novas tecnologias na apicultura

Muitos apicultores já experimentaram inúmeras vezes o quão árduo é acompanhar devidamente as colónias de abelhas nos seus apiários ao longo do ano. Abrir colmeia após colmeia debaixo de um sol abrasador enfiado num fato quase hermético faz do maneio apícola uma tarefa mutíssimo extenuante. No outro extremo do calendário, nos dias frios, ventosos e chuvosos o acompanhamento das colónias para avaliar a necessidade de as suprir com alimentação suplementar, entre outras tarefas, acresce a exigência de o apicultor estar presente quando as suas abelhas mais precisam dele, nos dias de tempo feio.

Ao longo das últimas décadas tem-se assistido ao surgimento de novas máquinas e tecnologias que reduziram o esforço e aumentaram a rapidez das tarefas efectuadas nas salas de extracção. Observar uma fotografia de uma sala de extracção de há 30 ou 40 anos atrás com as salas de hoje é bem ilustrativa do que digo. Muitos equipamentos surgiram neste domínio. Já no campo, tirando os veículos para transporte de material e transumância, tudo se mantém muito semelhante ao que era há 100 anos atrás. Lembro-me bem como era esse trabalho no campo quando há cerca de 45 anos comecei a ajudar o meu pai em tarefas simples no seu apiário de Langstroth e Reversíveis. Muito pouco mudou de lá para cá, aí no campo!

Ora actualmente projectos como o B-GOOD “Giving Beekeeping Guidance by Computational Assisted Decision Making” visam testar e aperfeiçoar um conjunto de dispositivos de monitorização remota de colónias de abelhas, como acontece já noutros sectores produtivos da agricultura, com o objectivo de fornecer dados críticos e fidedignos em tempo real que auxiliem os apicultores nas decisões e operações de maneio. Estes dispositivos diminuirão de forma significativa o tempo, os custos e sobretudo o desgaste pessoal que ainda hoje está associado ao trabalho de campo nos apiários.

Em Portugal, no âmbito doB-GOOD estão a ser testados estes dispositivos num apiário de 10 colmeias situado no Douro. Os enxames foram por mim fornecidos o que me liga afectivamente a este projecto. Aos investigadores espero e desejo as melhores felicidades e que alcancem os resultados pretendidos, pois o trabalho de campo há muito que pede e precisa este tipo de instrumentos.

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