No passado dia 20 de novembro aproveitei as boas temperaturas (a rondarem os 18ºC) para fazer uma rápida inspecção em algumas das colónias situadas em dois apiários a 600m de altitude.
Com surpresa fiquei com a sensação que tinham armazenado recentemente algum néctar. Contudo, não tenho a certeza absoluta que o líquido que escorreu de alguns quadros adjacentes aos quadros com criação não seja, afinal, mel diluído pelas abelhas, transferido dos quadros mais laterais para os mais centrais.
As colónias armazém, fortes, mantêm bons níveis de criação para a época. Assim continuará enquanto as abelhas forem trazendo algum pólen, como é o caso. Não sei aonde o vão buscar; em redor não me apercebo das fontes deste pólen tardio.
Continuo a trabalhar em modo robin dos bosques!
E surgem algumas dúvidas acerca do que raio se está a passar! Neste núcleo encontrei “criação calva” (habitualmente é um sinal de infestação pelo varroa), que depois de retirada dos respectivos alvéolos e inspeccionada não apresentava varroas.
Se não fiquei convencido que se tratava de uma resposta higiénica das abelhas em resposta à infestação pelo ácaro varroa o que se poderá estar então a passar? Até ao momento a minha melhor explicação alternativa é: a criação desoperculada está morta por falta de aquecimento da mesma. Este acontecimento surge num núcleo não muito densamente povoado, com uma área de criação operculada eventualmente demasiado extensa para a densidade de abelhas adultas existente, num território em que as temperatura mínimas estão frequentemente abaixo dos 5ºC, situação em que a criação nas extremidades dos quadros pode ficar descoberta do manto de abelhas quando o cacho invernal se comprime para fazer a termorregulação.
O que vou fazer? Comecei por sinalizar este núcleo para o manter debaixo de olho, alimentei e provavelmente irei eliminar esta rainha à entrada de abril. Mais que a idade ou padrão de postura como critério de eliminação de rainhas, interessa-me eliminar aquelas rainhas que não estão em sintonia com o território e com a população de abelhas disponíveis na colónia de que fazem parte. Como alguns de nós, algumas rainhas e obreiras suas filhas têm mais olhos que barriga!
Mais uma vez, muito obrigado, pelas excelentes exposições !
Consigo, aprendo mais, que em qualquer formação presencial, e já foram várias e diversas.
Comecei na apicultura há quatro anos, pela mão de um tio, idoso, para o ajudar a não deixar acabar o apiário. Estou no Ermelo, Serra do Alvão, 400/ 600 mt altitude, com vinte colônias apenas e as suas publicações têm ajudado a perceber a apicultura.
Bem haja, pelos conselhos.
Obrigado pelas suas palavras António Lopes. Um abraço e muita saúde!
Bom dia em primeiro lugar parabéns e obrigado pela partilha do seu trabalho estou aqui entre Coimbra e figueira da foz e este ano com alguma preocupação devido á presença de asiáticas e o desaparecimento das nossas abelhas comecei a mexer com abelhas entretanto como elas estão a trabalhar bem e estavam com as meias alças cheias e opercoladas no dia 22 do mês passado pensei em tirar o mel qual o meu espanto que maior parte estava cristalizado como desoperculei será que posso devolver os quadros às colmeias para elas comerem ou qual é o seu conselho ficava muito grato se me puder dar uma ajuda pois não sei que fazer com os quadros, obrigado e que nos continue a ajudar com a sua experiência.
Bom dia, Joaquim! Muito obrigado pelas simpáticas palavras. Não tenho essa experiência, por essa razão considere as sugestões que lhe deixo com alguma cautela. Se o objectivo for crestar o mel deve colocá-lo num ambiente a uma temperatura entre os 25-30ºC e esperar que ele liquidifique para o extrair posteriormente. Se o objectivo for dar esse mel às abelhas, nesta publicação encontra uma proposta de maneio: https://abelhasabeira.com/quadros-com-mel-cristalizado-uma-proposta-de-maneio/
Ok obrigado pelo tempo dispendido um abraço e muito obrigado.