varroose: a importância crítica de um tratamento proactivo

A noção de tratamento proactivo que Randy Oliver segue e que acompanho é em linhas simples esta: tratar logo que as lavagem de amostras de 300 abelhas adultas fazem soltar uma varroa, o equivalente a uma taxa de infestação pouco superior a 0,3%. Fazer este tratamento proactivo, que não tem um cariz urgente, está muito longe das práticas de 99% dos apicultores. No entanto o facto de não ser urgente não lhe retira importância, pelo contrário reforça-a.

Fazer um tratamento proactivo durante o ano traz dois ganhos evidentes para o apicultor e para as colónias de abelhas: (i) para o apicultor, permite-lhe dilatar no tempo o tratamento seguinte, por exemplo torna possível não tratar durante o fluxo primaveril, o que pode ser muito útil para os mais legalistas uma vez que foi recentemente retirado do mercado o único medicamento que estava homologado para utilizar durante o período de produção de mel para consumo humano, o MAQS; (ii) para as abelhas, mantendo tudo o resto igual, este tratamento proactivo será muito provavelmente a diferença entre a sobrevivência e o colapso da colónia.

Apresento em baixo duas simulações exactamente iguais, excepto o facto que na primeira não foi utilizado um tratamento proactivo na segunda quinzena de janeiro quando caía somente uma varroa, e na segunda simulação foi feito esse tratamento proactivo nessa data.

Nestas duas simulações é claro que este tratamento proactivo não sendo urgente foi de importância decisiva na evolução posterior do crescimento da população de varroas: sem o tratamento proactivo a população de varroas no mês de julho ronda as 10 mil, e a colónia colapsa poucos dias depois; com tratamento proactivo e no mesmo mês a população de varroas ronda as 600. No primeiro caso, sem o tratamento proactivo, adiar o tratamento para evitar fazê-lo durante os fluxos primaveris de néctar foi uma opção mal sucedida. No segundo caso essa mesma opção foi realista, segura e bem sucedida e a justificação está no tratamento proactivo feito em janeiro.

Simulação sem tratamento proactivo. Entrada no ano com uma baixa população de varroas. Na segunda quinzena de março introduzi uma quebra de 50% na população dos ácaros por efeito do corte-de-zangão ou desdobramento. Na segunda quinzena de julho simulo um tratamento com 80% de eficácia, que é demasiado tardio como resulta do simulador, com a colónia a colapsar nos 15 dias seguintes.
Simulação com tratamento proactivo na segunda quinzena de janeiro. Mantendo tudo o resto igual, a importância deste tratamento proactivo é clara quando se pretende dilatar datas entre tratamentos, entre outras razões para evitar fazer tratamentos durante os fluxos primaveris de néctar.

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