a utilização dos núcleos para reforço das colónias dedicadas à produção de mel e/ou abelhas

Uma das leis mais sólidas em apicultura é a de que as colmeias mais populosas tendem, em condições normais, a serem as mais produtivas (ver lei de Farrar). Por outro lado há uma velha máxima em apicultura que diz que para produzir abelhas são precisas abelhas, isto é, colónias fortes.

Fig.1 : Exemplo de configuração de colmeia dedicada à produção de abelhas

Este objectivo de ter colónias muito fortes, colónias com 45 mil indivíduos ou mesmo algo mais, no início do fluxo, pode ser atingido se dedicarmos parte dos nossos enxames à doação de quadros com criação operculada às colónias que saíram fortes do inverno, colónias estas que ficam dedicadas à produção de mel e ou abelhas.

Os meios e os procedimentos para obtermos colónias tão populosas são variados. Este ano vou introduzir de forma mais sistemática uma forma de o fazer no meu cardápio de procedimentos e que até aqui só era utilizada pontualmente. Vou dedicar um conjunto de núcleos por apiário à tarefa de regularmente fornecerem quadros com abelhas prestes a emergir às colmeias de produção.

Estes núcleos não têm ainda a população para fazerem um excedente de mel para o apicultor no fluxo que na minha zona está à porta, mas estão à altura de darem uma preciosa ajuda às colmeias fortes para estas atingirem nas próximas duas semanas uma população de abelhas que só atingiriam em meados de maio, em condições normais. Serão núcleos “palmerizados” (neologismo originário do inglês palmerized) de forma regular e sistemática como nunca o tinha feito até aqui.

8 comentários em “a utilização dos núcleos para reforço das colónias dedicadas à produção de mel e/ou abelhas”

  1. Boas!
    Acho uma ideia interessante do ponto de vista da produção de mel.
    Que dará uma excelente ajuda e alavancará por certo e em muito a produção de mel.
    Boa sorte amigo!
    Obrigado tb pela dica!
    Abraço!

  2. Bom dia Eduardo
    No passado dia 30/03, algumas das minhas colmeias, estas já tinham Alvéolos Reais (AR´s), os quais destruí, pois não queria fazer desdobramentos. Na semana seguinte ainda esteve bom tempo até quinta dia 04/04.
    Será que neste dias, elas não voltaram a fazer novamente AR´s?
    Se sim, não tenho que os destruir para evitar a enxameação? Tenho dentro de 12 dias, ou seja, até 11/04…
    Estou na duvida se elas terão criado e mantido os AR´s, mesmo com estas condições do tempo…
    Desde já, obrigado pelo tempo dispensado.
    Cumprimentos

    1. Viva João!
      Apesar de já ter escrito várias vezes sobre a prevenção da enxameação a sua questão leva-me a perspectivar escrever um pouco mais sobre o controlo da enxameação. Uma e outra requerem abordagens diferentes porque são fases diferentes da vida das colónia de abelhas. Respondendo para já de uma forma sucinta às suas duas questões:
      1) a destruição de AR’s não garante que as abelhas não voltarão a construir outros e a enxamear em momento posterior. A enxameação com esta intervenção é atrasada mas não é garante que não enxameiem se outras abordagens não forem utilizadas;
      2) A súbita alteração das temperaturas para abaixo dos 10ºC em várias zonas (como a minha por ex.), pode induzir as abelhas a destruirem as realeiras antes construídas. Mesmo que o façam, e é provável que sim, quase seguramente voltarão a construir novos AR’s logo que as temperaturas voltem a subir. Cumprimentos.

      1. Obrigado pela rápida resposta.
        De fato, as abelhas irão construir novamente os AR´s e terei que estar atento a isso para evitar a enxameação.
        A minha duvida ficou esclarecida na resposta no ponto 2.
        Muito obrigado mais uma vez, pela ajuda.
        Cumprimentos,

      2. Bom dia
        Sabendo nós que uma colmeia super povoada tem bastante mais probabilidade de enxamear, não estamos com esta técnica a incentivar a enxameação?
        Obrigado

        1. Viva, Alberto! Coloco estes quadros em colmeias Langstroth e Lusitana com ninho e sobreninho. Algumas apresentaram sinais de pretenderem enxamear, outras não. As que não tive de dividir produziram acima da média global dos meus apiários, que no ano passado se situou nos 18 kgs.

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