vespa velutina: controlar a dispersão de novas fundadoras

Cada ninho maduro de V. velutina, cria em média 600-900 machos e 350-500 novas fundadoras por cada ciclo anual.

Se nesta população de novas fundadoras forem eliminadas antes de iniciarem uma nova colónia por causas naturais, como competição entre fundadoras e/ou por predação de outros animais, ou por causas artificiais, como armadilhagem para captura de fundadoras levadas a cabo por apicultores e outros, 90% dos indivíduos, os 10% da população sobrevivente terá o potencial para criar 350 a 500 mil novos indivíduos no ano em questão, a uma razão de 10 mil indivíduos por ninho.

Pela capacidade estonteante de criar inúmeros indivíduos reprodutores e fecundados por cada ciclo anual, fica claro que qualquer estratégia de controlo desta praga só terá sucesso se estiver desenhada e se tiver os meios para eliminar os ninhos maduros antes da dispersão de novas fundadoras, isto é antes de do mês de outubro, em geral.

Para levar a cabo a localização e/ou destruição dos ninhos antes da fase de dispersão da nova geração de fundadoras temos vários procedimentos, todos eles com virtualidades e limitações:

  • localização por triangulação;
  • localização por radar;
  • localização por imagens térmicas;
  • localização por perseguição;
  • localização acidental;
  • estações com iscos tóxicos;
  • “cavalos de troia”;

A propósito da localização de ninhos por perseguição deixo este pequeno vídeo com um exemplar da V. mandarinia, espécie ainda não identificada na Europa. A V. mandarinia, a maior vespa do mundo, tem a capacidade para levantar voo com um “lençol” agarrado. Com a V. velutina teria que se fazer com algo mais leve e pequeno. Nestas condições seria visível com um drone? Nada como experimentar, se ainda não foi experimentado.

Nota: os apicultores utilizam um conjunto mais vasto de ferramentas para proteger as suas colónias, que não menciono nesta publicação — escrevi outras publicações sobre as mesmas. Essas ferramentas estão desenhadas para defender as colónias de abelhas, e são mais ou menos eficazes. Contudo uma boa parte dessas técnicas e ferramentas têm apenas esse alcance: protegem as colónias mas não têm um impacto notável nos ninhos da V. velutina e na sua dispersão anual.

3 comentários em “vespa velutina: controlar a dispersão de novas fundadoras”

  1. Eduardo obrigado pela partilha. Creio que neste vídeo utilizam teflon de picheleiro. Em muitos casos creio que poderá ajudar na localização mesmo sem drone.

  2. Boa tarde Eduardo! Em primeiro lugar um grande abraço e mais uma vez um muito obrigado pelo trabalho que vem fazendo ao longo do tempo em benefício das abelhas que tão importantes são mas que muitos não lhes dão valor. Em relação à vespa velutina penso que muitos ainda não perceberam que elas não são prejudiciais só para quem tem abelhas. Falando no combate das mesmas na minha opinião todos os meios funcionam, uns mais do que outros, mas penso que é muito importante as armadilhas a partir do fim de Fevereiro depois chegando a julho é às harpas junto dos apiários e o cavalo de Tróia é muito rentável quem tiver disponibilidade perder uma hora ou duas junto do apiário a fazer cavalo de Tróia. Ao fim de dois três dias a coisa fica mais ou menos controlada isto é a minha experiência porque cada caso é um caso. Também vi á dias a sua publicação sobre fechar as colmeias e colocar o isco. Ainda não fiz por falta de tempo mas penso que será também um bom método. Mais uma vez obrigado pelas suas partilhas de experiências e ideias.Um abraço, Joaquim Machado.

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