tiras de libertação lenta de ácido oxálico são eficazes?

O princípio que recomendo aos meus clientes e formandos é avaliarem o nível de infestação após a conclusão dos tratamentos. Não confiar, sem mais e antecipadamente, em nenhum medicamento/tratamento é uma regra de bom senso.

Vem este lembrete a propósito dos resultados discrepantes obtidos em diversos estudos com a utilização de suportes celulósicos de libertação lenta de ácido oxálico dissolvido em glicerina. Estas discrepâncias, que reforçam o cuidado mencionado em cima, ficam visíveis, por ex., nos resultados obtido por Bartlett et al. (2023) e Branchicella et al. (2025).

Bartlett et al. (2023) mostraram que a administração de uma formulação não comercial de libertação lenta de ácido oxálico e glicerina em toalhetes azuis (blue towels) não tem efeito na diminuição dos níveis de ácaros, nas condições em que realizaram o estudo.

Aplicação de toalhetes azuis em colónias de Randy Oliver

Já os resultados obtidos no estudo de Branchicella et al. (2025) mostram que com outro tipo de suportes celulósicos e outro técnica de aplicação estes suportes de libertação lenta de ácido oxálico pode ser altamente eficaz no controlo V. destructor. Contudo mostrou também que, em circunstâncias específicas, a sua utilização pode não diminuir necessariamente as populações de ácaros da colónia.

Estes detalhes e “pormaiores” serão mencionados por mim no próximo percurso formativo que se iniciará no próximo dia 12, às 21h30, via Zoom. A pedido de apicultores já inscritos ensinarei a produzir tiras celulósicas de libertação lenta de ácido oxálico.

uma das principais causas da falha dos tratamentos contra a varroa

Desde 2017 que escrevo e alerto para que uma das principais causas da falha dos tratamentos está relacionada com o timing incorrecto em que eles são aplicados. Passados estes anos a mensagem chegou a alguns apicultores; ainda assim um número importante continua a aplicar tardiamente os acaricidas.

Este maneio ineficiente não é exclusivo de Portugal, o mesmo se passa em muitos países, nomeadamente em Inglaterra e País de Gales, como revela a análise dos dados recolhidos de um inquérito nacional aos apicultores destes países.

No sumário da publicação feita a partir da análise dos dados disponíveis no BeeBase da National Bee Unit relativos a inquéritos respondidos por 4.339 apicultores de 37 condados, abrangendo um total de 18.700 colónias, no período de 2016 a 2020, escreve-se:

[…] utilizando dados recolhidos de um inquérito anual nacional a apicultores de Inglaterra e País de Gales, avaliámos o impacto relativo da adesão ao tratamento contra a Varroa nos resultados de saúde das colónias. Os resultados demonstram que menores perdas de colónias durante o inverno estão correlacionadas com o timing correto de aplicação do tratamento, e não apenas pela aplicação do produto, reforçando a importância epidemiológica do momento da aplicação.” (fonte: A large-scale study of Varroa destructor treatment adherence in apiculture; fev. 2025)

Varroa destructor, haplotipo coreano, é a mais virulenta das 4 espécies conhecidas e a que se estabeleceu na Europa.

Os investigadores observaram que os apicultores que falharam o timing de tratamento contra o ácaro Varroa sofreram perdas elevadas de colónias, tendo este efeito ocorrido numa vasta gama de medicamentos — mais do que o medicamento escolhido é o momento da sua aplicação que explica o sucesso ou insucesso do mesmo.

Para além do timing há um outro factor de grande relevância a ser considerado no momento de selecção e aplicação dos acaricidas, excluindo o factor resistência ao princípio activo.

Estes e outros aspectos serão analisados em detalhe no percurso formativo “Controlo efectivo da Varroose ao longo do ano”, que irei iniciar via Zoom no próximo dia 12 de setembro, e para o qual há 2 vagas disponíveis neste momento.

Mais informações devem ser solicitadas para o e-mail: jejgomes@gmail.com

as abelhas domésticas transferem vírus para os abelhões?

Há vários anos que os apicultores mais informados e atentos se preocupam com os efeitos colaterais da proximidade entre as colónias de abelhas melíferas (Apis mellifera) e as populações de abelhões selvagens (Bombus spp.). A possibilidade da disseminação viral entre estas espécies tem alimentado muitos debates. Alguns estudos sugerem que os vírus típicos das abelhas, como o VAD (vírus das asas deformada), o VPA (vírus da paralisia aguda), poderiam não só infectar os abelhões, como também sobreviver de forma autónoma nesta espécie. A possibilidade dos vírus, habitualmente presentes nas abelhas domésticas, se espalharem a novas espécies levanta não só questões de conservação, mas também responsabilidades sanitárias para os apicultores.

Bombus terrestris, o abelhão mais conhecido e estimado na Lusitânia.

Um estudo de grande escala realizado entre 2021 e 2023 no Minnesota (EUA), recentemente publicado na Communications Biology (2025), atenua estas preocupações. Os investigadores compararam os viromas (conjunto de todos os vírus presentes num determinado ecossistema, organismo ou ambiente) de 389 abelhas e 117 abelhões Bombus impatiens que viviam no mesmo ambiente. A sua conclusão é clara: apesar das exposições frequentes, não há evidência de transmissão viral sustentada ou adaptações dos vírus nos abelhões.

Bombus impatiens

Para que um vírus se estabeleça de forma sustentável numa nova espécie, têm de ser cumpridas várias condições: capacidade de replicação, transmissão eficiente entre indivíduos da mesma espécie e compatibilidade com as barreiras imunológicas do novo hospedeiro. O estudo realça que, embora o VAD e VPA possam replicar-se em alguma abelhões em condições experimentais, não há evidências de uma cadeia de transmissão natural na ausência de abelhas.

Mesmo em colónias de abelhões colocadas perto de apiários, a proporção de vírus com origem nas abelhas não aumentou. No entanto, quando as abelhões foram afastadas das abelhas, o seu viroma rapidamente voltou à sua composição original. Isto confirma o cenário de “transferência sem saída”: o vírus infecta um hospedeiro acidental (neste caso os abelhões), mas não consegue sobreviver nele.

(fonte: McKeown, D. A. et al. (2025). Distinct virome compositions and lack of viral diversification indicate that viral spillover is a dead-end between the western honey bee and the common eastern bumblebee. Communications Biology, 8, 926)

Sem dramas e sem holofotes a ciência, gradualmente, vai colocando as peças no seu devido lugar. A resposta que dá à questão do título é um… não.

A propósito do VAD e VPA, que matam 200-300 mil colónias de abelhas/ano só em Portugal, venha conhecer um protocolo inovador de tratamento que com 5-10 cêntimos por colónia lhe permite manter estes vírus e o seu veículo, a Varroa destructor, debaixo de controlo. Para mais informações entre em contacto para o e-mail jejgomes@gmail.com

a eficácia e consistência de um protocolo inovador de controlo da varroose (revisitado)

Dada a solicitação de informação de um número apreciável de apicultores sobre este e outros aspectos de uma estratégia bem fundamentada, testada e com os resultados acima descritos em apiários do território português, vou abrir uma nova data para iniciar este percurso formativo “Controlo efectivo da Varroose ao longo do ano”, no próximo dia 12 de setembro, com a sessão on-line, via Zoom, a ser iniciada às 21h30.

Os interessados em inscrever-se neste percurso formativo podem enviar e-mail para: jejgomes@gmail.com

MUITO IMPORTANTE: no dia 11 de outubro, abrirei uma sessão via Zoom gratuita , com início às 21h30, para todos os formandos que até essa data tenham frequentado este percurso formativo na sua totalidade, com o objectivo de partilharmos experiências e reflexões. Poderão participar todos aqueles que concluíram este percurso formativo em abril, maio, os formandos que estiveram na sessão presencial de Coimbra e os formandos que irão concluir este percurso fomativo nas próximas semanas. No última semana deste mês endereçarei este convite a cada um que cumpra estes requisitos para reservarem esta data.

Por uma apicultura sustentada e com dados recolhidos no terreno e alicerçada em resultados de elevada eficácia e consistentes revisito esta publicação.

No âmbito do meu trabalho de consultoria e apoio técnico aos apiários experimentais do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, propus ao Nuno Capela, o investigador responsável, fazer o controlo da varroa com um protocolo inovador em dois dos apiários experimentais deste Centro.

Na altura, a proposta deste controlo decorreu da observação que fiz da situação de risco elevado a que um dos apiários (conhecido por nós pelo apiário da APA) chegou no início de fevereiro, um mês depois de iniciada a aplicação de um medicamento homologado baseado no amitraz. A taxa de infestação em cerca de 70% das colónias deste apiário ultrapassava os 8% um mês após o início do tratamento, quando um mês antes, no início do mesmo, estava em 2-3%. O Nuno concordou, e avancei com este protocolo que trazia na minha “caixa de ferramentas/conhecimentos”, aprendido nas muitas leituras que faço da melhor literatura apícola — ando ao ombro de gigantes e continuo o meu percurso cada vez mais motivado e convicto do meu papel e lugar na apicultura nacional.

Assim, iniciei a aplicação deste protocolo na primeira e segunda semana de fevereiro no apiário da APA, e estendi a aplicação a outro apiário experimental, o apiário da Milvoz, onde a infestação estava muito mais controlada com a aplicação do mesmo medicamento homologado baseado no amitraz (expliquei a razão desta diferença nos resultados obtidos com um mesmo medicamento, iniciado na mesma data e com taxas de infestação relativamente baixas no início do tratamento nos dois apiários, aos muitos companheiros apicultores que acompanharam as minhas sessões Zoom “Controlo efectivo da Varroose”, que ministrei de janeiro a abril).

De colmeias fortemente infestadas, com os sintomas das viroses já visíveis no início de fevereiro em várias das 18 colmeias instaladas no apiário da APA, passámos, em cerca de 20-30 dias, a ver as colónias com o aspecto que as fotos em baixo ilustram.

Vista geral do apiário da APA.
Foto de 1 de abril de uma colónia representativa de 95% das colónias no apiário, depois de em março ter doado vários quadros com criação e abelhas para desdobramentos.
Foto de 1 de abril do padrão de postura de uma colónia representativa de 90% das colónias no apiário.
Foto de 1 de abril do padrão de postura de uma colónia a ser equalizada.
Foto de 1 de abril de mais um desdobramento realizado nas colónias deste apiário.
Algumas das ferramentas que andam sempre na minha caixa: copo de testagem, álcool, copo para marcar rainhas, caneta e fita adesiva. Como diz um dos gigantes, só controlamos o que medimos e mais vale um lápis pequeno do que uma grande memória. Medir e anotar, são dois dos hábitos a que me obriguei.
A recolha de amostras: abelhas adultas e criação de zângãos.
Vista geral do apiário da Milvoz, onde também foram recolhidas amostras de abelhas adultas e criação de zângãos.

Há cerca de um mês o Nuno enviou-me os dados em baixo, colhidos das amostras de 1 de abril dos dois apiários experimentais. Estes dados são muito elucidativos e permitem-me confirmar a elevada eficácia e consistência deste protocolo inovador que utilizei em todas as colónias destes dois apiários para fazer o controlo da varroose.

Dados da infestação em abelhas adultas recolhidas nestes dois apiários em 1 de abril.

como controlar a varroa ao longo do ano: novas sessões zoom em setembro

Dada a solicitação de informação e formação de um número apreciável de apicultores sobre uma estratégia bem fundamentada, testada e com resultados muito positivos em apiários no território português, abri nova data para iniciar o percurso formativo “Controlo efectivo da Varroose ao longo do ano”, no próximo dia 12 de setembro, com a sessão on-line, via Zoom, a ser iniciada às 21h30.

Os interessados em receber informação detalhada sobre este perucurso formativo devem entrar em contacto através do e-mail: jejgomes@gmail.com

A pedido dos apicultores já inscritos neste percurso formativo, irei ensinar a aplicar o protocolo inovador de controlo da Varroose, que ajudará a reverter casos de infestação elevada, como descrevo no caso em baixo.

Para memória futura, fiz duas aplicações deste protocolo, a primeira a 5 de março e a segunda a 13 de março. Em apenas 8 dias esta colónia desceu de 23,7% (71 varroas em 300 abelhas) para 7,7% (23 varroas em 300 abelhas) após a primeira aplicação do protocolo. Depois da segunda aplicação, a 13 de março, achei por bem não testar para não “sacrificar” mais abelhas adultas numa colónia já pouco povoada.

Ontem, voltei ao apiário e achei que tinha chegado o momento certo para fazer um novo teste de infestação: estavam passados exactamente 2 meses e a colónia estava relativamente bem povoada com 7 quadros de abelhas e 5 quadros com criação.

7 quadros cobertos com abelhas, quando 3 meses antes a infestação estava a atingir os 24% e à beira do colapso, vi uma colónia saudável, a crescer de forma notável

Caso a segunda aplicação, a 13 de março, não tivesse tido efeito algum, ontem, a 13 de maio, a colónia estaria muito provavelmente com uma infestação superior a 30% (7,7×2=15,4×2=30,8%).

Felizmente os dados da medição de ontem apontam num sentido oposto. Com uma infestação de de 7,7% há dois meses atrás, a segunda aplicação do protocolo teve uma eficácia de 97%, segundo a simulação que efectuei no simulador do Randy, considerando os dados recolhidos ontem: 4 varroas em 300 abelhas (1,3% de infestação).

No coador, 4 varroas e um cisco. Um protocolo de controlo da varroose com 97% de eficácia não se encontra facilmente, mas está ao seu alcance conhecê-lo inscrevendo-se no percurso formativo que vou iniciar no próximo dia 12.

Os 4 Ps + 1: os maiores determinantes de mortalidade massiva de colónias de abelhas melíferas

Tal como em 2006, ano do CCD (Colony Colapse Disorder), 2025 é um ano de mortalidade massiva de colónias de abelhas melíferas nos EUA (60%+). E também em 2025 a análise dos dados recolhidos até à data aponta para o mesmo grupo de grandes determinantes deste grave fenómeno, que ficaram conhecidos como os 4 Ps (o acrónimo das palavras inglesas Parasites; Pathogens; Poor Nutrition; Pesticides).

Parasitas: O Varroa destructor continua a ser a maior ameaça de acordo com os apicultores. Após a CCD, o amitraz tornou-se o principal controlo dos ácaros — mas, tal como o fluvalinato e o coumafos antes dele, a resistência está a surgir. Novas abordagens e a otimização das formas de utilização das ferramentas existentes estão a acrescentar opções para os apicultores reduzirem a dependência do amitraz. O interesse por stocks resistentes aos ácaros tem crescido e a sua adoção está a aumentar em algumas operações de grande escala, mas ainda é um trabalho em curso.

Patógenos: Não surgiu nenhuma solução milagrosa, no entanto, esforços de monitorização melhorados e uma compreensão mais profunda dos gatilhos para o desenvolvimento de doenças estão a abrir caminho para estratégias de prevenção e gestão mais eficazes. Os vírus transmitidos por ácaros são provavelmente os principais responsáveis ​​pelas perdas misteriosas de 2025, tal como foram com a CCD. Infelizmente, observar colmeias doentes é muitas vezes pouco, e demasiado tarde, para compreender o quadro completo do que correu mal e melhorar os resultados. Muito mais investigação é necessária aqui.

Nutrição deficiente: O programa Seeds for Bees® da PAm, juntamente com o aumento de outras iniciativas para aumentar a disponibilidade de forragem, está a contribuir para uma melhor nutrição das abelhas. Além disso, a melhor compreensão dos nutrientes essenciais para as abelhas está a orientar um suporte nutricional mais direcionado e eficaz. A perda de hectares de CRP (Conservation Reserve Program) e a disseminação de culturas tolerantes a herbicidas tornam cada vez mais difícil encontrar forragem de alta qualidade. As pastagens para as abelhas estão cada vez mais concentradas e, por vezes, totalmente inacessíveis — especialmente porque alguns esforços de conservação começaram a excluir as abelhas das terras públicas e privadas — enquadrando-as como concorrentes dos polinizadores nativos. As abelhas precisam da sua defesa!

Pesticidas: Os apicultores continuam na corda bamba: participando num sistema agrícola que depende do controlo de pragas, ao mesmo tempo que necessitam de forragem segura e de acesso a pastagens fora destes sistemas para manter as abelhas saudáveis. A exposição dos polinizadores a pesticidas continua a ser um problema crítico. Ainda assim, muitas pesquisas foram realizadas nesta área desde a CCD. Por exemplo, compreendemos agora melhor muitos compostos e interações — como misturas nocivas em tanques durante a floração das amendoeiras, uma prática reduzida graças às Boas Práticas de Gestão impulsionadas pela investigação. A comunicação entre produtores e apicultores também melhorou e alterou muitas práticas.

O clima como um quinto “P”: Devemos agora reconhecer um quinto grande stressor planetário: as alterações climáticas. Os incêndios, as inundações, as secas e as tempestades estão cada vez mais a afectar os polinizadores — quer directamente, quer reduzindo a disponibilidade de forragem. Estes acontecimentos tornaram-se um novo normal, uma vulnerabilidade que agrava as pressões existentes.

fonte: https://www.projectapism.org/

Estes fenómenos cada vez mais recorrentes e intensos exigem dos apicultores mais conhecimentos e práticas actualizadas e fundamentadas que os qualifiquem para dar respostas eficientes e eficazes.

No sentido de contribuir para a qualificação dos apicultores irei abrir propostas formativas acessíveis nos próximos meses. Entre outras, cursos por Zoom focados em respostas práticas e fundamentadas para um mais efectivo controlo da Varroa assim como para um melhor apoio nutricional das colónias.

Em breve assinalarei por aqui as datas para estes cursos.

formação em apiário pedagógico, coimbra, 28 de junho

A pedido de diversos apicultores e imbuído da missão de fornecer informação sobre estratégias e ferramentas alternativas e efectivas de controlo da Varroose à comunidade de apicultores portugueses decidi, em colaboração com o Nuno Capela, levar a cabo uma sessão de formação presencial, em sala e apiário, em Coimbra no próximo dia 28 de junho. O foco desta sessão estará na demonstração de um protocolo inovador de elevada e rápida eficácia no controlo da Varroose.

A sala da formação, um espaço magnificamente sombreado por pessegueiros
Uma das colónias da sala de formação
Um dos quadros de uma colónia da sala de formação

Se está interessado(a) em ter esta ferramenta de elevada e rápida eficácia na sua “tool box” entre em contacto para o e-mail jejgomes@gmail.com. As vagas para esta sessão estão quase esgotadas e as inscrições são feitas por ordem de chegada.

Eduardo Gomes, formador e consultor apícola

as causas principais do enorme colapso de colónias no último inverno/primavera nos EUA e uma alternativa

A USDA-ARS enviou ontem para o meu e-mail as conclusões a que chegou acerca das causas das enormes perdas de colónias reportadas no último inverno/primavera pelos apicultores norte-americanos.

O USDA-ARS divulgou descobertas cruciais da análise de agentes patogénicos em amostras recolhidas durante as perdas de colónias nesta primavera — e os resultados estão a fazer soar os alarmes.

Os vírus viculados pelos ácaros Varroa foram um fator importante, e todos os ácaros testados continham genes associados à resistência ao Amitraz, um dos tratamentos mais utilizados contra Varroa. Isto sublinha uma preocupação crescente nas comunidades de apicultura e investigação: a diminuição da eficácia de um dos tratamentos mais utilizados contra a Varroa. Graças ao trabalho árduo e à urgência dos investigadores envolvidos, estes resultados foram recolhidos, analisados ​​e redigidos para publicação rápida, fornecendo informações cruciais que ajudarão a moldar a nossa resposta a este desafio contínuo. […]

Em Portugal, foram recentemente descobertas mutações genéticas em algumas populações de Varroa destructor associadas à resistência ao Amitraz. Por esta razão receio que nos próximos meses venhamos a assistir ao colapso de colónias de abelhas como nunca se verificou por cá, na Península Ibérica e restante Europa.

A pedido de diversos apicultores e imbuído da missão de fornecer informação sobre estratégias e ferramentas alternativas e efectivas de controlo da Varroose à comunidade de apicultores portugueses decidi, em colaboração com o Nuno Capela, levar a cabo uma sessão de formação presencial, em sala e apiário, em Coimbra no próximo dia 28 de junho. O foco desta sessão estará na demonstração de um protocolo inovador de elevada e rápida eficácia (acima de 95%) no controlo da Varroose.

Imagem de um corte de criação de zângão com varroas mortas duas horas após a aplicação do protocolo inovador.

Se está interessado(a) em ter esta ferramenta de elevada e rápida eficácia na sua “tool box” entre em contacto para o e-mail jejgomes@gmail.com. As vagas para esta sessão são limitadas e as inscrições são feitas por ordem de chegada.

dia 5 de julho em Oliveira de Frades: mudar o paradigma de controlo da varroose

A convite da Associação VerdeLafões, vou orientar uma sessão em sala e outra em apiário, no próximo dia 5 de julho, acerca da necessidade de mudar o paradigma (mudar conceitos e mudar práticas) para se alcançar um controlo efectivo da varroose ao longo do ano.

Por uma apicultura eficiente, informada e inovadora.

como reduzir a pressão das vespas velutinas no apiário nos meses de verão e outono

Depois de no passado dia 24 de abril ter ministrado uma sessão via Zoom sobre a armadilhagem e eliminação das Vespas velutinas fundadoras, tenho previsto uma outra sessão para o próximo dia 9 de junho sobre a etapa seguinte na protecção das nossas colmeias: a redução da pressão das velutinas (vespa asiática) sobre as colmeias nos meses de verão e outono.

Nesta sessão o foco estará na apresentação de informação fundamentada, testada e de grande utilidade na mitigação da pressão das velutinas à frente das colónias, entre outra:

  • utilização inovadora da combinação de harpas e rede;
  • cavalos de troia e requisitos para melhorar a sua produção e minimizar efeitos colaterais;
  • o enredamento das colmeias: propostas menos conhecidas;
  • o maneio das colmeias num apiário pressionado pela V. velutina.

Os interessados em frequentar esta sessão via Zoom entrem em contacto para o e-mail: jejgomes@gmail.com