Os apicultores sabem que os quadros de cera laminados colocados no ninho da colmeia são rapidamente puxados quando a colónia está em expansão e a rainha necessita de mais espaço para fazer postura. Quando as abelhas cerieiras encontram estes quadros nos ninhos iniciam prontamente a puxada da lâmina de cera. Aqueles que colocam quadros de cera laminada nas extremidades do ninho (posição 1 ou 10), na esperança de eles serem rapidamente puxados, vêm as suas expectativas frequentemente frustradas. As abelhas só os puxarão em último recurso, e muitas vezes apenas os puxam na face interior do quadro.
Sabendo isto coloca-se a questão da posição precisa onde deveremos colocar os quadros de cera laminada? Na extremidade da zona de postura? No seio da zona de postura, intercalando um ou mais quadros de cera laminada entre quadros de criação? A resposta é que depende.
O início da estação da puxada de ceras no ninho diverge de local para local, e até de ano para ano. Tomo como indício que as abelhas estão em condições de puxar cera dos quadros laminados quando noto no travessão superior dos quadros pequenos rebordos de cera clara. Nestas condições e quando a câmara de criação ainda não está densamente povoada com as abelhas a fazerem camadas sobrepostas e, ao mesmo tempo, as temperaturas ainda são relativamente baixas, o local mais aconselhado para colocar o quadro de cera laminada é no espaço imediatamente a seguir ao último quadro de cria. Mesmo existindo quadros puxados mais no exterior, o quadro de cera laminada nesta posição obrigará as abelhas a puxá-lo para manter a continuidade da criação.
Mais tarde na estação — quando a câmara de criação está a bem cheia com abelhas e as temperaturas estão mais altas —, os quadros de cera laminada podem ser intercalados no interior da câmara de criação. Nesta posição o quadro de cera será puxado e a rainha iniciará a ovoposição daí a 4 a 5 dias.
Argumenta-se que descontinuar a câmara de criação, intercalando quadros de cera laminada, provoca a criação de realeiras no lado onde a rainha fica ausente temporariamente. Estudos controlados, assim como a minha experiência, sugerem que isto não ocorre habitualmente a não ser que a colónia já estivesse a preparar a substituição da rainha.
Como em muitas outras coisas as operações e os maneios num sistema complexo como o ninho de uma colónia de abelhas, varia de apicultor para apicultor. Esta diversidade assenta em vários factores, um dos quais será o nível de risco com o qual o apicultor se sente confortável. No caso em questão o apicultor que deseje fazer um maneio muito prudente, poderá sempre colocar os quadros de cera laminada no exterior da zona de cria para evitar o desconforto que lhe provoca intercalar quadros de cera laminada no interior da zona dos quadros com cria.