avaliação da infestação por varroa através do corte da criação de zângãos

Hoje, entrei num dos meus apiários a 600 m de altitude mesmo em cima das 7h30, e tinha na agenda fazer 4 tarefas: 1) fazer a última inspecção a meia-dúzia de núcleos para entregar a um cliente; 2) colocar quadros com criação a emergir em núcleos com rainha em postura desde há uma semana para os “acelerar” e produzirem este ano no castanheiro; 3) avaliar a infestação por varroa através do corte da criação de zângãos em 10% das colónias do apiário — neste caso em três colónias; 4) transferir meia-dúzia de colónias para os 900 m de altitude. Por volta das 12h30 estava a chegar a casa para almoçar. Agora no período pós-almoço faço este descanso activo escrevendo estas linhas.

Sobre o a tarefa 1) acho que o meu cliente vai ficar satisfeito. O padrão de postura das rainhas é este que o quadro da foto em baixo ilustra.

Sobre as tarefas 2) e 4) não há fotos para as ilustrar. Mas garanto que foram realizadas ; )!

O que mais me importa nesta publicação é ilustrar a tarefa 3): avaliar a infestação por varroa através do corte da criação de zângãos em 10% das colónias do apiário — neste caso em três colónias. Relativamente a este tipo de avaliação devo deixar três notas: é menos fidedigno que o teste da lavagem de abelhas adultas segundo os especialistas; enquanto na lavagem de abelhas adultas o limiar de infestação a recomendar um tratamento imediato é de 3% em regra, já o limiar de infestação por varroa avaliado na criação de zângãos a partir do qual se recomenda um tratamento imediato é de 15%; a avaliação de apenas 10% das colónias nos apiários deve ser feita nas colónias mais fortes e em zonas do apiário susceptíveis de receberem mais abelhas da deriva, isto é nas extremidades dos assentos.

Tendo tudo isto em consideração deixo em baixo o foto-filme do procedimento numa das colónias que representa o realizado também nas outras duas.

Uma das colónias mais fortes do apiário: mais abelhas, mais altura, mais armazenamento, mais criação, … mais varroa!
E como fazer a desmontagem deste gigante sem partir as “molas”? Primeiro etapa, tecto voltado para cima e colocado em cima de uma das caixas ao lado para evitar/minimizar o esmagamento de abelhas. Há cerca de dois anos vi um especialista em apicultura colocar meias-alças de chapão em cima da superfície lisa do tecto da colmeia vizinha… fiquei arrepiado!
Tirar a meia-alça, ainda vazia. Vergonhosamente fácil!
Tirar os quadros necessários do sobreninho para este ficar com um peso razoável, antes de o mobilizar. Afinal é de apicultura mobilista que se trata meus amigos e amigas. Os quadros são móveis, não há necessidade de pegar em tudo de uma só vez. Não estou a treinar para o campeonato mundial de alterofilismo!
E depois da carga em cima ter sido tirada, no ninho e na posição 9 tenho estes quadros de criação intensiva de zângãos. É a este quadro que eu pretendo chegar…
… para cortar os opérculos da criação de zângão…
… e a sacudir em cima de uma superfície plana e contrastante — um tecto por exemplo. A olho parece-me que a taxa de infestação é inferior a 2-3%, muito aquém do limiar de 15% que recomenda um tratamento imediato. Ok, mais tranquilo… até daqui mais ou menos um mês.
O quadro voltou ao local original. Interessa-me ter estes zângãos das colónias mais fortes nas redondezas.
O prenúncio das próximas semanas.

Um comentário em “avaliação da infestação por varroa através do corte da criação de zângãos”

  1. Excelente trabalho. Parabéns!
    Gostei especialmente do “pormaior” da meia alça colocada em cima do teto virado para cima.

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