olá vera prima: a 900 m de altitude

Finalmente a primavera parece ter chegado aqui, ao lado norte da Serra da Estrela! No apiário que tenho a 900 m de altitude vejo, pela primeira vez neste ano atípico, que ao sacudir abelhas dos quadros para além das abelhas também cai néctar recente. Até aqui tem sido necessário suplementar com pasta. Estou certo que, caso o não tivesse feito regularmente, teria uma mortalidade por fome entre 90-95% das colónias. Consegui “aguentar o barco” e a mortalidade foi um redondo zero.

A primeira floração significativa, que dá néctar às abelhas e ao apicultor, neste apiário, o meu pai ensinou-me a chamar-lhe marcavala: uma “vaca leiteira” para as abelhas, nas suas palavras.

A marcavala hoje: excelente planta nectarífera, que dá um néctar muito claro, e que exsuda geralmente durante cerca de 3 a 4 semanas, entre o início e final de maio. Este ano começou a exsudar mais de 15 dias mais tarde.
Abelha libando na flor da marcavala (hoje).

Entre outras tarefas do dia de hoje, coloquei as primeiras meias-alças sobre uma série de colónias que estou a dedicar de corpo inteiro à produção de mel. Como de há vários anos para cá, prefiro que as primeiras meias-alças sejam com quadros com cera puxada. Verifico que as abelhas reconhecem mais rapidamente esse espaço como seu, e tendem a assenhorar-se dele logo nas horas seguintes.

Quadros de meia-alça com cera puxada, meio caminho andado para uma boa produção.
Com mais de 5 mil abelhas para nascer nos próximos dias em cada quadro como o da figura, estou optimista. Mas… só depois do mel estar nos potes/bidões se fazem contas certas.
Algumas das colmeias que receberam hoje a primeira meia-alça.

A terminar uma imagem do meu companheiro habitual dos últimos 5 anos. Há coisas que valem bem o “dinheirão” que se dá por elas, e este fato é um exemplo disso.

2 comentários em “olá vera prima: a 900 m de altitude”

  1. A marcavala está no auge, a Silveira promete florir em breve, teremos ainda o castanheiro e mais tarde o Carvalho, pode ser que a safra ainda se componhe, depois de umas quantas falsas partidas que obrigaram a alimentar com um campo repleto de rosmaninho que não foi possível aproveitar devido às baixas temperaturas e pluviosidade. Na região da serra o intervalo de tempo útil no pastoreio apícola é curto mas a intensidade e a pujança da floração surpreende e muitas vezes compõe uma época que já se dava por perdida. Parabéns pelo excelente maneio apícola do Eduardo, que tive a oportunidade e o privilégio de comprovar “in loco”. As imagens que documentam quer o atual quer os recentes artigos do blog dão-nos uma ideia da boa atividade das abelhas, da dimensão considerável das colónias, deixando adivinhar raínhas prolíficas e baixas infestações de varroose , em suma, exércitos prontos a conquistar territórios de néctar e de pólen, assim o tempo o permita. Parabéns pelo excelente maneio e pela partilha

    1. Olá, Fernando! Sim, também estou moderadamente optimista. Num dos apiários que trabalhámos juntos há uns meses atrás (cota de 600m) estão a armazenar a olhos vistos. Estes últimos dias têm melhorado muito, já vejo uma quantidade apreciável de néctar armazenado, e as colónias estão a correr atrás do tempo perdido. É como dizes, a primavera até agora foi muito perigosa, enganadora mesmo. A juntar às más condições meteorológicas, o rosmaninho, para estes lados, na sua maioria era espigas quase sem flores. Temos de combinar mais outro dia para trabalhar em equipa. Um abraço.

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