Nesta publicação menciono que a mortalidade normal de inverno situa-se entre as 2000-3000 abelhas (A. Imdorf, 2010). Nestes dias frios é habitual encontrarmos algumas destas abelhas mortas na rampa de voo. Tal não deve ser motivo de preocupação, sem mais. Julgo que as abelhas com funções funerárias as deixam logo ali para não se exporem ao risco de um voo mais demorado, em dias com temperaturas muito baixas, que muito provavelmente as mataria. Portanto, encontrar algumas dezenas de abelhas mortas à entrada ou na proximidade da colmeia é nestes dias mais frios, em condições normais, um sinal de vitalidade da colónia, um indicador que o balanço entre a vida e a morte segue os padrões naturais, próprios de uma colónia em equilíbrio, com as abelhas funerárias a executarem as suas tarefas habituais.
A propósito deste grupo de abelhas com funções funerárias, saiu recentemente um estudo muito interessante acerca dos mecanismos envolvidos no reconhecimento das abelhas mortas, no ambiente escuro típico do interior da colmeia. Segundo Wen, os dados experimentais que recolheu levaram-no a concluir que nas abelhas mortas a libertação dos hidrocarbonetos cuticulares é muito reduzida, e provavelmente este é um sinal importante que as abelhas funerárias utilizam para identificar rapidamente as companheiras caídas. (ver referência ao estudo: https://www.sciencemag.org/news/2020/03/how-undertaker-bees-recognize-dead-comrades)
Bom dia,
O seu blog é excelente transmite muito conhecimento e estudo, gostava de conhecer mais do mundo das abelhas, já tirei um curso mas com muita teoria, caso aceite uma estagiária inexperiente de companhia a uma das suas visitas no terreno, adoraria ter essa experiência.
Desde já o meu obrigado por todas as matérias que transmite!
Bom dia, Maria!
Obrigado pela simpatia das suas palavras. Vou enviar-lhe um e-mail nos próximos dias. Cumprimentos!