fatores de risco associados às falhas dos tratamentos para o controlo da varroa em colónias de abelhas sem período de paragem de postura

Li este estudo, levado a cabo na Argentina, pela primeira vez à cerca de duas semanas e é, na minha opinião, muitíssimo interessante, em especial pela correlação que estabelece entre o timing do tratamento e a sua maior ou menor eficácia, ideia que tenho sublinhado em vários posts (por exemplo aqui e aqui).

Resumo- O tratamento contra o Varroa destructor tem-se tornado uma ferramenta básica nas práticas apícolas, principalmente durante o outono. A eficácia do tratamento deve ser melhorada através da identificação de variáveis ​​que afectem o resultado final. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores de risco associados ao resultado do tratamento obtido durante o controle de outono do Varroa destructor. A infestação de ácaros após o tratamento foi avaliada em 62 apiários e os dados referentes às práticas de maneio foram coletados por meio de um questionário. […] As colónias com níveis elevados de ácaros antes do tratamento (P = 0,002) e pertencentes a apicultores que não substituíam frequentemente rainhas (P = 0,001) estavam associadas a um maior risco de falha do tratamento. Outras práticas apícolas melhoraram indiretamente a eficácia do tratamento. Uma estratégia integrada para controlar os ácaros que inclui tratamentos sintéticos/químicos e o maneio adequado por parte dos apicultores é necessária para manter as populações de ácaros baixa durante o inverno.

fonte: http://link.springer.com/article/10.1007/s13592-015-0347-0

Deste artigo científico, que aconselho a fazerem o download, retiro os seguintes dados, que muito me interessam para um post a surgir em breve:

  • A prevalência de colónias com mais de 1% de infestação por V. destructor após um tratamento com um acaricida no outono foi estimada a partir do exame de diagnóstico de 377 colónias de abelhas. As colónias com infestação por Varroa superior a 1% após o tratamento de controlo foram consideradas como colónias onde o tratamento falhou. Este limiar foi estabelecido, supondo que as colónias que passam o inverno com postura e criação disponível devem manter os níveis de Varroa tão baixos quanto possível, uma vez que 85-90% das Varroa estão nos alvéolos fechados, durante um ciclo de criação da varroa [de 12 dias na criação de obreira: ver aqui e aqui].
  • Um total de 76 (20,2%) das 377 colónias apresentou infestação superior a 1% (1 ácaro por 100 abelhas) após tratamento contra V. destructor e foram consideradas como colónias onde o tratamento falhou. A média de V. destructor (por colónia) antes do tratamento foi de 0,05 ± 0,06 ácaros por abelha adulta (5 ácaros por 100 abelhas).
  • O acaricida mais utilizado pelos apicultores durante o outono de 2013 foi a flumetrina (43 dos 62 apicultores), seguido de amitraz (10 apicultores), ácido oxálico (5 apicultores) e coumaphos (4 apicultores). A maioria dos apicultores (90,5%) aplicou um acaricida comercial: 69,8% utilizaram Flumevar® (tiras com flumetrina, 0,34 g/100 g de produto), 14,3% Amivar® (Amitraz, 4,13 g/100 g de produto), 3,2% Cumavar® (tiras com cumafos, 8,5 g/100 g de produto) e 3,2% de Oxavar® (pó de ácido oxálico 97 g/ 100 g de produto). As formulações caseiras foram raras (9,5%).
  • Conforme evidenciado pelos nossos resultados, as colónias onde o tratamento falhou apresentaram 4,9 vezes mais risco desta ocorrência quando a percentagem de infestação de Varroa antes do tratamento era superior a 3%.

as novas velhas regras de rotulagem

Com este esclarecimento a DGAV vem tirar as poucas ilusões que eu acalentava em torno das mudanças necessárias e justas na rotulagem do mel com origem em países terceiros: Esclarecimento N.º1/DGAV/2017.

Recordo uma coisa que nós sabemos mas muitos esquecem ou desvalorizam: as abelhas estrangeiras não polinizam as nossas árvores, plantas e flores.

Ver assunto relacionado.

a dinâmica populacional de uma colónia de abelhas entre março e setembro

Não são muitos os estudos credíveis e com dados quantificados que eu conheço em torno do crescimento e declínio populacional de abelhas adultas no período que vai do fim do inverno até à entrada do outono, isto é, de março a setembro. Para as abelhas da nossa península não conheço nenhum. Contudo, juntando dados de várias fontes e cruzando-os com as observações que tenho feito nos meus apiários na beira alta, avanço com a proposta que agora apresento.

Qual o número máximo de abelhas adultas presentes por colmeia quando trabalhamos com a nossa abelha ibérica? Segundo António Pajuelo, nas jornadas do Vale do Rosmaninho, em regra não passam das 45 000. Na altura em que o ouvi pareceu-me pouco, dado as várias referências que conheço de populações de 60 000  e mais abelhas… mas em locais diferentes (EUA e Canadá) e com outras raças de abelhas. Decidi  fazer alguns cálculos em casa e cruzá-los com as minhas observações. Os quadros do ninho Langstroth, em regra, apresentam 7 000 alvéolos. Sabemos que uma abelha adulta ocupa uma área que corresponde, grosso modo, a 3 alvéolos, portanto um quadro bem preenchido de abelhas tem cerca de 2 300 abelhas (7000/3= 2333). Feitos os cálculos um ninho Langstroth, com 10 quadros bem cobertos de abelhas, comporta cerca 23 000 abelhas. Uma colmeia Langstroth, com um ninho e uma alça igual ao ninho (ou cerca de 2,5 meias alças), bem cheia de abelhas tem cerca de 46 000 abelhas. Nas minhas colmeias é este máximo que em regra tenho observado. Para mim, é agora claro que Pajuelo tem razão.

Fig. 1: Exemplo de um ninho e um quadro bem cheio de abelhas

Em que altura do ano as colónias atingem o pico populacional? Segundo os dados do investigador canadiano Harris o ritmo de oviposição de uma rainha vai em crescendo até 60 dias após o início do aumento linear de postura. Quando as rainhas atingem o máximo de oviposição as colónias apresentam cerca de 16 000 alvéolos operculados (de acordo com as medições de Nolan e Harris). Estes valores são relativos a outras “raças” de abelhas, mas vou considerá-los fidedignos no caso das rainhas de raça ibérica (desconheço se existem dados para o nosso caso). Outro dado muito interessante apresentado por estes investigadores é que neste momento a colónia atingiu cerca de metade da sua população máxima, isto é cerca de 30 000 abelhas (ver mais aqui). Como já referido em cima a população máxima das minhas ibéricas, em regra, situa-se nos 45 000 indivíduos. O crescimento linear das minhas colmeias na beira alta inicia-se, em regra, no início de março. Chega ao seu topo 60 dias depois, no início de Maio, coincidente com o período de enxameação, e a população máxima de abelhas adultas (45 000) acontece  2 a 3 semanas depois, por volta da 3ª semana de Maio. Estou convicto que a partir desta altura, inevitavelmente, a população de abelhas adultas começa a decrescer.

Fig. 2: Exemplo de um quadro típico de uma rainha no pico da postura

A  que ritmo e quais os números a que declina a população de abelhas a partir dos finais de maio. O declínio de uma população de abelhas resulta da diferença entre o número de abelhas nascidas e o número de abelhas que morrem no período de tempo analisado. Como já vimos no período de crescimento de uma colónia ela aumenta, em regra, dois quadros de abelhas por semana, o equivalente a cerca de 4600 abelhas por semana no modelo Langstroth (ver mais aqui).

As minhas observações têm confirmado que, em condições normais, as rainhas mantêm a postura, ainda que em  declínio, entre os meses de maio e novembro. Entre finais de maio e finais de novembro continuam a nascer abelhas, mas a uma taxa que não permite compensar as abelhas que vão morrendo no mesmo período.  Sabendo que a colónia cresce a um ritmo de dois quadros de abelhas até atingir o número máximo da sua população, parece-me razoável propor que a partir do início de junho morrem cerca de 4600 abelhas por semana (o equivalente a dois quadros de abelhas).

A minha proposta é credível? Entre finais de maio e finais de setembro, período das abelhas de verão, a colónia perde por semana o equivalente a 4600 abelhas e ganha nesse mesmo período de tempo, presumo, cerca de 3000 novas abelhas. A perda líquida de abelhas entre início de junho e finais de setembro é de cerca de 1500 abelhas por semana, isto é, 6000 abelhas por mês. Sustentado nestes valores calculo a seguinte população aproximada de abelhas adultas entre finais de maio (pico da população) e finais de setembro:

  • final de maio= 45 000 abelhas adultas;
  • final de junho=39 000 abelhas adultas;
  • final de julho=33 000 abelhas adultas;
  • final de agosto=27 000 abelhas adultas;
  • final de setembro =21 000 abelhas adultas.

Estes são números elaborados através de cálculos indiretos e de uma presunção baseada no que observo nas minhas colmeias. Nos últimos anos tenho terminado a cresta dos méis claros na última semana de julho. Nesta altura, crestadas as meias-alças, por norma deixo ficar as colmeias com uma meia-alça, para as abelhas armazenarem ainda alguns néctares/meladas mais tardios. Tenho verificado que as abelhas se acomodam bem nesta configuração de colmeia: ninho + meia-alça. Se o ninho albergar 23 000 abelhas e a meia-alça metade dessa população não ultrapassamos em muito as 33 000 abelhas referidas no cálculos anteriores. No final de setembro, em regra a configuração das minhas colmeias apresenta apenas o ninho, espaço mais do que suficiente para albergar as abelhas existentes, que ocupam 8 a 10 quadros, observação que não diverge das 21 000 abelhas atrás calculadas.

da beira alta à beira litoral, com passagem pela beira baixa

Na passada semana estive na beira alta onde efectuei mais uma ronda pelas minhas colmeias. As principais tarefas realizadas foram:

  • renovar com fondant/pasta de açucar as colmeias necessitadas. Coloquei cerca de 280 Kg em cerca de 600 colmeias.
  • retirar dos apiários colmeias mortas. Retirei 4 colmeias. Estas juntam-se às 3 colmeias retiradas desde a entrada do outono. A mortalidade outono-invernal está neste momento pouco acima de 1%. Para 3 destas colmeias a razão da sua morte foi a varroa. Foram colmeias onde o tratamento contra a varroa não teve a eficácia desejada, perderam muitas abelhas e o cacho invernal era demasiado pequeno para conseguirem passar o frio das últimas semanas. Na outra colmeia a razão foi ter ficado zanganeira numa altura do ano demasiado tardia para intervir e tentar reverter a situação.
  • verificar se os telhados e réguas de entradas estavam no sítio. Sim estavam.
  • identificar sinais de nosemose apis e de ascosferiose na inspecção junto aos alvados/entradas das colmeias. Não vi absolutamente nada, nem o mais pequeno sinal.

Uma nota importante a terminar: as abelhas estavam a trazer pólen (de cor amarelo desmaiado).

Passei pela beira baixa para me encontrar com o Davide, da Meltagus, que me levou a conhecer a melaria/central de extracção de Castelo Branco. No dia seguinte fui um dos muitos participantes nas Jornadas do Vale do Rosmaninho. Os meus parabéns ao João Tomé por esta iniciativa. Por lá conheci pessoalmente o Milton, com quem já tinha conversado várias vezes ao telemóvel. Dos apicultores mais apaixonados que conheci até hoje.

Finalmente, e já na beira litoral, fui ver as minhas colmeias. Na visita anterior vim de lá muito satisfeito e volto a trazer essa mesma satisfação. Todas as colmeias, com excepção de uma que continua orfã, tinham entre 4 e 7 quadros com criação, cheias de abelhas, néctar/mel a aumentar nas alças e meias-alças, e nem o mais pequeno sinal de enxameação. A colmeia mais forte, com duas alças da Langstroth em cima, tinha 13 quadros com criação, uma coisa que raramente vejo nesta altura do ano. Expandi/abri vários ninhos com quadros de cera laminada. Os colocados na visita anterior puxaram-nos muito bem. Em duas colmeias lusitanas, com muito néctar/mel nas meias-alças, coloquei uma alça e expandi/abri os ninhos de cada uma.

critérios para o estabelecimento de estações de acasalamento

Em território continental, as estações de acasalamento/fecundação dirigida, com o objectivo de garantir o isolamento indispensável à execução de um programa criterioso de seleção e melhoria de raças de abelhas, devem cumprir um conjunto de critérios. Elenco agora alguns dos mais importantes critérios:

  • Ausência ou presença mínima de colónias de “outras” abelhas num raio de pelo menos 6 km;
  • A zona circundante deve ter abundantes recursos de pólen e néctar;
  • A temperatura ambiente deve ter longos períodos superiores a 20 ° C e a velocidade do vento não superior a 24 km/h;
  • A paisagem deve ser ondulada e apresentar áreas abrigadas para o posicionamento de caixas de fecundação. Pedras, árvores, arbustos ou objetos especialmente instalados ajudam a minimizar a deriva das rainhas;
  • As colónias dedicadas à criação de zângãos devem ser em número suficiente para garantir uma forte população de zângãos selecionados para os acasalamentos. De acordo com Tiesler e Englert (1989) deve haver uma colónia de zângãos por cada 25 rainhas a fecundar;
  • Baixa presença de outras espécies predadoras de abelhas.

Fonte: http://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.3896/IBRA.1.52.1.07?needAccess=true

Notas breves sobre os períodos de vida dos zângãos

Os zângãos atingem a sua maturidade cerca dos 16 dias da sua vida adulta (D0 + 16 dias), e tornando-se menos férteis ou até inférteis após os 28 dias de idade (D0 + 28 dias). A duração média da vida de um zangão é de 55 dias (D0 + 55 dias), variando com condições do contexto.

Fig. 1: Eclosão de um zângão ou dia zero (D0)

a seleção e melhoria de abelhas: uma estratégia para a Península Ibérica

Neste post expressei a minha descrença na possibilidade de um apicultor isoladamente conseguir fazer de forma assinalável uma seleção e melhoria genética das abelhas. O esforço deverá ser colectivo e cumprir pelo menos uma destas duas condições: estações de acasalamento isoladas e/ou inseminação instrumental. Lembro que foram estas duas condições que o Irmão Adam, o melhor criador de rainhas do séc. XX, teve necessidade de garantir para levar o seu trabalho de apuramento genético ao patamar que que todos conhecemos. Se o melhor de entre nós o fez desta maneira, não estou bem a ver como um qualquer de nós o poderá fazer com menos.

Nestes programas sérios, com décadas de trabalho rigoroso na melhoria genética  de uma raça de abelhas, gostaria de destacar dois pontos:

  • qualquer programa de melhoria genética deve procurar garantir sempre a manutenção de um nível desejável de variabilidade genética. A seleção genética, como sabemos, implica jogar alguma coisa fora, eliminar esta ou aquela característica. Esperamos que aquilo que eliminamos no presente não seja valioso no futuro próximo ou distante. Mas este é um risco inerente à seleção e temos de viver com ele, se de facto desejarmos avançar e fazer essa seleção;
  • não devemos esquecer que a seleção é feita também e através da seleção de zângãos. Não é suficiente selecionar a linha materna para alcançar os melhores resultados. O uso de inseminação instrumental ou estações de fecundação (ilhas, vales profundos) não é de fácil alcance. Este caminho e a prossecução destes objectivos, em minha opinião, depende do desenvolvimento de equipes institucionais a trabalhar em rede e dedicadas a este trabalho, sejam elas de natureza publica, sejam de natureza privada (responsáveis por organismos públicos ligados ao sector e/ou associações de apicultores, entre outros). Estas equipas seriam as fornecedoras das rainhas melhoradas/selecionadas aos apicultores e por seu turno receberiam dos apicultores abelhas/genética nova para manter a necessária diversidade genética para o prosseguimento do seu programa. Não estou a inventar este modelo, ele já é levado a cabo em alguns países europeus.

Mas enquanto não for assim, e na esperança que esse dia chegue, podemos e devemos ir fazendo a selecção que nos for possível fazer, de acordo com as muitas limitações que temos. Num próximo post avançarei com um pequeno conjunto de propostas, julgo que ao alcance de todos nós, que nos permitirão pelo menos não “estragar”o que a natureza nos ofereceu: uma abelha autóctone bem adaptada ao seu meio ambiente.

a seleção de abelhas: condições gerais

A selecção de abelhas é um dos temas mais presentes nas conversas entre apicultores. Contudo, com alguma frequência estas conversas derivam dos aspectos essenciais para se focarem no acessório, com frequência também me parece que confirmam o dizer do nosso povo “que em terra de cegos quem tem um olho é rei”. O propósito deste post é o de apresentar um pequeno conjunto de noções e reflexões que me parecem essenciais e que visam contribuir para a nossa literacia apícola, numa área onde a confusão e a desinformação abundam.

O Irmão Adam sublinhou nas suas obras o interesse que a seleção de abelhas tem para todos os apicultores. No entanto os “pequenos” apicultores não podem fazer nada ao seu nível de acção individual, a menos que se reúnam em torno de um projeto coletivo com o estabelecimento de estações de acasalamento ou através da utilização de inseminação artificial/instrumental.

Podemos afirmar que o valor de uma colónia é a síntese da ação de todas as abelhas. Podemos ir mais longe e afirmar que o comportamento de cada abelha depende seus próprios genes, ou seja: os genes + os seus alelos sexuais + o seu ADN mitocondrial (este é 100% idêntico ao da mãe. Sabe-se que esta parte do seu genoma está envolvido, entre outros aspectos, na potência de voo) .

Cada ovo fecundado posto por uma rainha apresenta uma recombinação dos seus genes com os genes de um espermatozóide provenientes de um zângão. A abelha tem 16 cromossomas, e há para cada ovo mais de 65 000 combinações possíveis (2 elevado a 16). Se a rainha é fecundada por vários zângãos de origens diferentes, facilmente vemos que a diversidade genética dentro de uma colónia é enorme.

Além disso, muitos comportamentos dependem da combinação de vários genes. Determinadas combinações de alelos ativam mais do que outros o comportamento (por exemplo, o carácter higiénico é determinado por pelo menos 7 genes, que dirigem por um lado a detecção e desoperculação de uma larva doente e por outro lado a remoção dessa larva). Resulta deste fato que as rainhas fecundadas naturalmente pelos zângãos “que andam por aí” não fornecem resultados homogéneos nem estáveis ​​ao longo do tempo.

Teoricamente, numa “raça pura” os ovos de onde provêm todas as obreiras são semelhantes (o caso de 0% de hibridação). No entanto, esta situação não existe na realidade. Pode-se, contudo, por seleção, obter linhas menos híbridas, mais homogéneas, que serão utilizados para a produção das rainhas desejadas. Escolhida a linhagem destas colónias, denominadas “F0”, esta deve ser mantida. Se as rainhas filhas das rainhas F0 são fecundadas “naturalmente” (sem controle dos zângãos) produzem uma geração ‘F1’ que já perdeu 50% da homogeneidade presente na F0. Todos as obreiras serão híbridas, o que é bom para o apicultor (o conhecido “vigor híbrido”, também chamado “efeito da heterozigose“), mas sem nenhum interesse para o criador de rainhas selecionadas. Se por ex. apenas um zângão “agressivo” fecunda alguma destas rainhas cerca de 20% das obreiras serão agressivas. Se nós fizermos a reprodução destes F1, obtemos F2, com características muito diferentes entre si: portanto as colónias F1 híbridas são inúteis para a reprodução selectiva.

Os zângãos (resultam dos os ovos não fecundados) espelham as características de sua mãe (mas não todas, há sempre algumas diferenças genéticas). Os criadores experientes conhecendo isto, que é mais fácil introduzir as características através dos zângãos, preocupam-se e procuram ter o máximo de controlo sobre a origem dos zângãos. Assim, quando encontram uma rainha com boas características no seu apiário, criam um bom número de filhas para, em seguida, e a partir destas criar muitos zângãos. Na fecundação dirigida (estações de fecundação/acasalamento) são utilizados zângãos de várias rainhas irmãs, originadas de uma avó com as características desejadas pelo criador.

Sobre as estações fecundação importa realçar que as rainhas virgens emitem feromonas, atraindo os zângãos presentes no ambiente próximo, aqueles que “andam por ali”. Para evitar isso, um certo isolamento é necessário para “orientar” a fecundação (por ex. ilhas ou vales profundos isolados por montanhas). O ideal é colocar estas estações numa ilha. Se está isolada num raio de 2 km já é bom. É possível testar a “estanquicidade” de estação de fecundação colocando rainhas virgens em núcleos sem zângãos. Se se fecundarem a estação não é estanque, se não se fecundarem a estação apresenta as características de estanquicidade desejadas.

Importa no caso português realçar que os zângãos iberiensis tendem a dominar naturalmente outros com origem linhas estrangeiras/exóticas na “corrida” para a fecundação das rainhas. O zângão “negro” parece mais eficiente nos voos de fecundação.

Como facilmente se conclui entre dizer que se está a selecionar as abelhas e estar de facto a fazê-lo a distância pode ser aproximadamente a mesma que vai entre as promessas eleitorais e o seu (in)cumprimento quando depois no governo do país.

programas de tratamento do ácaro varroa

Existem 3 tipos de programas de tratamento para controle do ácaro varroa. Neste post vou caracterizá-los de forma sumária e elencar as vantagens e desvantagens de cada um deles.

 

  1. Tratamento profilático

Descrição: Todas as colónias, mesmo as que tenham sido tratadas pouco tempo antes, mesmo que não tenham varroa, ou tenham níveis baixos de varroa, são tratadas novamente de forma preventiva para reduzir os efeitos de eventuais infestações com origem noutras colónias situadas nas proximidades. O tratamento profilático é utilizado mais habitualmente quando as colmeias são transumadas para pomares para aí efectuarem a polinização. Neste contexto as colmeias são frequentemente colocadas em áreas com densidades muito altas. Neste tipo de ambiente, há um risco significativo destas colónias serem invadidas por um grande número de ácaros provenientes de colónias onde a varroa não foi devidamente controlada.

Vantagens: O tratamento profilático reduz o risco de perda de colónias por infestação de varroas provenientes de colónias vizinhas.

Desvantagens: O tratamento profilático aumenta a quantidade de acaricidas utilizados, com consequente aumento dos custos, possibilidade de resíduos e resistência aos mesmos. Muitas das colónias que são tratadas provavelmente não estão em perigo de serem infestadas, e o tratamento pode realmente ser desnecessário.

 

2. Tratamento de acordo com o calendário

Descrição: Todas as colónias infestadas por ácaros são tratadas num determinado momento e numa altura que evite que os ácaros atinjam níveis potencialmente prejudiciais para a colónia e para o seu rendimento (limiar económico). Antes de tratar as colónias, não é feita nenhuma pesquisa para determinar se os limiares económico foram alcançados. O tratamento de acordo com o calendário difere do tratamento profilático na medida em que o tratamento profiláctico de colónias é feito mesmo em colónias que não estão infestadas com varroa.

Vantagens: O método evita o custo/trabalho de monitorização das colónias. É um programa que apresenta boas probabilidades de ser bem sucedido e evitar danos graves causados ​​pela varroa, uma vez que todas as colónias são tratadas e, supostamente, na altura correcta. Se o timing estiver  adequadamente programado, este programa de tratamento é uma boa solução na proteção das colónias, em especial durante a época aguda de crescimento do número de ácaros, no final do verão, início do outono.

Desvantagens: A adequação do timing dos tratamentos pode variar de ano para ano, de local para local e de colónia para colónia.

 

3. Tratamento baseado na monitorização dos limiares económicos (IPM em inglês)

Descrição: As colónias são monitoradas para se avaliar os níveis de infestação pelo ácaro varroa e são tratadas apenas se os valores encontrados atingirem ou ultrapassarem determinados limiares. Existe um certo consenso entre os especialistas dos EUA que 4% a 5% de varroas nos teste de monitorização em abelhas adultas, são o limiar económico para as colónias naquele país.

Vantagens: Apenas as colónias que necessitam são tratadas, reduzindo a quantidade de acaricidas usados e os custos associados. A utilização mais reduzida destes produtos reduz o risco de desenvolvimento de resistências, seja aos acaricidas de natureza sintética, seja aos acaricidas de natureza orgânica.

Desvantagens: A monitorização de colónias é muito exigente do ponto de vista da mão-de-obra que requer. Exige também maior habilidade e um nível de conhecimentos mais elevados do que os outros dois programas. Os limiares económicos do ácaro varroa não estão estabelecidos para o caso português. Os métodos e técnicas de monitorização são falíveis e podem não amostrar fidedignamente e com fiabilidade os níveis de infestação das colónias pela varroa.  Finalmente, a monitorização de colónias pode não ser capaz de prever aumentos rápidos do ácaro durante a época aguda de final de verão, início do outono.

 

No meu caso pessoal trato de acordo com o calendário dado o número de colmeias que possuo. Os dados que obtive da minha experiência dos dois últimos anos de tratamentos, em especial na época aguda de crescimento rápido dos ácaros, levam-me a tirar duas conclusões muito gerais:

  • os timings adequados para os tratamentos são de amplitude muito curta, isto é, 2 a 3 semanas mais cedo ou 2 a 3 semanas mais tarde fazem uma enorme diferença no resultado final obtido com o tratamento;
  • se pretendo ter uma mortalidade de colónias abaixo dos 5%/ano a sua monitorização pré e pós-tratamento deve ir muito além dos 20%-25% recomendados por muitos (ver aqui e aqui).

os mais visitados

Iniciei há quase um ano este blog sobre apicultura. Publiquei até à data 137 posts. Tem sido um exercício que me serve, entre várias finalidades, para ir fazendo um envelhecimento activo (não estou a caminhar para novo!).

Ontem uma querida amiga especialista em Gerontopsicologia, referia a importância de mantermos actividades que nos estimulem criativamente e do seu impacto positivo a médio-longo termo. Este blog, entre outros objectivos, tem servido este também.

Em baixo deixo a listagem dos 10 posts mais visitados até à data:

A terminar agradeço a todos os companheiros/leitores que me têm estimulado a continuar. As mais de 43 500 visitas ao blog, no primeiro ano de vida, são claramente uma mensagem muito forte.

a que ritmo cresce uma população de abelhas?

Se os tabuleiros divisores me encantam neste momento, no plano das ideias, identificar o timing adequado para executar as diversas intervenções nas minhas colmeias, é o conceito que mais me seduz e mais me desafia desde há uns anos a esta parte. Neste quadro faz todo o sentido para mim aprofundar questões como:

  • a que ritmo cresce uma população de abelhas?
  • a que ritmo cresce uma população de ácaros da varroa?

Estas são das questões que mais me entusiasmam. Acerca da segunda questão já ensaiei um esboço de reposta aqui e aqui. Neste post vou procurar respostas para a primeira questão.

Para me ajudar a explicar o ritmo de crescimento de uma população de abelhas em condições normais, conto com a preciosa ajuda de Randy Oliver. Quero por isso agradecer publicamente a gentileza que este biólogo e apicultor norte-americano me concedeu ao autorizar-me a traduzir para português e transcrever para o meu blog excertos e dados apresentados no seu blog http://scientificbeekeeping.com/

Fig. 1: Randy Oliver durante a observação de um quadro de abelhas

Nas regiões temperadas, as colónias de abelhas seguem um ciclo bastante previsível de crescimento e declínio das suas populações (embora algumas colónias cresçam muito mais do que outras, e algumas, infelizmente, não consigam completar o ciclo anual). Portugal está situado na zona temperada do norte. Contudo estou muito convencido que o interior do país é muito diferente do litoral. Tenho essa experiência e conheço a experiência de outros. Muito do que aqui vou dizer pode fazer sentido para o interior do país, já não fará tanto para o litoral.

Randy Oliver segmenta a dinâmica do ciclo anual de desenvolvimento e declínio da população de uma colónia de abelhas, nas regiões temperadas do planeta, em dez períodos diferentes. Seguindo a evolução cronológica de um ano temos:

  1. No final do inverno (2ª quinzena de janeiro/início de fevereiro, nos meus apiários na Beira Alta ), as abelhas saem do período “dormente”.
  2. Surge o primeiro fluxo de pólen sério (início/meados de fevereiro, nos meus apiários na Beira Alta) e inicia-se a criação de novas abelhas em quantidade.
  3. Temos a “rotação de primavera”, quando uma nova geração de abelhas substitui as “abelhas de inverno sobreviventes” que mantiveram a colónia o durante o inverno (período com escassez de pólen e néctar).
  4. Assistimos a uma progressão linear do crescimento da colónia durante os primeiros fluxos néctar e pólen de primavera(desde o início de março até ao fim da primeira quinzena de abril), mas antes da principal fluxo de néctar.
  5. Surge o impulso da enxameação (inicio de abril até final da 1ª quinzena de maio nos meus apiários na Beira Alta).
  6. Ocorre o principal fluxo de néctar e o seu armazenamento (de meados de abril até finais de maio nos meus apiários na Beira Alta).
  7. Declínio da população no final do verão (normalmente entre a segunda quinzena de julho e o fim agosto nos meus apiários na Beira Alta).
  8. A cessação/abrandamento notório de criação (de agosto a dezembro).
  9. A “rotação de outono” da população com com o nascimento da “abelhas de inverno” que substituem as “abelhas de verão” (de meados de agosto a finais de outubro).
  10. Início da postura, em áreas pequenas dos quadros para manter a população estabilizada (início de janeiro nos meus apiários na Beira Alta).

Descrita a floresta vamos agora analisar em pormenor algumas das árvores. Vou analisar em especial as fases 2), 3) e 4), as fases do crescimento linear de uma colónia de abelhas.

Porquê crescimento linear? Ao contrário das populações que se expandem exponencialmente devido a um número cada vez maior de reprodutores, a colónia de abelhas tem apenas uma fêmea que produz ovos férteis. Este facto per si estabelece um limite na taxa máxima de nascimentos (o limite é o número de ovos que o rainha põe a cada dia). Enquanto a diferença entre as abelhas que nascem e as abelhas que morrem for relativamente constante, o crescimento populacional será linear e acumulativo, até que algum outro fator surja em jogo.

Analisemos com algum detalhe as limitações ao número de nascimentos de abelhas. O desenvolvimento das colónias e a manutenção de grandes populações depende de: (1) a capacidade da rainha de pôr ovos, (2) capacidade da população nutrir e manter a temperatura favorável da criação, (3) reservas de pólen e mel, e (4) espaço suficiente e no local adequado para a postura da rainha.

As investigações levadas a cabo para definir o número de ovos que uma rainha põe por dia (ovoposição) fazem-se contando o número de alvéolos com criação operculada/fechada. Os dados não são completamente convergentes:  Nolan refere que o número máximo de alvéolos com criação operculada é de cerca de 15.000, Harris cerca de 17.000, Winston cerca de 21.000. Estes números sugerem que uma rainha de boa qualidade e em condições ideais põe 800-1100 ovos por dia (supondo 90% de sobrevivência das larvas), valores que são convergentes com as contagens efectuadas por Farrar, que refere cerca de 900 ovos por dia. Há, naturalmente, rainhas excepcionais que ultrapassam estes números.

Segundo os dados do investigador canadiano Harris o ritmo de ovoposição de uma rainha vai em crescendo até 60 dias após o início do aumento linear de postura (nota: já vi escrito, há não muito tempo na blogosfera apícola nacional, que o auge de postura de uma rainha acontece 60 dias após o seu nascimento. Parece-me que alguém confundiu estes conceitos!?)… e a construção de mestreiros segue-se posteriormente. Quando as rainhas atingem o máximo de ovoposição as colónias apresentam cerca de 16 000 alvéolos operculados (de acordo com as medições de Nolan e Harris). Se bem junta nos quadros esta criação operculada, mais os ovos e a criação larvar aberta, não ocuparia mais que 5-6 quadros do ninho Langstroth. Verdadeiramente surpreendente. Outro dado muito interessante é que neste momento a colónia atingiu cerca de metade da sua população máxima, isto é cerca de 30 000 abelhas. Estas abelhas ocupam 15-17 quadros da alça/corpo do modelo Langstroth.

Aplicação prática: o apicultor durante este período de aumento linear da ovoposição deve certificar-se de que a rainha tem espaço e que este espaço está concentrado no ninho.  O rearranjo dos quadros no ninho e o fornecimento de quadros puxados ao ninho na posição correta, maximiza a postura da rainha. Inverter o ninho e sobreninho e/ou adicionar quadros puxados (na ausência destes, adicionar quadros laminados com cera de qualidade), é o maneio mais adequado nesta época do ano. Aceitemos que se uma rainha precisa colocar um ovo a cada minuto, ela não pode gastar muito tempo à procura de um lugar onde fazê-lo. O ninho deve estar aberto/desbloqueado e o espaço para a postura concentrado.

Uma pergunta perene da apicultura é exatamente quanto espaço uma rainha realmente exige? A partir dos números acima podemos calcular quantos quadros Langstroth são necessários para satisfazer a necessidade de espaço da rainha. Nestes quadros há quase 7000 alvéolos (segundo Randy Oliver mais precisamente 6960 numa base padrão) nos dois lados de um quadro de alça. Se esse quadro está 70% cheio com criação (nos restantes 30% é o espaço para o pólen e néctar), ficam 4.875 alvéolos para a criação, ou 43.875 em nove quadros (por exemplo, 10 quadros na caixa, mas sem criação nos dois lados mais externos) . Uma rainha colocando 1500 ovos por dia pode encher 30.000 alvéolos em 20 dias; A 2300 ovos / dia, temos 46.000 em 20 dias. Sendo assim, a matemática diz-nos que um único corpo/alça Langstroth fornece espaço suficiente para qualquer rainha, desde que não esteja bloqueado com mel ou pólen.

Randy Oliver refere que esta é a configuração preferida por muitos apicultores australianos, que hoje em dia preferem as colmeias de uma só câmara de criação, com uma excluidora por cima desta, e fazem enormes colheitas de mel. Diz também que ele próprio raramente encontra mais de 10 quadros com criação.

Para reflectir, procurar mais informação fidedigna e experimentar: Segundo Randy Oliver mesmo colónias fortes raramente contêm mais do que o equivalente a 5 quadros com criação de uma ponta à outra (falamos do modelo Langstroth). Convergente com esta ideia surge a prática de apicultores na Austrália assim como na Alemanha. Na realidade é a configuração que tenho utilizado predominatemente nos anos que tenho de apicultor. Contudo e paradoxalmente este ano estou a pensar experimentar a configuração com ninho e sobreninho num maior número de colmeias dedicadas à produção e em algumas destas colocarei uma excluidora de rainhas, coisa que nunca fiz até agora em colmeias dedicadas à produção.

Uma questão recorrente é: quanto tempo leva para que uma colónia saudável cresça o suficiente para atingir uma população ideal para a produção de mel? As regras básicas são cerca de 10-12 semanas para um pacote de cerca de 1Kg de abelhas (10 000 abelhas), cerca de 8 semanas para um núcleo forte, ou cerca de 6 semanas para uma colónia que sai bem da invernagem, supondo tempo favorável e recursos abundantes. Uma vez que é evidente que o crescimento das colónias após a “rotação/turnover de primavera” é linear, devemos ser capazes de prever com bastante precisão a taxa de crescimento. Vamos à matemática!

Aplicação prática: tendo uma rainha vigorosa e abundância de recursos, juntamente com temperaturas noturnas que não restringem a criação de larvas, tendo uma colónia com muita criação para nascer podemos esperar que cresça na sua fase linear cerca de 500-600 abelhas por dia (mais lentamente com uma rainha de menor qualidade ou se as condições forem precárias; mais rapidamente em circunstâncias óptimas). Isso resulta num crescimento do enxame em cerca de 2 quadros de abelhas por semana.

Randy Oliver fez uma tabela acessível que nos permite calcular para trás a partir do início do nosso fluxo principal de néctar (Tabela 1):

Semanas antes do fluxo principal Para alcançar 24 quadros com abelhas  Para alcançar 2o quadros com abelhas  Para alcançar 10 quadros com abelhas 
0 24 20 10
1 22 18 8
2 20 16 6
3 18 14 4
4 16 12  
5 14 10  
6 12 8  
7 10 6  
8 8 4  
9 6    
10 4    

Tabela 1: Cálculo retrogrado da dimensão necessária de uma colónia

Para aqueles com menos à vontade com a  matemática, dou dois exemplos. Se faço um desdobramento no dia 1 de abril, e espero que meu fluxo principal se inicie no primeiro dia de junho, tenho cerca de 8 semanas para construir a colónia. Então vou à coluna 1 para a linha de 8 semanas. Se eu desejo que essa colónia apresente 20 quadros de abelhas no início do fluxo, eu então vou à coluna 3 verifico que os desdobramentos feitos nessa data devem ter uma força mínima de 4 quadros de abelhas (com muita criação e rainha). Se desejarmos fazer um núcleo no início de abril para um fluxo importante que se inicia em meados de maio, temos apenas 6 semanas para  atingir os 20 quadros de abelhas, e de acordo com a tabela precisa de ter pelo menos 8 quadros.

A tabela acima é uma ferramenta que pode ter grande utilidade para planear as nossas intervenções, por ex. tirar quadros a umas, adicionar quadros a outras entre outras intervenções. Tendo sempre em conta que na vida real, as coisas nem sempre seguem as regras. Se a produção máxima de mel é o objetivo, podemos usar os indicadores da tabela para gerir de forma pró-activa o nosso efectivo apícola, tendo como referência inicial as datas habituais dos fluxos de néctar nas zonas onde estão os nossos apiários. Agir no timing correcto é a grande ideia e desafio para este ano de 2017.

fonte: http://scientificbeekeeping.com