Sou um leitor assíduo do blog The Apiarist. Esta assiduidade deve-se a três características que ali encontro regularmente: qualidade do conteúdo, qualidade na forma como esse conteúdo é apresentado, pertinência do conteúdo.
Na última publicação o autor, David, escreve sobre os dados de um estudo que abordei em 2016, nesta publicação que intitulei pobres rainhas de emergência. É reconfortante verificar que o David também destaca os dados deste estudo: Worker regulation of emergency queen rearing in honey bee colonies and the resultant variation in queen quality (Insectes soc. 46, 372–377 (1999)).
![](https://i0.wp.com/abelhasabeira.com/wp-content/uploads/2022/06/Screen-Shot-2022-06-04-at-11.56.41.png?resize=628%2C459&ssl=1)
Em torno dos dados, David destaca na sua publicação que as abelhas no processo de construção de mestreiros/realeiras de emergência:
- Elas escolhem predominantemente ovos.
- Quase 70% das realeiras iniciadas foram iniciadas quando o alvéolo continha um ovo, em vez de uma larva. Além disso, a maioria dos ovos escolhidos tinha três dias de idade.
- Se você considerar que havia 6 escolhas possíveis (ovos de 1, 2 ou 3 dias e larvas de 1, 2 e 3 dias), é impressionante que 34% de todas as realeiras produzidas eram de ovos de 3 dias.
- Na verdade, verifica-se que apenas cinco escolhas foram feitas, pois nenhuma das realeira foi iniciada a partir de larvas de 3 dias.
- Além disso, mais de 60% das realeiras produzidas a partir de larvas de 2 dias foram subsequentemente demolidas.
- As abelhas escolhem fazer rainhas a partir dos ovos mais velhos ou das larvas mais jovens.
Caro
A presente informação aponta para o critério de escolha das abelhas, dando preferência a um instar de desenvolvimento.
Potenciar esta informação na perspectiva da produção de rainhas, ainda que possivel por alguns metodos, dificilmente cumpre no equilibrio entre a quantidade e a qualidade.
Bom dia, César Medeiros! Sim, no patamar actual do desenvolvimento das técnicas, procedimentos e sua disseminação na comunidade de apicultores, em especial junto aos criadores de rainhas, efectuar o translarve de ovos com três dias de idade “dificilmente cumpre no equilíbrio entre a quantidade e a qualidade”. Transferir ovos já é feito em alguns casos muitos particulares, como o da investigação. Esta publicação, assim como a que fiz há uns anos atrás, visa sobretudo diluir a ideia tão arreigada na comunidade apícola de que as rainhas de emergência provêm de larvas com mais de três dias de idade.