Ainda que todos os anos sejam diferentes, a evolução anual dos meus enxames segue um conjunto de etapas bastante constante e previsível. No final de janeiro/início de fevereiro as colónias iniciam, por norma, um crescimento sólido da sua população. Entre elas algumas, pelas minhas observações cerca de 20-25%, chegam ao final do inverno particularmente fortes, com 6 a 9 quadros com grandes áreas de criação. Estas colónias nada fazendo apresentam uma forte probabilidade de enxamearem na última semana de março/primeira semana de abril, às portas da primeira grande floração.
Como já o referi anteriormente, no mapa conceptual que tenho da apicultura não há linhas ou colónias enxameadoras, há sim linhas ou colónias precoces. Desde há cerca de 7 anos quando fiz este insight mental, o maneio destas colónias evoluiu e optimizou-se. Este maneio foi baptizado com a designação “colmeia armazém” e integra-se de forma muito harmoniosa com mais dois maneios que utilizo e que, em conjunto, fazem o tripé da minha estratégia global de gestão das colónias à saída do inverno e em boa parte da primavera: a “regra não mais de 6“* e a “multiplicação de enxames pela técnica Doolittle“.
Nesta publicação apresento o foto filme do maneio destas colónias armazém. Desta vez ao ao contrário, do fim para o início dos procedimentos.
Dois detalhes:
* Para além de Bob Binnie que utiliza a “regra não mais que seis”, fiquei a saber que o meu amigo Ian Steppler, apicultor canadiano, utiliza de forma sistemática a “regra não mais que quatro” no período pré-enxameatório como técnica de prevenção da enxameação. Por cá apicultores inovadores e experimentados assim como notáveis formadores aplicam-na e/ou referem-na: Paulo Russo, Francisco Rogão, João Gomes, Harald Hafner, Pedro Miguel, José Pires Veiga, Rui Martins, Marcelo Murta, Miguel Pais, Fred, … (dos que me lembro de repente).