Talvez por estar no ramo, encontro na apicultura uma dimensão artística que me passa despercebida noutros ramos da agro-pecuária. Que me perdoem alguns se estiver a ser injusto e precipitado, mas fazer a apicultura é diferente de semear batatas. Uma alma poética poderá vir a ser apicultor, dificilmente será um produtor de batatas. Ninguém é melhor que ninguém, apenas são diferentes as suas naturezas.
Enquanto homem que vive a sua vida em várias dimensões, os leitores mais atentos já terão dado conta da minha especial preferência por uma forma de arte: a música. Sempre me acompanhou, desde que me lembro.
Era ainda um jovem e fundei uma empresa promotora de concertos. Juntamente com a minha mulher e o meu amigo Gonçalo Barros fundámos a NAO — Novas Audições Objectivas — que trouxe a Portugal (Coimbra, Lisboa, Porto, Almada e Montemor-o-Velho) bandas estrangeiras acompanhadas frequentemente de bandas nacionais na primeira parte. Talvez entre os leitores deste blog se encontre alguém que tenha visto algum concerto promovido pela NAO — o mundo é pequeno, não é?
Sejam poetas sendo apicultores!
Não duvido da “arte e ciência” que as abelhas revelam. Têm “faculdades/capacidades” múltiplas (ou pelo menos distribuem-nas entre elas) em áreas como a geometria, a geografia, a arquitetura, a botânica…
Vendo as abelhas a beber em tantas expressões artísticas e fontes de conhecimento, gostaria de perguntar se há estudos nesse sentido. E também na música, claro. Já se estudaram as suas vibrações na colmeia?