os criadores de rainhas e o caso das rainhas da madeira

Entre os criadores de rainhas tenho maior simpatia por uns que por outros. E isto para mim conta, pois por princípio só adquiro rainhas aos criadores com quem simpatizo. E no caso das rainhas não agradarem a simpatia continua mas as compras acabam. Afirmo, portanto, que a minha disponibilidade para adquirir rainhas a alguns criadores é zero ou lá muito próximo. Não atino com aqueles criadores de rainhas que mal surge uma questão um pouco mais básica nos grupos de apicultores do Facebook, gozam, diminuem e sistematicamente mandam o novato fazer uma formação; não atino com aqueles criadores de rainhas que habitualmente apresentam vídeos ao estilo circense, com as rainhas a passear nas suas mãos e que, ao mesmo tempo que se expressam com muita humildade, estão nas entrelinhas e de forma latente constantemente a afirmar que são os maiores artistas cá do bairro; não atino com os criadores que, vindos do estrangeiro prometendo linhas seleccionadas e melhoradas, me enviam rainhas iguais e piores que todas as outras e que chegam mortas ou moribundas dentro das gaiolas; não atino com criadores de rainhas que ontem diziam cobras e lagartos das ibéricas por serem uma raça enxameadora, e hoje as criam e comercializam deixando implícito que são linhas que não enxameiam, num percurso cheio de contradições e falsidades; não atino com os criadores de rainhas que amuam porque gostei das rainhas de um concorrente, e esperam uma fidelidade canina…

À entrada de segunda semana de março, estabeleci contacto com três criadores de rainhas, com quem simpatizo, para me fornecerem uma pequena quantidade de rainhas fecundadas. O André Silva foi na altura aquele que as tinhas disponíveis de imediato. Enviou-me algumas fecundadas e, na mesma encomenda, o mesmo número de virgens. O foto-filme em baixo ilustra o desempenho de uma fecundada (à data de 26-04) e o de uma virgem, que já fecundou em terras serranas, à data de hoje.

Imagem geral da colónia, ontem 26-04, em que introduzi rainha fecundada no dia 19-03. De lá para cá, foi fortalecida com dois ou três quadros com criação fechada, e ontem apresentava o ninho praticamente cheio de abelhas e 8 quadros com criação (nestas rainhas do ano não aplico, habitualmente, a regra não mais de 6).
Coloquei a 1ª meia-alça, ontem.

Agora imagens da colónia onde introduzi a 19-03 uma rainha virgem.

À data de hoje, transferi esta colónia do núcleo onde cresceu para uma caixa de 10 quadros.
Apresentava 5 quadros com um padrão de postura digno de se ver!
Passei-a para caixa-colmeia e aproveitei para lhe doar um quadro mais com criação operculada.

Algumas das rainhas do André Silva estão, até ao momento, a dar-me bons sinais. Naturalmente vou continuar a observá-las, porque o seu percurso ainda está muito no início. Vou ficar atento para ver como vão responder a um conjunto de questões: o que vão produzir? como vão responder à varroose? como vão ultrapassar a invernagem? como vão arrancar no próximo ano? como se comportarão no período de enxameação reprodutiva? qual será a sua longevidade? Cada questão terá o seu momento próprio para ser respondida.

Nota: ao contrário do que se costuma ler nos filmes, qualquer semelhança entre o descrito no primeiro parágrafo com a realidade não terá sido mera coincidência.

Um comentário em “os criadores de rainhas e o caso das rainhas da madeira”

  1. A moda das rainhas virgens , sao baratas e como bons portugueses aproveitamos , e os zangos são de quem , varios factores as fecundadas o preço e o risco etc mas que haja negocio , e com os anos vai talvez melhorar.

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