Agradeço a um apicultor da velha guarda um dos melhores e mais úteis ensinamentos que ouvi ao longo destes poucos anos que levo de apicultura. Foi num encontro de apicultores em Seia, em 2010 ou 2011 e, para grande pena minha, nunca cheguei a saber o seu nome. Ouvi-o defender a ideia que para armazenar os quadros das alças ou meias-alças não podíamos armazenar quadros com pólen e devíamos deixá-los pendurados, numa estrutura dedicada, para entrar o ar e a luz. Assim, nestas condições, estes quadros não seriam atacados pela traça da cera.
Para a quantidade de quadros que já tinha para armazenar a preparação dessa estrutura dedicada para os pendurar pareceu-me inexequível. No entanto em 2012, não me tendo esquecido desta lição, e num daqueles poucos momentos “eureka” que vou tendo, decidi “inventar” um pouco e armazenar os quadros nas próprias meias-alças e alças, mas procurando ir ao encontro dos princípios básicos enunciados pelo generoso apicultor que ouvi em Seia: armazenar quadros sem pólen (ou muito pouco pólen) e dispor as caixas de forma a que entrasse a luz e o ar. Nesse ano de 2012 iniciei com sucesso até aos dias de hoje o armazenamento de meias-alças e algumas poucas alças, seguindo estas orientações. Armazeno-as nesta casa rústica a 900 m de altitude, bastante fria, ventosa e com ar pouco húmido, durante o inverno.
Os quadros que armazeno seguem o mais possível este padrão: quadros com cera clara e com muito pouco pólen ou pólen nenhum.
As meias-alças (alças meleiras) da Lusitana são sobrepostas em x, em pilhas de 8 a 10.
As meias-alças da Langstroth são sobrepostas em +.
O armazém está sempre iluminado e arejado, de acordo com as condições meteorológicas de cada dia.
Esta opção para o controlo e prevenção da traça da cera durante o armazenamento, que já dei conta nesta publicação de 2016 (uns anos antes, 2013 ou 2014, já tinha tornado esta opção pública no fórum As Abelhas), fica agora reforçada com as fotografias.
Nota: as meias-alças húmidas saídas da extracção vêm directamente para esta casa-armazém; não as coloco em cima das colónias para serem limpas, dado que nesta casa as abelhas não as largam sem antes as limparem de todo o mel.
Reflexão: aos apicultores que optam por colocar as meias-alças húmidas em cima das colónias para serem limpas, e em zonas já colonizadas pela Vespa velutina, tenham em atenção se não estarão a, inadvertidamente, colocar a marca de alvo-a-atacar, nesse momento e nessa colónia. Sabemos que a Vespa velutina é atraída sobretudo pelos odores de mel e pólen emanados por uma colónia. Que aroma mais penetrante a mel existirá que o de uma meia-alça húmida, logo após a extracção, e colocada no topo de uma colónia de abelhas?
Boas
Também aprendi com um “velhinho da velha guarda” nos quadros que têm pouco pólen e que dão para aproveitar, retirar com a ponta duma navalha esse ou esses alvéolos. Fica a “dica”. Abraço.
Obrigado Octávio. Um abraço.
Boa tarde…
Eu sigo a mesma estratégia, funciona bem.
Já agora pergunto, e os que tem pólen, qual a sua estratégia?
Cumprimentos
Boa tarde, Duarte! Os quadros só com pólen velho derreto-os; os que têm uma mistura de pólen e mel deixo-os a invernar em colmeias armazém. Abraço