raças de rainhas muito prolíferas: algumas reflexões

Roger Patterson tem uma reflexão muito interessante no www.dave-cushman.net acerca da prolificidade de certas raças de abelhas. Como é seu hábito, acrescento eu!

Ele começa por dar o significado de uma rainha prolífera: aquela que tem uma taxa elevada de ovodeposição/postura; não significa uma colónia vigorosa como alguns podem pensar.

Neste domínio ele distingue três raças de abelhas: as abelhas italianas (A.m. Ligustica), raça muito prolífera durante todo o ano; as carniolas (A.m. Carnica) muito prolíferas na primavera e verão; e, finalmente, a abelha negra (A.m. Mellifera) muito adaptada a invernos e verões imprevisíveis. Estas últimas são abelhas autóctones no Reino Unido e Irlanda.

Acerca das rainhas prolíferas R. Paterson faz a seguinte análise:

  • Em geral são de cor amarela (abelhas italianas)
  • Irão manter a postura durante o inverno. A varroa continuará a crescer nesta época do ano.
  • As abelhas italianas necessitam 2,5 vezes mais reservas que as menos prolíferas.
  • Em períodos de más condições climatéricas continuam a postura convertendo as reservas em criação desnecessária.
  • A fome é um problema mais frequente em colónia com rainhas proliferas.
  • Necessitam maiores áreas para a postura, ou seja colmeias de maiores dimensões ou mais caixas para o ninho.
  • A mudança anual ou bi-anual de rainhas faz sentido com estas rainhas que se esgotam mais rapidamente.

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Fig. 1 — Rainha amarela e sua corte

 

Acerca das rainhas não-prolíferas R. Paterson faz a seguinte análise:

  • Em geral são rainhas negras.
  • As rainhas negras vivem mais tempo, porque não se desgastam tão rapidamente e também por outras razões mais complexas.
  • Em geral as abelhas negras vivem mais tempo (cerca de 50% mais).
  • Em geral dão uma colheita razoável, sem ter que as alimentar tão abundantemente.
  • São abelhas mais frugais.
  • Como consomem menos podem ser mantidas mais colónias no mesmo local/apiário. O mel será armazenado nas alças meleiras, em vez de ser convertido em criação.
  • Geralmente têm reservas no ninho, portanto a fome é muito improvável quando as alças meleiras são retiradas e crestadas.
  • Colónias mais pequenas significa menos trabalho.

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Fig. 2 — Rainha negra e sua corte

Roger Patterson termina com esta reflexão ou chamada de atenção: “Como em muitas outras coisas no domínio da apicultura a prolificidade das rainhas que mantemos é uma questão de escolha pessoal. Está muito bem desde que a escolha tenha sido ponderada e não baseada em informação incompleta.”

fonte: http://www.dave-cushman.net/bee/prolificacy.html

Por cá a nossa abelha ibérica é um híbrido natural, com uma forte ancestralidade que a liga à abelha negra. Não me parece nada desajustado dizer que a nossa abelha se aproxima em grande medida das características da sua ancestral, a abelha negra e se distancia das características da abelha amarela italiana. Alguns gostam que assim seja, outros detestam.

os tratamentos devem demorar pelo menos 16 dias

Sabemos que o ácaro da varroa não é afectado pelos acaricidas durante os 12 dias em que está  protegido pelo opérculo de cera que sela o alvéolo onde se desenvolve a nova abelha por nascer. Isto significa que, para ser eficaz, qualquer tratamento deve ter um tempo de acção que se estenda, pelo menos, por um período de 12 dias. Discutimos aqui os casos representados no Diag. 1.

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Diag. 1 — 12 dias medeiam a entrada e saída da varroa e sua descendência do alvéolo , período durante o qual o ácaro da varroa está totalmente protegido pela capa de cera dos tratamentos aplicados pelo apicultor. Em baixo são descritos 6 casos ( as linhas indicam a eficácia de quatro dias de cada aplicação).

  • Caso 1: O tratamento aplica-se apenas uma vez. O tratamento só é eficaz durante 4 dias, e quando ele termina não faz efeito sobre as varroas que já estavam protegidas pelos opérculos durante o período do tratamento. Estas varroas continuam vivas.
  • Caso 2: O tratamento aplica-se duas vezes. O tratamento mantém-se activo durante 8 dias. Como no caso 1, não afeta as varroas que se encontram protegidas pelos opérculos durante o período do tratamento.
  • Caso 3: O tratamento aplica-se três vezes. O tratamento mantém-se activo durante 12 dias, e desta vez quando a varroa emerge do alvéolo com a jovem abelhas morre. Isto mostra que o tratamento deve ser efectivo pelo menos 12 dias.
  • Caso 4: Aplicamos três vezes, mas por má sorte, foi uma hora depois da varroa entrar no alvéolo. Quando ela sai, já terminou a eficácia do terceiro tratamento, e por isso a varroa não é afetada, continua viva e a multiplicar-se.
  • Caso 5: Aplicamos o tratamento quatro vezes. Agora sim, apanhamos todas as varroas. Assim, todas as varroas desta colmeia entram em contacto com o produto acaricida em algum momento do tratamento. Fica demonstrado que é melhor que um tratamento tenha uma duração mínima de eficácia de 16 dias.
  • Caso 6: Se aplicamos duas vezes seguidas, fazemos um intervalo nos tratamentos e aplicamos novamente um terceiro tratamento corre-se o risco de vermos uma eficácia abaixo do desejado. Durante o intervalo sem tratamento, a varroa teve muito tempo para deixar o alvéolo onde se encontrava e voltar a entrar noutro alvéolo. Isso mostra que o tratamento deve ser continuado, e por razão nenhuma se deve fazer intervalos antes de passados 16 dias seguidos de tratamento.

Em resumo , para que um tratamento seja eficaz , deve manter-se e eficaz durante 16 dias, pelo menos, e não deve haver nenhum intervalo durante a sua aplicação. Para uma melhor eficácia podemos estender o tempo de tratamento para 24 dias.

Isto significa uma mínimos de 4 viagens e até 6 viagens muito rigorosamente calendarizadas para produtos que devam ser renovados a cada quatro dias, como é o caso de muitas formulações caseiras, especialmente com base no ácido fórmico e no ácido oxálico.

Em conclusã0, todos nós ao escolhermos a nossa estratégia de tratamentos devemos:

  • conhecer muito bem o ciclo reprodutivo e fase forética da varroa;
  • conhecer muito bem a estabilidade, durabilidade, condições e modo de actuação do acaricida que aplicamos;
  • desenhar de forma rigorosa o nosso calendário de tratamentos à luz destas variáveis;
  • ter boas garantias que temos a disponibilidade necessária para cumprir com esse calendário.

o comportamento das abelhas (Apis mellifera ligustica) durante o duelo de rainhas

O ferrão de uma rainha.

“O conflito é raro entre os membros de uma sociedade altamente cooperativa, como uma colónia de abelhas. No entanto, o conflito dentro de colónia aumenta drasticamente durante a reprodução da colónia (no processo de enxameação) quando rainhas recém-nascidas lutam entre si até que apenas uma rainha permanece no ninho. Este estudo descreve o comportamento de rainhas e obreiras durante a ocorrência natural do combate entre rainhas. Os duelos de cinco pares de rainhas foram observadas em três colónias de observação. Um duelo típico é descrito de forma qualitativa e os eventos de todos os cinco duelos são descritos quantitativamente. Vários aspectos de duelos que são de interesse particular são examinadas em detalhe, incluindo o comportamento das rainhas perto de realeiras seladas, a agressão de obreiras em relação a rainhas, os sonidos da rainha, e a relação da rainha com o comportamento das obreiras para o resultado do duelo. O resultado desta investigação serve como uma base para o teste rigoroso de hipóteses sobre o significado dos comportamentos adaptativos das rainhas e obreiras durante o combate entre rainhas. Os resultados sugerem os seguintes padrões comportamentais:

  • procura de realeiras por parte de jovens rainhas recém-nascidas para matar rainhas rivais enquanto elas estão vulneráveis;
  • as obreiras agridem estas rainhas para as impedir de destruir as realeiras;
  • as rainhas produzem sonidos para inibir a agressão das obreiras;
  • as obreiras imobilizam  algumas rainhas para torná-las alvos fáceis das rainhas rivais;
  • as rainhas ejetam conteúdos do intestino para provocar a imobilização da sua rival por parte das obreiras.”

Fonte: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1046/j.1439-0310.2001.00692.x/abstract?systemMessage=Wiley+Online+Library+will+be+unavailable+on+Saturday+27th+February+from+09%3A00-14%3A00+GMT+%2F+04%3A00-09%3A00+EST+%2F+17%3A00-22%3A00+SGT+for+essential+maintenance.++Apologies+for+the+inconvenience.

construir uma colónia de abelhas produtiva

O princípio de uma colónia produtiva é bem conhecido: só uma colónia com uma população numerosa está em condições de acumular um excedente apreciável de mel para o apicultor (Lei de Farrar).

A preparação de uma colónia produtiva inicia-se verdadeiramente na cresta do ano anterior. Se a cresta for excessiva a colónia dificilmente ultrapassará o período invernal sem ajuda de alimentação suplementar. Caso consiga, muito provavelmente, surgirá à entrada da primavera com uma pequena população, estando em causa a sua produtividade. Terá uma população aquém do necessário para produzir um excedente de mel para o apicultor e todo o néctar entrado na colónia será utilizado para suprir o seu próprio crescimento.  Sabemos que um quadro de criação consome, em média, um quadro de mel. Há colónias que não sobem à primeira meia-alça por esta simples razão: estão a crescer no ninho.

Analisemos agora alguns números e dois cenários que poderão servir de referência para o maneio do apicultor com o objectivo de preparar colmeias produtivas.

Cenário 1) Há colónias que nas 2-3 últimas semanas do inverno apresentam 4-6 quadros de criação e 8-10 quadros de abelhas no ninho. Estas colónias com um enorme  potencial de se tornarem uma colónia muito populosa, acima dos 50 000-60 000 indivíduos,  reúnem as condições para acumular um excedente de 25-35 Kg de mel para o apicultor (Lei de Farrar). Estes valores representam uma produção média que, no patamar inferior, está ao nível da média nacional e que, no patamar superior, está acima da mesma. Estimulante mas não irrealista!

Para concretizar este cenário a colónia deve ter condições para que, 20-30 dias antes do fluxo principal de néctar, apresente 6-8 quadros de criação no ninho. Nestas colmeias que saem fortes do inverno, o apicultor deve estar atento aos possíveis bloqueios do ninho que poderão impedir o seu normal crescimento e/ou suscitar a enxameação. A minha sugestão central para o maneio do ninho em colónias deste tipo passa pelo fornecimento atempado de quadros de cera puxados e/ou laminados que desbloqueiem o ninho, o abram e o expandam. Nestas colónias coloco um quadro numa das extremidades da câmara de criação (geralmente opto pelo lado mais quente da colmeia) com um intervalo de cerca de 7-10 dias, de acordo com o que vou observando. Não devemos descurar também a necessidade de ir aumentando verticalmente o espaço nestas colónias, colocando atempadamente alças ou meias-alças meleiras.

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Fig. 1 — Colónias produtivas 

Cenário 2) Há casos, contudo, de colónias que saem do inverno com uma população bastante mais reduzida. Estou a pensar no caso de colónias que chegam a 20-30 dias de uma floração importante com 3-4 quadros de abelhas. Estas colónias, com populações de 6 000 a 10 000 indivíduos, necessitam de cerca de 4 ciclos de criação para atingirem a população necessária para que se tornem produtivas. Deixadas ao seu destino, sem a nossa intervenção, são colónias que demorariam 80-90 dias a atingir a massa critica necessária para trabalhar adequadamente a floração em questão. Facilmente se conclui que, deixando tudo nas mão da natureza, a floração principal estaria terminada ou a terminar quando a colónia atingisse as condições de a trabalhar em força.

A equalização de colónias é a chave para estes casos. No dia -30 (30 dias antes da floração que nos interessa) coloco um quadro com criação operculada nestas colónias. São mais 4000-5000 jovens abelhas que nascerão durante os próximos 12 dias (lembro que um quadro Langstroth tem 7000-7200 alvéolos). No dia -20 coloco mais 2 quadros com criação (recebem mais 8000 a 10 000 abelhas). No dia -10 coloco mais 3 quadros com criação. No final presenteei esta colónia com 6 quadros com criação operculada (24 000-30 000 abelhas). Estas acções graduais dão-me boas garantias de atingir a almejada população de 50 000-60 000 abelhas (as que lhes ofereci  adicionadas às abelhas que a própria colmeia foi criando) à entrada do fluxo de néctar que me interessa. No caso estou a pensar no fluxo do néctar rosmaninho, que inicia a floração em meados de abril, nos locais onde estão situados os meus apiários.

varroa: a fase forética

No ciclo de vida do ácaro varroa distinguem-se duas grandes fases: a fase reprodutiva e a fase forética. A primeira passa-se no interior do alvéolo operculado, a segunda no exterior dos alvéolos alojadas sobre as abelhas adultas. É desta segunda fase que agora vamos tratar.

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Fig. 1 — Varroa forética sobre o abdómen de uma abelha

Durante a fase de forética, os ácaros servem-se das abelhas adultas e dos zângãos para serem transportados quer dentro quer fora da colmeia. Nesta fase alimentam-se da hemolinfa (sangue) das abelhas. O estágio forético dura cerca de 5-11 dias, período este em que os ácaros não se reproduzem. Nos períodos em que a colónia de abelhas não tem criação (geralmente coincidentes com períodos de escassez), os ácaros são obrigados a permanecer nesta fase forética, que pode ir de poucas semanas até 5-6 meses, dependendo do clima.

Os ácaros mudam de hospedeiros (saltam de uma abelha para outra) muitas vezes e isso contribui para a transmissão de vários vírus, de uma abelha infectada para uma outra saudável por via das feridas que aqueles abrem na quitina das abelhas. Os ácaros experimentam uma maior mortalidade durante a fase forética, porque cometem erros, como cair no tabuleiro sanitário se ele existir, porque são mordidos pelas obreiras (grooming), ou simplesmente morrem devido à idade avançada. A “queda natural” dos ácaros num tabuleiro sanitário reflete uma combinação de todos estes factores. No entanto, é bom dizer que o total dos ácaros caídos não chega sequer a 20% da população total. Portanto, a utilização de um fundo sanitário não é suficiente para evitar o uso de produtos acaricidas para o controle da varroa.

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Fig. 2 — Imagem de duas abelhas: a abelha da esquerda apresenta um aspecto saudável; a abelha da direita apresenta sinais evidentes da acção de dois vírus, o virús das asas deformadas e o virús da paralisia aguda (abelha sem pêlos, muito negra e com aspecto geral oleoso) transmitidos muito provavelmente pelo ácaro varroa 

A fase forética é importante para os ácaros dado que é nesta fase que se transferem entre colónias, por ação da deriva das abelhas e zângãos, ou pela pilhagem de uma colónia moribunda por via de uma forte infestação de ácaros. Nesta última situação, poderá estar a ocorrer uma selecção dos ácaros (e também os virus) com alta virulência. Enquanto que numa floresta natural, os ácaros que matam uma colónia também morrerão com o seu hospedeiro (devido à baixa probabilidade desta ser encontrada por uma colónia vizinha), num apiário o comportamento de pilhagem, assegura o sucesso da transferência de ácaros da colónia moribunda para uma outra, onde o ciclo se reiniciará novamente. Um outro mecanismo de provável transmissão horizontal, ainda não devidamente confirmado, pode acontecer aquando da queda das varroas em flores, transportadas por abelhas forrageiras. Estas varroas podem acabar por se hospedar na próxima abelha forrageira que visite essa flor.

Porquê a fase forética? Os cientistas ficaram intrigados a respeito da razão de os ácaros terem de passar por uma fase forética, onde experimentam uma alta taxa de mortalidade. Em condições de laboratório, a varroa pode reproduzir-se com sucesso sem uma fase forética. Nestas condições laboratoriais, os ácaros que foram transferidos imediatamente após o nascimento da abelha para outra célula de cria recém-operculada conseguiram reproduzir-se até sete ciclos. No entanto num estudo realizado em condições naturais verificou-se que os ácaros que não experimentam a fase forética têm uma fertilidade mais baixa, especialmente em comparação com aqueles que se hospedam e alimentam em abelhas jovens. Aparentemente os ácaros preferem esta abelhas nutrizes não só por causa de sua proximidade com larvas (sabemos que estas abelhas inspecionam e alimentam frequentemente as larvas), mas também porque são abelhas que fornecem aos ácaros uma alimentação (hemolinfa) mais adequada para a sua futura reprodução. Descobriu-se que os ácaros alimentados artificialmente pela hemolinfa de abelhas desta faixa etária têm um maior número de descendentes, seguido por aqueles alimentados pela hemolinfa de forrageiras, e que aqueles que apresentaram o menor número de descendentes foram alimentados com a hemolinfa das abelhas recém-nascidas.

Em conformidade com os resultados desta investigação mais convencido fico que a paragem da postura é uma ferramenta de grande utilidade no controle da varroa. Esta paragem pode ser natural (condições de escassez, enxameação, ou outras) ou pode ser provocada pelo próprio apicultor (engaiolamento da rainha, desdobramentos, enxame nú, e outros). Conto voltar a este assunto em breve.

fonte: http://articles.extension.org/pages/65450/varroa-mite-reproductive-biology

como tratar contra a varroa?

Entre muitas questões no mundo complexo da apicultura esta é das mais importantes e recorrentes nos dias de hoje: como tratar contra a varroa?

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Fig. 1 — Imagem ampliada do ácaro varroa destructor

Para a resposta à questão não há regras universais (que sejam válidas para todos os locais) e intemporais (que sejam válidas para todas as épocas). Como bons princípios, utilize um acaricida que é adequado às suas condições locais e ao momento em que pretende utilizá-lo, utilize-o de acordo com as instruções do fabricante e mantenha registos dos tratamentos que realiza (marca, lote, data de início e término do tratamento bem como resultado obtido).

Tendo em consideração os acaricidas homologados em Portugal para o controle da varroa, vale a pena ter em conta alguns aspetos bem estudados e consensuais na comunidade apícola internacional, a saber:

  • Evite o uso de acaricidas à base de piretróides (Apistan e Bayvarol, são as marcas homologadas em Portugal) se há alguma evidência credível de resistência aos seus princípios ativos nas suas colmeias ou em colmeias vizinhas.

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Fig. 2 — Jovem abelha com a língua estirada que morreu no momento do nascimento por causa da varroa 

  • Evite usar os acaricidas com formulações baseadas no timol (Apiguard, Thymovar e Apilife Var, são as marcas homologadas em Portugal), se as temperaturas, durante cerca de um mês, estiverem frequentemente abaixo dos 15ºC ou acima dos 30ºC.  Para que estes acaricidas funcionem de forma eficaz, a temperatura ideal situa-se entre os 15ºC e os 30ºC. Se usados com temperaturas abaixo dos 15ºC, muitos ácaros não serão atingidos; se utilizados acima dos 30ºC, as abelhas poderão abandonar a colmeia.

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Fig. 3 — Imagem de uma colónia que, por causa das baixas temperaturas, não contacta o suficiente com o tratamento à base de timol ali colocado 

  • Evite o gotejamento de ácido oxálico/Api-Bioxal se tem criação (operculada ou não) na colónia. O ácido oxálico é tóxico para a criação não operculada e, por outro lado, os ácaros na criação operculada vão escapar ilesos (cerca de 90% da população de ácaros encontra-se na criação operculada). Evite a vaporização/sublimação do ácido oxálico se a colónia tiver criação operculada ou se não estiver preparado para repetir rigorosamente o tratamento três a quatro vezes, com intervalos de cinco dias, para apanhar as varroas foréticas e as varroa emergentes.

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Fig. 4 — Imagem das varroas que se multiplicam debaixo dos opérculos na criação operculada

  • Esteja ciente de que alguns acaricidas, como o ácido fórmico ou o timol, podem inibir a postura da rainha e podem aumentar a mortalidade das jovens larvas em cerca de 25% (caso do ácido fórmico presente no MAQS, que é a marca homologada em Portugal). Evite estes ingredientes quando é crucial que a colónia aumente o número de abelhas novas para a sua sobrevivência, cenário que se aplica especialmente ao período outono-inverno, durante o qual as colónias dependem do nascimento destas abelhas para chegarem em boas condições à primavera seguinte.

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Fig. 5 — Quadro com criação em mosaico, sinal de  uma elevada mortalidade de larvas 

  • Não reduza as doses de tratamento ou o seu tempo de aplicação, pois que os tratamentos parciais são só parcialmente eficazes. Este procedimento errado é também uma ótima maneira de selecionar para as varroas resistentes. Coloque os tratamentos exatamente como o fabricante preconiza, mesmo que isso signifique um pouco mais de trabalho e mais alguma demora. Se eliminarmos uma porção baixa de varroas tal irá obrigar-nos a tratar em épocas menos convenientes mais adiante e, pior, irá contribuir para que haja cada vez mais abelhas doentes. Será mais ou menos como se nós tivéssemos um ácaro do tamanho de um gato nas nossas costas a sugar-nos uma parte do nosso sangue todos os dias. Estas varroas vão continuar a ferir as abelhas, a alimentar-se da sua hemolinfa e a transmitir virús muito perniciosos entre elas.

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Fig. 6 — Abelhas doentes por causa das varroas que se alimentam da sua hemolinfa dia após dia

Pelo exposto, não compreendo e também não acredito na vantagem de se fazerem tratamentos que só eliminam as varroas foréticas. Julgo que servirá para melhor compreensão a seguinte imagem: quando pretendo desinfetar as mãos, devo lavar bem as duas e não apenas uma.

Actualização: na altura em que este post foi escrito ainda não se tinha verificado/confirmado que o ácaro varroa se alimenta predominantemente do orgão corpo gordo. Neste momento, decorrente desta descoberta, e pela importância do corpo gordo (orgão equivalente ao nosso fígado) no mecanismo imunitário, na desintoxicação, e outras funções… em suma na vitalidade global das abelhas, entende-se que os ácaros na sua fase “forética” são mais prejudiciais do que se supunha.

apicultura numa pequena escala: aspectos de um sistema de maneio

Sabemos que o crescimento de uma colónia de abelhas e o seu bem-estar estão dependentes de um conjunto de aspectos centrais, nos quais se destacam:

  • bom estado sanitário da colónia (especial atenção ao controlo da varroa);
  • rainha prolífera;
  • capacidade das abelhas nutrizes manterem as temperaturas adequadas ​​na câmara de criação e alimentarem adequadamente as larvas;
  • disponibilidade de néctar (ou mel durante o período de escassez) e pólen no exterior;
  • existência de espaço na colmeia para a expansão do ninho e para o armazenamento do néctar.

Reunidas estas condições não há razão para a colónia não aumentar a sua população e, como consequência, fazer a colheita que o apicultor deseja, salvaguardando o campo/pasto no exterior e boas condições atmosféricas que permitam o forrageio. Sobre estas últimas nada podemos fazer, sobre as primeiras podemos agir, através de um sistema de maneio que nos permita alcançar a melhor produção possível. É sobre este sistema de maneio, numa apicultura de pequena escala, que vamos refletir e apontar algumas diretrizes.

Qualquer sistema de maneio tem como objectivo apoiar e/ou melhorar os factores acima enunciados. O nível de sofisticação de uma operação de apicultura determina a extensão em que as operações de maneio afetam estes factores.

Aspectos da apicultura de grande escala como a utilização de rainhas geneticamente selecionadas, a alimentação artificial com xaropes, pastas e pólen ou seus substitutos, a deslocação de colónias para seguir os fluxos de néctar não estão facilmente disponíveis para a maioria dos apicultores de pequena dimensão. Muitas vezes, para empreendimentos apícolas de pequena escala, estas opções ou são impraticáveis do ponto de vista logístico ou são geradoras de custos indesejáveis. Para os pequenos apicultores, os sistemas de maneio devem ser mais simples e orgânicos e os que não necessitem de investimentos elevados. Ora, para estes apicultores, o seu trabalho, as horas que dedicam num fim-de-semana e/ou ao fim do dia às suas abelhas, são geralmente o investimento mais barato.

Sobre o maneio em pequena escala, importa traçar algumas directrizes muito simples para a época do ano que estamos a passar: a viragem do inverno para a primavera.

Nesta altura o apicultor pode ser o pior inimigo das suas abelhas, se não acautelou uma quantidade suficiente de reservas de mel no ninho. Este aspecto, que não implica trabalho extra ao apicultor, é muitas vezes desprezado pelo apicultor, e pode trazer dissabores, em especial nestes dois meses de fevereiro e março que estamos a atravessar.

Nesta altura do ano as rainhas começam a aumentar gradualmente a sua postura, com a entrada de algum néctar e pólen do exterior, aumentando significativamente as necessidades nutricionais da colónia. Se esta tem ainda mel e pólen armazenados, estão em boas condições para fazerem face a alguns dias de chuva e/ou frio, habituais nesta altura do ano. Caso estejam no limite das suas reservas (especialmente as de mel) a morte da colónia por fome pode chegar rapidamente de um dia para o outro. Ainda que a tentação de crestar muito ou todo o mel existente na colónia seja grande, o apicultor que o não faz está a investir no futuro da sua colónia.

No meu caso, sabendo que desde o início de agosto até finais de março (8 meses) pouco ou nenhum néctar significativo entra na colmeia, sabendo que uma colónia média consome em média neste período 1-1,5kg de mel/mês, necessito deixar 8-12 Kg de mel para garantir os níveis mínimos de reservas. Um quadro do ninho de uma colmeia Langstroth ou de uma colmeia Lusitana cheio de mel ronda os 2,5-3kg de mel. Necessito de 3 a 4 quadros bem cheios de mel no ninho para garantir as condições mínimas de sobrevivência no inverno. Este é o mínimo, mas um pouco mais é desejável, sobretudo para uma colónia que entra no outono muito bem povoada e com a varroa bem controlada. Sugiro mais uma meia-alça com 4 a 5 quadros bem cheios de mel.

Tudo parte do objectivo para que temos as abelhas. Para um apicultor de pequena dimensão, não andarei muito longe da verdade se disser que, sobretudo, pretende desfrutar do prazer que lhe dá ter abelhas, aprender com elas, ter umas horas por semana dedicadas à sua observação e maneio. Uma das formas mais simples e mais económicas de manter esta fruição ao longo de anos e anos, passa por deixar reservas suficientes para que elas renasçam saudáveis e vigorosas à entrada de cada primavera.

Vespa asiática de patas amarelas (V. velutina nigrithorax): ciclo de vida

Nota prévia: Estes dados são de uma região francesa (Aquitaine). Poderá ser necessário fazer alguns ajustamentos na sazonalidade e intensidade de comportamentos para a realidade portuguesa acerca dos aspectos abaixo descritos. Desconheço se há algum estudo deste tipo feito na nossa terra. Contudo, os dados desta região francesa, ajudam-nos a compreender melhor o ciclo de vida deste indesejado e exótico predador por terras lusas.

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Fig. 1 — Exemplar de uma V. velutina nigrithorax (as patas amarelas são um elemento distintivo em relação às V. crabro)

  • Período de postura: A emergência do período de hibernação das fundadoras da V. velutina vai do período de fevereiro a maio. A construção do ninho primário e os primeiros ciclos de postura ocorrem durante este período. Sabemos que a atividade das fêmeas fundadoras depende da temperatura ambiente. A antecipação dos dias de calor podem levar ao aparecimento precoce de alguma atividade, mas a fundação de uma nova colónia está dependente de alimentos em quantidades adequadas que a rainha fundadora possa encontrar. Nesta fase inicial da vida da nova colónia há uma preferência destes insectos por carbo-hidratos, daí que se aconselhe que as armadilhas para a captura das vespas fundadoras sejam elaboradas com uma base açucarada.

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Fig. 2 — Preparação de armadilhas para caçar as V. velutinas

  •  A invernagem: Em geral, para passar o inverno, as rainhas jovens já fecundadas escondem-se num lugar protegido (troncos podres, aterros, pilhas de madeira, buracos nas paredes, etc…).
  • Uma fundadora por ninho e por ano: A fundadora é, originalmente, apenas uma por colónia e por ano. Ela morre depois de um ano e são os seus descendentes (fêmeas fecundadas) que, no ano seguinte, se tornam as fundadoras de novos ninhos. Na primavera, cada fundadora constrói um novo ninho e desenvolve uma nova colónia que pode chegar a atingir 1800 indivíduos no final do verão.

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Fig.  3 — Exemplar de um ninho de uma colónia de V. velutinas

  • Modo de fecundação: Em geral, o acasalamento é realizado em vôo e prossegue no solo. A fecundação das fêmeas fundadoras da próxima geração tem lugar no final do verão ou no início do outono. As feromonas sexuais produzidas pela fêmea parecem estar envolvidos na atracção dos machos.
  • Composição da dieta alimentar: A componente proteica da dieta da V. velutina é composto por 80% de abelhas, quando em áreas urbanas e 45 a 50% nas zonas rurais. O resto da dieta é composta de lagartas, borboletas, moscas, libélulas e outros insetos. No final da temporada, as V. velutinas são especialmente atraídas por fruta madura (fazem estragos assinaláveis, por exemplo, em vinhas). A sua dieta depende do alimento disponível, do estágio de desenvolvimento da colónia e uma possível concorrência com outros predadores.

Os hidratos de carbono (açucares) e as proteínas são necessários ao desenvolvimento das colónias destes vespões. Os hidratos de carbono necessários para suprir os gasto de energia dos adultos estão sempre presentes na sua dieta. As proteína são necessárias para a criação da sua prole. E, infelizmente para as abelhas e para nós apicultores, uma das principais fontes de proteína desta praga de vespões são as abelhas.

Nota: Julgo que está a chegar a altura do ano para iniciar a caça das vespas fundadoras.  Neste momento sugiro armadilhas com um atraente açucarado . Espero que em breve surjam métodos de combate a esta praga mais efectivos que os actuais. Deposito uma grande esperança no aperfeiçoamento dos cavalos de tróia, uma estratégia que poderá levar a melhores resultados que os até agora alcançados.

o espaço abelha: o que nos dizem as abelhas naturalmente

Quando um enxame de abelhas enxameia e ocupa um buraco numa árvore, numa parede, etc., a primeira tarefa a que se dedica é à construção de um conjunto de favos. Independentemente do local onde os constroem, o espaçamento dos favos apresenta uma grande regularidade: 30 a 32 milímetros entre os centros dos mesmos. Somente nos favos nos lados de fora do ninho surge um espaçamento ligeiramente maior, mas estes são usados ​​quase exclusivamente para o armazenamento de mel ou para a criação de zângãos.

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Fig. 1 — Medição da distância entre os centros de dois favos de abelhas

Os favos que que as abelhas constroem em condições naturais raramente são planos. Os favos são muitas vezes curvados em arcos graciosos e apresentam uniões entre si, o que lhes dá integridade estrutural, para que possam suportar o peso do mel e resistam às altas temperaturas nos dias quentes de verão.

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No que respeita à sua utilização, os favos num ninho natural são multiuso e a postura da rainha surge quase em qualquer lugar, com a possível excepção dos favos externos. Os alvéolos onde antes houve criação são, habitualmente, ocupados com néctar, impedindo a rainha de aí fazer postura imediatamente a seguir, obrigando-a a procurar outros alvéolos. Isto significa que a rainha está constantemente a ser reconduzida para um outro favo, componente importante do comportamento higiénico da colónia.

Por que é que os favos naturais apresentam um espaçamento de 30-32mm entre os seus centros? As medições dos alvéolos preparados para a postura da rainha mostram que eles apresentam 11-12mm de profundidade. As medições mais detalhadas revelam que a profundidade não é uniforme e que a relação entre a largura/profundidade é aproximadamente de 1 / 2 — os alvéolos de diâmetro mais pequeno são alvéolos menos profundos, os alvéolos com um diâmetro maior são mais profundos.

Qual é a razão desta relação? Como sabemos, o alvéolo fica plenamente ocupado nos estágios finais de desenvolvimento da criação e estas são as proporções que se adequam exatamente ao seu ocupante — a pupa ou abelha pré-emergente. Alvéolos com diâmetros menores produzem abelhas mais pequenas. Em conclusão, é a relação largura/profundidade, e não somente a profundidade, que determina se a abelha é um pouco maior ou um pouco menor.

Assumindo que a profundidade média dos alvéolos é de 11,5 milímetros, a largura do favo, com ambos os lados preparados para receber criação, é de 23 milímetros (2 x 11,5 = 23). Se subtrairmos ao espaçamento entre favos (32 mm) estes 23 mm, resulta um espaço excedente de 9 milímetros entre as suas faces opostas (32-23 = 9). Estes 9 mm não acontecem por acaso (Deus não joga aos dados, dizia frequentemente Einstein).  O espaço de 9 mm é exatamente a distância adequada para que as abelhas sejam capazes de trabalhar nas faces opostas de dois favos, de costas umas para as outras, apenas com um ligeiro roçar de asas.

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Ilustração 1 — Duas abelhas de costas uma para a outra a trabalharem nas faces opostas de dois favos

Isto significa que as abelhas nutrizes se podem mover livremente nas duas faces do favo, sem se atropelarem mutuamente, aumentando a eficácia dos seus esforços nos cuidados que prestam à criação. Este espaço de 9 milímetros também é importante para a termorregulação. Esta distância permite que, com apenas duas camadas de abelhas entre os favos, o espaço entre eles fique quase totalmente preenchido e aquecido. Como sabemos em ambientes ou épocas mais frias as abelhas são chamadas a ocupar o espaço entre-favos, onde geram calor e retardam o fluxo convectivo do ar. Um espaçamento entre-favos maior exige mais abelhas ­— mais de duas camadas — para manter a criação quente. Como sabemos as colónias de abelhas são altamente sensíveis a este aspeto. Se aumentarmos o espaço entre favos muito provavelmente será produzida menos criação, particularmente durante o crescimento primaveril da colónia, o que implicará menos abelhas forrageiras disponíveis para os primeiros fluxos de néctar. Este é um aspecto com um grande impacto prático, nomeadamente no que respeita à opção por colocar 9, 10 ou 11 quadros no ninho de uma colmeia (tema a que voltaremos num futuro próximo).

Quando os favos de criação (ou partes deles) são utilizados para o armazenamento de mel no fim do verão (na preparação para o inverno), os alvéolos são estirados com maior profundidade restando um único espaço abelha entre eles (5-6 mm). O mesmo acontece nas alças meleiras. Antes destes alvéolos poderem ser reutilizados para a criação, na primavera seguinte, eles têm de ser aparados para uma profundidade correcta. Nesta época do ano podemos descortinar este comportamento, quando nos apercebemos dos fragmentos de cera sob os pisos em malha de rede ou à entrada da colmeia.

o estatuto de rainha única e o efeito da sua mensagem química (feromona mandibular da rainha) na supressão da criação de novas rainhas e na enxameação

Muitas sociedades de insetos são monogínicas, o que significa que uma única rainha (fêmea fecundada) está presente em cada colónia. Em sociedades pequenas e primitivas a manutenção da dominância de uma determinada rainha é conseguido através da luta e competição física entre elas; em contraste, em grandes colónias monogínicas este tipo domínio não é possível e evoluíram para um sistema mais eficiente de manutenção da dominância de uma só rainha que se baseia em sinais feromonais.

Sabemos que a remoção da rainha de uma colónia de A. Melífera provoca nas abelhas operárias um comportamento específico: constroem alvéolos especiais (realeiras ou mestreiros) para a criação de novas rainhas (Winston, 1992), mas a forma exacta como tudo isto acontece ainda é desconhecida em parte.

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Fig.1 — Realeira operculada em primeiro plano e cálice real num segundo plano

A criação de novas rainhas numa colónia tem dois objectivos principais: a reprodução da colónia através enxameação ou a substituição da rainha quando está velha ou fraca (este fenómeno é conhecido como supersedure), ou morre por algum motivo apícola ou patológico (emergência).

A dispersão por toda a colónia da feromona mandibular da rainha (FMR) suprime tanto a supersedure da rainha como a enxameação (Winston et al., 1989). Vários estudos foram efectuados para nos elucidar acerca dos mecanismos de dispersão da FMR no seio da colónia e sua transferência entre as obreiras. Em 1991 Naumann et al. identificou o grupo de obreiras amas da rainha como as primeiras intervenientes na transferência da feromona da rainha para as outras obreiras. A auto-limpeza (grooming) é o meio através do qual a feromona é transferida das peças bucais e da cabeça para o abdómen das obreiras (Naumann, 1991). A distribuição da FMR parece ser influenciada pelo tamanho da colónia, uma vez que as obreiras na periferia de colónias populosas obtêm uma menor quantidade de feromona do que em ninhos menos populosos (Naumann et al., 1993). Isso explica a razão da enxameação em colónias populosas: o sinal da feromona que comunica “a rainha está presente” tende a diminuir quando a colónia cresce porque a dispersão da feromona é reduzida. As obreiras apercebendo-se de uma menor quantidade de feromona, iniciam a construção de realeiras e a colónia dá inicio ao processo de enxameação e reprodução. Quando a rainha morre ou é removida, o sinal da feromona desaparece completamente e as obreiras são rapidamente estimulados a criar novas rainhas.

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Fig. 2 — Rainha e suas amas

O papel da FMR na supressão do comportamento de criação de novas rainha foi confirmada por vários estudos que mostraram que a administração de FMR sintético em colónias órfãs (ou seja, colónias, sem uma rainha) suprime a produção de realeiras (Pettis et al., 1995), se a administração ocorrer no prazo de 24 horas a partir de perda de rainha. Verificou-se ainda que se e a FMR sintética for aplicada 4 dias após a perda de rainha não é observado nenhum efeito, indicando que a FMR inibe o início da criação das rainhas mas não produz efeitos na maturação de realeiras já estabelecidas (Melathopolous et al., 1996).

Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK200983/