por Oliveira do Hospital: visita técnica a apiário

Ontem, por volta das 8.30, estava a entrar no apiário que se vê na foto em baixo, situado nas proximidades de Oliveira do Hospital, onde estavam instalados 28 enxames em colmeias e alguns núcleos do modelo reversível.

Este apiário tem como função principal prestar serviços de polinização às plantações de framboesas e mirtilos do Rúben, jovem e empreendedor agricultor, que contratou os meus serviços técnicos.

O apiário.

Das 7 colónias estabelecidas que sobreviveram à varroa o ano passado e superaram o desafio do inverno, 6 tinham enxameado nas semanas anteriores e apenas uma resistia ao impulso…

Colónia com ninho e sobreninho e que até ontem não tinha enxameado.

… e foi por essa que comecei. E como não há 6 sem 7, também esta apresentava sinais inequívocos de estar a preparar-se para enxamear nos próximos dias.

Com o acordo do Ruben procedi ao controlo efectivo da enxameação nesta colónia. Encontrada rapidamente a rainha mãe empreendi os procedimentos habituais.

Núcleo com rainha mãe.

À questão muito pertinente que o Rúben me colocou sobre como agir para controlar a enxameação sem dividir e aumentar o efectivo e manter intacto o potencial produtivo de mel, descrevi uma outra técnica a aplicar quando os objectivos são esses.

Aproveitámos a oportunidade para fazer nesta colónia o teste de medição da infestação por varroa. O Rúben tinha iniciado o único tratamento deste ano em janeiro, um tratamento de longa duração, e ontem, nesta colónia, caíram 12 varroas na amostra de abelhas recolhidas. Mesmo com esta taxa de infestação (4%), nesta época do ano o enxame parecia estar super limpo ao olhometro.

Varroas caídas no fundo do copo de testes.

As 12 varroas caídas no teste indicam que a colónia está a ser parasitada por cerca de 5 mil varroas e que, nada fazendo, irá colapsar à entrada de junho, momento que provavelmente coincidirá com o início da pressão das velutinas à frente dos alvados. Naturalmente o Rúben irá proceder com urgência ao segundo tratamento do ano e conseguirá manter debaixo de um controlo apertado a varroose no seu apiário.

Procedi à inspecção de todas as restantes colónias, a maior parte enxames adquiridos recentemente. Aproveitei a oportunidade para:

  • fazer a organização dos quadros nestes enxames e orientar o Ruben nos próximos passos a executar;
  • ajudar a distinguir rainhas novas de rainhas mais velhas;
  • identificar padrões de postura e sinais de rainhas decadentes (eliminámos uma);
  • aproveitar e suprir alguns enxames com mestreiros produzidos de forma natural;
  • orientar para utilizar no próximo ano um quadro de criação intensiva de zângãos;
  • equalizar as reservas com transferência de alguns quadros entre enxames;
  • instruir para a correcta preparação e colocação dos acaricidas nas colmeias;
  • dar algumas orientações na luta contra a velutina;
  • referir alguns procedimentos de prevenção da enxameação;

No final o Ruben pediu-me para o inscrever na 3ª edição do workshop avançado “Controlo da Varroose”, a realizar em Coimbra no próximo dia 25 de maio.

E brindámos estas 4 horas de trabalho e interacção com a excelente cerveja artesanal feita a partir das framboesas produzidas nesta bem tratada e produtiva exploração de frutos vermelhos que o Rúben está a conduzir.

Eduardo Gomes: serviços de formação presencial e on-line, consultoria presencial e on-line e apoio técnico em apiário (contactos: 935 251 670; jejgomes@gmail.com)

a tarde da primeira edição do workshop avançado Controlo da Varroose: 20 de abril

De manhã foi o tempo de apresentar os fundamentos e a proposta de intervenção. Esta componente técnico-teórica alicerça, consolida e justifica o “fazer” que aconteceu à tarde. A apicultura, como todas as outras artes e ofícios, não escapa a este processo. Não é possível a boa arte sem bons fundamentos técnico-teóricos!

E foi das práticas críticas e incontornáveis, integradas num processo mais vasto de controlo efectivo da população de varroas, dos detalhes de sua aplicação, das potencialidades e limitações de cada uma delas, da interpretação correcta dos resultados recolhidos, da tomada de decisão à luz desses dados, das propostas para ultrapassar dilemas, da distinção entre o que é relevante e o que não o é, do fazer com rigor e precisão, das conversas partilhadas sobre experiências diversas, que se preencheram as cerca de 3 horas de campo nesta tarde de 20 de abril.

A minha gratidão à atenção, questionamentos, empenhamento e simpatia de tod@s presentes, os participantes fundadores nesta nova etapa da minha vida profissional. Tendo sido formador e consultor a tempo inteiro em áreas não apícolas durante 15 anos, a que se seguiram 13 anos a tempo inteiro como apicultor, é muito interessante estar neste momento a fazer a síntese desses dois momentos da minha vida profissional, agora enquanto formador e consultor na área apícola.

Os próximos workshops serão em Macedo de Cavaleiros, a 28 de abril, em Coimbra a 11 de maio, este já esgotado, e 25 de maio com algumas vagas disponíveis.

Ao Marcelo Murta, Nuno Capela e Francisco Rogão, a minha gratidão pelo apoio precioso e decisivo na concretização deste e dos próximos workshops.

Em baixo fotos dos companheir@s desta tarde de 20 de abril… que lembrarei com um carinho especial.

Eduardo Gomes: serviços de formação presencial e on-line, consultoria presencial e on-line e apoio técnico em apiário (contactos: 935 251 670; jejgomes@gmail.com)

últimos preparativos

Seriam 10h00 estava a entrar no apiário pedagógico de Coimbra e por ali andei até cerca das 11h45 a fazer os últimos preparativos para a primeira edição do workshop avançado “Controlo da Varroose”, que se realizará neste próximo sábado.

Ficam algumas fotos.

A edição de Macedo de Cavaleiros, a 28 de abril, está a ter boa adesão. A segunda edição em Coimbra, a 11 de maio, está esgotada. A terceira edição para Coimbra, dia 25 de maio, tem algumas vagas ainda disponíveis.

Estamos a trabalhar com ânimo e convictos que estes workshops serão fonte de aprendizagens de ruptura com os actuais paradigmas e práticas de controlo da varroose que têm condenado dezenas de milhar de colónias ao sofrimento e morte completamente evitável.

Eduardo Gomes, formador e consultor apícola (jejgomes@gmail.com)

os requisitos fundamentais do blogue e sobre a minha qualificação

Este blogue caracterizou-se até à data por dois requisitos fundamentais:

(i) apresentar informação actualizada, frequentemente inovadora, sustentada nas melhores leituras que consigo fazer e nas melhores práticas que consigo executar enquanto apicultor. Vejo, inclusivé, que algumas dessas práticas se disseminaram pela comunidade apícola nacional, como o maneio orientado pela regra “não mais de seis”, o maneio com recurso a “colmeias armazém”, os desdobramentos pela técnica Doolittle, a conservação e preservação em armazém de quadros durante a época baixa, para mencionar as que me parecem mais populares;

(ii) apresentar esta informação de forma completamente gratuita, sem repercutir de forma alguma e em bolso nenhum, para além do meu, os custos associados aos milhares de horas de pesquisa despendidas e os custos mensais que tenho pela manutenção deste blogue no espaço virtual. Este blogue não é patrocinado, mantendo assim a sua mais completa independência, tendo mais de 10 mil visualizações por mês. É um blogue que teima em escrever em bom português, o nosso melhor património, a pensar nos falantes desta língua e nas fortes lacunas de informação apícola de qualidade e actualizada na nossa língua.

É para manter esta necessidade de estar actualizado continuamente que me inscrevi no webinar “Unveiling the Resilience of Pests and diseases in Honey Bee Hives: A Retrospective Analysis of Honey Bee Colonies between 2015-2022“, que vai acontecer dentro de algumas horas.

Vou continuar esta caminhada de qualificação avançada, que me permitirá responder e apoiar mais e melhor os companheiros que entendam necessitar do meu apoio.

Eduardo Gomes, autor e incansável perscrutador do que diz o zumbido das abelhas.

acompanhamento e serviço técnico em apiário: 2ª sessão

Cerca de duas semanas depois da primeira intervenção no apiário de um companheiro, situado nas proximidades de Coimbra, combinámos para hoje uma nova sessão de trabalho (ver aqui o resumo da intervenção anterior).

No final das 7 horas de trabalho, o apicultor contava com mais 16 novas colónias, resultantes dos desdobramentos efectuados, uns motivados por razões de controlo da enxameação e outros por necessidade de substituir rainhas semi-esgotadas, com um padrão de postura medíocre.

Para além dos desdobramentos procedi também a:

  • avaliação da taxa de infestação em abelhas adultas;
  • inspecção de todos os 32 ninhos das colónias estabelecidas ali instaladas;
  • organização dos ninhos;
  • transporte e instalação de 8 desdobramentos para/num segundo apiário.

De referir que num ano de intensa enxameação, a este companheiro só um enxame lhe fugiu para as árvores. As técnicas de prevenção e também as técnicas de controlo da enxameação que tenho levado a cabo têm sido oportunas e suficientes neste caso, com estas duas visitas intervaladas em cerca de 15 dias.

Em baixo um pequeno foto-filme de alguns momentos do trabalho hoje efectuado.

Colmeia que se preparava para enxamear nos próximos dias. Foi submetida ao controlo de enxameação e não enxameará.
Um dos quadros com uma rainha de colónia em situação de breve enxameação, colocado em caixa nova. Esta continuará a trabalhar em caixa do meu amigo. Confidenciou-me que não gosta de andar a apanhar enxames nos galhos das árvores. Partilhamos esse gosto de não gostar do mesmo!
Medição da taxa de infestação. Bastante baixa hoje, depois de ter estado bastante alta, em resultado de várias medidas correctivas que sugeri ao longo dos últimos 3 meses que acompanho mais regularmente as colónias.
Mias uma carga com 8 desdobramentos, que a juntar aos 24 efectuados nestas duas visitas técnicas permitiu ao companheiro duplicar o seu efectivo.

Para conversar e agendar acompanhamento técnico em apiário podem contactar-me para jejgomes@gmail.com

na prática e no terreno: o controlo da varroose ao longo de mais de 8 meses

Hoje, numa manhã magnífica, fui ao apiário 1 do Marcelo fazer medição da taxa de varroa através dos procedimentos usuais. O primeiro objectivo era medir a taxa de infestação em 50% das colónias estabelecidas presentes nesse apiário; o segundo objectivo passou por recolher dados actuais para apresentar na 1ª edição do workshop Controlo da Varroose, a realizar no próximo dia 20 de abril em Coimbra. Dados do terreno, obtidos de acordo com as melhores práticas hoje disponíveis, que darão robustez à proposta de intervenção que iremos partilhar em Coimbra e Macedo de Cavaleiros.

Prática assente em bons conhecimentos… conduz a boas práticas. E boas práticas associadas a bons conhecimentos permitem a qualquer apicultor manter a Varroose muito controlada, e percebendo os fundamentos que conduzem ao sucesso da sua intervenção será capaz de ajustá-la e melhorá-la de forma contínua.

Voltando ao apiário 1 do meu amigo Marcelo. As boas práticas que temos vindo a utilizar nos últimos 8 meses e meio expressam-se em resultados confiáveis, são medidos frquentemente, e resultados dignos de apresentar. Dignos de apresentar porque mostram no terreno e na prática fundamentada que levamos a cabo que, em colmeias reais e iguais às de todos, é possível quebrar com poucos e bons recursos o crescimento exponencial da população de varroas.

Vejamos os resultados no apiário: desde o início de setembro até à data, com dois tratamentos “soft” efectuados no período, a taxa de infestação média no apiário não ultrapassou 0,3% (os resultados por colónia situaram-se entre 0% e 0,6%.)

Abordagem mais efectiva e prática que esta que estamos a levar a cabo não conheço. É este conhecimento fundamentado e esta prática aplicada e estes resultados que iremos partilhar.

Em baixo algumas fotos do trabalho de hoje.

Duas das colónias testadas.
Abelhas com meia-alça meia de mel/néctar.
Debaixo da excluidora reina a rainha.
Equipamento para medir. Só controlamos o que medimos.
À procura do ácaro.
Confirma-se: 1 ácaro, isto é, 0,3% de infestação. Este tem sido o limiar médio máximo desde há 8,5 meses neste apiário.

acompanhamento técnico em apiário de Proença-a-Nova

Num campo rodeado de estevas, ontem entre as 9h00 e as 13h00, fiz o acompanhamento técnico em apiário localizado na zona de Proença-a-Nova, do apicultor Luís Martins, acompanhado pelo seu colaborador Joaquim Fonseca.

À entrada do apiário vi uma armadilha para velutinas e aproveitei a oportunidade para dar algumas orientações no sentido de melhorar a sua efectividade.

O apiário era constituído por 10 enxames, 7 dos quais adquiridos recentemente pelo Luís em 5 quadros e colocados em caixa-colmeia. Um destes tinha um mestreiro de substituição e não tinha postura de ovos. Nos outros 6 localizamos a rainha de cada um deles.

A condição destes enxames permitiu-me abordar vários aspectos como:

  • dicas para encontrar rainhas não marcadas;
  • indicadores que permitem estimar a idade das rainhas que vieram com os enxames comprados;
  • qualidade do padrão de postura;
  • reservas presentes;
  • estado nutricional das larvas;
  • população de abelhas presentes;
  • organização dos quadros de cera laminada, dos quadros com criação e quadros com reservas nestes enxames;
  • despistagem de doenças da criação.

Nos outros 3 enxames, o Luís pediu-me para verificar se dois deles estavam orfãos, dado que nas inspecções que tinha feito até à altura não tinha visto nem rainha nem ovos. Confirmei que tinham ovos e larvas recentes e localizei e mostrei as duas rainhas presentes nestes enxames. Avaliei as reservas disponíveis e re-organizei o ninho, explicando e mostrando os critérios que devemos seguir neste maneio.

A última colónia inspeccionada era a única do apiário já estabelecida e madura, sobrevivente do ano passado, com postura no ninho e na meia-alça. A rainha estava marcada a vermelho, andava na meia-alça e constatei que tinha uma asa cortada. Estava bastante povoada e não apresentava sinais de pretender enxamear. Mesmo com rainhas com asa cortada as colónias não perdem o instinto de enxameação. Expliquei por que razão aquela colónia não apresentava sinais de enxameação, para que no futuro possam guiar-se e operar com eficácia na prevenção da enxameação e neste maneio preventivo.

O Luís Martins, a colmeia estabelecida com meia-alça depois de ter sido intervencionada.

O Luís pediu-me para dividir esta colónia e fazer mais dois enxames para chegar a 12 enxames, e assim cumprir os objectivos que delineou para este ano. Expliquei, demonstrei e fiz esses dois enxames.

Núcleo com a rainha-mãe.
Colmeia mãe depois de termos retirado a rainha-mãe e durante o processo de intervenção.

Tive a oportunidade de ensinar e exemplificar os procedimentos para avaliar a taxa de infestação por meio da lavagem de abelhas adultas. Na colónia estabelecida a lavagem de uma amostra de cerca de 300 abelhas adultas com álcool deu uma taxa pouco superior a 0,3% (uma varroa caída).

Num dos enxames comprados e que apresentava um padrão de criação bastante salpicado fizemos também um teste de infestação. A taxa estava nos 0,6%, o que permite concluir que padrão de postura desta colónia não se deve a parasitação por varroa. Apontei outras duas hipóteses, que o resto da temporada ajudará a esclarecer qual delas a mais acertada.

No final da manhã o Luís tinha mais dois enxames no apiário que, com um pouco de sorte e ajuda da metereologia, daqui a cerca de 30-35 dias terão rainhas novas em postura.

Nota: os apicultores que desejem que os acompanhe no apiário podem enviar-me mensagem privada através da caixa de comentários deste blogue ou para o e-mail jejgomes@gmail.com ou ainda através do Messenger da rede social Facebook, para vos contactar e falarmos.

monitorização da varroa por queda natural: os testes e conclusões de Randy Oliver

A monitorização da queda natural de varroa é uma técnica a que muitos apicultores recorrem para estimarem o grau de infestação nas suas colónias.

Como em todas as técnicas de monitorização, também nesta se levantam questões acerca da sua fiabilidade ou sensibilidade. No excerto que traduzo, Randy Oliver levou a cabo alguns testes empíricos em algumas das suas colónias com o objectivo de testar a fiabilidade desta técnica e confirmou os resultados obtidos por outros investigadores. Assim, apesar da técnica não ser muito confiável, ela é uma ferramenta que ajuda o apicultor a fazer uma radiografia mais próxima da realidade do que a que obtém na monitorização por simples inspecção visual.

Estrado dedicado à monitorização da queda natural de varroas.

“A maioria dos apicultores bem-sucedidos (avaliados pelas altas taxas de sobrevivência das colónias) monitorizam os níveis de ácaros nas suas colmeias.
[…]
A avaliação da queda natural de varroa é um método popular porque não requer a abertura da colmeia ou o maneio das abelhas. Os resultados das comparações de campo da queda natural de ácaros com a população total de ácaros são mistos, com alguns pesquisadores a encontrar uma boa correlação, e outros nem tanto. Meus próprios dados sugerem que a queda natural de ácaros pode subestimar ou superestimar a taxa real de infestação das abelhas na colmeia e variar muito de dia para dia na mesma colmeia.”

“A queda natural de ácaros avaliada no final de julho e início de agosto, em comparação com lavagens com álcool feitas nos mesmos horários. Observe como as contagens da queda natural podem subestimar muito uma infestação grave de ácaros [ver na zona do gráfico circundada a vermelho colónias com taxas de infestação, medidas com lavagem de abelhas adultas, entre 5% e 10% apresentam um número de varroas caídas naturalmente muito baixo].

“Richard Fell também avaliou a queda natural de ácaros ao longo do tempo e concluiu que: Os resultados deste estudo… indicam que os dados de amostragem de ácaros podem ser altamente variáveis. Os números de ácaros em amostras nos tabuleiros podem variar até 250% em apenas duas semanas.

A queda natural dos ácaros é fortemente afetada pela alta taxa de mortalidade dos ácaros imediatamente após emergirem dos alvéolos. As contagens da queda natural também devem ser avaliadas considerando força de cada colónia, uma vez que 25 ácaros caindo de uma colónia de 4 quadros é mais grave do que 25 caindo de uma colónia de 20 quadros. O método requer também olhos afiados para identificar os ácaros no meio do lixo da colmeia, é entediante e requer pelo menos uma viagem de volta ao apiário.”

fronte: https://scientificbeekeeping.com/re-evaluating-varroa-monitoring-part-1/

Nota: o assunto desta publicação é uma nota de rodapé no seio da informação e reflexão que será feita nos diversos workshops sobre o controlo da varroose que irão decorrer em Coimbra e Macedo de Cavaleiros. É, no entanto, uma nota elucidativa das diversas “armadilhas” colocadas no caminho que temos de percorrer para impedir a morte de colónias por varroose, sabendo que temos à disposição um conjunto de ferramentas, que aplicadas de forma informada, com critério e oportunidade, nos permitem alcançar este objectivo.

O Francisco e eu esperamos que a informação e a reflexão em grupo que resultará deste workshop sejam um factor de mudança que permita aos presentes passar a fazer parte dos apicultores bem-sucedidos, com altas taxas de sobrevivência das colónias à varroa.
A segunda edição do workshop em Coimbra, ainda tem algumas vagas disponíveis e tudo aponta para que se realizará na data prevista, dado o ritmo e número de pré-inscrições já registadas.

A concluir, um agradecimento, em particular aos inscritos, pela confiança no nosso trabalho. Votos de uma Boa Páscoa!

acompanhamento e serviço técnico em apiário

Informo os caros leitores apicultores que estou disponível para fazer acompanhamento e serviço técnico em apiário. Os interessados deverão enviar mensagem através deste blogue com o seu contacto telefónico.

Neste âmbito e nesta sexta feira a prometer chuva, fiz o acompanhamento e serviço técnico num apiário na zona de Coimbra de um companheiro apicultor que tem como objectivo prioritário aumentar o seu efectivo.

Após 6 horas de trabalho, este companheiro contava com mais 16 colónias no seu efectivo. Metade destas foram transferidas para outro apiário próximo. Além deste trabalho de multiplicação de enxames houve ainda tempo para avaliar a taxa de infestação por varroa e optimizar/organizar os cerca de 30 ninhos ali assentes.

E enquanto o trabalho ía sendo executado houve naturalmente conversas com vista a orientar e guiar este companheiro na execução destas e de outras tarefas de condução optimizada do apiário.

Foto parcelar do apiário.
8 colónias novas que foram transferidas para outro apiário.

workshop avançado controlo da varroose: 2ª edição

Juntamente com os amigos Marcelo Murta e Nuno Capela, propus um workshop avançado para aquisição de conhecimentos, competências e procedimentos de controlo da varroose, a realizar no próximo dia 2o de abril na cidade de Coimbra. A escolha do tema justifica-se sem dificuldade: podemos ser os apicultores mais competentes nas diversas áreas de condução de enxames de abelhas, mas sendo ineficazes no controlo da varroose não conseguiremos ser sustentáveis, nem economicamente nem motivacionalmente.

Sala de formação, onde irá decorrer a sessão matinal no próximo dia 20 de abril. Na parte da tarde o workshop prosseguirá em apiário, também localizado em Coimbra.

E a incapacidade de controlar a varroose é uma realidade muito transversal. Os frequentes testemunhos de apicultores dentro e fora do país, os resultados epidemiológicos europeus e norte-americanos permitem concluir de forma inequívoca que a varroa e suas sequelas matam um número enorme de colónias de abelhas; a varroa é a principal ameaça à saúde e sobrevivência da abelha melífera europeia, quer em Portugal quer noutras regiões do mundo onde está presente.

O facto mais surpreendente neste quadro de dificuldade generalizada do seu controlo é que alguns apicultores estão a conseguir ser bem sucedidos, mantendo a praga abaixo de limiares estreitos, com baixas taxas de mortalidade e de forma sustentável.

Foi com os melhores que aprendemos e, ao mesmo tempo, foi necessário ultrapassar e esquecer propostas incompletas, vagas ou falhadas de intervenção, que incompreensivelmente ainda são divulgadas e fazem escola em tantas comunidades de apicultores.

Da aplicação nos nossos apiários destas aprendizagens e de uma mão cheia de reflexões pessoais, com algumas adaptações locais, estamos a ser bem sucedidos neste controlo.

Com o objectivo de difundir estas boas práticas e dada a rapidez com que se esgotaram as vagas da primeira edição deste workshop, abrimos uma segunda edição, a realizar no próximo dia 11 de maio em Coimbra. Deixo em baixo o cartaz de sua divulgação.