estudo da distribuição de alimentos em ninhos de Vespa velutina e suas implicações na estratégia de controlo por meio de Cavalos de Tróia

Praticamente desde a sua publicação, em 2017, que conheço a magnífica tese de doutoramento de Juliette Poidatz em torno da biologia dos elementos reprodutores da espécie Vespa velutina (fundadoras e machos) e da colecta e distribuição de alimento nos ninhos das mesmas.

O estudo da distribuição de alimentos no interior dos ninhos das velutinas tem diversas implicações práticas, nomeadamente na afinação da estratégia de controlo das suas populações com recurso aos designados Cavalos de Tróia.

A autora escreve (pg. 116 e segs.) “Atualmente, nenhuma prática de controle eficiente pode ser aplicada contra V. velutina, exceto a destruição de seu ninho, que é demorada e bastante cara (Monceau et al. 2014a). O estudo da distribuição de alimentos entre os membros da colónia de V. velutina poderia, assim, permitir uma aplicação posterior, por exemplo, no auxílio ao desenvolvimento de estratégias de Cavalo de Tróia, que consiste em oferecer comida para forrageadoras como isca, contaminada com agentes de controle biológico (por exemplo, fungos entomopatogénicos, toxinas biológicas, ou parasitas (Naug & Camazine 2001)), ou agentes inseticidas (por exemplo, reguladores de crescimento, inibidores da síntese de quitina …), embora tais estratégias tenham que ser primeiro verificadas quanto à ausência de efeitos colaterais inaceitáveis ​​para o ambiente. Tal estratégia foi proposta contra a invasora Vespula germanica na Nova Zelândia, e até o momento é a única eficaz (Beggs et al. 2011).
No presente trabalho, analisámos como as operárias distribuíram os alimentos que coletaram entre os membros de suas colónias, utilizando colónias de diferentes de tamanho e estrutura variáveis, usando dois tipos de marcadores de alimentos não radioativos: rubídio (Rb) para proteínas e césio (Cs) para açúcares.”

“Cada operária do controle positivo, libertada no seu ninho, distribuiu alimento a um número muito variável de indivíduos (considerando todas as castas), com uma média ± desvio padrão de 7,85 ± 6,71 [2-21] indivíduos para proteínas marcadas e 11 ± 9,73 [2-27] indivíduos para o açúcar marcado.[…] Em comparação com as formigas, o número de indivíduos alimentados por uma operária parece ser muito pequeno tanto para açúcar quanto para proteínas, em média 10 para as vespas […] Ovos e larvas receberam proteínas com mais frequência do que açúcar, enquanto as operárias receberam açúcar com mais frequência do que proteínas, como esperado (Montagner 1963).”

fonte: https://tel.archives-ouvertes.fr/tel-01758929/document

Proposta quantitativa para a preparação de Cavalos de Tróia: Operando com esta média de distribuição de alimento por cada operária V. velutina, e sabendo que no pico de desenvolvimento dos ninhos existem cerca de 2000 a 4000 indivíduos adultos presentes, teremos que preparar entre 50 e 100 vespas se pretendemos eliminar 25% da população do ninho, entre 100 e 200 se o objectivo é eliminar 5o% da população do ninho, entre 200 e 400 se o objectivo é eliminar 100% da população do ninho.

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