4 dias depois, as saudades que eu já tinha das minhas abelhas

Neste post referi que a 14.04 encontrei 4 colmeias com sinais de enxameação. Em três delas encontrei alguns cálices reais com ovos e numa mestreiros abertos com larvas. Logo nesse dia realizei um conjunto de procedimentos tendo em conta os materiais que tinha à disposição e os meus objectivos para este ano, mais focados na duplicação de enxames e na verificação/confirmação da efectividade de algumas técnicas para adiar ou mesmo impedir a enxameação reprodutiva. Passo a descrever os procedimentos e no final os resultados alcançados.

Uma das colmeias em que encontrei cálices reais com ovos. O que fiz foi retirar 3 quadros com criação e nos espaços vazios intercalei 3 quadros com ceras laminadas (a pensar no checkerboarding de Walt Wright).
A aplicação do mesmo procedimento numa outra colónia.
Quadro com cera laminada que foi introduzido num dos espaços livre criado.
Anotação no tecto do estado da colmeia (a data errada revela bem que o calendário nem sempre está de acordo comigo).

Hoje, 18.04, passados 4 dias voltei ao apiário, para durante 5 horas realizar diversos procedimentos, entre os quais verificar se estas 4 colónias, identificadas 4 dias antes com ânimo para enxamearem, viram os seus ímpetos cerceados pelos procedimentos acima descritos. Nas três colmeias que tinham cálices reais com ovos o procedimento foi eficaz, por enquanto. Atentamente inspeccionadas nenhuma delas apresentava cálices reais com ovos ou mesmo mestreiros. As três rainhas destas colónias iniciaram postura nesses quadros.

Localizada a “walli”! Rainha muito calma, que pousou para a foto (com as luvas de apicultor levo em regra 30 a 50 segundos a tirar uma foto). Pelo seu comportamento esta rainha tem pelo menos 2 anos. Se, contudo, tivesse que apostar dinheiro, e porque andou calmamente por “ali”, dava-lhe três anos.
Este é um dos seus quadros de postura. Há rainhas que me lembram o que se diz acerca do vinho do Porto.

Na colmeia que 4 dias antes apresentava mestreiros abertos com larvas (não mestreiros rotos) a técnica não resultou. Hoje fui encontrar mais mestreiros abertos com larva. Encontrada a rainha dividi/desdobrei esta colónia. Num post próximo conto descrever o procedimento mais detalhadamente.

Conclusão temporária: O número de casos aqui descritos é demasiado pequeno para me atrever a tirar conclusões mais sólidas, contudo os sinais motivam-me a continuar a utilizar esta técnica, desde que os sinais de pré-enxameação não tenham evoluído já para o estádio mestreiros abertos com larva. No estádio cálices com ovos pretendo continuar a utilizar este procedimento para o avaliar melhor, sempre que o equipamento necessário esteja às mãos e o objectivo seja atrasar ou evitar a enxameação.

Uma nota final para referir que outra da tarefas de hoje foi passar colónias de núcleos para colmeias. Estas colónias resultam de desdobramentos mais tardios do ano passado (realizados em meados de junho) e que passaram o outono/inverno em caixas de 5 quadros. Em baixo fica espelhado o padrão de postura destas rainhas de emergência.

Pobres rainhas de emergência!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.