testagem de taxa de infestação por varroa em abelhas adultas: os nossos procedimentos

Esta publicação serve para identificar e descrever os equipamentos e procedimentos que utilizamos nos apiários para avaliar a taxa de infestação por varroa em abelhas adultas.

De casa são levados um copo de testes, um frasco com cerca de 300 ml de álcool puro ou diluído até 25%, um coador com malha inferior a 1,5mm e uma colher com um volume de 125ml — os equipamentos estão ilustrados nas fotos em baixo.

Copo de testes.
Componentes do copo de testes.
Interior do copo com um receptáculo sobre o qual irão ser despejadas as abelhas da amostra.
Frasco para transportar o álcool, coador e colher para recolher abelhas.

No apiário procuramos recolher amostras de pelo menos 30% das colónias ali assentes. Estas colónias devem ser as mais fortes do apiário. As etapas são as seguintes:

  1. Despejamos os cerca de 300 ml de álcool no copo de testes.
  2. Numa das colónias fortes que pretendemos testar localizamos o quadro onde anda a rainha e colocamo-lo de lado para termos a certeza de que não vamos sacudir a rainha para o copo com álcool.
  3. Sacudimos as abelhas de um ou dois quadros com muita criação aberta para o interior de um telhado. Este procedimento permite que as abelhas mais velhas, que não devem fazer parte da amostra, levantem voo e permaneçam sobretudo as abelhas mais novas, as que devem fazer parte da amostra.
  4. Enchemos a colher, com capacidade de 125 ml. Sabemos que esta colher cheia contém cerca de 300 abelhas.
  5. Despejamos esta colher de abelhas no copo de testes e fechamo-lo. Agitamos o copo com movimentos circulares durante cerca de 1 minuto para que as varroas se soltem das abelhas e caiam no fundo do copo.
  6. Contamos as varroas caídas no fundo do copo e fazemos o registo das varroas caídas nesta colónia.
  7. Coamos o álcool com o coador de malha fina para o limpar de resíduos e varroas e utilizar na testagem seguinte.
Quadro com muita criação aberta de onde foram sacudidas abelhas para amostragem. A rainha não andava neste quadro, andava noutro quadro que obviamente não foi sacudido.
As abelhas foram sacudidas para o telhado. As abelhas mais velhas levantaram voo e são recolhidas as que permanecem até encher a colher — são cerca de 300 abelhas. Imediatamente de seguida são depejadas no interior do copo. As que não foram recolhidas na amostra são devolvidas à colmeia.
Lavagem das abelhas com movimentos circulares durante cerca de 1 minuto.
Verificação e contagem das varroas caídas no fundo do copo. Neste caso para além de uma abelha que acidentalmente caiu no fundo do copo, não encontramos varroas caídas.

Esta testagem é feita com uma regularidade mensal ou bimensal e/ou antes do início de um tratamento e 12 dias após o tratamento concluído. As colónias são tratadas logo que ultrapassem 1%-1,5% de taxa de infestação. O monstro deve ser combatido quando é pequeno, é o nosso lema. Esperar que ele fique gigante diminui a capacidade de o combater no nosso terreno, aumenta o número de tratamentos necessários e diminui a eficácia das nossas armas.

Ainda que outros procedimentos possam ser utilizados, estes são os que levamos a cabo para atingir o objectivo: avaliar a taxa de infestação em abelhas adultas o que nos permite fazer os tratamentos de forma eficiente, oportuna e até proactiva se necessário for. A meta ou objectivo geral é passar 24 meses sem perder uma única colónia para a varroose. Destes 24 meses já passaram 8 meses e o caminho está a fazer-se como previsto. Que outros se entusiasmem e passem a adoptar estas boas práticas.

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