Os dois vídeos em cima, o primeiro de Bob Binnie, apicultor norte-americano que gere uma operação apícola com mais de 2000 colónias, o segundo de Ian Steppler, apicultor canadiano que gere uma operação apícola com mais de 1500 colónias, são bem elucidativos de que a equalização de colónias de abelhas é não só compatível com operações apícolas de grandes dimensões, como é uma ferramenta essencial para efectuar a prevenção da enxameação nas colónias muito fortes no período pré-fluxo de néctar e, simultaneamente, habilita as colónias mais atrasadas no seu desenvolvimento para a produção no fluxo que virá 30 a 45 dias adiante. Como vemos nestes dois exemplos a equalização não é um maneio que está apenas ao alcance dos apicultores com poucas colónias, ainda que alguns erradamente acreditem que sim. No meu caso, sempre que se justificava apliquei esta técnica mesmo em alturas que tinha 500 a 600 colónias para trabalhar.
Contudo, como já referi nesta publicação de 2016, a equalização deve ser levada a cabo com alguns cuidados: “O apicultor deve ter um grande cuidado para não distribuir quadros com criação e abelhas a partir de colónias doentes. Deve verificar sempre se as colónias não apresentam sinais de doença antes da equalização. A concluir, deve ter cuidado para não colocar muita criação em colónias fracas, pois estas não conseguirão dispor de abelhas em número suficiente para manter a criação quente durante as noites mais frias, ainda frequentes na primeira metade da primavera no interior do nosso país.“
No caso das colónias mais fracas e para ter boas garantias que as abelhas seriam suficientes para aquecer a criação prestes a emergir do quadro que recebiam (sem abelhas), passei a proceder do seguinte modo:
- tirava um quadro com criação predominantemente aberta e ovos. Procedendo desta forma, tinha um bom grau de certeza de que a colónia receptora mais fraca teria abelhas suficientes para não deixar esfriar a cria do quadro recebido: neste caso seria aquecido, grosso modo, pelas mesmas abelhas que antes aqueciam e cuidavam do quadro com criação aberta retirado;
- ao mesmo tempo, a colónia mais forte recebia o quadro com criação aberta. Este quadro vai aumentar a ocupação das suas abelhas-ama assim como aumentar a libertação da feromona da criação no interior do ninho, elementos que contribuem para diminuir o impulso de enxameação nestas colónias prematuramente muito fortes;
- estas colónias muito fortes, nada sendo feito, apresentam uma grande probabilidade de enxamear à entrada do primeiro fluxo forte de néctar 30 a 45 dias adiante, e nesta condição de enxameadas pouco ou nada produzem na temporada.