o caso de salvamento de uma colónia muito, muito infestada: o seguimento

Na publicação anterior escrevi a propósito de uma colónia muito, muito infestada: “Em 18 de fevereiro, na lavagem de 300 abelhas adultas caíram 71 varroas ( infestação de 23,7%). Os sintomas dos vírus, veiculados pelas varroas e potenciados pela debilitação do sistema imunológico das abelhas, eram muito visíveis. […] Nesta circunstância, em condições normais, a colónia estava condenada ao colapso; o seu destino estava traçado. […] esta colónia deu-me a oportunidade de fazer dela um estudo de caso dos efeitos de um protocolo de tratamento inovador que já tinha testado com sucesso em colónias muito infestadas, mas muito menos infestadas (com mais de 8% de infestação e abaixo de 15%).”

Para memória futura, fiz duas aplicações deste protocolo, a primeira a 5 de março e a segunda a 13 de março. Em apenas 8 dias esta colónia desceu de 23,7% (71 varroas em 300 abelhas) para 7,7% (23 varroas em 300 abelhas) após a primeira aplicação do protocolo. Depois da segunda aplicação, a 13 de março, achei por bem não testar para não “sacrificar” mais abelhas adultas numa colónia já pouco povoada.

Ontem, voltei ao apiário e achei que tinha chegado o momento certo para fazer um novo teste de infestação: estavam passados exactamente 2 meses e a colónia estava relativamente bem povoada com 7 quadros de abelhas e 5 quadros com criação.

7 quadros cobertos com abelhas, quando 3 meses antes a infestação estava a atingir os 24% e à beira do colapso, vi uma colónia saudável, a crescer de forma notável

Caso a segunda aplicação, a 13 de março, não tivesse tido efeito algum, ontem, a 13 de maio, a colónia estaria muito provavelmente com uma infestação superior a 30% (7,7×2=15,4×2=30,8%).

Felizmente os dados da medição de ontem apontam num sentido oposto. Com uma infestação de de 7,7% há dois meses atrás, a segunda aplicação do protocolo teve uma eficácia de 97%, segundo a simulação que efectuei no simulador do Randy, considerando os dados recolhidos ontem: 4 varroas em 300 abelhas (1,3% de infestação).

No coador, 4 varroas e um cisco. Um protocolo de controlo da varroose com 97% de eficácia não se encontra facilmente, mas está ao seu alcance conhecê-lo inscrevendo-se no percurso formativo que vou iniciar no próximo dia 16.

Dada a solicitação de informação e formação de um número apreciável de apicultores sobre este e outros aspectos de uma estratégia bem fundamentada, testada e com os resultados acima descritos em apiários do território português, abri uma nova data para iniciar o percurso formativo “Controlo efectivo da Varroose ao longo do ano”, no próximo dia 16 de maio, com a sessão on-line, via Zoom, a ser iniciada às 21h30.

Os interessados podem contactar-me para o e-mail: jejgomes@gmail.com


o caso de salvamento de uma colónia muito, muito infestada

Nesta publicação já me havia referido a esta colónia. Em 18 de fevereiro, na lavagem de 300 abelhas adultas caíram 71 varroas ( infestação de 23,7%). Os sintomas dos vírus, veiculados pelas varroas e potenciados pela debilitação do sistema imunológico das abelhas, eram muito visíveis.

Nesta circunstância, em condições normais, a colónia estava condenada ao colapso; o seu destino estava traçado. Na altura teria abelhas para cobrir pouco mais de um quadro e meio. Decidi aceitar o desafio que a natureza me colocou à frente: esta colónia deu-me a oportunidade de fazer dela um estudo de caso dos efeitos de um protocolo de tratamento inovador que já tinha testado com sucesso em colónias muito infestadas, mas muito menos infestadas (com mais de 8% de infestação e abaixo de 15%).

No dia 5 de março decidi experimentar nesta colónia uma ferramenta inovadora que trago na minha caixa para utilizar nestes casos de infestação elevada. Neste caso em concreto os meus receios eram sobretudo dois: (i) apesar da eficácia e consistência revelada por esta ferramenta noutros casos exigentes, nenhum se igualava à exigência deste; (ii) numa colónia tão infestada, tão debilitada, tão despovoada, temia que o “remédio” pudesse acelerar o seu colapso. Contudo, colapsada já ela estava, ainda que teimosamente se agarrasse à vida cada vez mais periclitante.

Há dois dias, a 6 de maio, passados cerca de 2 meses sobre a utilização deste protocolo, abri esta colónia e inspeccionei-a atentamente, quadro a quadro. E fiquei muito feliz, por constatar que a colónia estava viva e estava a crecer e prosperar. Este caso limite, revelou uma vez mais vários aspectos comuns com os outros casos por mim analisados até à data:

  • a mortalidade de criação decorrente da aplicação deste protocolo a acontecer é ínfima e não observável;
  • a mortalidade de rainhas é inexistente, até à data;
  • mesmo em casos de elevada infestação, a eficácia e persistência dos efeitos deste protocolo são evidentes e mensuráveis.

Em baixo deixo algumas fotos, do passado dia 6 de maio, ilustrativas do estado de saúde e desenvolvimento desta colónia.

Obviamente que o princípio que partilho, ensino e recomendo é planear, definir, projectar e monitorizar uma estratégia anual de controlo à varroose com medidas culturais e medicinais que mantenham a infestação não acima do intervalo 1-2%. Contudo, por vezes, há casos que nos fogem da mão. E nestes casos as medidas convencionais derrapam e são frequentemente ineficientes, como todos sabemos. Só consigo descortinar duas opções para estes casos: (i) baixar os braços porque não temos ferramentas à altura de casos tão exigentes; (ii) utilizar esta ou outra ferramenta inovadora, com princípios activos orgânicos ou técnicas culturais, que podem dar-nos esperanças realistas de conseguir recuperar colónias com mais de 8% de infestação.

Porque não me conformo com a tremenda mortalidade anual de colónias de abelhas melíferas em Portugal (150-200 mil/ano), tão necessárias à prestação de serviços ecossistémicos que sustentam e melhoram o ambiente natural que todos apreciam e necessitam, tão necessárias à fruição de cerca de 10 mil apicultores não profissionais e ao sustento dos cerca de 1000 apicultores profissionais, continuo a informar e ensinar o melhor que sei e posso, sempre que solicitado a fazê-lo por apicultores.

Dada a solicitação de informação e formação de um número apreciável de apicultores sobre este e outros aspectos de uma estratégia bem fundamentada, testada e com os resultados acima descritos em apiários do território português, abri uma nova data para iniciar o percurso formativo “Controlo efectivo da Varroose ao longo do ano”, no próximo dia 16 de maio, com a sessão on-line, via Zoom, a ser iniciada às 21h30.

Os interessados podem contactar-me para o e-mail: jejgomes@gmail.com

a eficácia e consistência de um protocolo inovador de controlo da varroose

No âmbito do meu trabalho de consultoria e apoio técnico aos apiários experimentais do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, propus ao Nuno Capela, o investigador responsável, fazer o controlo da varroa com um protocolo inovador em dois dos apiários experimentais deste Centro.

Na altura, a proposta deste controlo decorreu da observação que fiz da situação de risco elevado a que um dos apiários (conhecido por nós pelo apiário da APA) chegou no início de fevereiro, um mês depois de iniciada a aplicação de um medicamento homologado baseado no amitraz. A taxa de infestação em cerca de 70% das colónias deste apiário ultrapassava os 8% um mês após o início do tratamento, quando um mês antes, no início do mesmo, estava em 2-3%. O Nuno concordou, e avancei com este protocolo que trazia na minha “caixa de ferramentas/conhecimentos”, aprendido nas muitas leituras que faço da melhor literatura apícola — ando ao ombro de gigantes e continuo o meu percurso cada vez mais motivado e convicto do meu papel e lugar na apicultura nacional.

Assim, iniciei a aplicação deste protocolo na primeira e segunda semana de fevereiro no apiário da APA, e estendi a aplicação a outro apiário experimental, o apiário da Milvoz, onde a infestação estava muito mais controlada com a aplicação do mesmo medicamento homologado baseado no amitraz (expliquei a razão desta diferença nos resultados obtidos com um mesmo medicamento, iniciado na mesma data e com taxas de infestação relativamente baixas no início do tratamento nos dois apiários, aos muitos companheiros apicultores que acompanharam as minhas sessões Zoom “Controlo efectivo da Varroose”, que ministrei de janeiro a abril).

De colmeias fortemente infestadas, com os sintomas das viroses já visíveis no início de fevereiro em várias das 18 colmeias instaladas no apiário da APA, passámos, em cerca de 20-30 dias, a ver as colónias com o aspecto que as fotos em baixo ilustram.

Vista geral do apiário da APA.
Foto de 1 de abril de uma colónia representativa de 95% das colónias no apiário, depois de em março ter doado vários quadros com criação e abelhas para desdobramentos.
Foto de 1 de abril do padrão de postura de uma colónia representativa de 90% das colónias no apiário.
Foto de 1 de abril do padrão de postura de uma colónia a ser equalizada.
Foto de 1 de abril de mais um desdobramento realizado nas colónias deste apiário.
Algumas das ferramentas que andam sempre na minha caixa: copo de testagem, álcool, copo para marcar rainhas, caneta e fita adesiva. Como diz um dos gigantes, só controlamos o que medimos e mais vale um lápis pequeno do que uma grande memória. Medir e anotar, são dois dos hábitos a que me obriguei.
A recolha de amostras: abelhas adultas e criação de zângãos.
Vista geral do apiário da Milvoz, onde também foram recolhidas amostras de abelhas adultas e criação de zângãos.

Há cerca de um mês o Nuno enviou-me os dados em baixo, colhidos das amostras de 1 de abril dos dois apiários experimentais. Estes dados são muito elucidativos e permitem-me confirmar a elevada eficácia e consistência deste protocolo inovador que utilizei em todas as colónias destes dois apiários para fazer o controlo da varroose.

Dados da infestação em abelhas adultas recolhidas nestes dois apiários em 1 de abril.

Para levar para casa:

Dada a solicitação de informação de um número apreciável de apicultores sobre este e outros aspectos de uma estratégia bem fundamentada, testada e com os resultados acima descritos em apiários do território português, vou abrir uma nova data para iniciar este percurso formativo “Controlo efectivo da Varroose ao longo do ano”, no próximo dia 16 de maio, com a sessão on-line, via Zoom, a ser iniciada às 21h30.

Os interessados em inscrever-se neste percurso formativo podem enviar e-mail para: jejgomes@gmail.com

Por uma apicultura sustentada e com dados recolhidos no terreno e alicerçada em resultados de elevada eficácia e consistentes.

Nota de agenda: No próximo dia 11 irei apresentar e exemplificar a aplicação em apiário destes conhecimentos a convite da Pampimel, na pessoa do seu Presidente o Luís Estevão.

aplicação da criação de rainhas por métodos orgânicos: a minha experiência prática

Deixo em baixo o testemunho do Rui Tomé, jovem apicultor da zona de Viseu, que conheci através dos cursos Zoom que tenho ministrado. O texto é particularmente feliz pela conexão que faz entre os seus valores enquanto cidadão deste mundo, a opção de criar rainhas por métodos orgânicos, uma forma de sustentar e promover a diversidade conjugada com a preocupação e respeito pelas abelhas, seus ritmos naturais e sua conciliação com a manutenção do potencial produtivo. Um testemunho claro de que as abelhas possibilitam encontrar diversos tipos de satisfação e realização pessoal, por caminhos vários, com objectivos de natureza diversa.

Após a frequência das sessões Zoom de formação em apicultura orientada pelo formador Eduardo Gomes, fiquei motivado para experimentar, na prática, uma técnica de criação de rainhas que me marcou bastante. Ao contrário dos métodos mais convencionais, baseados em translarve ou uso de cúpulas artificiais, esta abordagem foi toda construída sobre princípios orgânicos e naturais. A ideia era simples, mas poderosa: deixar que as próprias abelhas, dentro da colónia, decidissem quando e como criar uma nova rainha, com o mínimo de intervenção da minha parte.

Este método exigiu muito da minha capacidade de observação. Tive de estar atento aos sinais da colónia, entender os seus ritmos e criar as condições ideais para que o instinto de substituição ou enxameação fosse ativado. Organizei os quadros de forma estratégica e acompanhei de perto o surgimento das realeiras, tentando sempre respeitar o tempo das abelhas e evitar qualquer tipo de perturbação desnecessária. A verdade é que, ao longo do processo, fui percebendo como esta forma de trabalhar é mais harmoniosa e menos intrusiva — e isso fez-me ganhar ainda mais respeito pelo comportamento natural das abelhas.

Uma das coisas que mais me surpreendeu foi ver que, mesmo enquanto a colónia estava a formar uma nova rainha, o trabalho não parou. As campeiras continuaram a sair e a recolher néctar, e a colmeia manteve-se funcional. Ou seja, a produção de mel não foi prejudicada, como por vezes se pode temer quando se mexe na estrutura da colónia. Pelo contrário, percebi que é possível renovar a genética do enxame sem travar a sua dinâmica produtiva — basta agir com consciência e saber ler os momentos certos.

Para mim, esta experiência foi mais do que uma aprendizagem técnica. Fez-me refletir sobre o papel do apicultor: mais do que um gestor ou produtor, alguém que deve saber escutar o ritmo da natureza e intervir apenas quando necessário. Aprendi que criar rainhas por via orgânica não é apenas eficaz, mas também mais sustentável e coerente com uma visão de apicultura que privilegia o equilíbrio e o respeito pelo ecossistema.

Também me ajudou a desenvolver competências essenciais: paciência, atenção ao detalhe e capacidade de decisão baseada na observação, e não apenas na rotina. Ao confiar mais nas abelhas e menos nos atalhos técnicos, percebi que elas sabem muito bem o que estão a fazer — só precisamos de lhes dar espaço e condições para isso.

Outro ponto que levo comigo é a importância da diversidade genética. Ao deixar que as rainhas sejam criadas dentro das próprias colónias, estamos a preservar linhagens bem adaptadas ao ambiente local, o que pode fazer toda a diferença num tempo em que as abelhas enfrentam tantos desafios, desde doenças até mudanças no clima.

Em resumo, esta prática de criação orgânica de rainhas mostrou-me que é possível — e desejável — alinhar técnica, produtividade e respeito pela natureza. Sinto que esta abordagem me aproxima daquilo que quero ser como apicultor: alguém atento, responsável e comprometido com a sustentabilidade das abelhas e do seu habitat.

No final das contas fiz 14 enxames apenas com este método e neste momento estou com uma taxa de fecundação de 100% e com posturas de ponta a ponta nos quadros.

Um apiário em território de granito: o apiário do Rui
Um dos núcleos com rainha criada organicamente.
Outro núcleo com rainha criada organicamente.
Um dos enxames na actualidade.
Outro dos enxames na actualidade.
Um dos quadros de uma destas colónias.

Por uma apicultura inclusiva, para todos os apicultores, com foco na diversidade de objectivos e finalidades.

Parabéns pelo trabalho e bom ano apícola Rui!

por Moledo: escolher e multiplicar a partir das colónias que nos agradam

Ontem, fiz cerca de 400 kms (ida e regresso) para fazer uma visita técnica a dois apiários localizados num território lindíssimo, em Moledo. Foram cerca de 4 h de viagem mais 7 horas de trabalho nos apiários, mas quem corre por gosto de ajudar, partilhar técnicas e conhecimentos no terreno, ao lado dos apicultores, aprender todos os dias com os matizes e diferenças, decorrentes da diversidade dos territórios que percorre e do ajustamento local, quer das abelhas quer dos companheiros apicultores, não arrasta os pés ao iniciar estas longas jornadas.

O território

Fui recebido e acompanhado pelo Sr. José Maria, que cuida com uma motivação extrema das colmeias de seu filho e nora, o Bruno e a Elisabete, que trabalham e vivem na Suiça e que conheci através das sessões Zoom que ministro.

O primeiro apiário, mais próximo da malha urbana

O primeiro apiário é um misto de colónias estabelecidas, enxames passados recentemente de núcleos para colmeias e núcleos resultado dos desdobramentos efectuados pelo Sr. José Maria até à data.

Neste apiário abrimos várias colónias, mas centremo-nos na torre com 7 meias-alças, na qual já tinham sido retirados quadros e abelhas, nos meses anteriores à minha visita, para prevenir a enxameação (e prevenir a enxameação é uma coisa muito diferente de controlar a enxameação, como esclareci os companheiros que frequentarem a sessão zoom correspondente).

Esta colónia tem várias características que me agradaram muito:

  • é um enxame que foi adquirido a um apicultor local, e este aspecto é muito valorizado por mim. Cada vez mais observo que os enxames e rainhas que os meus clientes adquirem de proveniência local são, por regra, muito interessantes ;
  • tendo uma taxa de infestação elevada (um pouco acima de 9%) a colónia não apresentava sintomas visíveis das viroses habituais — sinal de tolerância aos patógenos?;
  • abelhas muito calmas e colónia produtiva acima da média (fiquei a saber quem é criador/fornecedor local que passarei a recomendar a apicultores meus clientes naquela zona do país).
Expliquei e exemplifiquei os procedimentos para fazer a testagem da infestação em abelhas adultas. Lavagem de abelhas da colmeia torre, depois de localizada a rainha e marcada.

Dada a elevada infestação, esta foi uma das várias colónias onde apliquei o protocolo de tratamento inovador, para que o meu cliente o apreendesse na totalidade, com a exemplificação que fiz no terreno.

Abrimos mais algumas colónias, avaliámos a sua taxa de infestação, marcámos mais algumas rainhas, ajustámos alguns quadros nos ninhos, colocámos uma ou duas grelhas excludentes, ajustámos alguns quadros nas meias-alças.

Depois do almoço foi tempo de visitar o segundo apiário, localizado num território de montanha (com o mar logo ali em baixo!) por onde andámos cerca de 4h30 “non stop”.

O apiário no território… magnífico!

Abrimos diversas colónias, localizámos e marcámos várias rainhas, avaliámos taxas de infestação de varroa e observámos que 3 delas estavam em momentos diferentes do processo de enxameação: uma colónia já enxameada com uma rainha virgem a passear num quadro; duas colónias com mestreiros de enxameação a poucas horas de enxamearem — o comportamento das abelhas e a delgadez das rainhas assim o anunciava. Estas duas colónias foram trabalhadas de acordo com os procedimentos que recomendo utilizar nestas circunstâncias nas sessões Zoom que ministrei acerca da Prevenção, Controlo da enxameação e Desdobramentos. No final da intervenção os meus clientes tinham 7 núcleos mais, cujas abelhas e rainhas, hoje ou amanhã, estariam penduradas em algum tojo ali em frente e depois partiriam sabe-se lá para onde.

Um dos desdobramentos, com menos abelhas por razões óbvias para quem conhece o meu sistema de intervenção nestes casos.
5 núcleos que seguiram para o outro apiário, localizado a cerca de 5 km de distância.
Uma das colónias onde aproveitámos os mestreiros de enxameação, com cerca de 30 kgs de mel nas meias-alças.
Um dos mestreiros

Com o acordo do cliente, porque esta colónia mãe lhe agrada, decidimos fazer colónias filhas. Em rigor não fizemos selecção nenhuma, fizemos uma escolha: multiplicar uma colónia que agrada pelas suas características observáveis: colónia produtiva, abelhas com bom comportamento nos quadros e sem sinais visíveis de doenças na criação.

É sobre este lema, multiplicar a partir da escolha das colónias que mais nos agradam, que se fundará a próxima sessão Zoom a 2 de maio, Criação de rainhas por métodos orgânicos. A escolha das melhores/as que nos agradam não é selecção genética, esse é outro campeonato. Alguns enchem a boca com esse “meme” (selecção genética) mas não lhes é conhecido nenhum programa devidamente planeado e controlado. Estamos com Anselmo Martz, quando nas saudosas conferências organizadas pelo João Tomé, referiu que as melhores abelhas provavelmente já estão no nosso apiário.

Este é o curso para quem não quer ou não consegue fazer translarve, e que quer escolher a partir do melhor que tem no seu apiário para aumentar o seu efectivo, de forma relativamente controlada, sem ter de andar a espalhar caixas isco pelos terrenos circundantes ou andar pendurado em árvores a apanhar garfas. Não é um curso contra ninguém, é um curso a favor das abelhas e dos seus diversos produtos, em particular da sua enorme capacidade para produzir rainhas de qualidade em circunstâncias naturais.

Se desejar frequentar esta sessão, já no próximo dia 2 de maio, envie por favor e-mail para jejgomes@gmail.com

swarm cells make the absolute best queens (os alvéolos reais de enxameação produzem as melhores rainhas de todas)

Neste pequeno vídeo de 2 minutos, Bob Binnie um dos apicultores mais respeitados dos Estados Unidos diz de forma lapidar “swarm cells make the absolute best queens” (os alvéolos reais de enxameação produzem as melhores rainhas de todas).

Por cá, quando refiro o mesmo vejo cada vez mais apicultores a interiorizarem esta mesma verdade. Também é verdade que um reduzido número continua a expressar o seu ódio, inveja, mentiras e ofendidismo sempre que abordo o assunto… mas significa que alguma coisa estarei a fazer e a dizer bem. Para uma apicultura integral, sem tabus, diversa e sem dogmas ignorantes!

Os fundamentos (provenientes de artigos com qualidade científica!) sobre a melhor qualidade destas rainhas, a linha de tempo das acções necessário cumprir para as aproveitar serão apresentados na sessão Zoom do próximo dia 2 de maio, com início às 21h30. Com o bónus de ficarem a conhecer os meus os procedimentos e etapas de intervenção para produzir rainhas de emergência com boa qualidade. Se desejar inscrever-se envie e-mail para: jejgomes@gmail.com

Uma nota a terminar: o Bob Binnie é produtor de rainhas por translarve. Isto diz muito acerca dele, da sua grandiosidade enquanto apicultor e Homem. Reconhecer honesta e humildemente que as abelhas continuam a ser capazes de fazer tão bem, e melhor até, ainda não é para uns poucos, é verdade!

no terreno, ao lado dos apicultores, com resultados para apresentar

Nos últimos 3 meses as minhas visitas em serviço técnico de apoio aos apicultores levaram-me a percorrer diversos locais do país. Tenho regressado a apiários a que já não ía há vários meses, resultado da dificuldade de conjugar 3 condicionantes para acertar um dia para a visita, as condições metereológicas, a agenda do meu cliente e a minha agenda. Tenho continuado a dar assistência com periodicidade semanal/quinzenal a clientes com apiários nas proximidades de Coimbra. Tenho ido a apiários pela primeira vez, resultantes do contacto que estabeleci com esses apicultores através das muitas e preenchidas sessões Zoom que tenho levado a cabo nos últimos 3 meses.

Uma coisa tem sido comum nestas visitas: a hospitalidade, simpatia com que tenho sido recebido, junto com a vontade de evoluir e fazer melhor que anima quem solicita os meus serviços.

Deixo em baixo um conjunto de fotos que fui tirando nestas duas últimas semanas de locais, apiários e colónias de abelhas.

Aos meus clientes e aos leitores deste blogue desejo uma Páscoa Feliz!

Torre de Moncorvo, uma vila com uma zona histórica muito cuidada, na companhia de Luís Ferreira, que me recebeu de forma extremamente hospitaleira, e um apicultor com uma energia admirável.
Num dos apiários da Quinta da Machada, que visito muito regularmente, e que multiplicou por 5 o seu efectivo e alcançou a mortalidade zero por varroa nos últimos 8 meses. A foto é de 10 núcleos onde foram introduzidos, por minha orientação, mestreiros criados por translarve.
Um apicultor que me pede anonimato, que com 3 visitas consecutivas mais que duplicou o seu efectivo.
Um apicultor que me pede anonimato, que com 3 visitas consecutivas triplicou o seu efectivo e baixou significativamente as taxas de infestação por varroa nas suas 5 colónias iniciais.
O Paulo, apicultor que conheci através das sessões de Zoom que ministrei, e que está a fazer um muito bom trabalho com as suas colónias e a aperfeiçoar competências no controlo da varroose.

Um apicultor nas proximidades de Marco de Canavezes que me pede anonimato, com bons conhecimentos apícolas, e que solicita com alguma regularidade as minhas visitas para trocarmos impressões. Aprendemos os dois, óptimo!
Um apicultor nas proximidades de Pombal, que me pediu para fazer uma avaliação das condições sanitárias nas suas colónias. Surgiram alguns casos complicados. Não fosse a chuva das últimas semanas e a coordenação das nossas agendas, já teríamos iniciado o processo de resolução destes casos.
Com o Nuno Capela, no apoio aos seus apiários experimentais, e atingimos o crescimento do efectivo destes apiários em cerca de 300%, muito graças a muito trabalho de monitorização e à aplicação de um protocolo inovador de tratamento da varroa que trazia na minha “mala de ferramentas”. As amostras visíveis na foto foram recolhidas de forma sistemática, avaliadas por terceiras pessoas, já tenho na minha posse os dados que divulgarei em breve e que confirmam os que fui recolhendo até agora. Não, não é um tratamento milagroso, nunca o afirmei (esta e outras mentiras sobre o que de facto faço, digo e escrevo serão clarificadas noutro momento), é um tratamento que tem revelado uma consistência nos resultados que nunca tinha observado. Em breve haverá novidades sobre esta ferramenta seja por Zoom seja presencial, onde me convidarem a ir.

Aos novos clientes onde não consegui ir por dificuldades de agendamento e/ou por condições metereológicas adversas, falaremos depois da Páscoa. Por uma apicultura de proximidade e com retorno visível!

criação de rainhas por métodos orgânicos

Quais as melhores rainhas e os melhores métodos para produzir rainhas de grande qualidade? esta é uma questão candente que anima acalorados debates, com argumentos e experiências esgrimidas por uns e por outros, debates estes com posições irredutíveis frequentes, que convém dizer são muitas das vezes “contaminados” por interesses comerciais óbvios e/ou, pura e simplesmente, pela mais despudorada ignorância acerca de aspectos básicos do comportamento dos enxames e da biologia dos indivíduos que os formam.

Felizmente há ciência e estudos controlados que nos ajudam a fazer luz onde a escuridão teima em reinar.

E é para estes estudos, assim como para as minhas observações e reflexões com uma década e meia enquanto apicultor a tempo inteiro e enquanto formador e consultor apícola também a tempo inteiro, com as botas no terreno e espírito livre, sem fazer qualquer concessão a este ou aquele interesse comercial ou amiguismos que enviezam e torcem a realidade factual, que abrirei novamente o livro numa sessão Zoom sobre a “Criação de rainhas por métodos orgânicos”.

O objectivo é que produzam rainhas de grande qualidade, de forma simples e orgânica. Abro esta oportunidade no próximo dia 2 de maio, com uma sessão via Zoom, a iniciar às 21h30, que lhe permite aprender e informar-se no conforto de sua casa, de forma económica e com retorno absolutamente garantido.

Os interessados deverão enviar e-mail para jejgomes@gmail.com

Venha conhecer as conclusões surpreendentes deste estudo comparativo, acerca da qualidade das rainhas produzidas pelo método convencional de translarve, pelo método abreviado de translarve e pela orfanação súbita com criação de rainhas de emergência. Forme as suas opiniões e atitudes e dirija as suas opções de maneio sustentado em conclusões e orientações fundamentadas. Para uma apicultura informada e fundamentada!

uma manhã em território aveirense

Hoje de manhã estive no apiário de um apicultor da zona de Aveiro, formando do meu curso Zoom “Controlo efectivo da Varroose” que quis, e bem, validar as suas aprendizagens no terreno e comigo ao seu lado.

Entre outras tarefas:

  • fizemos a testagem da taxa de infestação por lavagem de abelhas adultas;
  • marcámos rainhas;
  • organizámos os ninhos de várias colmeias;
  • criámos um núcleo;
  • aplicámos um dos protocolos inovadores da minha “caixa sanitária” numa das colmeias, que apresentava abelhas com asas deformadas e 8% de infestação.

O enquadramento do apiário

A marcação

Os dados

A cera… que as abelhas parece não gostarem

um apiário salvo: os dados sujos que estragam os pressupostos dos peritos escolásticos

Nesta publicação referi-me a um apiário salvo pelo conhecimento e pelo trabalho duro suportado nesse conhecimento.

Neste mesmo apiário e no passado dia 1 de abril, foi mais um dia de trabalho exaustivo, com as botas no terreno, a recolher dados, a equalizar colónias para uma linha de investigação que vai ser iniciada nos próximos dias e a fazer novos enxames.

Avaliámos as taxas de infestação, medidas em abelhas adultas por lavagem de 300 abelhas em álcool etílico a 96%, de todas as 18 colónias ali estacionadas. Tenho fotos dos resultados recolhidos em todas as colónias, e apresento algumas nesta publicação. A taxa máxima de infestação encontrada foi de 1,3% (4 varroas) e a mínima foi zero. A maioria das colónias tinha a infestação entre 0% e 0.3% (1 varroa), quando há cerca de 45 dias a maioria tinha algumas abelhas com asas deformadas e taxas acima de 10%.

Uma parte das ferramentas utilizadas.
A 14 de fevereiro esta colónia foi submetida ao protocolo inovador de tratamento. No dia 1 a infestação medida estava nos 0%.
A 25 de fevereiro esta colónia foi submetida ao protocolo inovador de tratamento. No dia 1 a infestação medida estava nos 0,6%.
Foram recolhidos amostras de abelhas e de favo com criação de zângão nas colónias para posterior análise em laboratório.
Numa colónia de outro apiário, o mesmo resultado. O protocolo inovador foi aplicado no dia 5 de fevereiro. No dia 24 de março, a monitorização em criação de zângão deu uma bola. Passados quase dois meses o início do protocolo, com duas aplicações (a 5 e 14 de fevereiro) a taxa de infestação é de 0,3%.

Colmeias que a 14 de fevereiro estavam a caminho da perdição, um mês e meio depois estão como as fotos em baixo ilustram, tendo já dado abelhas e criação para fazer 28 núcleos como as fotos em baixo também ilustram.

Abelhas e muitas abelhas para “nascer”.
Colmeia doadora de abelhas e criação para os núcleos feitos no dia 1 de abril.
Colmeia doadora de abelhas e criação para os núcleos feitos no dia 1 de abril.
Muito espaço que as rainhas não desprezaram.
Mais abelhas…
Um dos núcleos… e mais abelhas.
Sim… mais do mesmo.

Com as botas no terreno, a fazer aquilo que os “especialistas” que não sabem o que estou a fazer dizem que é impossível fazer o que estou a fazer. É divertida a natureza humana… “mas a terra move-se” como disse Galileu, apesar dos teóricos escolásticos da altura dizerem que era impossível a terra rodar em torno do sol!

Nota: Para mais esclarecimentos sobre os meus serviços técnicos podem entrar em contacto para o e-mail: jejgomes@gmail.com