depois do frio, o sol no quadrante sul e uma aprendizagem a fazer

Ontem, entre as 12h30 e as 15h30, andei entretido a alimentar com pasta de açúcar as colónias do meu apiário preferido, a 900 m de altitude. Os sinais, do inverno mais frio que me lembro desde que iniciei a minha aventura apícola em 2009, estavam ainda bem visíveis no estradão de acesso aos assentos.

Ontem por volta das 12h30, no estradão de acesso ao apiário no território que está mais central no meu coração!

Como calculava, o estado geral das colónias estava de acordo com a época, apesar das duas últimas semanas com temperaturas raras. Das 64 colónias ali estacionadas, em três encabeçamentos um pouco afastados entre si, fui encontrar 1 núcleo morto, uma colónia muito possivelmente zanganeira e uma colónia a ser pilhada. Na visita anterior tinha retirado duas colónias mortas, que haviam sido colocadas em núcleos em meados de setembro, após terem sido diagnosticadas com PMS alguns dias antes. A taxa de mortalidade, até à data, está pouco abaixo dos 8% neste apiário.

Com a temperatura a rondar os 11ºC, o sol a entrar no quadrante sul, fui encontrar algumas abelhas em voo junto às entradas das colmeias.
Aspecto de uma colónia deste apiário, que representa o estado de 60 a 70% das colónias ali instaladas.
Como gosto de ver os sacos de pasta a ser consumidos desta forma!
Aspecto de uma colónia fraca deste apiário, que representa o estado de outras 5 (10 % das colónias ali instaladas).
Dadas as temperaturas relativamente baixas (10ºC) para transferir estas colónias mais fracas para núcleos, sinalizei-as para proceder a este maneio nas próximas duas semanas.
No dia anterior, a 16-01, num apiário a 600m de altitude fiz a transferência de 3 colónias das caixas de 10 quadros para caixas de 5 quadros. A rainha está naquele quadro já colocado no núcleo.
Parecem logo mais no núcleo! A densidade do enxame em núcleo tende a aumentar e este é, na minha opinião e de outros, um factor de sobrevivência e desenvolvimento para o que ainda resta de inverno.

Este outono-inverno a mortalidade de colónias muito provavelmente ultrapassará a barreira dos 5%, fasquia que não tenho ultrapassado nos últimos 4 anos. Estimo que fique, ainda assim, abaixo dos 10%. A razão deste aumento de mortalidade foi a minha incompetência, a minha falta de um maneio de excelência. O frio das últimas semanas não ajudou, mas a principal variável a contribuir para a mortalidade já vinha detrás, na debilitação de cerca de 20% das minhas colónias pelo Parasitic Mite Syndrome (PMS).

Os mestres apicultores da velha guarda, referem uma mortalidade invernal habitual a rondar os 10% nos tempos pré-varroa. Tomando este valor como referência para a nossa época pós-varroa, na minha opinião, uma mortalidade invernal abaixo dos 5% é excelente, entre 5 e 10% é muito bom, entre 10-15% é bom, entre 15-20% é medianito. Acima dos 20% é mauzito! Por muito auto-complacente e por muito que tenda a atribuir as responsabilidades a um deus desconhecido ou outros, todo o apicultor mais rapidamente baixará a mortalidade invernal quanto mais depressa aprender e decidir olhar olhos-nos-olhos a sua responsabilidade.

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