o processo de equalização de colónias de abelhas: alguns procedimentos

O processo de equalização visa transformar colónias que saíram debilitadas da invernagem em colónias fortes à entrada de um fluxo de néctar importante. A equalização é feita geralmente no período de desenvolvimento das colónias (na beira interior no final de inverno/ início da primavera), três a seis semanas antes de um período importante de floração e de um bom fluxo néctar. Faz-se quando, num apiário, há colónias fracas a necessitarem de um estímulo e reforço que lhes permita aumentar a sua população de forrageiras até ao início de um fluxo de néctar que o apicultor deseje maximizar. Apenas as colónias muito fortes, com uma grande quantidade de criação e uma grande população abelhas, devem ser consideradas como dadoras. Por outro lado, as colónias fracas, com uma rainha velha ou com uma rainha com uma postura duvidosa, não devem ser equalizadas. Estes casos serão analisados num outro post.

Há muitas maneiras de fortalecer colónias enfraquecidas. Em baixo estão descritos os métodos mais utilizados:

  • Transferência de quadros com criação operculada de uma colónia forte para uma colónia fraca.

O quadro excedentário com criação operculada e com abelhas aderentes (abelhas novas) é retirado de uma colónia forte e é dado a uma colónia mais fraca. Os quadros retirados da colónia forte são substituídos por quadros com cera puxada, com boas áreas de postura e colocados na extremidade da câmara de criação. Se não tivermos ao nosso dispor quadros puxados utilizamos quadros com cera moldada. A colónia forte vai puxar rapidamente a cera moldada e a rainha em breve iniciará aí a postura de ovos.

images-1

Fig. 1 — Colónia forte

Devemos dar às colónias fracas um quadro de criação de cada vez, de modo que as abelhas cubram toda a criação. O quadro com criação operculada deve ser inserido no meio da câmara de criação desta colónia, de forma a que os ovos e larvas sejam devidamente aquecidos e alimentados. Certifique-se de que qualquer quadro transferido não tem a rainha. Os quadros a adicionar devem ter uma boa superfície de criação operculada (mais de metade do quadro) em ambos os lados.

images

Fig. 2 — Quadro com muita criação operculada e abelhas aderentes

Evite adicionar quadros como muita criação por opercular. O objectivo da adição de quadros com muita criação operculada é o de dar pouco trabalho às abelhas da colónia fraca e garantir que a criação operculada, que nascerá rapidamente, se some à população de abelhas jovens da colónia fraca. A criação não operculada requer o máximo de cuidado da colónia, enquanto a criação operculada requer cuidados mínimos. Depois de nascido, este contingente de abelhas novas vai começar por alimentar as larvas mais velhas, cerca de 6 dias após terem nascido tornam-se amas das larvas mais jovens e, três semanas depois, iniciam as sua tarefas no forrageio e que irão manter até sucumbirem.

Posteriormente, é importante verificar se a colónia fraca se está a desenvolver bem. Devemos fazer a inspecção destas colmeias durante uma a duas semanas para ver como se tudo corre bem. Se verificarmos que é oportuno podemos adicionar um novo quadro com criação operculada. Se a primeira tentativa não produziu os efeitos desejados,  há que verificar se há outros problemas que precisem ser solucionados (doenças, infestação pela varroa, uma má rainha, etc.). Ter ainda em atenção que as colónias fracas ao serem equalizadas podem necessitar de quadros com mel ou serem alimentados com alimentação artificial.

  • Sacudir abelhas jovens retiradas de colónia populosa para uma colmeia fraca.

Neste caso, o excedente de abelhas jovens de uma colónia com um grande número de abelhas adulta é sacudido para o interior de uma colmeia menos povoada.

images-2

Fig. 3 — Sacudindo abelhas

Esta processo de equalização pode ser levado a cabo duas a três semanas antes de um importante fluxo de néctar. O apicultor ajuda, assim, a aumentar a população de abelha adultas de uma colmeias menos populosa. Mais uma vez certifique-se de que a rainha não é transferida com as abelhas quando sacudir as abelhas. Dica: Pode sacudir as abelhas sobre uma grelha excluidora de rainhas e capturar qualquer rainha que por engano foi sacudida.

Nota: nestes dois métodos anteriormente descritos, e se entender necessário ou benéfico, pode harmonizar os odores das abelhas borrifando as abelhas a introduzir, assim como as abelhas das colmeias mais fracas, com água açucarada com um aromatizante inócuo para as abelhas. Tenho utilizado o aroma de baunilha para este fim com bons resultados.

  • A troca de posições entre colónias fracas e colónias fortes.

Trocar a posição de colónias é uma prática muito fácil para aumentar o número de abelhas forrageiras numa colónia mais fraca e aliviar a congestão de abelhas na colónia mais forte. Uma colónia fraca é transferida para o local ocupado por uma colónia forte e a colmeia forte é transferida para a posição onde estava anteriormente a colónia fraca. Isto é normalmente feito quando as abelhas forrageiras de uma colónia forte se encontram no campo ao meio do dia. Quando as forrageiras da colónia forte retornam para a colmeia vão entrar na colónia fraca, agora neste local. Estas abelhas que regressam do campo carregadas com néctar ou pólen tendem a ser bem aceites e sem lutas. Esta operação deve ser realizada com o fluxo de néctar e pólen já a decorrer.

Como é costume dizer, as operações realizadas durante um bom fluxo de néctar tendem a correr muito bem porque as abelhas andam felizes e perdoam muitos dos nossos erros!

Talvez seja dispensável, mas nunca é demais  referir que estas operações de equalização exigem o maior cuidado da nossa parte, para não transferirmos quadros com criação e abelhas de ou para colmeias com doenças na criação (ler mais sobre a equalização).

humidade no ninho das abelhas: um prejuízo? uma benesse?

A humidade na câmara de criação é um factor crítico para a boa qualidade das condições físicas-ambientais tão necessárias a um desenvolvimento saudável das colónias de abelhas. Numerosos estudos demonstraram que os níveis extremos de humidade, sejam elevados, sejam baixos, afectam a saúde das abelhas e da sua criação. Por exemplo, a níveis inferiores a 50% de humidade relativa os ovos não eclodem (Doul, 1976), o que é particularmente impactante nos pequenos núcleos de abelhas. Outro exemplo, a humidade entre 68% a 87% aumenta a percentagem de mumificação das larvas em 8%, também conhecida por criação de giz. Um dado interessante, a taxa de reprodução da varroa destructor diminui com o aumento da humidade.

A humidade no ninho numa colónia forte e saudável situa-se entre os 50% e 60%. Raramente se encontra abaixo dos 40% ou acima dos 80%. Numa colónia forte e em condições normais, este valor é estável e não está dependente das condições ambientais. Pelo contrário, numa colónia fraca as condições internas são muito influenciadas pelas condições ambientais externas.

Um fator importante que influencia o nível de humidade no ninho é a quantidade de criação não operculada/selada. Sabemos que os ovos e as larvas são altamente sensíveis à dissecação. Pensa-se que as áreas de criação têm um microclima com uma humidade relativa significativamente maior que o conjunto do ninho. Isto é conseguido pela presença de geleia real, que tem um conteúdo de água alto. Por outro lado os casulos são higroscópicos e promovem a absorção de água (Human, 2006). Além disso, as abelhas nutrizes/amas que cobrem os quadros de criação limitam a quantidade de água que se evapora.

Sabe-se que as colónias de abelhas regulam a humidade interna do ninho pelo batimento das asas, pelo transporte e depósito de água para o ninho, e pelos dissipadores de humidade, como o néctar e os casulos (Ellis, 2008).

Ouvimos dizer frequentemente que durante o inverno é a humidade, não o frio, que mata as abelhas. O que pode o apicultor fazer nesta estação do ano para ajudar as abelhas a regular a humidade no ninho?

As orientações são variadas e há duas escolas principais de pensamento. Uma defende a ventilação assistida da colmeia, deixando orifícios de ventilação na zona superior da colmeia, quer através da inserção de palitos de fósforo ou cunhas nos cantos inferiores das pranchetas, ou deixando o óculo da prancheta semi-aberto. Este conselho é geralmente dado por apicultores que usam pisos sólidos.

Por outro lado, se as colmeias estão equipadas com estrados de rede, o pensamento é que os métodos de ventilação nas zonas superiores da colmeia são desnecessárias dado que o estrado de rede atua como um sistema de ventilação inferior.

imgres-3

Fig. 1 — Exemplar de um estrado em malha de rede metálica

Portanto, o tipo de colmeia e, obviamente, o clima ambiente vai determinar se é necessário um sistema de ventilação ou isolamento que permita uma renovação mais rápida do ar saturado com humidade que se produz habitualmente no interior da colmeia.

Fontes consultadas:

  • Doul KM (1976) The effects of different humidities on the hatching of the eggs of honeybees. Apidologie 7 (1) 61-66
  • Ellis MB (2008) Homeostasis: Humidity and Water Relation in Honeybee Colony, Master Thesis (University of Pretoria)
  • Human H, Nicolson SW, Dietemann V (2006) Do honeybees, Apis mellifera scutellata, regulate humidity in their nest? Naturwissenschaften 93(8):397-401.
  • Tautz J (2008) The Buzz about Bees. Springer-Verlag, Berlin Heidelberg.
  • Winston ML (1987) The Biology of the Honey Bee. Harvard University Press, Cambridge Massachusetts.

 

Independentemente do tipo de estrado utilizado, acrescento estas orientações que têm ajudado as minhas abelhas a regular a humidade no ninho:

  • colocação das colmeias em assentos 15-30 cm acima do solo;
  • construir os assentos com uma ligeira inclinação descendente no sentido do alvado/entrada da colmeia;
  • substituir, particularmente no final do verão, as colmeias com rachas nas paredes, com a pintura estalada ou o óleo de linhaça já sumido, por outras devidamente restauradas;

imgres-4

Fig. 2 — Exemplo de um assento que protege as colmeias da humidade do solo

… e outras medidas que se justifiquem localmente, e que os companheiros desejem acrescentar.

de que morreu a minha colmeia…

O inverno é a estação mais crítica que a colónia de abelhas tem de ultrapassar. E, na verdade, algumas não a conseguem ultrapassar. Todo o apicultor que se vê confrontado com uma ou várias colónias mortas deve procurar fazer o diagnóstico post mortem. Este diagnóstico, se bem feito, é uma peça essencial para melhorar o seu maneio no futuro. Só sabendo as causas das perdas invernais ele estará em boas condições de as evitar no futuro. Deixo em baixo algumas pistas para fazerem este diagnóstico.

  • Se a colónia morreu por fome, encontra uma colmeia leve em peso e abelhas enfiadas de cabeça para baixo nos alvéolos (ver fig. em baixo).

fig-0610-600x450

  • Se a colónia morreu pelos danos causados pelo ácaro da varroa, encontra poucas abelhas, pequenas áreas de criação operculada e abelhas com asas deformadas (ver fig. em baixo).

20141008-0032-150x150

  • Se a colónia morreu porque a rainha chegou ao seu fim, encontra realeiras ou criação de zângãos(ver fig. em baixo).

search

  • Se a colónia morreu por humidade excessiva, encontra muito mofo nos quadros (ver fig. em baixo) e muita humidade condensada nas paredes interiores da colmeia e no fundo do estrado.

imgres-2

  • Se a colónia morreu por desinteria, encontra muitas manchas de resíduos fecais no topo dos quadros (ver fig. em baixo) e/ou na entrada da colmeia.

images-5

  • Se a colónia morreu por doença na criação, encontra sinais de loque americana (ver fig. em baixo), ou loque europeia.

imgres-1

  • Se a colónia morreu porque foi pilhada por outras abelhas encontra os alvéolos e opérculos ligeiramente mastigados ou roídos (ver fig. em baixo) e pequenos resíduos de cera no estrado e entrada da colmeia.

images-3

  • Se a colónia morreu pela acção dos roedores (ratos e outros), encontra os favos muito roídos (ver fig. em baixo), pedaços de favo no estrado e na entrada da colmeia, caganitas de rato no meio dos resíduos de cera, cheiro a urina do roedor no interior da colmeia.

images-4

A terminar sublinho que várias vezes se encontram sinais a apontar para diversas causas. Neste caso importa tentar destrinçar qual foi a causa primeira, a causa que fragilizou a colónia inicialmente. Foi esta a causa que permitiu o aparecimento e desenvolvimento dos outros problemas a jusante. Interessa-nos, no futuro, evitar a causa primeira. Estando esta resolvida, os outros danos têm menos oportunidade de se desenvolverem. Não sendo uma regra que deva ser aplicada a 100% dos casos, a varroa é geralmente a causa primeira de mortandade no inverno. Sobre os ombros de uma varroose deficientemente controlada surgem outros danos que, de forma oportunista, se aproveitam da fragilidade da colónia e lhe dão o golpe de misericórdia.

Esta lista de pistas não é exaustiva e pode ser completada com os vossos contributos. De apicultor e de detective todos temos um pouco!

a colocação de quadros de cera laminada no ninho

Os apicultores sabem que os quadros de cera laminados colocados no ninho da colmeia são rapidamente puxados quando a colónia está em expansão e a rainha necessita de mais espaço para fazer postura. Quando as abelhas cerieiras encontram estes quadros nos ninhos iniciam prontamente a puxada da lâmina de cera. Aqueles que colocam quadros de cera laminada nas extremidades do ninho (posição 1 ou 10), na esperança de eles serem rapidamente puxados, vêm as suas expectativas frequentemente frustradas. As abelhas só os puxarão em último recurso, e muitas vezes apenas os puxam na face interior do quadro.

Sabendo isto coloca-se a questão da posição precisa onde deveremos colocar os quadros de cera laminada? Na extremidade da zona de postura? No seio da zona de postura, intercalando um ou mais quadros de cera laminada entre quadros de criação? A resposta é que depende.

O início da estação da puxada de ceras no ninho diverge de local para local, e até de ano para ano. Tomo como indício que as abelhas estão em condições de puxar cera dos quadros laminados quando noto no travessão superior dos quadros pequenos rebordos de cera clara. Nestas condições e quando a câmara de criação ainda não está densamente povoada com as abelhas a fazerem camadas sobrepostas e, ao mesmo tempo, as temperaturas ainda são relativamente baixas, o local mais aconselhado para colocar o quadro de cera laminada é no espaço imediatamente a seguir ao último quadro de cria. Mesmo existindo quadros puxados mais no exterior, o quadro de cera laminada nesta posição obrigará as abelhas a puxá-lo para manter a continuidade da criação.

Screen Shot 2016-01-30 at 17.29.56

Screen Shot 2016-01-30 at 17.31.08

Mais tarde na estação — quando a câmara de criação está a bem cheia com abelhas e as temperaturas estão mais altas —, os quadros de cera laminada podem ser intercalados no interior da câmara de criação. Nesta posição o quadro de cera será puxado e a rainha iniciará a ovoposição daí a 4 a 5 dias.

Screen Shot 2016-01-30 at 17.31.32

Argumenta-se que descontinuar a câmara de criação, intercalando quadros de cera laminada, provoca a criação de realeiras no lado onde a rainha fica ausente temporariamente. Estudos controlados, assim como a minha experiência, sugerem que isto não ocorre habitualmente a não ser que a colónia já estivesse a preparar a substituição da rainha.

Como em muitas outras coisas as operações e os maneios num sistema complexo como o ninho de uma colónia de abelhas, varia de apicultor para apicultor. Esta diversidade assenta em vários factores, um dos quais será o nível de risco com o qual o apicultor se sente confortável. No caso em questão o apicultor que deseje fazer um maneio muito prudente, poderá sempre colocar os quadros de cera laminada no exterior da zona de cria para evitar o desconforto que lhe provoca intercalar quadros de cera laminada no interior da zona dos quadros com cria.

equalização de colónias de abelhas

A equalização de colmeias permite atingir vários objectivos em simultâneo, e era uma das ferramentas muito utilizada pelo irmão Adam, na abadia de Buckfast, para atingir elevadas produções nas suas colmeias.

imgres

Fig.1 — “Brother” Adam a inspeccionar uma colmeia, com a velha abadia de Buckfast ao fundo

De uma forma sumária, a equalização de colónias de abelhas consiste em fortalecer as colmeias mais despovoadas à saída do inverno, fornecendo-lhes quadros com criação operculada prestes a nascer ou abelhas, sobretudo abelhas jovens, ou ambos os recursos simultaneamente.

Que colmeias fortalecer? Como já foi referido são as colmeias mais despovoadas. Contudo, nem todas as colmeias justificam este esforço e este custo. Só faço esta equalização em colmeias saudáveis, com rainhas com um bom padrão de postura e com uma razoável massa crítica, isto é, com 4 a 5 quadros bem cobertos por abelhas.

Nos meus apiários da beira alta, no final do inverno, ou seja, na primeira quinzena de março, uma colónia com 7 a 8 ou mais quadros cobertos com abelhas e pelo menos 4 quadros com boas áreas de criação é considerada uma colónia forte. Pelo contrário, uma colónia com 4 a 5 quadros de abelhas é classificada como uma colmeia susceptível de ser “apoiada”.

A partir de meados de abril, nas terras baixas da beira alta onde tenho parte dos apiários, uma colónia forte terá 10 a 15 quadros cobertos com abelhas e, pelo menos, seis quadros repletos de criação, com muitas forrageiras a fazer os seus vôos e a fazer crescer as reservas de pólen e de néctar. Pelo contrário, uma colónia com 6 a 8 quadros coberto com abelhas e 3 a 4 quadros de criação é classificada como uma colmeia susceptível de ser “apoiada”.

imgres-1

Fig.2 — Colmeia forte que pode ser utilizada como doadora

Vantagens da equalização para o apicultor

  • Obtém colónias mais ou menos iguais em força para o fluxo de néctar;
  • Estimula as colónias menos povoadas e não afeta as colónias doadoras, pois estas rapidamente recuperam;
  • É um método eficaz de prevenção da enxameação, porque reduz o congestionamento nos enxames mais populosos;
  • Contribui para uma maior produção de mel;
  • Contribui para que todas as colónias se tornem produtivas;
  • Minimiza a possibilidade de pilhagem no apiário.

Desvantagens da equalização

  • Pode transmitir doenças e ácaros entre colónias no apiário;
  • Pode causar esfriamento da criação se não for feita com cuidado.

O apicultor deve ter um grande cuidado para não distribuir quadros com criação e abelhas a partir de colónias doentes. Deve verificar sempre se as colónias não apresentam sinais de doença antes da equalização.  A concluir, deve ter cuidado para não colocar muita criação em colónias fracas, pois estas não conseguirão dispor de abelhas em número suficiente para manter a criação quente durante as noites mais frias, ainda frequentes na primeira metade da primavera no interior do nosso país.

renovação de ceras post 1)

Gostava de saber se me pode esclarecer umas dúvidas em relação à renovação que faz dos quadros de ninho.
Quando começa a fazer essa renovação logo em Fevereiro e prolonga-se por quanto tempo? Ou a renovação é feita o mais rápido possível? Tira 3Q por ninho, que serão aqueles mais antigos com ceras mais escuras certo? E que ainda não tenham criação da rainha, logo terão que estar mais nas laterais da colmeia certo? Nos quadros que pretende renovar mas que ainda tenham mel e pólen também os tira? E que faz com eles?” João Oliveira

Procurando responder às questões do João Oliveira, começo pela primeira.

A renovação dos quadros de cera nos ninhos é uma das tarefas mais importantes do apicultor. Para que o seu trabalho seja efetivo necessita de ter em atenção dois pré-requisitos fundamentais: o timing em que deve fazê-lo e a qualidade da cera laminada.

Relativamente ao timing, a colocação dos primeiros quadros de cera laminada no ninho varia de zona para zona e de ano para ano. Devemos olhar para as colmeias e observar o que as abelhas nos dizem. A cera nova branca é o sinal. Quando as abelhas começam a fazer cera nova nos rebordos dos quadros e /ou nas pranchetas está na altura de iniciarmos a renovação de quadros de cera no ninho.

 

imagesimages-1

Fig. 1 — Cera branca nas colmeias

Em geral este período de produção de ceras novas está associado aos seguintes factores:

  • fluxo razoável a bom de néctar;
  • temperaturas máximas acima dos 16-18º C e abaixo dos 26-28ºC;
  • bons níveis de humidade no ar atmosférico;
  • expansão assinalável da criação no ninho/rainha vigorosa.

Nos meus apiários na beira alta começo a renovar as ceras nos ninhos entre meados de março e meados de maio. Na beira litoral começo a renovar a cera, em regra, a partir de meados de janeiro, sendo que aqui os timings são mais oscilantes.

Relativamente à segunda parte da primeira questão “por quanto tempo” são também as abelhas a responder. Por norma nos apiários da beira alta as abelhas puxam muito bem a cera nos meses primaveris, até à entrada de junho, e isto nos apiários localizados nas terras mais baixas. Nos apiários localizados nas terras mais altas puxam muito bem a cera a partir de meados de maio e até finais de julho. Nos apiários da beira litoral a partir do início de abril praticamente deixam de puxar a cera.

Na minha opinião as abelhas deixam de puxar a cera quando os factores atrás referidos deixam de coexistir. Dito de outra forma, cada factor per si não é suficiente para estimular a produção de cera nova.

João as restantes questões não ficaram esquecidas.

tenho que fazer cera

Nas abelhas Apis mellifera, a cera é uma substância secretada por meio de oito glândulas cerígenas, que estão localizadas na parte inferior do abdómen, sendo libertada na forma líquida e que ao entrar em contacto com o ar solidifica e fica em forma de lâminas brancas que são perfeitamente visíveis.

images

Fig. 1 — Abelha a produzir pequenas escamas de cera nas oito glândulas cerígenas

Estas pequenas escamas de cera nova são produzidos por abelhas operárias com idade entre 12 a 18 dias de vida adulta. Após este período, normalmente as glândulas atrofiam-se e param de funcionar nas abelhas mais velhas. A cera pura, tal como se encontra nas escamas secretadas pelas operárias, é branca, e a coloração final dependerá da presença de pólen e própolis. A cera contém mais de 300 componentes, o que ilustra bem a complexidade deste composto.

Sabendo que a época de produção de cera pelas abelhas varia com os locais e até com os anos, importa ao apicultor ir precisando no seu calendário apícola a altura do ano em que as abelhas a produzem num ritmo intenso e rápido. Assim, o apicultor munido desta informação pode organizar devidamente a colocação das lâminas de cera nos quadros e, sobretudo, gerir o momento mais oportuno para ir colocando os quadros de cera laminada nos ninhos das suas colmeias. Será muito perturbador para a colónia ver colocados no seu ninho quadros de cera laminada quando as abelhas ainda não estão preparadas para os  puxar. Estes quadros, ao invés de terem um papel na expansão da câmara de criação como era intenção do apicultor, acabam por constituir barreiras às abelhas, quais muralhas de uma fortificação.

É sabido que que as abelhas campeiras/forrageiras não armazenam o néctar nos favos; elas transferem a sua carga de néctar para as abelhas armazenadoras mais novas que estão na entrada da colmeia. Quando estas abelhas armazenadoras estão cheias, partem à procura de um local, no interior da colmeia, onde possam armazenar o néctar. Se depois de um tempo razoável (o “tempo razoável” não parece estar bem determinado na literatura, mas provavelmente será alguns minutos) a abelha armazenadora não encontra um alvéolo onde depositar o néctar — um que não esteja já cheio de néctar, que não esteja a ser utilizado por outra abelha, ou que não tenha cria — acaba por ingerir o néctar. Neste processo, o néctar, que era parte da colheita, acaba no sistema digestivo da abelha. Este consumo elevado de açucares transforma estas abelhas em produtoras de cera, em abelhas cerieiras. Esta transformação é um ponto crítico na vida da colónia de abelhas ao qual o apicultor deve estar muito atento.

images-3

Fig. 2 — Cacho de abelhas a construírem favo novo

A minha experiência diz-me que estas abelhas cerieiras estão em grande número e “esfomeadas” por fazerem cera quando começo a ver pequenas extensões de cera nova, muito clara, a aparecerem nas faces laterais dos travessões superiores dos quadros.

images

Fig. 3 — Pequenos favos adventícios de cera nova

Esta transformação começa usualmente quando 60-70% do espaço disponível para o armazenamento está ocupado. As abelhas, que se converteram às tarefas de produzir cera e construir favos, visitam frequentemente a entrada da colmeia para se reabastecerem de combustível junto das abelhas forrageiras.

images-1

Fig. 4 — Cera branca na face interior da prancheta

Quando o fluxo de néctar termina, este comportamento cessa também. A necessidade de construir favo novo cessa com o abrandamento e fim do fluxo de néctar. Este mecanismo autorregulado permite e garante que as abelhas não construam mais favo do que aquele que necessitam.

Uma questão que divide os apicultores gira em torno de como apresentar a cera laminada às abelhas para que elas procedam o mais rapidamente possível à construção dos favos para armazenar o mel. Será ou não importante colocar as quadros com cera laminada logo por cima do ninho? Como já foi referido, o que mais importa nesta equação é a necessidade que as abelhas sentem de construir favo novo e um fluxo de néctar generoso que forneça o combustível à realização desta tarefa. Acrescento que, em geral, a puxada de cera é mais fácil no local mais quente da colmeia, e este local é imediatamente por cima do ninho. No entanto, se os dias estiverem quentes e se houver um fluxo de néctar generoso, as abelhas puxarão alegremente a cera se a alça ou meia-alça de cera laminada estiver mais distante do ninho, no topo da colmeia. Colocar um ou dois quadros com mel nesta caixa do topo poderá encorajar as abelhas a subirem e a puxarem a cera laminada mais cedo.

images-2

Fig. 5 — Quadro puxado com cera nova

dando espaço à postura de uma rainha prolífera

A Lei de Farrar é muito clara relativamente à relação que existe entre o número de abelhas de uma colónia e a produção de mel. Mais, diz-nos que esta relação é não-proporcional, isto é, uma colónia de 60 000 abelhas produz mais que duas colónias com 30 000 abelhas.

Em Portugal, os modelos de colmeias mais utlizados são a reversível, a lusitana e a langstroth. Estes ninhos, na configuração de um só andar, não têm uma dimensão suficientemente ampla para albergar a postura de uma rainha prolífera na altura do pico de postura que, em geral, ocorre na primeira metade da primavera. Alguns apicultores, conhecendo os constrangimentos destes ninhos, colocam uma segunda caixa, o chamado sobre-ninho ou segundo ninho, de igual dimensão para duplicarem o espaço da câmara de criação. Esta solução, com alguns inconvenientes não o negamos (ver post relacionado), justifica-se pelo facto de potenciar o desenvolvimento de colónias mais populosas, logo mais produtivas e, em simultâneo, promover o descongestionamento do ninho, reduzindo o potencial de enxameação (ver post relacionado).

Mas… (há sempre um “mas”, não é?) para que o efeito do sobreninho seja optimizado e se concretize em colmeias mais populosas e menos congestionadas há um “saber-fazer”, que tem de ser dominado pelo apicultor que deseja fazer da apicultura algo mais do que um simples acto de colocar caixa sobre caixa.

Neste sentido vamos identificar duas técnicas, a saber, pyramiding e checker boarding. Vou manter as designações em inglês pela simples razão da minha dificuldade em traduzi-las de forma satisfatória para o português.

Pyramiding é uma técnica que pode ser utilizada para dar um acesso rápido quer à rainha quer às obreiras ao sobre-ninho, permitindo um aumento da postura e população e, simultaneamente, reduzindo o congestionamento no ninho. Esta técnica é desencadeada com a colocação  do sobre-ninho sobre a colmeia que até aí tinha apenas um ninho. Se possível, é desejável utilizar quadros com cera puxada, mas se tal não for possível podem ser utilizados quadros com cera moldada. O diagrama em baixo ilustra como os quadros são reconfigurados quando utilizamos esta técnica com quadros de cera puxada.

Screen Shot 2016-01-30 at 16.47.11

Screen Shot 2016-01-30 at 16.56.06

Com os diagramas à nossa frente, passo agora à descrição passo a passo da técnica pyramiding:

1— Crie um espaço na nova caixa a adicionar (o sobre-ninho) retirando 3 quadros de cera puxada do centro desta caixa;

2— Tire 2 quadros com criação do ninho e um quadro com mel e pólen do ninho original e coloque-os no espaço central criado na nova caixa;

3— Centre os quadros com criação na caixa original e preencha os espaços vazios nas laterais da câmara de criação com quadros vazios (preferencialmente com cera puxada) retirados da nova caixa/sobre-ninho.

Depois de colocada esta segunda caixa ou sobreninho, mais opções ficam disponíveis por forma a reduzir o congestionamento e ajudar a prevenir a enxameação. Devido à tendência natural das abelhas fazerem o seu movimento para cima, a partir de um certo momento a probabilidade de a câmara de criação se localizar neste segunda caixa é grande. Neste caso, a caixa superior e a caixa inferior podem ser invertidas. Esta operação estimula as abelhas a acederem e a utilizarem de forma mais equilibrada as duas caixas aos invés de uma só.

Uma situação menos comum surge quando a rainha está a fazer criação em simultâneo nas duas caixas, ninho e sobreninho. Apesar de não utilizar o modelo reversível, tudo me leva a crer que esta situação é relativamente comum neste modelo de colmeia (aqueles que utilizam este modelo e que me estiverem a ler podem confirmar ou infirmar esta ideia fazendo um comentário). Nesta circunstância a inversão das caixas pode não ser adequado porque pode resultar numa divisão indesejada da câmara de criação ou ainda porque esta inversão não diminui de forma notável o congestionamento de abelhas nos ninhos. Outra acção deverá ser tomada que não a inversão das caixas. Para gerir esta circunstância, rainhas a fazer postura nas duas caixas, ninho e sobre-ninho, podemos utilizar a técnica do checker boarding, com o objectivo de aliviar o congestionamento do ninho e assim reduzir o impulso da enxameação.

Lembremo-nos que como resultado da enxameação por falta de espaço, perdemos não só a rainha e 40 a 50% das abelhas, mas também a esperança de aquela colónia vir a fazer uma boa produção de mel. Não nos podemos esquecer que metade das abelhas produzem menos que metade do mel.

Sobre o checker boarding escreverei mais adiante.

erros frequentes do apicultor pouco experiente (e não só!)

Serão estes os erros mais frequentes do apicultor pouco experiente (e não só!)?  Façam a vossa lista e publiquem-na nos comentários.

  • Desvalorizar o impacto da varroa;
  • Pouco ou nada fazer para prevenir ou controlar a enxameação;
  • Não ser capaz de reconhecer o estado de orfandade de uma colónia;
  • Deixar poucas reserva numa colmeia para a invernagem;
  • Não tirar notas acerca das suas colmeias;
  • Não ter um plano e objectivos claros para as intervenções a realizar no apiário (pode decorrer de não ter notas das colmeias);
  • Colocar as colmeias em locais problemáticos;
  • Não estar devidamente protegido quando vai ao apiário;
  • Iniciar o hobby apícola só com uma colmeia;
  • Estar satisfeito com os poucos conhecimentos que tem sobre a apicultura;
  • Não se aconselhar quando as coisas não correm bem com as colmeias;
  • Guiar as suas intervenções pelo que vê no youtube, por apicultores de locais distantes e com outra raça de abelhas;
  • Preocupar-se excessivamente com as abelhas, quase no pólo oposto do ponto 1 e 2 por ex.;
  • Não levar o material e equipamento necessário para o apiário;
  • Realizar as tarefas no apiário de forma apressada, a contra-relógio;
  • Desejar ser um apicultor profissional, mas não trabalhar aos fins-de-semana, feriados, no dia de anos dos primos, …
  • Não ter o material necessário com antecipação no armazém (por ex. colmeias e/ou cera);

Para fazer esta lista comecei por olhar para mim e olhar para os erros que cometi!

a colmeia está zanganeira?

Sabemos que 3 a 4 semanas depois de uma colónia ter ficado órfã, caso não consiga criar uma nova rainha, começam a surgir abelhas poedeiras e a colónia fica zanganeira.

As causas do aparecimento de colmeias zanganeiras são várias, podendo decorrer de uma tentativa das próprias abelhas de substituição de uma rainha velha e/ou esgotada e, por alguma razão, a nova rainha não é gerada ou morre durante os seus vôos de fecundação. Este acontecimento pode decorrer também de uma intervenção do próprio apicultor. Sobretudo quando na vistoria de novos núcleos, provoca na rainha recém fecundada um elevado estado de nervosismo. Este nervosismo súbito pode provocar uma acção de pelotagem/asfixiamento da rainha pelas abelhas mais velhas. Apicultores veteranos recomendam que se evite, ou se reduza ao mínimo, a inspecção de núcleos onde se presume que possa haver uma rainha que tenha iniciado há poucos dias a sua postura. Como fazer  então uma análise de um núcleo ou colmeia que nos permita, com uma observação muito pouca intrusiva, recolher alguma informação confiável da presença ou não de uma rainha fecundada?

O apicultor experimentado tem alguma facilidade de identificar se uma colónia tem ou não uma rainha fecundada ou se está zanganeira (isto levantando apenas a prancheta e observando atentamente o comportamento das abelhas nos travessões superiores dos quadros). Se as abelhas estão claramente mais nervosas, com passeios erráticos, mal definidos quanto ao sentido ou orientação, como que sem objectivo e mais defensivas que o habitual, podemos desconfiar que ainda não têm uma rainha fecundada. Se a juntar a estes sinais, as abelhas estiverem dispersas em pequenos grupos por todos os quadros do núcleo ou da colmeia, podemos desconfiar que estão no estado zanganeiro, com obreiras poedeiras. Se as abelhas apresentarem tranquilidade, até alguma indiferença à nossa presença, se estiverem sobretudo aglomeradas sobre dois ou três quadros (caso dos núcleos) ou sobre os quadros centrais (caso das colmeias), se nos cheirar a muita criação aberta (o cheiro da geleia real e papa larvar) o melhor é deixar a colónia tranquila por mais 2 a 3 semanas, até que a nova rainha adquira a “liderança serena” daquela colónia.

Alguns apicultores há que afirmam e reafirmam que observando o movimento de abelhas no alvado (entrada) da colmeia é suficiente para diagnosticar se a colónia está zanganeira ou não. Ainda não cheguei a esse nível de perícia. Para alguns, a entrada de pólen é um sinal de uma colónia com rainha em postura. O que tenho observado é que a entrada de abelhas com pólen não chega para garantir que a colmeia não esteja zanganeira. Já observei inúmeras vezes as abelhas a entrarem com pólen em colmeias zanganeiras. Para mim, faz sentido que assim seja. No fim de contas elas têm larvas para alimentar, as larvas de zângão fruto da postura das abelhas!

Se a observação dos sinais atrás referidos nos leva a suspeitar que a colónia está zanganeira há que o confirmar. A confirmação passa pela observação dos quadros, observação esta que nos permite identificar um conjunto de sinais inequívocos do estado disfuncional da colónia. As colónias zanganeiras apresentam, quase universalmente, um conjunto de sinais bem conhecidos que passo a elencar pensando nos apicultores que estão a dar os primeiros passos neste mundo das abelhas.  Alguns dos sinais indicam um estado inicial ou recente de “zanganisse”, outros um estado mais avançado. São estes os sinais:

  • postura de vários ovos no mesmo alvéolo (seja de obreira, seja de zângão);

search-1

  • postura significativa de zângãos em alvéolos de obreira em áreas bem definidas (surge habitualmente no estádio inicial e/ou em colónias populosas);
  • postura mais reduzida de zângãos em alvéolos de obreiras em pequenas áreas mal definidas de alguns quadros (surge habitualmente num momento mais tardio e/ou em colónias menos populosas);

search

  • vários ovos surgem colados na parede dos alvéolos (as abelhas poedeiras por terem o abdómen mais curto que a rainha nem sempre conseguem depositar os ovos no fundo do alvéolo);
  • acumulam pólen em excesso;
  • mais tarde aparecem falsas realeiras, muito largas e compridas (4 a 5 cm), com uma forma cilíndrica, com uma larva de zângão e com muita geleia real.

O que o apicultor pode e deve fazer com uma colmeia zanganeira depende de vários aspectos, entre os quais destaco: força do enxame e altura do ano.

Se a altura do ano for propícia, com um fluxo de néctar próximo, se o enxame for valente, por norma, não sacudo as abelhas. Por norma, procuro reverter a situação o que exige alguma persistência. Aos enxames zanganeiros nas condições atrás descritas coloco um quadro com muita criação larvar e alguma criação fechada, com poucos ou nenhuns ovos, durante  duas ou três semanas a um ritmo de um por semana. Na terceira ou quarta semana, coloco um quadro sobretudo com criação fechada e ovos, de preferência numa cera nova mais flexível, ou caso tenha disponível, uma ou duas realeiras abertas ou fechadas. Com este maneio tenho revertido esta situação tão indesejável numa percentagem muito aceitável.

Actualização: 1) mesmo com uma rainha em postura, há um pequeno número de abelhas poedeiras nas colmeias. Quem utiliza grelhas excluidoras já deve ter verificado a presença de ovos dispersos aqui e ali na zona da colmeia inacessível à rainha. Eu, como outros, já me deparei com esta situação. Estes ovos são retirados/consumidos por outras abelhas, não os deixando eclodir;

2)  Nesta publicação está uma outra proposta de solução que utilizei umas 3 ou 4 vezes sempre com sucesso;

3) Na maior parte das vezes, resolvia estes casos sacudindo as abelhas para o chão e de seguida colocava os quadros sem abelhas em colónias funcionais. Eram quadros muito úteis à saída do inverno/início da primavera.