visita técnica a apiário: sobre a autonomia, a estética e abelhas supreendentes

A espaços tenho sido solicitado pelo Luís Martins, advogado de reconhecido mérito na sua área e com diversos livros publicados, para visitar o seu apiário.

A primeira visita ocorreu em finais de março do ano passado e teve um carácter generalista, desde o ensino e demonstração acerca de como efectuar correctamente o teste de infestação em abelhas adultas, passando pela realização de alguns desdobramentos e avaliação de enxames que tinha comprado na região de Setúbal a um apicultor conhecido, rearranjo dos ninhos com vista a uma melhor eficiência termodinâmica e um outro conjunto de pequenas tarefas.

Uma boa parte da nossa conversa incidiu sobre as técnicas de controlo da varroose e prevenção da enxameação, sabendo que tinham sido estas as áreas que tinham sido mais problemáticas nos anos anteriores, comprometendo sempre a colheita do precioso néctar.

Mais adiante, em meados de julho, solicitou novamente a minha comparência e desta vez o foco foi a cresta de mel, a primeira que fez desde o início da sua apicultura, fruto do bom trabalho que realizou nas duas vertentes essenciais: manter as colónias saudáveis e mantê-las a trabalhar nas suas colmeias seguindo as orientações que lhe deixei. Para além de ter aumentado o efectivo, crestou cerca de 100 kgs de mel.

Entre estas visitas e a minha recente visita, no passado dia 20 de fevereiro, fomos falando pontualmente para esclarecer algumas dúvidas que tinha e definir algumas linhas de acção a tomar.

E ao longo deste tempo, constatei que o Luís, com a sua enorme capacidade de assimilar informação e competências, se autonomizou num patamar mais alto enquanto apicultor. Este é aliás um dos objectivos primeiros das minhas visitas: transmitir informação fundamental e conhecimento prático, com a preocupação de dar a inteligibilidade e o pragmatismo em doses suficientes que permitam aos meus clientes tornarem-se rapidamente mais competentes e autónomos.

O Luís, nesta visita recente, surpreendeu-me com três aspectos da sua apicultura:

  • a autonomia que referi em cima;
  • a dimensão e preocupação estética que teve com a implantação do seu apiário num novo local;
  • a qualidade de uns poucos de enxames que adquiriu recentemente na zona de Tomar a um velho apicultor, que conto visitar em breve.

Entretanto fizemos uns desdobramentos (4), avaliámos a taxa de infestação em várias colónias — desde a minha primeira visita, em marco do ano passado, e até à data não lhe morreu nenhum enxame por varroose — e ainda trago na memória o quanto o Luís evoluiu como apicultor, a beleza do seu novo apiário e aquelas abelhas do velho apicultor de Tomar.

As fotos ilustrativas:

O Luís (à direita) o Quim Zé (à esquerda) e o apiário (vista parcial)
Num momento do processo de testagem da infestação por varroa
O Solar S. Jacinto, na freguesia de Cardigos

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