a montanha russa da infestação por varroa em dois apiários de um amigo

A primeira imagem que me ocorre de uma montanha russa são aqueles picos elevados antecedidos e seguidos por vales profundos, isto é uma estrutura com altos e baixos. Esta imagem pode ser aplicada com toda a pertinência às taxas de infestação por varroa em abelhas adultas, avaliadas por lavagem, em dois apiários de um amigo do distrito de Bragança. Uma nota prévia: os dois apiários foram submetidos ao mesmo programa de tratamentos durante o ano e até agora.

Vamos aos dados que me fez chegar: num dos apiários as amostragens realizadas em três das cerca de 50 colónias ali assentes deram resultados de infestação baixos, uma varroa no conjunto das 3 amostras de abelhas — infestação abaixo de 1%.

No outro apiário os dados parecem ser de outro planeta: de 6 amostras feitas, num apiário com uma dimensão semelhante ao anterior, temos uma colónia com 98 varroas em 222 abelhas, isto é uma infestação de 44,1% e, no pólo oposto, uma outra colónia com 1 varroa em 260 abelhas, 0,4% de infestação. As taxas de infestação nas restantes 4 colónias são: 1,8%, 4,8%, 5,7%, 7,8%.

As 98 varroas que sairam das 222 abelhas após a sua lavagem.

Relembro, todas as colónias destes dois apiários receberam o mesmo programa de tratamentos até à data. Por razões que dispensam mais explicações, o meu amigo está a re-tratar todas as colónias deste segundo apiário e aplicar-lhe em simultâneo uma medida de urgência conhecida como “rasca la cria”.

O meu amigo, e bem, fez a avaliação da taxa de infestação no seu segundo apiário, mesmo tendo obtido resultado muito positivos no primeiro. É esta realidade não-linear, rugosa, com altos e baixos que torna o controlo da varroose tão complexo.

4 comentários em “a montanha russa da infestação por varroa em dois apiários de um amigo”

  1. Boa tarde, talvez se fizer uma aplicação de dois produtos diferentes (moléculas de duas famílias) é possível limpar os ácaros varroa com uma aplicação. Exemplo: amitraz+fluvalinato .

  2. Bom dia,
    Gostava de uma opinião relativamente a este possível “metodo” de eliminação de Varroa…
    “Após 20 anos observando o comportamento de uma colmeia instalada embaixo de um telhado, Roman Linhart, professor tcheco de apicultura, constatou que ela nunca foi atacada pelo Varroa, concluindo, portanto, que o ácaro não suporta a alta temperatura. Em seguida, o pesquisador desenvolveu e patenteou uma colmeia termosolar que aquece com o efeito do sol a uma temperatura máxima de 47 graus. Diferente das abelhas e do plástico termosolar, o Varroa sucumbe quando exposto à temperatura de 40 graus por mais de duas horas.

    Os apicultores que concordaram em testar a colmeia termosolar relataram que o resultado foi 100% positivo, já que o equipamento eliminou completamente a presença do parasita, mostrando-se eficiente na solução do problema.

    Por Silvana Teixeira.

    Fonte: Associação Brasileira de Estudo das Abelhas. ”
    com os melhores cumprimentos,
    David Braga

    1. Boa tarde, David! Das ideias e ensaios de Roman Linhart surgiu uma colmeia a que chamaram Thermosolar Hive. Quem a experimentou relata bons resultados. Um ou outro estudo controlado confirma esses bons resultados. Um bocado paralelo, Roman Linhart tem um artigo sobre os mecanismos que despoletam o processo de enxameação dos mais interessantes, e também mais complexos, que conheço. Cumprimentos.

      1. Obrigado,
        Efetivamente quando chegamos a um estudo (imparcial ou não) e lêmos…mortalidade de varroa a 100%, ficamos no mínimo curiosos… não me parece que possa ser difícil de testar!!!
        Algo a ter em conta para um futuro teste.
        Mais uma vez obrigado.
        Forte abraço!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.