Sou um leitor assíduo do blog The Apiarist. Esta assiduidade deve-se a três características que ali encontro regularmente: qualidade do conteúdo, qualidade na forma como esse conteúdo é apresentado, pertinência do conteúdo.
Na última publicação o autor, David, escreve sobre os dados de um estudo que abordei em 2016, nesta publicação que intitulei pobres rainhas de emergência. É reconfortante verificar que o David também destaca os dados deste estudo: Worker regulation of emergency queen rearing in honey bee colonies and the resultant variation in queen quality (Insectes soc. 46, 372–377 (1999)).
Em torno dos dados, David destaca na sua publicação que as abelhas no processo de construção de mestreiros/realeiras de emergência:
- Elas escolhem predominantemente ovos.
- Quase 70% das realeiras iniciadas foram iniciadas quando o alvéolo continha um ovo, em vez de uma larva. Além disso, a maioria dos ovos escolhidos tinha três dias de idade.
- Se você considerar que havia 6 escolhas possíveis (ovos de 1, 2 ou 3 dias e larvas de 1, 2 e 3 dias), é impressionante que 34% de todas as realeiras produzidas eram de ovos de 3 dias.
- Na verdade, verifica-se que apenas cinco escolhas foram feitas, pois nenhuma das realeira foi iniciada a partir de larvas de 3 dias.
- Além disso, mais de 60% das realeiras produzidas a partir de larvas de 2 dias foram subsequentemente demolidas.
- As abelhas escolhem fazer rainhas a partir dos ovos mais velhos ou das larvas mais jovens.
Caro
A presente informação aponta para o critério de escolha das abelhas, dando preferência a um instar de desenvolvimento.
Potenciar esta informação na perspectiva da produção de rainhas, ainda que possivel por alguns metodos, dificilmente cumpre no equilibrio entre a quantidade e a qualidade.
Bom dia, César Medeiros! Sim, no patamar actual do desenvolvimento das técnicas, procedimentos e sua disseminação na comunidade de apicultores, em especial junto aos criadores de rainhas, efectuar o translarve de ovos com três dias de idade “dificilmente cumpre no equilíbrio entre a quantidade e a qualidade”. Transferir ovos já é feito em alguns casos muitos particulares, como o da investigação. Esta publicação, assim como a que fiz há uns anos atrás, visa sobretudo diluir a ideia tão arreigada na comunidade apícola de que as rainhas de emergência provêm de larvas com mais de três dias de idade.