vespa velutina: manual de boas práticas na destruição de ninhos

Um manual útil, bem escrito e com diversas propostas de intervenção para as equipas especializadas na destruição de ninhos de vespa velutina… e que todos os apicultores e restantes cidadãos devem ler.

fonte: http://fnap.pt/web/wp-content/uploads/VVManual-Destruição-de-Ninhos_Dezembro2018.pdf

vespa asiática: uma estratégia alternativa para a colocação de armadilhas

Apresento esta estratégia alternativa para ser conhecida. Não a defendo nem deixo de defender, porque desconheço os seus méritos ou deméritos. Conheço alguns estudos, realizados em França, que desaconselham também a eliminação prematura das fundadoras, e preconizam que se deixe a natureza/competição interespecífica entre as fundadoras eliminar um bom número das mesmas quando saem da hibernação. Repito que não advogo esta posição nem deixo de advogá-la, estou apenas a dar a conhecê-la. Como Pilatos, lavo as minhas mãos… façam o que entenderem melhor para proteger as vossas abelhas! Eu farei o mesmo!

“Nós neste gráfico estabelecemos o período em que se deve usar as armadilhas para capturar as fundadoras …

Fig. 1: O calendário alternativo para colocar armadilhas para eliminar as fundadoras e primeiras obreiras V. velutina (a amarelo). A vermelho o número de rainhas decresce acentuadamente entre fevereiro e março, resultado da luta feroz pelo território entre fundadoras.


Após a saída da hibernação (quando os dias ultrapassam os 13º-15ºC) as velutinas fundadoras desenvolvem uma luta feroz entre elas pelo território e ninhos em construção. Esta luta desenrola-se em duas ou três semanas, e as 20.000 velutinas fundadoras (que representamos na figura) caiem para pouco mais mais de cem no início de março, e será esta centena de fundadoras a responsável pela construção dos ninhos secundários, tantos quantos os do ano anterior.

Portanto, a nossa estratégia de armadilhagem pressupõe que devemos deixar a natureza fazer seu trabalho primeiro.

Em março, quando já não vemos velutinas no ambiente é que a nossa tarefa começa, devemos agora sim colocar as armadilhas.
Como dizemos, é possível que num raio de quilómetro e meio a dois quilómetros, em torno do nosso apiário, exista apenas um pouco mais de uma centena de velutinas fundadoras, mas é esta centena de ninhos que está agora em construção que fará aumentar exponencialmente a população meses mais tarde. Portanto, agora cada velutina caçada é um ninho a menos e muitos milhares de velutinas obreiras mais adiante.
[…]
Neste período raramente as veremos, mas uma parte dessas cem velutinas visitará o seu apiário nos próximos três meses: março, abril, maio.
Não se desespere se as suas armadilha capturam apenas alguns exemplares, deve persistir e manter as armadilhas ativas ao longo desse tempo, porque cada velutina caçada agora será um ninho menos. Com esta captura vai eliminar os ninhos mais próximos do seu apiário, e, portanto, os que mais dano lhe causariam se atingissem a maturidade (a fase de ninho secundário).

No final de maio/ início de junho, as velutinas fundadoras que conseguiram sobreviver às armadilhas deixam de sair do ninho e começam a surgir as primeiras obreiras. A caça a estas primeiras obreiras é essencial: subtrair dez obreiras de um ninho ainda incipiente, com trinta irmãs, é subtrair 30% da força de trabalho necessário ao crescimento desse ninho. Isso atrasará/ evitará a explosão geométrica de indivíduos no ninho no final do verão.

Se executar bem a captura das fundadoras e primeiras obreiras durante a primavera no seu apiário, observará como a população de velutinas no verão pouco o afetará. […]

Por outro lado a administração local deve fazer o mesmo, com uma rede de armadilhas selectivas distribuídas em todo o território municipal, armadilhas selectivas municiadas com ambos os atrativos, doce e proteína, para capturar o punhado de rainhas que, mais cedo ou mais tarde as visitará. Observe que estamos falando de um período considerável de tempo que pode chegar a três meses.
Esta estratégia não é para caçar grandes quantidades de velutinas, esta é a proposta para capturar os indivíduos essenciais à próxima geração e que neste período são poucos. Em nossa opinião, é altura do ano mais vulnerável da espécie e, portanto, quando podemos fazer mais danos.

Nós pensamos que este período é de extrema importância, a batalha contra a VELUTINA ou se ganha nos meses de março, abril ou maio, ou NÃO se ganhará.”


Finalmente, também consideramos a captura de rainhas no final do outono praticamente inútil, se no exemplo que demos, existem 20.000 velutinas que vão hibernar, qual é o sentido de matar 5, 10, 15.000 velutinas, até 19.500 velutinas? se apenas cem serão suficientes para cobrir todo o território novamente.

Portanto, consideramos, sob nossa humilde opinião, uma perda total de tempo e dinheiro a armadilhagem do outono, não somos contra a captura nessas datas, simplesmente consideramos uma perda de tempo e dinheiro.”

fonte: https://sanve.weebly.com/el-trampeo.html

vespa velutina: se eu fosse investigador…

É verdade, sou apicultor a tempo inteiro. Contudo, se fosse investigador, e só soubesse o que sei hoje, esta seria a minha linha de investigação: criar um atraente/isco específico para a vespa velutina. Como?

Sabemos que a vespa velutina adulta, que vai aos apiários caçar as abelhas, o faz para conseguir o tórax das nossas amigas. Com este pedaço de proteína vai para o ninho onde o entrega às larvas famintas. Estas, por sua vez, fornecem-lhe um líquido claro, rico em aminoácidos, que contribui substancialmente para a sua nutrição e que, paralelamente, estabelece um vínculo indestrutível de interdependência, que condiciona pelo reforço positivo o comportamento de caça assanhado na vespa adulta.

Fig. 1: Vespa velutina trucidando uma abelha melífera para lhe retalhar o seu tórax. A natureza também é isto… não é feita apenas de animaizinhos fofinhos e peludinhos!

Este comportamento é característico de todas as vespas pertencentes à superfamília Vespinae, isto é, estas vespas ao invés de consumirem as presas que caçam, trucidam-nas e alimentam com elas as suas larvas.

O mais importante e relevante para este post, e para a minha hipotética linha de investigação, é este dado: a composição exacta dos aminoácidos presentes no tal líquido claro fornecido pelas larvas varia substancialmente entre as espécies de vespas. Confirmado que no caso das vespas velutinas este líquido as atrai exclusivamente ou muito próximo disso, o passo seguinte seria fazer a sua análise e posterior síntese.

Correndo tudo pelo melhor teríamos o tão desejado atraente selectivo. Fica a ideia…

ciclo de vida da vespa velutina (em França)

Uma das chaves para a luta contra o invasor vespa velutina nigrithorax é aprofundar o conhecimento sobre o seu ciclo de vida, dieta, tamanho da colónia, reprodução, comportamento predatório, …

Fig. 1 : Zonas colonizadas pela Vespa Velutina até 2017

O ciclo de vida

O ciclo de vida do vespão de patas amarelas é anual. Uma nova rainha funda a colónia na primavera. Dos primeiros ovos nascem as fêmeas que serão as primeiras obreiras dessa colónia. Do ovo à emergência vão 4 a 5 semanas. Estas obreiras permitirão que a rainha gradualmente se dedique exclusivamente à postura. No final do verão, começa a geração dos primeiros machos e futuras rainhas. O ninho pode então abrigar milhares de indivíduos. Estima-se que ao longo de um ano cada ninho produza entre 5.000 a 15.000 indivíduos, nas maiores colónias. A título de comparação, um ninho de vespas crabro produz cerca de 1.000 a 1500 indivíduos. A fecundação da nova geração de rainhas acontece antes do inverno. Nos primeiros dias de geadas, a nova geração de jovens fundadoras deixa o ninho e procura um esconderijo para passar o inverno, onde hibernam solitariamente. O resto da colónia é abandonado ao seu destino, a velha rainha morre, a falta de comida e o frio fazem colapsar a colónia e a estrutura do ninho deteriora-se com o mau tempo.

Fig. 2: Principais diferenças entre a V. Crabro (à esquerda) e a V. Velutina (à direita).
Fig. 3: Esquema geral do ciclo de vida da Vespa Velutina

 O período solitário: o fim da hibernação e desenvolvimento da colónia no ninho primário

Com os primeiros dias mais quentes (> 13 ° C), em geral em meados de fevereiro, as fêmeas fundadores saem da hibernação, pelo menos aquelas cujo esconderijo permite um rápido aquecimento. Em poucos dias recuperam a sua vitalidade, desenvolvem os seus ovários se encontrarem os açúcares energéticos de que precisam. As rainhas sobreviventes iniciam um novo ciclo infernal. Cada uma com vontade de fundar uma nova colónia, construirá o seu ninho e alimentará as larvas até que se tornem adultas obreiras, 5 semanas após a postura dos ovos. Em três semanas, a larva atinge o seu tamanho máximo. Então, tece ao seu redor um casulo sob o qual se vai isolar por mais 2 semanas, período das metamorfoses. A vespa adulta emergirá depois de ter rasgado seu casulo com suas mandíbulas e se libertar de seu alvéolo. Durante este período a rainha fundadora é a única a assumir a sobrevivência de sua colónia. Durante este período as suas necessidades e tarefas são diversas: procura de açúcares para ela, proteínas para alimentar as larvas, fibras de madeira e água para construir e aumentar o ninho primário. Ao contrário das rainhas das abelhas melíferas europeias, a rainha velutina passa a maior parte do seu tempo fora do ninho, até ao nascimento das primeiras obreiras. Gradualmente a rainha fundadora ficará cada vez mais no ninho dedicada à postura de mais e mais ovos, e chegará a pôr 100 ovos por dia, até à sua exaustão no outono.

Fig. 4: Imagens da construção do ninho primário

O período cooperativo ou de transição: a construção do ninho secundário

Este período coincide com o surgimento das primeiras obreiras até à cessação completa da atividades fora do ninho por parte da rainha. Este período dura cerca de 3 meses. Na verdade, o papel da rainha vai evoluir com o crescimento da colónia. O grau de divisão do trabalho entre rainha e operárias, após a emergência destas varia com o tamanho das colónias. A rainha “liberta-se” dos trabalhos realizados no exterior para dedicar-se principalmente à postura 20 a 40 dias após a emergência das primeiras obreiras. Às vezes, no caso de falta de espaço, comida ou água, a colónia vai mudar de local e iniciar a construção de um ninho secundário localizado em local mais propício ao seu desenvolvimento.

Fig. 5: Ninho secundário de V. Velutina no topo de uma árvore
Fig. 6: Vista aproximada de um ninho secundário

Período polietico de desenvolvimento: o aumento acentuado de obreiras, quando a rainha só desova

Este período de desenvolvimento é caracterizado por um aumento acentuado no número de obreiras assim como o tamanho da colónia, bem como uma separação total de atividades entre a rainha (desova) e as obreiras (coleta de recursos, manutenção da colónia) . Após a forte expansão do ninho, a rainha não faz nada além de desovar e não participa mais nas atividades extra-ninho. A postura concentra-se nos novos andares do ninho, que as obreiras vão construindo. Neste último terço do ciclo da colónia, alvéolos maiores são construídas para criar machos e novas rainhas. Nas V. velutina, rainhas, machos e obreiras são de tamanhos muito semelhantes no final do outono e o tamanho dos alvéolos ainda não foi relacionado com a casta.

Fonte principal: https://tel.archives-ouvertes.fr/tel-01758929/document

os mais visitados em 2018

Passado mais um ano a escrever sobre o mundo das abelhas e mais uma ou outra coisa que me interessa, apresento a habitual lista dos posts mais lidos este ano. Tenho escrito sobre a articulação e integração da minha experiência pessoal com a experiência de alguns outros (sobretudo bloggers estrangeiros e investigadores académicos). Este espaço tem uma dupla função: a de armazenar o que mais me importa e motivar-me para momentos de auto-aprendizagem. Estou certo que assim o será também para os estimados leitores deste blogue. Durante este ano foram feitas um pouco mais de 100 000 visitas e foram estes os 10 posts mais visitados:

 

primeiras jornadas apícolas da AAPP: alguns apontamentos

Decorreram nos passados dias 19 e 20, na Escola Superior Agrária de Castelo Branco, as primeiras jornadas apícolas organizadas pela Associação dos Apicultores Profissionais de Portugal.

Estas jornadas tiveram como palestrante o apicultor e consultor apícola argentino Anselmo Martz. Dono de uma rara capacidade oratória, associada aos mais de 40 anos de experiência como apicultor, Anselmo Martz prendeu a assistência do primeiro ao último minuto e levou-nos a (re)conhecer uma variedade de temáticas que fizeram e fazem parte da sua actividade diária enquanto apicultor profissional. Os assuntos foram surgindo de forma natural, interligando-se uns nos outros, apresentados de forma clara, sintética e segura, pontuados aqui e ali com algumas notas de humor.

Foram abordados temas vários, desde a necessidade de ter dados fidedignos acerca da repartição dos custos da operação, passando pela obrigatoriedade de tratar o varroa nos timings adequados, às colmeias com dupla rainha para maximizar a produção, a optimização da transumância tendo em conta o calendário das florações, com breves notas acerca da selecção e melhoramento de rainhas, a formação de núcleos de abelhas, as questões da importância da rastreabilidade do mel e das condições que as melarias devem apresentar, tendo passado por um relato acerca da sua experiência com tratamentos da varroa com cristais de timol.

Não me surpreendeu de todo, mas devo sublinhá-lo, a importância que Anselmo Martz em todos os temas, sem excepção, foi dando à necessidade de ter um bom sistema de recolha e tratamento dos dados. Esta é uma ferramenta básica para gerirmos profissionalmente a nossa empresa apícola, que nos permite ver o que estava invisível e ultrapassar as ilusões e enganos das primeiras impressões.

A terminar uma palavra para os amigos, novos e antigos, que por lá encontrei, Eduardo Mara, José Vicente, André Silva, Bruno Anselmo, entre outros, um beijinho para a Filipa Almeida, e um obrigado para o Bruno Moreira, Manuel Araújo e restantes amigos da Turma da Abelha, que muito me ensinaram sobre a Velutina, mas sobretudo sobre a alegria que é estar num grupo unido.

resíduos químicos em alimentos e risco de cancro: uma análise crítica

“Introdução

Possíveis riscos de cancro decorrentes de resíduos de pesticidas nos alimentos têm sido muito discutidos e debatidos com afinco na literatura científica, na imprensa popular, na arena política e nos tribunais. Pesquisas de opinião do consumidor indicam que grande parte do público dos EUA acredita que os resíduos de pesticidas nos alimentos são um sério risco de cancro (Opinion Research Corporation, 1990). Em contraste, estudos epidemiológicos indicam que os principais fatores de risco de cancro são o fumo do tabaco, desequilíbrios alimentares, hormonas endógenas e inflamação (por exemplo, infecções crónicas). Outros fatores importantes incluem exposição intensa ao sol, falta de atividade física e consumo excessivo de álcool (Ames et al., 1995). […]

Químicos naturais e sintéticos na comida e sua relação com o cancro

A atual política regulatória para reduzir os riscos de cancro humano baseia-se na ideia de que substâncias químicas que induzem tumores em bioensaios de cancro em roedores (ratinhos brancos de laboratório, sobretudo) são potenciais carcinógenos em humanos. Os produtos químicos selecionados para testes em roedores, no entanto, são principalmente sintéticos (Gold et al., 1997a, b, c, 1998, 1999). O enorme cenário de exposição humana a substâncias químicas naturais não foi sistematicamente examinado. Isso levou a um desequilíbrio nos dados e na percepção sobre possíveis riscos carcinogénicos para os seres humanos devido a exposições químicas. O processo regulatório não leva em conta (1) que as substâncias químicas naturais são maior fatia do bolo de substâncias químicas às quais os seres humanos estão expostos; (2) que a toxicologia de toxinas sintéticas e naturais não é fundamentalmente diferente; (3) que cerca de metade dos produtos químicos testados, sejam naturais ou sintéticos, são cancerígenos quando testados usando protocolos experimentais atuais; (4) que o teste de carcinogenicidade em doses quase tóxicas em roedores não fornece informações suficientemente fidedignas para prever o número de cancro humanos que podem ocorrer com a exposição a doses baixas; e (5) que a elevada frequência do teste na dose máxima tolerada (DMT) pode causar morte celular crónica e consequente substituição celular (um fator de risco para cancro que pode ser limitado a altas doses) e que ignorar esse efeito na avaliação de risco pode exagerar a percepção dos riscos.

Estimamos que cerca de 99,9% das substâncias químicas que os seres humanos ingerem ocorrem naturalmente. As quantidades de resíduos de pesticidas sintéticos nos alimentos vegetais são baixas em comparação com a quantidade de pesticidas naturais produzidos pelas próprias plantas (Ames et al., 1990a, b; Gold et al., 1997a). De todos os pesticidas dietéticos que os americanos comem, 99,99% são naturais: eles são os produtos químicos produzidos pelas plantas para se defenderem contra fungos, insetos e outros predadores animais. Cada planta produz uma matriz diferente de tais produtos químicos (Ames et al., 1990a, b).
[…] Apesar dessa exposição enormemente maior a substâncias químicas naturais, entre os produtos químicos testados em bioensaios a longo prazo, 77% são sintéticos (1050/1372) (Gold e Zeiger, 1997; Gold et al., 1999).

Concentrações de pesticidas naturais em plantas são geralmente encontradas em partes por mil ou milhões, em vez de partes por bilião, que é a concentração usual de resíduos de pesticidas sintéticos. […] É provável que quase todas as frutas e verduras do supermercado contenham químicos naturais que são cancerígenos em roedores (os ratinhos brancos de laboratório) . Embora apenas uma pequena proporção de químicos naturais tenha sido testada quanto à carcinogenicidade, 37 dos 71 que foram testados são carcinógenos em roedores e estão presentes nos alimentos comuns.”

Fonte: https://toxnet.nlm.nih.gov/cpdb/pdfs/handbook.pesticide.toxicology.pdf

Nota : Como em quase tudo, senão em tudo mesmo, também esta dimensão da realidade não é a preto e branco. Restringir a questão e percepção dos riscos carcinogénicos aos pesticidas químicos, naturais ou sintéticos, presentes nos alimentos que consumimos é simplista e deslocado. Em simultâneo ignorar que os produtos alimentares de origem vegetal que nos chegam à mesa estão repletos de pesticidas/químicos naturais com potencial carcinogénico é psicologicamente reconfortante. Lamentavelmente aquele simplismo e este conforto não coincidem com a realidade.

decálogo para lutar contra a vespa velutina

Nota prévia: não pretendo neste post fazer publicidade aos equipamentos e marcas. Pretendo apenas partilhar informação que me parece pertinente.

1.– No começo da primavera as velutinas só buscam o néctar e começam a desenvolver seu ninho, nesta fase elas são praticamente inofensivas para as abelhas, muitas se matam entre elas lutando pelos ninhos.

2 .- Se encontrarmos um ninho primário, não devemos eliminá-lo até que saibamos que as primeiras obreiras já nasceram, será o sinal de que é um ninho definitivo e que vai dar origem em algumas semanas a um ninho secundário.

Um ninho primário é um tesouro, se o eliminarmos antes do tempo outra velutina iniciará seu ninho num lugar desconhecido, se o eliminarmos quando tiver obreiras recém-nascidas ou prestes a nascer, será um ninho secundário a menos.

3.- Há lugares onde as velutinas têm predileção especial para fazer os ninhos primários a cada ano, por exemplo, nos cemitérios, nos nichos, entre a cobertura de vidro que protege a cobertura de granito, esses locais são ideais para eliminar ninhos usando a regra n º 2.

4.- Devemos usar armadilhas tão seletivas quanto possível, para não danificar os insetos nativos, para isso, se usarmos armadilhas do tipo garrafa, elas devem ser feitas corretamente, com um orifício de entrada não superior a 8 mm de diâmetro e com saídas de 4 mm para permitir que os insectos menores saiam.

5.- As armadilhas combinadas SANVE-elétricas não só não matam os insetos nativos, mas estes são usadas como atrativos, uma vez que também fazem parte da alimentação das velutinas. Esta armadilha pode ser usada na primavera para substituir as garrafas, e também no resto da temporada em frente aos alvados.

6.- Durante o verão no apiário existem vespas com dois papéis, algumas procuram proteína e, portanto, caçam abelhas, outras procuram carboidratos (açúcares, néctares, mel). Esse tipo de armadilha atrai ambas.

7.- Devemos reorganizar os apiários para serem mais eficazes contra a vespa.

Uma boa estratégia é colocar as colmeias em agrupamentos, deixando um espaço livre a cada 5 colmeias para inserir harpas elétricas, muito efetivas nos meses de julho, agosto e setembro, quando as velutinas são mais agressivas com as abelhas.

8.- Durante esses meses devemos diminuir o alvado para cerca de 5 mm de altura para evitar que a velutina entre na colmeia.

9.- Devemos também separar cerca de 5 mm a base da colmeia do ninho, o que permite que as abelhas entrem e saiam de todo o perímetro da colmeia e assim possam fugir das velutinas que estão em vôo estático em frente à entrada.

10.- Devemos manter as armadilhas até ao outono até que deixemos de ver a última velutina no apiário.”

fonte: www.sanve.weebly.com

vespa velutina: um adaptador para a entrada das colmeias salva as abelhas da predação

Um apicultor francês, Norbert Mathieu, inventou um adaptador que, fixado às pranchas de vôo das colmeias, permite às abelhas atingirem uma velocidade de vôo mais alta à saída e entrada na colmeia, dificultando o ataque dos vespões asiáticos. Este sistema também tem o efeito de inibir o comportamento de predação da vespa, e abre a possibilidade de as abelhas se defenderem através do comportamento de “pelotagem”.

Nota: não tenho dados pessoais que me permitam confirmar ou infirmar a eficácia do dispositivo.