o processamento da cera de opérculos: a minha opção

O processamento da cera de opérculos era com frequência o ponto de estrangulamento no meu processo de extracção do mel. Mesmo naqueles anos em que extraí algumas dezenas de bidões de mel nunca dei o passo para a compra de uma máquina dedicada a esta operação. Nesses anos optei por externalizar parte do processo de extracção, socorrendo-me dos serviços de uma cooperativa da zona, e de forma inerente o processamento da cera de opérculos dos quadros lá extraídos.

Este ano, assim como nos anos em que optei por extrair a totalidade ou parte do mel na minha UPP, a opção escolhida para o processamento da cera de opérculos tem procurado rentabilizar os recursos que tenho disponíveis sem me empenhar em comprar maquinaria cara e que, eventualmente, avaria.

Assim, a cera dos opérculos, ainda parcialmente besuntada de mel, que retiro da tina de desoperculação…

… é colocada numas caixas largas e com pouca profundidade.

Estas caixas são levadas para uma casa rústica no interior da propriedade e a pouca distância do local onde está implantado o meu apiário preferido.

Como a casa na actualidade não é habitada, as janelas não estão nas melhores condições, apresentam alguns vidros partidos, mas este facto contribui para a entrada das abelhas na divisão onde armazeno as alças e meias alças e onde coloco temporariamente estas caixas com a cera dos opérculos.

As caixas com a cera dos opérculos são colocadas numa disposição que permita o acesso fácil das abelhas à mesma.

Passados poucos minutos estes opérculos começam a ser limpos do mel pelas abelhas do apiário.

Passados alguns dias estes opérculos estão completamente secos/limpos e em óptimas condições para serem encaminhados para a caldeira da cera.

Nota 1: nas duas ou três vezes em que procurei atalhar este processo, colocando as ceras dos opérculos retirados da tina e ainda besuntados com mel directamente na caldeira, reparei que sistematicamente a broa de cera resultante ficava muito “areada”, pouco aglomerada, o que me levou a intuir que o mel ainda presente contribuía para este desfecho que não me agradava.

Nota 2: por regra sempre fui relativamente espartano nas minhas compras de equipamento para a UPP. Se por um lado tinha muito pouca vontade de investir milhares de euros em maquinaria, por outro sempre temi ficar com o bebé nos braços ou por causa de uma avaria ou por causa de uma cessação abrupta da minha aventura apícola. Agora, com três vezes menos colmeias que há dois anos atrás, o equipamento que tenho é suficiente e acabaram-se os estrangulamentos no processo de extracção.

4 comentários em “o processamento da cera de opérculos: a minha opção”

  1. Faço quase assim. Antes lavo a cera, ainda na tina, com um pouco de água morna e limpa, deixo a escorrer, aproveitando a solução de água e mel que sai da tina para fazer água mel, hábito mais do sul Ribatejo, Alentejo e Algarve embora pontualmente na Beira também se faça, segundo penso saber. Depois deixo a cera ao ar livre à sombra, as abelhas tratam do resto. Passados dois ou três dias recupero a cera em broa que fica bem amarelinha, limpa e de cheiro agradável. Essa cera não sai da minha exploração na época seguinte já está moldada, pronta par nova etapa.

  2. Não gosto de acender o fogão com temperaturas acima dos 35 graus.
    Por isso, dos opérculos faço bolas que ocupam menos espaço. Vão ao congelador dois dias onde morrem todas as borboletas, ovos etc.
    Quando tenho tempo e vontade, dedico-me então à cera aproveitando para fazer agua mel ou alimentar as abelhas. Quanto às alças passo também todos os quadros por câmara congeladora a 18 graus negativos e vai tudo para o armazém passados dois dias.

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