãos.

Nota: um efeito negativo da produção excessiva de zângãos sobre a produtividade das colmeias é mencionado neste estudo aqui traduzido.

eficácia do tratamento de final de verão contra a varroa: discrepâncias

Hoje, cerca de 2 meses após a colocação das tiras de Apivar nas minhas colmeias, tenho todas as colmeias vivas e, sobretudo, sem qualquer indício de varroa. Em cerca de 600 colmeias não vi abdómens atrofiados, asas deformadas, criação com sinais de parasitação, varroas em cima das abelhas,… uma limpeza, um contentamento!

Fig. 1: Quando virem algo parecido nas vossas colmeias após 30 dias o início do tratamento fiquem muito preocupados e empreendam acções remediativas.

Quando leio referências a 40%-50% de mortalidade de enxames por varroose neste período de fim de verão início de outono, tento encontrar as razões que expliquem esta discrepância tão grande com a minha realidade: 0% de mortalidade por varroose até agora.

Num post que publicarei em breve irei referir de forma detalhada o que fiz este ano de diferente e que acredito está por detrás do sucesso na luta que travei/travo contra a varroa.

Antes desse post falta-me saber se os 40%-50% de mortalidade por ineficácia dos tratamentos são a regra ou são a excepção? Falta-me saber se os 0% que obtive até agora são a a regra  ou são a excepção? Quais são os vossos números? Como trataram?  Se desejarem responder podem fazê-lo na área dos comentários.  Se desejarem preservar o vosso anonimato eu apenas apresentarei os dados sem identificar quem deseja permanecer anónimo. Espero que me ajudem a ajudar-nos. Estes dados podem trazer alguma luz e contribuir e muito para a nossa aprendizagem.

Nota: se esta iniciativa tiver uma resposta positiva da vossa parte conto voltar a fazer algo do género acerca do que está a dar algum resultado no combate à velutina. Vejamos se somos capazes de assumir os nossos próprios riscos, se somos capazes de em conjunto procurar soluções ou se, pelo contrário, vamos continuar a olhar para o estado, que estou certo não vai fazer nem mais nem melhor do que tem feito até agora.

paulonia vs. eucalipto

Num ano terrível para apicultura, com milhares de colmeias ardidas, algumas delas minhas, procuro informação sobre árvores-bombeiro e se possível nectaríferas. A paulonia está a merecer neste momento a minha atenção porque me parece reunir estes dois requisitos.

Fig. 1: Árvore paulonia

Fazendo esta pesquisa acerca da paulonia (paulownia em inglês) encontrei a opinião, citada em baixo, que pode deixar algumas pistas para a reforma florestal que tanto se anseia, tendo como quase certo que algumas sub-espécies desta espécie não são consideradas invasoras pelas autoridades portuguesas competentes (ver lista linkada aqui).

 

O governo e os produtores privados parecem adorar a monocultura. Quase qualquer monocultura seria melhor do que o que existe atualmente. Aposto que eles gostariam de uma árvore que tenha retorno ao fim de 10 anos. O Paulownia precisa de mais umidade do que está disponível naqueles montes, mas aposto que seria bom em áreas mais quentes.

A maioria dos assentamentos precisa lidar com as águas cinzentas. Um sistema de tratamento de águas arrasadas, com base nessas árvores, poderia dar uma grande quantidade de proteção contra incêndio em um curto período de tempo. Um grande anel em torno de cada pequena cidade poderia ser irrigado. Isso satisfaria o desejo de cultivar árvores, com a exclusão de outras coisas, e evitaria a propagação do fogo. A cultura acabada é mais valiosa do que o eucalipto.

A indústria de plantio de eucalipto emprega apenas cerca de 3.000 pessoas. Seu país permitiu que uma vasta área fosse cultivada em mono, em nome da economia de 3.000 trabalhos. Quase qualquer outro sistema florestal, produziria mais empregos. Com celulose e papel, é principalmente plantar, aguardar o número de anos necessário, depois cortá-lo e processá-lo em pasta de papel.

As árvores que são moídas em madeira, criam um grande número de indústrias derivadas. Haveria serrarias, fabricantes de móveis e fabricantes de qualquer coisa que pudesse usar uma forte madeira parecida com Balsa. Se a mesma quantidade de terra fosse coberta com qualquer árvore que precisasse ser moída, ela deveria empregar mais de 3.000 pessoas. Isso é algo que precisa ser abraçado pelo povo e pelo governo. Deixe a indústria do papel morrer. A Escandinávia pode facilmente fornecer papel de celulose e papel higiénico para a Europa.

Com uma árvore de crescimento rápido, com salários mais baixos do que a Escandinávia, Portugal poderia facilmente dar uma certa concorrência ao Ikea. A árvore Paulownia passa por uma variedade de nomes … Paulownia (Paulownia tomentosa).

fonte: https://permies.com/t/59285/Reforesting-Portugal-firefighting-trees

Nota: agradeço ao Nuno Oliveira ter chamado a minha atenção para esta espécie.

colmeias e suas configurações

As fotografias em baixo pretendem ilustrar as principais configurações de colmeia que utilizo. Apesar da sua importância este é um tema que me parece pouco abordado.

 

 

 

Fig.1 : Imagem geral de um apiário.

 

 

Fig.2: Colmeias com uma só câmara a ninho e meias-alças meleiras.

 

 

 

Fig.3: Colmeia com duas câmaras a ninho e 2 meias-alças meleiras (colmeia mais alta do assento).

 

 

 

Fig.4: Colmeia dividida com tabuleiro divisor (colmeia com pedra sobre o tecto).

 

Na minha opinião a tomada de decisão acerca da configuração a adoptar para esta ou aquela colmeia, mais do que regras escritas na pedra, deve ter em conta a força do enxame e o grau de desenvolvimento que dele se prevê (ver mais detalhes aqui).

apiário zero tratamentos… condições e resultado

Foi em Espanha e experimentou-se em 2o colmeias (ver aqui).

Condições experimentais básicas:

  •  enquadramento desta experiência pelas autoridades competentes;
  • as colónias deixaram de ser tratadas com acaricidas contra o ácaro varroa a partir de 2012;
  • as colmeias tinham estrados sanitários;
  • alvéolos mais pequenos;
  • apiário situado numa zona com baixa densidade de colmeias.

Resultados em 2015 (ver aqui):

  • passados três anos desde o início da experiência nenhuma colónia estava viva.

Vem este post a propósito de uma conversa que tive com um cliente que me comprou alguns enxames este ano. Em determinado ponto da nossa conversa referiu que uma recém apicultora, situada nas suas proximidades, tencionava não tratar a varroose. A receita para o presumível sucesso desta experiência na opinião desta apicultora passa por não alimentar artificialmente os seus enxames. A sua crença é que o seus enxames irão resistir à varoose uma vez que as abelhas alimentadas só com o seu próprio mel serão suficientemente resistentes ao varroa.

Dois comentários:

  • este género de experiências é ilegal, quando não devidamente autorizadas e enquadradas pelas autoridades competentes;
  • vivo muito mais feliz e tranquilo se entre os apicultores vizinhos dos meus apiários não existir nenhum tão iluminado, vanguardista e ignorante como é o caso desta senhora.

vendo mel da colheita de 2017 já enfrascado ou a granel

Iniciei a cresta dos méis claros (a floração predominante é o rosmaninho, ainda que não possa garantir que é um mel que cumpra os requisitos necessários a um monofloral) há cerca de 3 semanas atrás.

Neste momento tenho também disponível mel escuro (floração predominante de urze ainda que não possa garantir que é um mel que cumpra os requisitos necessários a um monofloral).

Vou comercializar o meu mel na modalidade enfrascado em frascos sem rótulo, a pensar no potencial mercado de companheiros apicultores que necessitem de uns frascos para satisfazer as necessidades dos seus clientes.  Os frascos que terei ao dispôr serão de 1Kg, o,5Kg e 0,25 Kg.

Deixo a tabela de preços* aos interessados:

1 Kg = 5,00 €;

0,5 Kg = 3,00 €;

0,25 Kg = 2,00 €.

* (ao qual acrescem os 6% do IVA)

Nesta modalidade mel enfrascado aceitam-se encomendas para quantidades não inferiores a 48 Kg, a entregar no distrito da Guarda ou no distrito de Coimbra.

Neste momento tenho também disponíveis para vender a granel vários bidões (300 Kg) de mel claro e de mel escuro. Se estiverem interessados agradeço que me façam a vossa proposta com o valor que vos interessa pagar por quilograma.

Estou disponível neste blogue e neste endereço electrónico para receber as encomendas e detalhar o que entenderem necessário: jejgomes@gmail.com

Nota: poderei demorar alguns dias a responder às mensagens electrónicas por dificuldades no acesso à rede e por falta  imediata de tempo. Agradeço a vossa compreensão. Comprometo-me a responder a todas as propostas sérias.

nem todos os ovos nascem iguais?

Uma questão que me tem acompanhado, praticamente desde que iniciei a minha actividade apícola, é esta: os ovos/larvas que darão futuras rainhas são escolhidos pelas abelhas ou qualquer um/uma serve? Será que os ovos que estão na origem de futuras rainhas têm alguma coisa diferente dos ovos que darão origem a futuras obreiras? Ainda que de uma forma mais complexa e estruturada é esta a “importante questão” que o excerto do artigo em baixo traduzido e referenciado coloca.

“Finalmente, coloca-se a importante questão de quem decide se um ovo é  o de uma futura obreira ou o de uma futura rainha e como essa decisão é tomada. As obreiras constroem as taças reais durante toda/alguns meses da temporada, mas muitas vezes permanecem vazios. As novas rainhas são criadas quando a rainha velha morre, ou em preparação para a divisão/enxameação da colónia. Os ovos são muitas vezes colocados pela rainha diretamente nas taças reais, caso em que ela presumivelmente tomou a decisão de que este ovo em particular deveria ser a origem de uma futura rainha. No entanto, as obreiras também movem ovos de de alvéolos normais/regulares para estas taças reais e, ainda, larvas de rainha e pupas são frequentemente destruídas pelas obreiras. Assim, as obreiras podem interferir substancialmente com o destino real, e isso levanta a questão de saber se há algum nepotismo* envolvido. Embora a diferenciação de castas em rainhas e obreiras seja amplamente mediada pela nutrição das abelhas, também parece haver uma influência genética. Por causa dos hábitos promíscuos da rainha, uma colmeia de abelhas geralmente contém múltiplas subfamílias de obreiras cada uma gerada por um zângão diferente, e algumas subfamílias podem estar mais representadas na produção das futuras rainhas, presumivelmente mediada por tratamento preferencial de certas larvas e aborto seletivo de outras. Isso agrega um nível de complexidade à interação entre fatores genómicos e ambientais: a intervenção de fatores epigenéticos através da nutrição larval pode, por sua vez, ser controlado por fatores genéticos que controlam o comportamento de fornecimento de geleia real às larvas de futuras rainhas.”

fonte: http://journals.plos.org/plosbiology/article?id=10.1371/journal.pbio.1000532

* nepotismo: Favoritismo excessivo dado a parentes ou amigos por pessoa bem colocada. = AFILHADISMO, AMIGUISMO

Se a resposta à questão colocada no título deste post for que os ovos de futuras rainhas e de futuras obreiras são seleccionados pelas abelhas e/ou rainhas-mãe, isto é, que os ovos na origem são diferentes para as duas castas de abelhas, a criação de rainhas pelo método Doolittle/translarve pode revelar-se uma simplificação questionável do processo natural de criação de rainhas.

um caminho para tornar uma operação apícola mais rentável

Não sendo economista, a noção de rentabilidade da minha operação apícola parte de pressupostos e variáveis simples de contabilizar e compreender por alguém, como eu, que não possui competências e qualificações específicas na área.

Assim sendo, a rentabilidade anual que eu contabilizo tem por detrás uma equação simples: capital realizado com as vendas – capital investido ± capital amortizado.

Este ano, com cerca de 8 meses decorridos desde início de outubro de 2016 (mês em que inicio o meu novo ano contabilístico), investi até agora cerca de 50% do que tinha investido em todo o ano contabilístico anterior. Estou numa fase de contenção de custos e de menor necessidade de investimento na minha operação. Elencando algumas das rubricas com maior impacto nesta redução de custos tenho:

— menor investimento em colmeias/caixas; estou a atingir a maturidade da minha operação e aumentei marginalmente o número das minhas colmeias, em parte devido ao bom número de enxames que comercializei e em parte resultado de uma estratégia de prevenção da enxameação bem sucedida, que me levou a efetuar um número de desdobramentos forçados relativamente baixo;

— muito menor investimento na compra de cera laminada, dado que o meu stock de cera em broa do ano passado me permitiu cobrir e até ultrapassar a aquisição de cera laminada;

— menor investimento na alimentação artificial de suplementação, em grande medida possível por ter alimentado apenas na medida do necessário (ver aqui) e também porque os meses de março e abril  permitiram às abelhas irem buscar pólen e néctar ao campo.

Juntando a estas rúbricas, mantém-se a minha intenção de não fazer investimentos grandes em infraestruturas, tais como armazém e linha de extração automática. Relativamente aos locais de armazenamento de material o espaço de que disponho, se bem arrumado e gerido, continua a mostrar-se suficiente. Já no que respeita à linha de extração automática vou continuar a externalizar este investimento/custo, recorrendo ao serviço de outra entidade. O mesmo digo para o processamento de ceras velhas.

Este ano, as minhas expetativas são de um aumento de rentabilidade da operação apícola que conduzo na ordem dos 30%-40%, resultantes de um aumento de capital realizado de 10%-15% e de uma redução de custos na ordem de 20%-25%.

Este post tem como cerne, como já entenderam, que os ganhos provêm não só das maiores e melhores vendas, mas também da ponderação parcimoniosa/austera dos gastos a realizar.

Nota: o conteúdo deste post estava já definido na minha cabeça há algum tempo, mas de alguma forma o timing da sua concretização e publicação foi determinado pelo conteúdo interessante de um comentário do José Marques acerca da utilização/apoio de novas tecnologias na apicultura. Como noutras áreas, há que fazer o melhor possível uma análise do ROI (Retorno do Investimento) para que o dinheiro que entra por uma porta, e que nos custa tanto a ganhar, não saia por um portão e sem o esperado impacto positivo.