A ventilação das colónias e o seu maneio é um clássico nas conversas entre apicultores. Quando se fala de ventilação há que discriminar entre (i) a ventilação inferior, ao nível do estrado — sólido ou em rede? — e do alvado — com ou sem grelha de entrada?; (ii) a ventilação superior — óculo da prancheta, fechado ou aberto?
Vou apresentar as minhas opções relativamente à ventilação superior, que não são nem melhores nem piores que outras, são as que me pareceram favorecer mais os meus enxames no seu território. Lembro que é um território no distrito da Guarda, de temperaturas bastante baixas no inverno e altas no verão. As amplitudes térmicas diárias são elevadas no final do inverno, primavera e outono. É um clima de ar seco, aspecto a que dou particular importância, porque não tão atreito ao desenvolvimento de bolores e micoses no ninho. Lembro ainda que tinha as colmeias em assentos a cerca de 30 cm do solo, aspecto que também potencia a ventilação.
Tendo em conta estas particularidades, as minhas colónias no final da primavera (desde que as temperaturas diurnas atingiam os 25-27ºC e as noturnas se estabilizavam acima dos 13-15ºC) passavam a ter o óculo aberto em apenas cerca de 1/3 do seu diâmetro. Esta opção permitia às abelhas escolherem a sua ventilação superior. Quem melhor do que elas para decidir?


No outono/inverno e parte da primavera, com temperaturas nocturnas estabilizadas abaixo do 10-12ºC e diurnas abaixo dos 23-25ºC, fechava o óculo da prancheta. Com esta opção procurava evitar o efeito chaminé, a saída rápida pelo orifício da prancheta do ar quente e húmido proveniente do ninho. Como sabemos a criação de larvas beneficia muito por dispor de um nível relativamente alto e estável de humidade no ninho. Caso deixasse o óculo aberto, o ar seco do território entraria mais intensamente no ninho, podendo desidratar demasiado o ambiente interno do ninho e criar dificuldades suplementares às abelhas no cuidado às larvas.

Mais uma lição de vida.
Obrigado!!
Pequenos pormenores para nós que somos “grandes”, mas importantes para as “pequenas” abelhas. Abraço
Obrigado pela dica Zé Eduardo
Um abraço.
Obrigado também pelo teu feedback! Um abraço Fernando