Foi no passado dia 19 de Dezembro que tirei estas três fotos em baixo:
Neste território, em que as fontes de pólen estão presentes no campo durante esta época, a minha opção tem sido não fornecer pólen ou seus substitutos às colónias. E apesar desta malfeitoria, ano após ano cerca de 75% a 80% das colónias chega a meados de abril, altura do primeiro fluxo sério de néctar, com um número de abelhas suficientes para garantir médias de 16 a 24 kgs de mel por colónia (valores médios, mínimo e máximo, de produção desde 2010).
Em baixo ficam duas fotos ilustrativas do estado de algumas colónias em setembro 2020, num apiário localizado a cerca de 900 m de altitude no Parque Natural da Serra da Estrela.
Recuando mais alguns meses no ano, em finais de março ou durante a primeira quinzena de abril encontro uma boa parte das colónia mais ou menos assim…
Como a Rusty Burlew, acho que neste território o melhor é mesmo deixar as abelhas “fazerem a sua coisa”, e deixar os suplementos com proteína para os companheiros de outras latitudes e/ou longitudes.
“As abelhas estão, na verdade, bem equipadas para dispensar qualquer suplemento. As chamadas abelhas de inverno (abelhas diutinus) armazenam reservas de alimentos no seu corpo gordo. O corpo gordo também produz uma substância chamada vitelogenina, que permite a secreção de geleia real mesmo na ausência de pólen fresco. Durante muitos anos, não alimentei com nenhum substituto do pólen e não tive problemas. Acho que o maior erro está em fornecê-lo muito cedo no ano. Há vários anos atrás, experimentei dar suplementos mais cedo, a partir de outubro, e meti-me em muitos problemas. Nos primeiros dias de janeiro, tinha colónias enormes que precisavam de ser alimentadas quase que diariamente. Eu estava realmente cansado de abelhas em abril, então quando todas aquelas colónias superlotadas começaram a enxamear, eu pensei, “Boa viagem!” Nunca fiquei tão feliz em ver o traseiro de uma abelha na minha vida. Em resumo, a alimentação com suplemento de pólen é como qualquer outro aspecto da apicultura. A necessidade de um suplemento varia de acordo com sua localização, estação, ano e colónia. Para saber se suas abelhas precisam, examine suas colmeias, observe suas abelhas e aprenda com a experiência.“
fonte: https://www.honeybeesuite.com/when-to-feed-pollen-substitute/
Notas: 1) esta publicação, em especial o quadro regressivo no final, complementa bem o conteúdo da presente; 2) sobre as melhores receitas proteicas e sobre os seus efeitos a diversa literatura científica que consultei não é consensual; contudo é bastante consensual sobre o impacto nulo da suplementação com proteína quando as colónias têm pólen disponível no exterior, este é de origem botânica diversa e as abelhas têm condições meteorológicas para o colher, transportar e ensilar na proximidade da criação larvar — consenso bem sumariado nas palavras de Laidlaw (o pai das abelhas VSH) “pollen supplement, or pollen substitute is not beneficial after the pollen flow begins” [suplemento de pólen ou substituto de pólen não é benéfico após o início do fluxo de pólen].
Muito bem amigo Eduardo. Concordo plenamente com a sua opinião e experiência no que diz respeito aos suplementos de pólen e outros que por vezes são fornecidos as abelhas e que elas em muitas ocasiões nem necessitam.
A culpa, no meu entender, é da publicidade que muitos fornecedores com a necessidade de vender o seu artigo, fazem e que levam a que alguns apicultores e outros amigos das abelhas entrem nesse blá blá e gastem dinheiro sem nenhum proveito e por vezes prejudicial para as nossas amiguinhas.
Gostei da forma simples e prática como esclareceu a situação.
Obrigado e os meus parabéns.
Um abraço e bem haja.
Um abraço, António!