razões para aprender a fazer desdobramentos/divisões de colónias de abelhas

Desdobrar/dividir uma colónia é uma competência básica que todos os apicultores devem possuir. Contudo, ainda hoje, alguns apicultores dependem exclusivamente dos enxames que apanham para aumentar o número das suas colónias.

Há várias razões para corrigir esta situação, quer ao nível do apicultor individual como ao nível sectorial/nacional. Identifico algumas:

Para o apicultor individual os desdobramentos são a oportunidade para:

  • aumentar o seu número de colónias (e a baixo custo);
  • substituir as perdas ocorridas no inverno;
  • fornecer colónias a outras pessoas — como por exemplo novos apicultores;
  • melhorar as características das suas abelhas — comportamento higiénico e produtividade, entre as mais importante;
  • aumentar o interesse e satisfação com a actividade apícola;
  • aumentar suas habilidades e competências apícolas.

Ao nível sectorial/nacional o desdobramento das melhores colónias justifica-se porque:

  • permite reduzir o número de rainhas que são importados e melhorar as abelhas nacionais localmente adaptadas;
  • a maioria dos problemas atuais na apicultura são o resultado da globalização, isto é, ter abelhas em movimento por todo o mundo;
  • diminui o potencial para introduzir novos problemas no sector apícola nacional, como a introdução de pragas exóticas (por exemplo o escaravelho das colmeias e o Tropilaelaps, ácaro tão ou mais perigoso que a varroa);
  • permite limitar a propagação de novas estirpes de virús com diferentes níveis de patogenicidade.

Ainda que os certificados veterinários tenham que acompanhar as importações legais, estes são uma salvaguarda relativamente limitada. Ainda não há muitos anos, uma importação de rainhas dos EUA, devidamente certificada, introduziu no nosso país o pequeno escaravelho das colmeias (Aethina tumida). Por um princípio de precaução devemos evitar o mais possível a importação de rainhas, ou qualquer outros animais/insectos, de outros países. Será paranóia colocar a possibilidade que aquela bonita rainha que acabámos de importar possa transportar consigo organismos ou microorganismos exóticos do sul de Itália ou do centro da Alemanha?

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