verificação da eficácia do tratamento da varroose: a minha opção

Tendo verificado no início da semana passada a eficácia do tratamento de verão da varroose num dos dois apiários que tenho a 600 m de altitude, hoje fiz essa mesma verificação no segundo apiário que tenho à mesma altitude. Também neste apiário, com cerca de 40 colmeias, as impressões que retirei por observação são francamente animadoras. Para confiar nestas verificações “a olho”, sem recurso a outro tipo de testagem, socorro-me de um conjunto de imagens mentais daquilo que não desejo ver e daquilo que desejo ver.

Não desejo ver:

  • Padrão de criação irregular;
  • Criação calva (criação desoperculada);
  • Ácaros varroa presentes nas abelhas adultas;
  • Os ácaros deslocando-se sobre os opérculos da criação selada;
  • Ácaros sobre as larvas (geralmente as larvas apresentam-se distorcidas ou semi-devoradas);
  • Número relativamente baixo de abelhas adultas;
  • Ausência de ovos e de larvas (devido à falta de abelhas nutrizes para as alimentarem);
  • Mestreiros de substituição (parece que as abelhas “culpam” a rainha pelo seu estado deplorável de infestação);
  • Abelhas rastejando na entrada da colmeia;
  • Abelhas com asas deformadas.

 Quando se começa a ver pupas com a cabeça devorada (em vários alvéolos), isso é um sinal de que os níveis do ácaro estão altos.

Passadas 4 semanas o início do tratamento (com Apivar) não verificar nenhum dos sintomas em cima identificados reforçam em mim duas convicções: primeira, o tratamento foi iniciado num momento oportuno (taxa de infestação das abelhas adultas inferior a 3%) e, segunda, o tratamento está a ser eficaz.

Desejo ver:

  • Colónias bem povoadas;
  • Colónias com criação nos três estádios de desenvolvimento (ovos, larvas e pupas);
  • Colónias com criação operculada compacta;
  • Colónias equilibradas quanto a reservas (mel e pão-de-abelha) e com espaço para a rainha fazer postura;
  • Abelhas novas ou a emergir com asas bem formadas.
Foto de uma colónia típica deste apiário à data de hoje.
Foto de hoje de um quadro com criação compacta, o que me deixa muito tranquilo acerca da eficácia do tratamento no controle da varroose.

Como trato de acordo com o calendário (não faço tratamentos profiláticos, nem faço tratamentos debaixo da filosofia de gestão integrada de pestes), como tenho muitas dúvidas acerca da fidedignidade da avaliação da taxa de infestação de todas as colónias de um apiário com base numa amostra de 20% a 30% das colónias desse apiário, tenho recorrido este método expedito: durante o período de tratamento, que se prolonga por 10 a 12 semanas, faço em média 3 ou 4 vezes esta verificação a olho de cada uma das colónias do apiário. Esta verificação permite-me também ajustar as tiras à câmara de criação e realizar outras tarefas na preparação para a invernagem, como por exemplo substituir algum quadro por outro mais adequado ao período que se avizinha.

Antes do ajustamento das tiras de Apivar à actual câmara de criação.
Depois do ajustamento à actual câmara de criação.
Os quadros como os da direita foram retirados e substituídos por quadros como os da esquerda. Acredito que ainda não há suplemento alimentar, por muita qualidade que tenha, que ajude a criar abelhas de inverno mais longevas e saudáveis que o mel e o pão-de-abelha.
Os quadros com mel estavam ali ao lado, nas colmeias-armazém!

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