Podia intitular esta publicação “do 80 para o 8” e estaria a ser objectivo.
Contextualizando: os clientes dos meus serviços técnicos em casos de sério descontrolo da Varroose nos seus apiários encontrarão no meu arsenal de ferramentas três protocolos de resolução inovadores e tremendamente eficazes. Cada um com a suas características, com as suas grandes vantagens e algumas das suas pequenas desvantagens.
Os resultados em baixo são o resultado de aplicação de um desses protocolos. Em 9 dias, de 4 de março, data de aplicação do protocolo inovador de tratamento, a 13 de março, a taxa de infestação baixou de 14% para 1,6%. E no dia 24 de março permanecia na mesma taxa.
Os dados e as datas.
O padrão de postura a 24 de março.
A colónia: uma “resistente”, ou melhor, uma tolerante. Tem sido a matriarca de algumas dezenas de rainhas.
Neste apiário estão 18 colónias. Depois de uma tentativa frustrada de controlar a Varroose com um homologado com amitraz, colocado em 9 de janeiro e com infestação média entre os 2-3%, em meados de fevereiro com as infestações a arranharem o ceú (10%+) vi-me obrigado a recorrer a este protocolo de última linha (a 14 de fevereiro). Salvei todas as colónias deste apiário. Só neste apiário o meu cliente recuperou o seu investimento nos meus honorários neste primeiro momento, e tornou a recuperar com as 31 novas colónias que fez de lá para cá.
Nota: Para mais esclarecimentos sobre os meus serviços técnicos podem entrar em contacto para o e-mail: jejgomes@gmail.com
Ontem, entre os pingos da chuva, foi tempo de transumar algumas das colmeias de um cliente, com uma operação já próxima das 100 colónias, para os pomares de mirtilos e outros frutos vermelhos (sobre como as abelhas melíferas fazem um excelente trabalho de polinização dos mirtilos ver aqui).
Hoje, no território da Serra do Sicó, entre as 10h00 e as 12h00, foi tempo de multiplicar 4 dos 5 enxames de um apicultor que está a iniciar a sua apicultura, com o pé direito diga-se. Comprou bons enxames a um apicultor local, está a fazer o percurso formativo que estou a disponibilizar no Zoom, e arrendou os meus serviços técnicos em apiário pela segunda vez. A sua curva de aprendizagem vai ser rápida, segura e com rápido retorno, sem passar por grandes precalços e andar às apalpadelas, sem grandes erros e sentir amargas desilusões.
Vamos às fotos:
Das 5 colónias que estavam instaladas, 4 foram utilizadas para fornecer abelhas e criação para fazer 5 novos enxames. Uma das colónias ainda não tinha força para servir como doadora. Nestas 4 colónias as rainhas foram localizadas e marcadas.
Um dos 5 novos enxames que criámos.
E, como já é hábito, também nestes 5 enxames introduzimos um alvéolo real da produção do Eduardo Côrte-Real, criador situado na zona de Cantanhede.
Uma das colónias doadoras, depois de “sangrada”.
4 dos 5 enxames novos, no final de 2 horas no apiário. As colónias doadoras foram “arrefecidas” para não enxamearem (e tantos enxames irão sair nos próximos 15 dias de norte a sul do país, comprometendo o potencial produtivo das colónias enxameadas). Referir que estas colónias-mãe mantêm o potencial produtivo.
Assento cheio, com 5 novas colónias, 2 horas depois. Serviços técnicos apícolas com retorno elevado, rápido e duradouro. Na próxima visita, a meio da semana que está a entrar, o objectivo é mandar a infestação de varroa para níveis abaixo de 0,5% de forma rápida e inovadora.
Para uma apicultura com retorno e motivante, ao lado do apicultor com 5 ou com 500 colónias!
Eduardo Gomes, consultor e formador apícola (contacto: jejgomes@gmail.com)
Uma abelha (Apis mellifera) forrageia flores de mirtilo. Enquanto a abelha forrageia uma flor num cacho, a perna traseira da abelha está em contato com o estigma de uma flor diferente no cacho, ilustrando um comportamento que permite que as abelhas sirvam com sucesso como polinizadoras de plantações de mirtilos (Crédito da foto: George Hoffman, Ph.D.)
“As plantas de mirtilo dependem de insetos para sua polinização. Os EUA produzem mais de 700 milhões de libras [1libra equivale a 0,45kg] de mirtilos por ano, então a polinização do mirtilo é importante tanto económica quanto ecologicamente. Como as flores do mirtilo têm formato de sino, com seu interior recuado num tubo de pétalas, a libertação efetiva do pólen das flores depende do comportamento dos insetos e dos músculos das asas que vibram rapidamente, conhecido de polinização por zumbido. As abelhas (Apis mellifera) não realizam polinização por zumbido e, portanto, são consideradas ineficientes como polinizadoras de mirtilo. Apesar disso, todas as grandes fazendas de mirtilo de cinco ou mais acres alugam colmeias de abelhas, e as abelhas auxiliam com sucesso na polinização das plantações.
Para determinar os mecanismos pelos quais as abelhas conseguem polinizar o mirtilo com sucesso, George Hoffman, Ph.D., da Oregon State University e colegas estudaram como o pólen é coletado pelas abelhas nas flores de mirtilo e como o pólen é transferido de volta para as flores de mirtilo para conseguir a polinização. Suas descobertas foram publicadas num novo relatório em novembro na Environmental Entomology.
A polinização de flores por insetos depende de uma interação complexa entre a anatomia dos insetos e a anatomia das flores. Cada perna de um inseto é dividida em um fémur no topo, uma tíbia no meio e uma estrutura chamada tarso (plural: tarsi) na extremidade inferior. E uma flor típica é dividida num cone de pétalas que formam uma corola, estruturas chamadas anteras que retêm o pólen e um estigma central que aceita o pólen e o transfere por um tubo até ao ovário para fertilização.
No seu estudo, Hoffman e colegas coletaram abelhas de 11 fazendas de mirtilo do Oregon e quantificaram a quantidade de pólen encontrada em quatro partes principais do corpo: cabeça, tórax e abdómen, pernas superiores e tarsos. Eles também fizeram 327 observações de abelhas forrageando em cachos de flores de mirtilo, observando quantas vezes cada abelha sondou a corola de uma flor, agarrou um estigma com a ponta de um tarso (uma garra tarsal), roçou um estigma com um tarso ou perna, ou sondou fundo o suficiente em uma flor com um tarso para tocar uma antera de uma flor.
Ao quantificar as cargas de pólen, os pesquisadores encontraram a maior quantidade de pólen nos tarsos da abelha, com menos na cabeça e nas pernas, e a menor quantidade no tórax e abdômen. Nas suas observações comportamentais, eles descobriram que a transferência de pólen era realizada por meio dos seguintes mecanismos, classificados em ordem do maior para o menor:
cabeça entrando na corola
agarrando o estigma da flor adjacente com a ponta do tarso (garra tarsal)
perna se esticando pela abertura da corola e entrando em contato com o estigma da flor
perna entrando na abertura da corola e entrando em contato com o estigma.
Portanto, muita transferência de pólen acontecia quando partes do corpo que continham pólen tocavam os estigmas das flores durante comportamentos de não forrageamento, como limpeza e caminhada por grupos de flores. Curiosamente, os últimos três comportamentos listados acima geralmente aconteciam quando uma abelha estabilizava seu corpo agarrando o estigma com uma perna, e frequentemente resultavam em tocar o estigma de uma flor adjacente à flor da qual o néctar estava sendo coletado.
Os resultados do estudo de Hoffman têm importantes aplicações práticas para o cultivo de mirtilo highbush. “Já há evidências do Projeto Integrated Crop Pollinations e outros estudos”, diz Hoffman, “de que, à medida que o número de colmeias de abelhas por acre em grandes fazendas comerciais de mirtilo aumenta, também aumenta o número de visitas de abelhas às flores. Há um declínio correspondente na perda de rendimento devido à polinização inadequada. Nossas descobertas sugerem um mecanismo de como isso ocorre mesmo quando pouco pólen de mirtilo é devolvido às colmeias.”
Em relação às futuras etapas de pesquisa que seu grupo está buscando, Hoffman diz: “Nosso estudo documentou que 66% das vezes que uma abelha pousa num cacho de mirtilo, uma perna ou tarso (geralmente coberto com pólen) entra em contato com o estigma de uma ou mais flores naquele cacho. Precisamos determinar quanto pólen é transferido para os estigmas dessas flores. Estamos no meio desta investigação, e os resultados do primeiro ano estão nos levando a delinear melhor o comportamento das abelhas ao visitar os cachos de mirtilo.”
Hoffman e colegas descobriram que, embora o acesso que as abelhas têm às flores de mirtilo seja limitado pelo formato de sino das corolas, ao ampliar o quadro de referência para observar toda a gama de comportamentos das abelhas, fica claro como a polinização adequada pode ser alcançada. Esta é uma descoberta poderosa para nossa compreensão da dinâmica de polinização do mirtilo e também para entender o processo de criação de testes científicos eficazes.”
Para levar para casa: argumentem com conhecimento e credibilidade junto dos pomaristas e conquistem o direito a ser pagos pelo justo valor pelo serviços de polinização que prestam com as vossas abelhas.
Eduardo Gomes, consultor e formador apícola, por uma apicultura informada, inovadora e rentável (contacto: jejgomes@gmail.com)
Parece que há coisas que em Portugal só são testemunhadas por muito poucos. A criação de realeiras de emergência durante o processo de introdução de rainhas em gaiolas é uma delas. Há anos que me incluo neste grupo minoritário, aqueles que testemunham que com a introdução rainhas virgens ou fecundadas o impulso do enxame iniciar a puxada de realeiras, com larva e geleia real, a partir das larvas e ovos disponíveis nos quadros do enxame acabado de orfanar não é inibido automaticamente/magicamente. Já escrevi sobre este aspecto por aqui no blogue, há anos.
Mas nunca é demais revisitar este tema, sabendo que muitos companheiros estão a introduzir rainhas em gaiolas nos seus desdobramentos. Acrescentar também que pelo facto de haver poucos testemunhos, não significa que este seja um fenómeno raro. Mais depressa quer dizer desatenção, selectiva ou ingénua não sei, mas seguramente desatenção. Começando pelas evidências recentes que, uma vez mais, validam as observações que venho fazendo há anos. As fotos são de há dois dias e de hoje.
Esta colónia foi orfanada e no minuto seguinte introduzimos a gaiola com rainha virgem. A patilha da gaiola não foi partida. Passadas cerca de 48h, ao partir a patilha observei que tinha várias realeiras formadas, com larva e geleia real. Hoje precisei de realeiras para resolver uma situação inesperada noutra colónia. Decidi voltar a esta colónia e retirar algumas realeira para fazer enxertia nessa outra colónia. Como se pode ver claramente a realeira, iniciada após a introdução da gaiola com rainha virgem, está “cheia”. Como se pode ver o candy foi consumido e a gaiola está vazia. A rainha engaiolada está viva ou morta? Não sei. Sei, neste momento, que as abelhas podem escolher matá-la e prosseguir com uma das rainhas de emergência que estão a criar.
Com a falta de testemunhos sobre este fenómeno pergunto: serão só as abelhas com que o Eduardo trabalha (sejam as dele, sejam as dos clientes) que apresentam este comportamento bizarro: numa situação em tudo semelhante à da semi-orfanação, com a rainha confinada a um local, a gaiola neste caso, não podendo espalhar as suas feromonas mandibulares e da pegada pelo seio do enxame, decidem iniciar a produção de realeiras? Bem, bizarro seria não o fazer, à luz do que se conhece do comportamento básico do enxame quando a rainha não espalha as suas feromonas pelo ninho.
Mas como em Portugal este fenómeno não está aparentemente descrito, sendo até negado por outros, nada como ir a uma das bíblias da apicultura mundial, a revista Bee Culture, ver o que escreveram sobre este fenómeno. E num número da revista, publicado em 2023, encontro um texto, do qual extraí estes 2 parágrafos:
“Placing a queen in a hive inside a cage doesn’t actually provide much Queen Mandibular Pheromone, since it is passed by touch throughout the hive, and they can’t really touch her very well through the cage. And, thinking like a bee… if there is no brood pheromone, whose fault is it? Answer: it is the queen’s fault. The bees don’t make the connection that it was the old queen’s fault, and not this one. They just know… poor QMP and no brood pheromone, we ain’t happy. If there are still eggs in the hive, the bees will usually start emergency queen cells, even though there is a caged queen, since they aren’t getting a good dose of QMP from that young queen whose pheromones haven’t developed too well yet, and that they can’t really touch. It is important to be aware of the likelihood of queen cells in the hive, since the bees would always prefer to raise their own queen (even if it wasn’t their own egg) than to accept your store-bought queen.
Letting her out of the cage sooner, so that they can touch her is not the answer, either, since they still know that she isn’t theirs. They will ball and kill her (they usually heat her up so much that she cooks, rather than stinging her). They must be ready to accept her before you let her out of the cage. There should be brood in the hive, and there must not be any queen cells anywhere.” (Tina Sebestyen, Bee Culture, july 24, 2023)
[Tradução: Colocar uma rainha numa colmeia dentro de uma gaiola não fornece muita feromona mandibular ao enxame, já que ela é passado pelo toque por toda a colmeia, e as abelhas não conseguem tocar a rainha muito bem através da gaiola. E, pensando como uma abelha… se não há feromona de quem é a culpa? Resposta: é culpa da rainha. As abelhas não fazem a conexão de que foi culpa da rainha velha, e não desta nova no interior da gaiola. Elas apenas sabem… feromona fraca, não estamos felizes. Se ainda houver ovos na colmeia, as abelhas geralmente iniciarão células reais de emergência, mesmo que haja uma rainha enjaulada, já que elas não estão recebendo uma boa dose de feromona daquela rainha jovem cujas glândulas ainda não se desenvolveram muito bem, e que elas não conseguem realmente tocar. É importante estar ciente da probabilidade de surgirem células reais de emergência na colmeia, já que as abelhas sempre preferem criar sua própria rainha do que aceitar uma rainha comprada na loja.
Deixá-la sair da gaiola mais cedo, para que elas possam tocá-la, também não é a resposta, já que elas sabem que ela não é de sua família. Elas vão embolar a rainha e matá-la. Elas devem estar prontas para aceitá-la antes que você a deixe sair da gaiola. Deve haver cria na colmeia e não deve haver células reais em lugar nenhum. (sublinhado meu)]
Se desejarem saber como evitar este grande contratempo podem inscrever-se na sessão Zoom Prevenção, Controlo da Enxameação e Desdobramentos, a realizar-se no próximo dia 25 de março, pelas 21h30, e aumentar o vosso conhecimento e atenção aos detalhes críticos. Para mais informações podem contactar para o e-mail: jejgomes@gmail.com
Para saber o que fazer no terreno neste período de enxameação há que começar pelo “saber”. Como em todas as actividades, tenham elas um carácter mais profissional ou mais lúdico, o SABER qualifica o desempenho, abre caminhos, alavanca os resultados. Também na Apicultura assim é.
Esta introdução vem a propósito da capacitação que me é exigida, e bem, quando presto os meus serviços de apoio técnico no apiário, como aconteceu na passada sexta-feira e no passado sábado.
Na sexta-feira duas colónias, com sinais inequívocos de terem iniciado o processo de enxameação, originaram 7 com a utilização de uma intervenção de segunda linha. As fotos em baixo.
No sábado, logo pela manhã, cerca das 9h30, noutro apiário e com outro cliente, uma colónia originou 4, com utilização de uma intervenção de terceira linha. A foto em baixo.
Nas 5 horas seguintes, em dois outros apiários do mesmo cliente, fizemos mais 10 colónias, com utilização de uma intervenção de primeira linha. A foto em baixo, representativa de uma etapa do processo, com introdução de rainha da casa Macmel.
Se desejar qualificar-se, para intervir com SABER e COMPETÊNCIA, recorrendo a cada uma destas 3 linhas de intervenção quando as condições no terreno o exigem, tenho uma sessão por Zoom para o efeito, agendada para o próximo dia 25 de março, com início às 21h30, sobre a Prevenção, Controlo da Enxameação e Desdobramentos.
Os interessados devem contactar-me enviando e-mail para jejgomes@gmail.com
Ontem foi um dia longo, com cerca de 9h nos apiários. E no final o meu cliente e eu saímos do último apiário, já ao lusco fusco das 19h00, com aquele bom sentimento de trabalho bem feito e objectivos cumpridos.
As tarefas desta época enquadram-se num sistema amplo e circular de gestão de apiários que fui construíndo e aperfeiçoando ao longo dos anos, com a integração dos outputs/produtos, que decorrem de aplicação de uma determinada fase deste sistema, num circuíto harmonioso de novos processos que continuam os anteriores e que, por sua vez, geram novos outputs/produtos que serão integrados novamente neste sistema que evolui à semelhança de um círculo, ou melhor de uma espiral.
Para concretizar esta estratégia de maneio, ontem com as botas no terreno, fizemos o maneio de prevenção da enxameação que fornece a matéria prima à multiplicação das colónias, maneio integrado num processo devidamente planeado e faseado.
Resultado da aplicação deste sistema: ontem o meu cliente aumentou o seu património apícola em mais 8 enxames. Há cerca de 15 dias atrás o saldo positivo foi de mais 10 enxames. Neste apiário, onde estão a ser trabalhadas 20 colmeias, estas contribuíram em duas semanas para a quase duplicação do efectivo e, cereja no topo do bolo, tudo sem colocar em causa o potencial produtivo das colónias-mãe. Como não permitimos que a varroose matasse uma só colónia, a operação do meu cliente está a crescer de forma consolidada. O controlo da situação é nosso, não da varroa, não da enxameação!
Alguns detalhes em imagens:
Rápida observação dos núcleos formados há 15 dias, onde introduzimos álveolos reais do Eduardo Corte Real, criador de Cantanhede. Tendo ficado no apiário das colónias-mãe estão bem povoados.Nas colónias mãe o novo… ciclo Estacionada para fazer um retoque na pinturaNo ponto para corte8 novas colónias prontas a sair para outro apiárioE depois de um telefonema desviámos até Cantanhede, onde o Eduardo Corte Real nos esperava para nos entregar mais um lote de alvéolos reais
Para os que desejarem aumentar o efectivo mantendo o potencial produtivo das colónias-mãe, prevenindo em simultâneo a enxameação, tenho um sistema integrado para apresentar, não meia-dúzia de ideias desgarradas. Vou estar disponível no próximo dia 25 de março, em sessão Zoom a iniciar às 21h30. Os que não querem perder centenas ou milhares de euros de potencial produtivo neste ano, que se adivinha ser ano de enxameação, podem solicitar a inscrição através do e-mail: jejgomes@gmail.com
Venha aprender com quem anda com as botas no terreno, a fazer uma apicultura serena, sem correrias atrás do prejuízo!
A primeira medição foi feita pelo proprietário com recurso ao açúcar e a segunda foi feita com álcool, a 96%, na data da minha visita técnica.
As considerações que os resultados me induzem a fazer são:
o proprietário, baseado nos resultados do teste com açúcar, ficou convencido que não era necessário tratar nos meses mais próximos;
com base no resultados do teste com álcool, efectuados poucos dias depois, aconselhei-o a tratar com alguma urgência;
as taxas de infestação devem ser medidas regularmente, e com as técnicas mais fidedignas que dispomos;
como não é suficiente colocar os medicamentos nas colmeias e “virar costas”, também não é suficiente medir, é necessário aprender a medir correctamente.
Das minhas observações pessoais os testes com açúcar tendem a subestimar a taxa de infestação. Randy Oliver fez testes comparativos e os resultados são muito elucidativos.
Utilizando o açucar, apenas 2 em 10 dos testes (20%) fizeram cair 95% das varroas presentes nas amostras.Utilizando o álcool a 91% de concentração, mais de 95 % dos testes realizados fizeram cair 95% das varroas presentes na amostra.
Este aspecto, as técnicas para recolher correctamente as amostras, interpretação dos resultados e sua transferência para o simulador do Randy Oliver do crescimento da populaçao de varroas, são alguns dos “pormaiores” que partilho nas minhas sessões de Zoom, com os clientes dos meus serviços técnicos e nas palestras presenciais em que sou convidado a palestrar. Orgulho-me de entregar conteúdos inovadores, práticos e efectivos. A re-inscrição acima de 90% dos formandos noutras sessões Zoom são a prova inquestionável.
Dado o contínuo interesse nas minhas sessões Zoom, em particular sobre o Controlo efectivo da Varroose, abro nova data para os que desejarem iniciar o percurso formativo que os levará a conhecerem o protocolo no no nível 3 e que estou a utilizar e testar com resultados surpreendentes.
Protocolo de tratamento inovador aplicado a 14 de fevereiro.
Os que desejarem entrar neste percurso formativo que, desde que devidamente aplicado nos apiários, contribuirá para pouparem centenas, milhares e dezenas de milhares de euros (dependendo da dimensão da operação apícola que possuem) podem entrar em contacto através do e-mail: jejgomes@gmail.com
O meu agradecimento à Pampimel, ao Luís Estevão e restantes membros da direcção, pelo convite que me fizeram e muito me honra, para ir conversar e partilhar a minha experiência no controlo da Varroose. Por uma apicultura informada!
Começo pelas imagens, que são mais expressivas e claras do que qualquer afirmação que possa fazer.
Um quadro muito maltratado pela varroa e vírus que veícula e replica A 18 de fevereiro deste ano, a taxa de infestação numa amostra de 300 abelhas desta colónia aproximava-se de 25%. Ontem apliquei-lhe um protocolo inovador de tratamento. É mais um teste que faço a este protocolo em condições extremas
Esta colónia é um caso perdido? Talvez, mas ainda não deitei a toalha ao chão.
Tratei-a com um protocolo inovador ontem. Tenho alguma esperança sustentada no que vi até agora acerca deste protocolo inovador. Mas não nego que o caso é muito difícil. Vamos ver como estará daqui a 15-20 dias.
Com a receita das tiras de oxálico com glicerina que aqui apresentei em tempos neste blog, para responder a pedidos de informação de vários apicultores, contribuí para salvar muitas colmeias no nosso país. Quantos milhares nunca saberei, mas disseram-me que a sul do país estas tiras estavam a ser muito utilizadas para substituir o amitraz, cuja aquisição nas botelhas verdes e outras era cada vez mais difícil e algum que se encontrava matava mais abelhas que a própria varroa.
A ver vamos quantas colónias este protocolo inovador salvará. Nos apiários dos meus clientes já começou a salvar.
Estou disponível para partilhar este protocolo. Pode entrar em contacto pelo e-mail: jejgomes@gmail.com onde lhe proporei 3 níveis de formação de alto nível e conteúdos inovadores para um Controlo efectivo da Varroose.
Por uma apicultura informada, fundamentada, eficaz e com muita, muita menos mortalidade de colónias por Varroose.
Ontem foi dia de muito trabalho em apiário e algum em laboratório.
Pickando… pequenas larvas de uma colónia incrível.
Ontem, num apiário de Cernache de um cliente, entre a equalização de colónias e a produção de novas colónias, fui fazendo mais alguns testes de infestação em 300 abelhas adultas lavadas com álcool. Imbuído do sábio princípio de Peter Drucker que só CONTROLA quem mede.
(Não temos que inventar muita coisa na vida para sermos bem sucedidos, temos sobretudo de ser capazes de andar aos ombros de GIGANTES. E para andarmos aos ombros dos gigantes, temos de ler e ouvir o que eles nos disseram ou escreveram, temos de reflectir (pensar e tornar a pensar sobre o que lemos e ouvimos deles) e temos que fazer nosso, integrar nos nossos mapas cognitivos, o que era o sumo do pensamento e experiência desses GIGANTES. Muitas das vezes temos também de ligar pontos, até aí desligados ou com conexões pouco visíveis. E finalmente, se o desejarmos, estamos em condições de partilhar a apropriação que fizemos desse conhecimento, por nós re-elaborado, com a nossa família, com os amigos, com os clientes, enfim com quem quisermos e nos apetecer.)
E passados cerca de 8 semanas sobre o início do tratamento com tiras de um medicamento homologado com amitraz, os resultados não sendo catastróficos estão muito longe de serem os desejados. Relembro que os especialistas da FNOSAD estabeleceram que um tratamento para a varroose, seja ele do tipo que for, só é eficaz quando leva a taxa de infestação em abelhas adultas abaixo de 0,5%.
E, uma vez mais, um outro medicamento homologado e baseado no amitraz está muito longe de o conseguir, como se retira das medições que ontem realizei.
No outro lado do espectro, nas quatro colónias onde testei um tratamento inovador (que não tinham sido tratadas com o medicamento homologado), os resultados são muito diferentes, felizmente. Este tratamento foi aplicado a 5 de fevereiro.
Deixo os dados de 2 destas colónias em baixo. A taxa de infestação máxima que encontrei nestas 4 colónias foi de 0,3% após o tratamento, e replica os resultados de outros apiários onde o tenho testado.
Com as mais que prováveis mutações de genes nos ácaros varroa, que lhes conferem graus de resistência à molécula de amitraz, o tratamento com este princípio activo é cada vez mais imprevisível.
Saibamos nós andar aos ombros de GIGANTES, para encontrar as melhores soluções possíveis! Não queiramos também andar sempre e em qualquer circunstância à borla nesses ombros, saibamos dar valor ao trabalho que merece esse valor! Espero assim ter sido claro e evitar certo tipo de abordagens que me fazem, cada vez menos felizmente, do tipo “diz lá a receita”.
Fico ao Vosso dispor neste e-mail para para os que estão genuinamente interessados em valorizar o meu trabalho e ouvir o que tenho para dizer sobre este tema: jejgomes@gmail.com